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Aula 13 E 14 23 05 19 DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA E MEDIDAS CAURELARES

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II
5º Semestre – UNEMAT - Aula:_____, de 23 e _____/_05/19
 Prisões Cautelares, Medidas cautelares e liberdade provisória.
Prof. Me. Joel de Freitas
DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES
1.1. Conceito
	Prisão consiste na privação da liberdade de locomoção, mediante clausura, decretada por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ou decorrente de flagrante delito. Conforme o art. 5.º, inc. LXI, da Constituição Federal, ninguém será preso senão em flagrante delito, ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
	A prisão será efetuada sem o respectivo mandado somente nos casos de prisão em flagrante, transgressão militar, durante estado de sítio e no caso de recaptura do evadido.
	O Código Eleitoral prevê que, 5 dias antes e 48h depois do dia da eleição, não podem ser cumpridos mandados judiciais de prisão processual. Tal disposição visa assegurar o exercício do direito político. Podem, entretanto, ser efetuadas as prisões em flagrante e as decorrentes de sentença penal condenatória com trânsito em julgado.
Lei 4.737, de 16 de julho de 1975. (Código Eleitoral)
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.
1.2. Espécies
As espécies de prisão são:
Prisão Penal ou Prisão com Pena. É a prisão decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, irrecorrível.
Prisão Processual, Provisória ou Cautelar. É a prisão decretada no curso do processo. Como tem natureza cautelar, precisam estar presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora para ser decretada. São espécies de prisão processual: 
prisão em flagrante;
prisão preventiva;
prisão temporária;
prisão para apelar;
prisão por sentença de pronúncia.
Prisão Civil. A Constituição Federal não permite a prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel, conforme art. 5.º, inc. LXVII, da Constituição Federal.
Prisão disciplinar. É a prisão para as transgressões militares e os crimes propriamente militares.
Prisão administrativa. Com a Constituição Federal de 1988, a autoridade administrativa não pode mais aplicar a pena de prisão, sendo necessária a decretação pelo Poder Judiciário, respeitando-se o devido processo legal.
1.3. Mandado de Prisão
	O Código de Processo Penal, nos arts. 285 e ss., trata do mandado (ordem) de prisão. Conforme dispõe esse diploma, a autoridade judicial que ordenar a prisão expedirá o respectivo mandado, que será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade competente. Além de designar pelo nome ou sinais característicos a pessoa a ser presa, o mandado mencionará a infração penal que motivou a prisão, declarará o valor da fiança, se afiançável o delito, e será dirigido a quem tenha qualidade para executá-lo. O mandado será apresentado em duplicata, e o preso passará recibo em uma das vias. A execução do mandado será realizada em qualquer dia e horário, guardadas as disposições sobre inviolabilidade de domicílio. Na prisão em flagrante, não há inviolabilidade de domicílio. Exemplo: guardar entorpecentes em casa é um crime permanente, sua consumação se prolonga no tempo. A prisão em flagrante pode ocorrer a qualquer momento.
1.4. Prisão em Domicílio e em Perseguição
	A prisão decorrente de mandado deve respeitar a inviolabilidade do domicílio, prevista no art. 5.º, inc. XI, da Constituição Federal. O mandado de prisão só poderá ser cumprido durante o dia, compreendido o interregno das 6 às 18h. Alguns entendem que o direito ao cumprimento do mandado de prisão se inicia com a aurora e se encerra com o crepúsculo. Nesse período, a prisão pode ser efetuada ainda que sem o consentimento do morador, podendo o executor arrombar as portas se preciso, conforme art. 293 do Código de Processo Penal. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa cometerá o crime de favorecimento pessoal, art. 348 do Código Penal. Estão excluídos o cônjuge, ascendente, descendente e irmão (cadi) do réu.
	Durante a noite, o mandado de prisão só será cumprido se houver concordância do morador. A recusa, nesse caso, não configura crime, é um exercício regular do direito. Se não houver concordância do morador, como cautela, as saídas devem ser vigiadas, tornando a casa incomunicável. Ao amanhecer será efetuada a prisão.
	No caso de perseguição, passando o réu para outra Comarca, o executor da prisão poderá prendê-lo onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade policial local, que lavrará o auto de prisão em flagrante, se for o caso, e providenciará sua remoção para apresentação ao juiz que determinou a prisão.
1.5. Prisão Especial
Algumas pessoas, em razão de sua função, cumprirão a prisão processual em celas especiais ou quartéis – tal prisão só vigora até a sentença condenatória definitiva. É assegurado: alojamento condigno, alimentação, recreio, uso de vestuário próprio, assistência do advogado, assistência religiosa, assistência médica particular, visita de parentes e amigos em horário previamente fixado, visita de parentes próximos durante o expediente, sem horário determinado, recepção e transmissão de correspondência livremente, salvo casos especiais, e transporte diferenciado. O art. 295 do Código de Processo Penal relaciona aqueles que têm direito à prisão especial. Além desses, há outros previstos em leis especiais também.
	Se não houver estabelecimento adequado, poderá ser concedido o regime de prisão provisória domiciliar, na própria residência, de onde o preso não poderá se afastar sem prévio consentimento judicial.
	Conforme art. 86, § 3.º, da Constituição Federal, o Presidente da República não estará sujeito à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória transitada em julgado.
1.6. Prisão em Flagrante
A palavra ‘flagrante’ vem do latim, significando ‘queimar’. Flagrante delito é o crime que ‘ainda queima’, isto é, que está sendo cometido ou acabou de sê-lo. A prisão em flagrante é uma medida restritiva da liberdade de natureza processual e cautelar. Consiste na prisão – independente de ordem escrita e fundamentada de juiz competente – de quem é surpreendido enquanto comete ou acaba de cometer a infração penal. Aplica-se também à contravenção.
1.6.1.	Espécies de flagrante
Flagrante próprio: é o flagrante propriamente dito, real ou verdadeiro. O agente é preso enquanto está cometendo a infração penal ou assim que acaba de cometê-la– art. 302, incs. I e II, do Código de Processo Penal.
Flagrante impróprio: é o flagrante irreal ou “quase-flagrante”. O agente é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração– art. 302, inc. III, do Código Penal.
Flagrante presumido: é o flagrante ficto ou assimilado. O agente do delito é encontrado, logo depois, com papéis, instrumentos, armas ou objetos que fazem presumir ser ele o autor do delito– art. 302, inc. IV, do Código de Processo Penal.
Flagrante compulsório: as autoridades policiais e seus agentes têm o dever de efetuar a prisão em flagrante, não possuindo qualquer discricionariedade.
Flagrante facultativo: é a faculdadeque qualquer um do povo tem de efetuar ou não a prisão em flagrante, conforme os critérios de conveniência e oportunidade.
Flagrante preparado ou provocado: é o delito de ensaio, delito de experiência, delito putativo por obra do agente provocador. Ocorre quando alguém, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime e, ao mesmo tempo, toma providências para que ele não se consume. No flagrante preparado, o policial ou terceiro induz o agente a praticar o delito e o prende logo em seguida, em flagrante. O Supremo Tribunal Federal considera atípica a conduta, conforme a Súmula n. 145.
Flagrante esperado: essa hipótese é válida. O policial ou terceiro esperam a prática do delito para prender o agente em flagrante. Não há qualquer induzimento.
Flagrante prorrogado: é o flagrante previsto no art. 2.º, inc. II, da Lei n. 9.034/95, que trata das organizações criminosas. O policial tem a discricionariedade para deixar de efetuar a prisão em flagrante no momento da prática delituosa, tendo em vista um momento mais importante para a investigação criminal e para a colheita de provas. Só é possível nesses crimes.
Flagrante forjado: é o flagrante maquinado, fabricado ou urdido. Policiais ou terceiros criam provas de um crime inexistente para prender em flagrante. Exemplo: o policial, ao revistar o carro, afirma ter encontrado drogas, quando na verdade foi ele quem colocou a droga dentro do carro, visando a incriminação. Apesar da dificuldade de sua prova, quando ela se dá é considerado crime inexistente, e o policial responde por abuso de autoridade.
O flagrante em crime permanente pode ocorrer enquanto não cessar a permanência do delito. No tocante ao flagrante em crime habitual, surgiram duas correntes:
A primeira entende que o crime habitual exige a reiteração de condutas, logo, não cabe a prisão em flagrante.
A segunda afirma que, se já existe prova da habitualidade, pode ocorrer a prisão em flagrante.
A ação penal privada não impede a prisão em flagrante, desde que o ofendido autorize a lavratura do auto e o ratifique no prazo da entrega da nota de culpa, ou seja, em 24h.
Não podem ser presos em flagrante:
Menor de 18 anos (menor é apreendido).
Diplomatas estrangeiros.
Presidente da República.
Agente que socorre a vítima de trânsito – art. 301 da Lei n. 9.503/97.
Aquele que se apresenta espontaneamente à autoridade após o cometimento do delito. Nada impede, entretanto, que lhe seja decretada a prisão preventiva, se necessário.
Podem ser presos em flagrante apenas nos crimes inafiançáveis:
membros do Congresso Nacional;
deputados estaduais;
magistrados;
 membros do Ministério Público;
advogados no exercício da profissão.
A autoridade policial competente, para lavrar o auto de prisão, será aquela do local onde se efetivou a prisão. Se for local diferente de onde ocorreu o delito, os autos devem ser posteriormente para lá remetidos a fim de instauração do inquérito policial e propositura da ação penal. Se se desrespeitar essa regra, o auto será válido, haverá mera irregularidade. 
No caso de infração militar, o auto de prisão em flagrante é lavrado pela autoridade oficial militar. Nos crimes cometidos no interior da Câmara ou do Senado, a Mesa da Câmara ou outra autoridade competente, designada no regimento interno, lavrará o auto.
Se o fato foi praticado contra autoridade ou em sua presença, ela própria, desde que investida de suas funções, poderá lavrar o auto.
Como o prazo para a entrega da nota de culpa ao preso é de 24 horas, por dedução lógica, o prazo para lavratura do auto também é de 24 horas.
Etapas da prisão em flagrante (Art. 304-310, CPP)
Comunicação ao preso de seus direitos, dentre eles os de permanecer em silêncio no interrogatório. Deve-se também comunicar sua família ou seu advogado sobre a prisão. O direito do preso é o de comunicar e não o de ser assistido.
Iniciam-se as oitivas do condutor do preso e depois, no mínimo, de duas testemunhas. Na falta de uma testemunha, o próprio condutor poderá ser a testemunha. Não havendo testemunhas, devem ser ouvidas duas testemunhas que presenciaram a apresentação do preso à autoridade policial – são as testemunhas instrumentárias. Se for possível, ouve-se também a vítima.
Interrogatório do preso. Segue os mesmos requisitos do interrogatório judicial. 
Em até 24 horas (após a realização da prisão), deve ser entregue ao preso a nota de culpa, que é o instrumento que informa ao preso os motivos da prisão. Deve ser assinado pelas testemunhas. A falta da nota de culpa também acarreta o relaxamento da prisão.
Encerrada a lavratura do auto, a prisão é comunicada ao juiz, que dará vistas ao Ministério Público. Com essa comunicação, a autoridade policial se desincumbe da sua obrigação.
Prisão Preventiva
A prisão preventiva é uma prisão processual de natureza cautelar. Pode ser decretada desde o inquérito policial até antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Como é exceção, só pode ser decretada quando demonstrado o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
Será decretada a requerimento do Ministério Público, por representação da autoridade policial, ou de ofício pela autoridade judicial, tanto em ação penal pública como em ação penal privada.
Se o Ministério Público, ao invés de oferecer a denúncia, devolver os autos para diligências complementares, não poderá ser decretada a preventiva, pois não estão caracterizados os indícios da autoria – falta o fumus boni iuris.
A apresentação espontânea do acusado não impede a decretação da preventiva.
A decisão que denega o pedido de prisão preventiva comporta recurso em sentido estrito, conforme art. 581, inc. V, do Código de Processo Penal. A decisão que concede pedido de prisão preventiva comporta o pedido de habeas corpus.
A prisão preventiva não pode ser decretada nas infrações penais em que o réu se livra solto.
Pressupostos para decretação da prisão preventiva:
Fumus boni iuris: Prova da materialidade e indícios de autoria.
Periculum in mora: 
Garantia da Ordem Pública (GOP): Visa impedir que o agente, solto, continue a delinqüir ou acautelar o meio social. Maus antecedentes e reincidência evidenciam provável prática de novos delitos. Também cabível quando o crime se reveste de grande violência e crueldade.
Conveniência da Instrução Criminal (CIC): Visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas.
Garantia da Aplicação da Lei Penal (GALP): Há iminente risco de o acusado fugir, inviabilizando a aplicação da lei penal. Cabível principalmente nos casos do agente não ter residência fixa ou ocupação lícita.
Garantia da Ordem Econômica (GOE): Foi introduzida pela lei antitruste (Lei n. 8.884/94), visando coibir graves crimes contra a ordem econômica, ordem tributária e o sistema financeiro. 
Só se admite a decretação da preventiva nos crimes dolosos:
punidos com reclusão;
punidos com detenção, se o acusado for vadio ou de identidade duvidosa;
se o réu foi condenado por outro crime doloso em sentença transitada em julgado.
Prisão Temporária
A prisão temporária não está prevista no Código de Processo Penal, mas na Lei n. 7.960/89. Suas principais características são:
Somente é decretada durante o inquérito policial.
Nunca pode ser decretada de ofício, somente por requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial.
Tem prazo determinado ( Art. 2º). Esgotado o prazo, o acusado deve ser solto. Em regra, o prazo é de 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de extrema e comprovada necessidade. Nos crimes hediondos e assemelhados (Lei n. 8.072/90 - § 4º, do art. 1º ), o prazo é de 30 dias prorrogáveis por igual período. Apesar de ter prazo predeterminado, pode ser revogada antes disso.
É uma prisão de natureza cautelar, só tem razão de ser quando necessária. Após esgotado o prazo, o acusado pode continuar preso, se houver a conversão da prisão temporária em prisão preventiva.
	O art.1.º da Lei n. 7.960/89 determina os requisitos necessários para a decretação da prisão temporária. São eles:
quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos suficientes para sua identificação;
quando houver fundadas razões– provas de o agente ser autor ou ter participado dos seguintes crimes:
atentado violento ao pudor;
crimes contra o sistema financeiro nacional;
extorsão;
extorsão mediante seqüestro;
estupro;
epidemia com resultado morte;
envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificados por morte;
genocídio;
homicídio doloso;
quadrilha ou bando;
roubo;
rapto violento;
seqüestro ou cárcere privado;
tráfico de drogas.
O rol do art. 1.º, inc. III, da Lei n. 7.960/89 é taxativo, mas não se esgota ali; a Lei n. 8.072/90 o complementa.
Os requisitos do art. 1.º, incs. I a III, são alternativos ou cumulativos?
Posições:
Uma primeira corrente, sustentada pelos Profs. Tourinho e Mirabete, afirma que os requisitos são alternativos.
Uma segunda, sustentada pelo Prof. Scarance, estabelece que os requisitos são cumulativos e que todos devem estar presentes para que seja decretada a temporária. Inviabiliza, na prática, a aplicação da lei..
Uma terceira corrente, sustentada pelo Prof. Vicente Greco Filho, entende que os requisitos são alternativos, porém, o juiz só poderá decretar a prisão temporária se presentes os fundamentos da preventiva (GOP, GOE, GALP, CIC).
Uma quarta, sustentada pelos Profs. Damásio De Jesus e Magalhães Gomes Filho, sustenta que, como em toda prisão cautelar, devem estar presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. Na temporária, o periculum in mora é o requisito do art. 1.º, incs. I ou II, da Lei n. 7.960/89; e o fumus boni iuris é o requisito do art. 1.º, inc. III, da Lei 7.960/89. O juiz, portanto, no caso concreto, vai decretar a temporária se estiverem presentes: 
o inc. III combinado com o inc. I;
o inc. III combinado com o inc. II. 
É a posição dominante e acolhida pela jurisprudência.
�
Bizu Esquematizado I
	
	Preventiva
Art. 312, CPP
	Temporária
Lei 7.960/1989
	Flagrante
Art. 302, CPP
	Pronúncia
Art. 413, §3º, CPP
	Prisão para recorrer
Art. 387, § 1º CPP.
	
Conceito
	Medida cautelar de constrição à liberdade por razões de necessidade
	Modalidade de prisão cautelas por razões de utilidade investigatória (8)
	Prisão cautelar de ordem administrativa constitucional (14)
	Medida cautelar de constrição à liberdade por razões de necessidade (21)
	Medida cautelar de constrição à liberdade por razões de necessidade (26)
	Natureza Jurídica
	Prisão judicial
	Prisão cautelar judicial
	Prisão cautelar administrativa
	Prisão judicial
	Prisão judicial
	Fundamento Jurídico
	Garantia da ordem publica ou econômica; conveniência da instrução; assegurar aplicação da lei penal (1)
	Imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial; indiciado sem paradeiro fixo ou identidade certa; somente para certos crimes (9)
	Estado de flagrância: cometer a infração penal; acabar de cometê-la; perseguido logo após; encontrado logo depois com objetos do crime (15)
	Garantia da ordem pública ou econômica; conveniência da instrução; assegurar aplicação da lei penal
	Garantia da ordem pública ou econômica; conveniência da instrução; assegurar aplicação da lei penal
	Origem legal
	Juiz do IP ou processo
	Juiz que acompanha o IP
	Qualquer pessoa ou policial
	Juiz do processo
	Juiz do processo
	Momento adequado
	Durante o processo como regra (2)
	Durante o inquérito
	Qualquer momento
	Por ocasião da pronúncia
	Por ocasião da sentença condenatória
	Prazo de duração
	Razoável e proporcional (3)
	5 dias (+5); 30 dias (+30) (10)
	24 horas (16)
	Razoável e proporcional
	Razoável e proporcional
	Controle de legalidade
	Tribunal (4)
	Tribunal (11)
	Juiz (17)
	Tribunal (22)
	Tribunal (27)
	
Especialidades
	Gravidade do crime (5) Materialidade e indícios suficientes de autoria (6) fundamentação (7) 
	Conjugação de requisitos (12) Finalização (13)
	Facultativo e obrigatório (18) Próprio e impróprio (19) Conversão, relaxamento ou liberdade (20)
	Vínculo com preventiva (23) Réu preso desde o início (24) Revelia 
(ausência) (25)
	Vínculo com preventiva (28) Réu
preso desde o início (29) Proporcionalidade com pena aplicada (25)
BIZU - PRISÃO PREVENTIVA - II
REQUISITOS
 Ou
 
 Ou
 
 Ou
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO TEMPO DE DURAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR - III
RAZOABILIDADE
	Complexidade do processo
	Simplicidade do feito
	Número excessivo de réus
	Um ou poucos réus
	Volume elevado de problemas na Vara ou Tribunal
	Volume escasso de feitos em tramite
	Atuação ineficaz do juiz ou do Relator
	Atuação eficiente do magistrado
	Atuação procrastinatória das partes
	Atuação normal das partes
	----------------------------------------------------------
	---------------------------------------------------------
	Maior tempo de duração da prisão cautelar
	Menor tempo de duração da prisão cautelar
	Penas elevadas em abstrato cominada par ao crime
	Penas diminutas para o crime
	Condições pessoais desfavoráveis do réu
	Condições pessoais favoráveis do acusado
	Potencial aplicação de pena superior ao mínimo
	Potencial aplicação da pena mínima
	Viabilidade de não permitir o recurso em liberdade
	Possibilidade de conceder o direito de recurso em liberdade
	Potencial de aplicação do regime fechado
	Potencial aplicação dos regimes semiabertos e aberto
	Inviabilidade de concessão de benefícios, como penas alternativas ou sursis
	Viabilidade da concessão de benefícios
	Potencial inadmissibilidade de breve progressão de regime
	Potencial admissibilidade de progressão de regime
	----------------------------------------------------------
	---------------------------------------------------------
	Maior tempo de duração da prisão cautelar
	Menor tempo de duração da prisão cautelar
 
 
MEDIDAS CAUTELARES - VI
 
 
	
 Requisitos
Gravidade concreta o crime
Prova da existência do crime
(materialidade)
Hipóteses consagradas pela Jurisprudência
Envolvimento com organização criminosa
Indícios suficientes de autoria
Execução anormal e brutal do delito
Reincidência ou maus antecedentes
Garantia da ordem pública
Probabilidade de reiteração
Garantia da ordem pública
Reincidência ou maus antecedentes
Ameaça a testemunhas/vítimas
Conveniência da instrução criminal
Destruição de provas
Fuga do agente
Assegurar a aplicação da lei penal
Identidade incerta
Todos esses requisitos podem ser alternativos, mas, no caso da ordem pública, sugere-se, ao menos, a existência de um binômio.
PROPORCIONALIDADE - IV
PRISÃO E LIBERDADE - V
Converte a prisão em flagrante em preventiva (Art. 312, CPP)
MANTEM O FLAGRANTE, POIS LEGAL
Expede alvará de soltura
RELAXA A PRISÃOEMFLAGRANTE, POIS ILEGAL
Crime cuja pena privativa de liberdade
no grau máximo não é superior a 4 anos
 
 JUIZ
1 a 100
Salários Mínimos
AUTO DE PRISÃO
EM FLAGRANTE
Crime cuja pena privativa de liberdade no grau máximo é superior a 4 anos
CONCEDE LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA
10 a 200
Salários mínimos
- Aplica medidas alternativas do art. 319, CPP (exceto inciso VIII)
 
 OU
- Aplica o disposto nos arts. 327 e 328.
CONCEDE LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
São medidas cautelares diversas da prisão: (Art. 319/320, CPP)
 I– comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses art. � HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637167/artigo-26-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940" \o "Artigo 26 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940" �26� do � HYPERLINK "http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40" \o "Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940." �Código Penal�) e houver risco de reiteração; de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável.
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
- Aplicação da Lei Penal;
- Para investigação ou instrução criminal;
- Para evitar infrações penais quando previsto em Lei.
Necessidade
REQUISITOS
Art. 282, CPP 
- Gravidade do crime;
- Circunstância do fato;
- Condições pessoais do indiciado/acusado
ADEQUAÇÃO
FIANÇA - VII
RACISMO
TORTURA, TRAFICO DE DROGAS, TERRORISMO, HEDIONDOS
CRIMES DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITRES, CONTRA A ORDEM CONSTITUCIONAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO.
NÃO CABIMENTO
A QUEM TIVER QUEBRADO FIANÇA ANTERIORMENTE CONCEDIDA
 VALOR
Até 2/3 ( Baixo poder aquisitivo do individuo/réu.
Pobreza (incapaz de pagar)
Infração pena máxima não superior à 4 anos
Infração pena máxima superior à 4 anos
Reduzido
Até 1000 vezes ( Alto poder aquisitivo do indivíduo/réu
Aumentado
10 a 200 salários mínimos
1 a 100 salários mínimos
Dispensado
GARANTIA REAL PARA ASSEGURAR O COMPARECIMENTO A ATOS DO PROCESSO E APÓS A CONDENAÇÃO
FIANÇA
PRESENTES OS REQUISITOS DO ART. 312 (PRISÃO PREVENTIVA)
FIANÇA - VIII
DEDUZ-SE: CUSTAS E ENCARGOS DO RÉU (EX.: MULTA
Regularmente intimado par ao ato do processo, o réu deixa de comparecer, sem justificativa.
Perde metade do valor e pode sofrer medida cautelar ou prisão
Se não houver reforço torna-se fiança sem efeito
Autoridade toma, por engano, valor insuficiente
Prática ato deliberado de obstrução do processo
Depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados/caucionados ou depreciação de metais ou pedras preciosas
REFORÇO
QUEBRA
DEDUZ-SE: CUSTAS E ENCARGOS DO RÉU (EX.: MULTA)
PERDE TODO O VALOR DADO EM GARANTIA
É FIANÇA INIDÔNEA
Condenado, o réu não se apresenta para dar início do cumprimento da pena definitivamente imposta.
Nova classificação do crime
FIANÇA
PERDA
CASSAÇÃO
Descumpre medida cautelar imposta cumulativamente com fiança
Pratica nova infração dolosa
Quando não cabível (Ex.: hediondos)
Nova classificação do delito, torna inafiançável o crime
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