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John Locke e Rousseau

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - CAMPUS PARANAVAÍ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE JOHN LOCKE 
E JEAN-JACQUES ROUSSEAU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARANAVAÍ, JULHO DE 2015 
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – CAMPUS PARANAVAÍ 
 
 
 
 
 
 
 
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE JOHN LOCKE 
E JEAN-JACQUES ROUSSEAU 
 
 
 
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Trabalho apresentado ao Professor César 
Alexandre, da Disciplina de História 
Econômica, do Curso de licenciatura em História, 
pelo acadêmico Almir Pissaia Xavier da Silva, 
abordando semelhanças e diferenças entre John 
Locke e Jean-Jacques Rousseau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARANAVAÍ, JULHO DE 2015. 
 
–– 
 
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE JOHN LOCKE E JEAN-
JACQUES ROUSSEAU 
 
“Os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas, os pensamentos 
dominantes”. 
(Karl Marx) 
 
 
 John Locke e Jean-Jacques Rousseau defendiam uma filosofia 
“contratualista”, ou seja, o Estado e a ordem que nele seria estabelecida 
derivavam de um “contrato social”. Dessa forma, os cidadãos abrem mão dos 
seus poderes individuais, de forma hipotética, para poderem viver em 
sociedade. Para ambos, os homens – entenda-se humanidade – haviam 
passado por um estágio inicial, ao qual aplicaram o nome de estado de 
natureza, que pode ser figurado ao estado de caos, por não existir um poder 
controlador, gerando uma grande desorganização. No entanto, o homem é 
naturalmente livre, sendo sua liberdade um direito inalienável, assim como o 
direito a propriedade. 
 Locke e Rousseau tratam assuntos como o direito natural, o de 
propriedade e sobre a formação do Estado. Esses assuntos tratados por 
ambos são as bases do liberalismo, pois tratam da racionalidade, da defesa 
dos direitos individuais inalienáveis e da defesa da liberdade e da propriedade. 
Outrossim, fornecem grande contribuição para a construção do ideal de 
democracia que conhecemos hoje. 
Embora tenham uma visão semelhante, vale ressaltar que, na tese em 
que cada um defendia, ocorreram divergências, sendo que estas serviram para 
aprimorar ainda mais o conceito de sociedade que temos hoje, e que, embora 
tenha sido elaborada há aproximadamente 400 anos atrás, podemos perceber 
sua influência em nosso cotidiano. 
John Locke expõem suas ideias acerca do estado de natureza e toda a 
formação de uma sociedade. Assim, o homem nasce no estado natural, onde a 
única lei que imperava era a lei natural, que nada mais é que a razão humana. 
Assim, o estado natural tem uma lei natural, para que haja ordem, para que 
todos cumpram, que é a razão. É essa lei que ensina aos homens que, por 
–– 
 
serem iguais e livres, nenhum deles devem se prejudicar na saúde, posses, 
liberdade e na vida. 
Porém, havendo uma lei, que é a razão, faz-se necessário que hajam 
executores, que neste caso são os próprios homens. Percebe-se que cada 
indivíduo pode castigar aquele que ofender/desrespeitar a lei, para que se 
busque a preservação da própria lei ou de outrem, e para que, quando 
ocorrerem danos, estes sejam reparados. Não se assemelha completamente, 
mas essa ideia nos remete a lei de Talião. 
Locke nos mostra que, no estado de natureza que defende, o direito de 
propriedade é algo que já nasce com o homem. Ora, para ele, o indivíduo é 
dono de seu corpo, sendo ele dono de seu corpo consequentemente o que o 
seu corpo produz é seu, ou seja, o homem torna-se proprietário dos frutos de 
seu trabalho. 
No entanto, quando o homem modifica algo que é de direito comum, 
como, por exemplo, a natureza, através do seu trabalho, seria direito do 
homem a propriedade sobre o que ele modificou, embora seja de bem comum 
a natureza? Para Locke, a mesma razão que regulamenta e limita a 
propriedade define que, o homem só tem direito sobre as coisas que ele 
poderá usar. Se um indivíduo, dentro da sociedade colher muitas frutas, matar 
muitos animais, que sejam além do que o necessário para sobreviver e isso 
vier a estragar, este homem deve ser punido, pois o seu excedente pertencia a 
outra pessoa que ficou sem. 
A lei natural defendida por Locke nos remete a uma vivência perfeita 
entre os homens, pois não se encontra um contraditório, pois para cada 
punição há uma razão, um motivo, um ato excedente. 
Mas, se a vida no estado de natureza é tão livre, tão boa, por que o 
homem, dono de seu próprio império, não sendo submisso ou sujeito a 
ninguém, abriria mão de seu estado natural? É muito simples, isso ocorre, pois, 
embora o estado natural dê aos homens os direitos a liberdade, propriedade 
entre outros, a fruição desses direitos torna-se incerta e muito instável, pois 
como todos são iguais, nem todos respeitam a igualdade, a liberdade do outro, 
e a justiça pode começar a ajudar uns e menosprezar outros, assim, a 
condição natural mesmo que boa, torna-se arriscada. São essas inconstâncias 
que fazem os homens abandonarem uma condição livre. 
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Abandonando o seu estado natural, percebemos a criação de um corpo 
político, da criação de um estado civil, de uma sociedade, como preferirem. Os 
homens abrem mão de parte de seus poderes, afim de que ocorra a 
regulamentação da sociedade. No estado natural o homem preservava o seu 
direito e o de seu próximo, buscando sempre reparar os danos causados 
quando infringido o direito de outrem. Agora, no Estado Social, quem irá 
estabelecer uma utilização de força afim de que a preservação dos indivíduos, 
agora inseridos em uma sociedade, por meio de leis, será o poder legislativo. E 
quem punirá os homens que desrespeitarem as normas e será responsável em 
executar as leis em vigor propostas pelo legislativo será o poder executivo. 
O poder legislativo seria eleito pelo povo, para que estes representantes 
desenvolvessem as atividades relacionadas à sua função, sem governarem de 
forma arbitraria e truculenta, buscando sempre o bem de todos. Caso os 
representantes não agradem, pode o povo trocá-los e, até mudares a forma de 
organização de poder. Assim, o verdadeiro poder supremo permanece na 
sociedade, no homem. 
Essa definição de Locke nos mostra uma forma primitiva da democracia 
representativa, onde a sociedade, por meio de escolha da maioria, elegem os 
representantes para legislarem, podendo ser destituídos e o modelo legislativo 
findado, quando não atendessem os interesses da comunidade. Aquém disto, 
ainda seria delegado o poder executivo, que faria as leis serem cumpridas. 
Este por sua vez seria subordinado ao legislativo e ficaria em última instância. 
Assim, essas são as contribuições de Locke; um indivíduo pré-social, 
pré-político e livrem unindo-se aos outros por um pacto que definiria o poder 
superior e comum, respeitado por toda a sociedade. Poder este que deriva da 
vontade da maioria, com o objetivo de preservação dos direitos da liberdade e 
propriedade. 
O suíço Jean-Jacques Rousseau também fala sobre o estado de 
natureza e do pacto social, que ele denomina como contrato social. Mas sua 
visão é menos individualista que Locke. Vejamos o pensamento liberal de 
Rousseau. 
Inicia seu pensamento semelhante ao inglês Locke, pois defendia que os 
homens também surgiram em um estado natural, eram seres livres, no entanto, 
os homens chegaram a um ponto em que as dificuldades para a conservação 
–– 
 
do estado de natureza são maiores que as forças dos próprios indivíduos para 
se manterem nesse estado natural, assim, deve ser abandonado o estado de 
natureza para que possam sobreviver. 
Esse pensamento de Rousseauvem para justificar a mudança do 
Estado Natural para o Estado Social. Assim, os indivíduos deveriam buscar 
uma forma de sociedade, que defenda e vise o bem comum, onde, através da 
união que se formará, cada um obedecerá a si mesmo, permanecendo livre 
como era no Estado de natureza. 
Percebemos com isso, que a preocupação de Rousseau é a de 
organizar a vida societária que esteja sob um domínio superior, sem que os 
indivíduos venham a perder sua liberdade. Com isso, denotamos que, assim 
como John Locke, a liberdade é um valor indispensável, pois àquele que 
renuncia sua liberdade, consequentemente renuncia sua qualidade de homem, 
perdendo assim sua função social. No entanto, para que seja possível a 
abdicação da liberdade, Rousseau cria a ideia do Contrato Social, onde todos 
os indivíduos abdicam de seus direitos em favor da sociedade, e assim, todos 
são iguais não havendo prejudicados. 
Rousseau explana que, em favor da vontade geral, cada um doará seus 
direitos a um dirigente. Com isso, o contrato cria, através desta doação, um 
corpo político, que será soberano. Assim, a soberania será exercida pelo corpo 
político, que é o povo. 
As leis serão formuladas pelo legislador e sancionadas pelo soberano, 
que sendo o povo, sancionará leis que serão determinados como atos da 
vontade geral, devendo garantir, prioritariamente a liberdade e a propriedade. 
Essa definição de Rousseau nos remete ao nosso cotidiano, uma vez que o 
mesmo defendia que a Liberdade e a propriedade devem ser garantidas dentro 
do estado de sociedade, fazendo com que as desigualdades ou sejam 
suprimidas, ou sejam diminuídas. Essa definição de Rousseau faz com que 
entendamos que o estado social só poderá ser vantajoso aos homens, que 
abdicaram do seu estado natural, quando todos tem um benefício, e quando 
nenhum obtiver benefício maior que os demais. 
A definição de que o poder legislativo é exercido pelo povo, nos 
remetendo ao parágrafo único, do artigo 1º da Constituição Federal brasileira, 
que reza que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
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representantes eleitos ou diretamente. Porém, quem será o detentor do poder 
executivo? Para Rousseau, o Governo será o detentor de tal poder, pois esse 
poder consiste em atos particulares em prol da comunidade. É ele o 
encarregado em fazer com que se executem as leis. 
Rousseau dá muito valor ao corpo político em sua totalidade, do que aos 
indivíduos, afirmando que a liberdade e a propriedade só são possíveis de se 
efetivarem no estado societário, com o advento do Contrato Social. E é nesse 
ponto que Rousseau se distancia um pouco do que Locke defendeu. 
A definição de contrato por Rousseau, que tem por definição acordo de 
duas ou mais pessoas, empresas, que entre si transferem direito ou se 
sujeitam a uma obrigação, já difere da palavra usada de Locke, que utilizava a 
terminologia pacto, que tem sua definição como ajuste, acordo entre Estados 
ou particulares. Trabalhando um pouco com a raiz da palavra, com o seu 
significado em sentido strictu, proposto pelo Dicionário Aurélio, podemos 
perceber que, Rousseau defendia um envolvimento muito grande por parte 
daqueles que realizavam o contrato, uma vez que havia transferiam-se direitos 
e sujeitavam-se a obrigações. 
Assim, as contribuições de Rousseau para a democracia, embora ele 
não concordasse com a democracia representativa que temos hoje, ele 
conseguiu passar a ideia de que o poder emana do povo, e que este por sua 
vez, tem o poder em suas mãos para fazer e aprovar as leis. A soberania é 
exercida pelo povo, mas sem representantes e sim de forma direta. Portanto, 
para ele, a democracia deve ocorrer de forma direta, como acontecia com os 
gregos. 
Assim, fazendo um breve comparativo, denotamos que, no Estado 
Natural, para John Locke, o homem só se torna cruel quando tem seus bens 
violados e Rousseau defende que o homem é um ser amoral, que não suporta 
ver o sofrimento do seu próximo, no entanto, tem sua inocência maculada ao 
passo que integra mais a sociedade, daí a origem da frase de que “o homem é 
bom, a sociedade é quem o corrompe.”. 
No que se refere ao Estado de Sociedade, Locke defende um pacto 
societário com a finalidade para preservar os direitos naturais e a propriedade 
privada, já Jean-Jacques Rousseau diverge da ideia, uma vez que o pacto não 
seria uma saída perfeita, pois faria com que o homem perdesse sua liberdade 
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integral, tornando-se servo. Assim, Rousseau implanta um contrato que seria 
ideal, onde não será possível o retorno ao Estado de Natureza, nesse engodo, 
Locke propõe que, o retorno ao estado de natureza é possível, quando surge 
um estado tirânico que coloca a preservação da sociedade, da liberdade e da 
propriedade privada em risco. 
Ambos contribuíram para as definições de democracia que hoje 
conhecemos, cada qual de sua maneira. John Locke e Jean-Jacques 
Rousseau defendiam uma filosofia “contratualista”, ou seja, o Estado e a ordem 
que nele seria estabelecida derivavam de um “contrato social”. Dessa forma, os 
cidadãos abrem mão dos seus poderes individuais, de forma hipotética, para 
poderem viver em sociedade. Para ambos, os homens – entenda-se 
humanidade – haviam passado por um estágio inicial, ao qual aplicaram o 
nome de estado de natureza, que pode ser figurado ao estado de caos, por não 
existir um poder controlador, gerando uma grande desorganização. No entanto, 
o homem é naturalmente livre, sendo sua liberdade um direito inalienável, 
assim como o direito a propriedade. Assim, percebemos John Locke e Jean-
Jacques Rousseau defenderam uma filosofia “contratualista”, ou seja, o Estado 
e a ordem que nele seria estabelecida derivavam de um “contrato social”. 
Dessa forma, os cidadãos abrem mão dos seus poderes individuais, de forma 
hipotética, para poderem viver em sociedade. Para ambos, os homens – 
entenda-se humanidade – haviam passado por um estágio inicial, ao qual 
aplicaram o nome de estado de natureza, que pode ser figurado ao estado de 
caos, por não existir um poder controlador, gerando uma grande 
desorganização. No entanto, o homem é naturalmente livre, sendo sua 
liberdade um direito inalienável, assim como o direito a propriedade.