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2.4. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS BÁSICAS Do livro Gerência de projetos/Engenharia Simultânea de Casarotto, Fávero e Castro (editora atlas) A estrutura organizacional de uma empresa de projetos deve ser suficientemente dinâmica e flexível para ir ao encontro das necessidades de um ambiente em contínua mudança. Fatores tais como o número e complexidade dos projetos, tipos de contratos usualmente empregados e a fase do ciclo de vida dos projetos são processos dinâmicos que contribuem para este ambiente em mudança. A forma de organização deve atender, também, aos diversos níveis hierárquicos de decisão da empresa, que possuem níveis distintos de autoridade e responsabilidade, exigindo portanto níveis distintos de detalhamento das informações. Basicamente pode-se definir três níveis de decisão: Nível estratégico - Estabelece o rumo a ser seguido pela empresa, tendo em vista a otimização do relacionamento da empresa com o seu ambiente. Compreende os escalões mais altos da empresa, e necessita de informações altamente sumarizadas de todos os projetos em desenvolvimento ou em estudos, fornecidas pelos gerentes. Nível gerencial - Procura otimizar apenas os resultados das áreas sob sua responsabilidade, procurando a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos, segundo uma estratégia predeterminada. Necessita de informações mais detalhadas a respeito de progresso e custos, coletadas no nível operacional, e gera informações sumarizadas em nível de subprojetos ou departamentos funcionais, além de preocupar-se com as exceções existentes ou por vir. Nível operacional - Executa as atividades planejadas. Exige uma grande quantidade de informações para definir perfeitamente os serviços a serem executados. Isto faz com que a tomada de decisão por parte do pessoal operacional envolva unicamente uma pequena dose de julgamento sobre o que deve ser feito. A seguir serão vistos os principais tipos de estruturas organizacionais, com ênfase em empresas que lidam permanentemente e especificamente com projetos, mas sem se descuidar das empresas de regime permanente ou das que produzem sob encomenda. 2.4.1 – ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL PURA Esse tipo de estrutura organizacional está representado na figura 2.12. Embora possa ser usada em empresas de projetos, ela é característica das empresas de regime permanente. Ela agrupa os recursos humanos conforme a área técnica a que pertencem, de modo a possibilitar a formação de equipes altamente especializadas e uma eficiente utilização de recursos humanos e materiais. No entanto, em empresas de projetos, dado o caráter multidisciplinar dos projetos, essa estrutura pode se mostrar deficiente, pois não há um mecanismo eficaz de integração entre as estapas e os especialistas. Ela é recomendada em casos em que cada projeto é desenvolvido quase na sua totalidade (mais de 80%) em um único departamento da empresa, conforme a especialidade. Um exemplo seria o de uma empresa de engenharia que trabalha com projetos de construções e instalações elétricas e possui dois departamentos correspondentes. Se os projetos de contruções necessitam eventualmente de um apoio do departamento de instalações elétricas e os projetos de instalações elétricas necessitam também eventualmente de uma apoio do departamento de construções (exemplo: uma base para transformadores de tensão), então cada projeto pode ser gerenciado no seu departamento correspondente. Figura 2.12 – Organização Funcional Pura. No desenvolvimento de novas formas organizacionais, específicas ao ambiente de projetos, surgiram algumas estruturas básicas, atualmente adotadas e que diferem entre si pelo grau de autoridade com que são investidos os gerentes. Serão comentadas a seguir três estruturas básicas, de acordo com a classificação de Cleland & King (1978). 2.4.2. Estrutura Funcional com Gerência de Projetos em Staff Segundo Cleland & King (1978), staff é a função de assessoramento às relações de linha de uma organização. Em gerência de projetos, esta função pode ser extrapolada, variando entre a investigação, pesquisa, análise, recomendação, coordenação, comunicação, integração e o comando dos assuntos relativos ao projeto. A organização em Staff trata-se de uma variação da estrutura funcional industrial pura onde o gerente de projetos não tem controle direto sobre o trabalho executado nos departamentos funcionais (figura 2.13). As decisões são tomadas pela gerência geral e pelas chefias de departamentos, que possuem autoridade de linha. Compete ao gerente de projetos manter a equipe integrada e direcionada aos objetivos, utilizando unicamente sua capacidade de persuasão e motivação. Como não possui uma posição hierárquica de linha, pode dirigir-se a todas as pessoas envolvidas no projeto, sem provocar choques com a autoridade dos chefes de departamentos, relatando à gerência geral uma visão sistêmica do projeto, seus problemas e possíveis soluções; poupando-a, assim, de se ocupar de todos os detalhes. No entanto, a viabilidade dessa forma de organização depende inteiramente das qualidades pessoais do gerente de projetos. Figura 2.1.3 - Gerência de projetos em staff. 2.4.3. Organização de Projeto Pura A organização de projeto pura (figura 2.14) permite uma autoridade linear completa sobre o projeto, pois os participantes trabalham diretamente para o gerente do projeto. Isto facilita enormemente os procedimentos de controle de tempos e custos, e evita o surgimento de conflitos de autoridade. No entanto, para a empresa, o custo de manutenção desta estrutura tende a ser proibitivo, devido a duplicidade de esforços e facilidades entre os projetos. Além disso, uma vez que não existe um reservatório de especialistas em um departamento funcional, não há condições adequadas para a especialização técnica dos recursos humanos da empresa nem para o estoque de conhecimento obtido com o projeto. As habilidades requeridas em projetos variam durante o ciclo, de modo que os colaboradores se sentiriam inseguros. Além do mais, o Gerente do Projeto poderia vir a se desviar de seus objetivos para administrar problemas pessoais da equipe. Figura 2.14 - Organização de projeto pura Há alguns tipos de projetos em que essa estrutura pode ser recomendada. Seria o caso de projetos remotos (longe da sede, em locais sem infra-estrutura) e de longa duração. O exemplo seria o da construção de uma hidrelétrica em local ermo, que necessitará de toda uma infra- estrututa própria. Os profissionais transfeririam sua residência sabendo tratar-se de um projeto para vários anos. 2.4.4. Organização Matricial Esta é a mais importante das formas básicas de organização para projetos, e vem sendo utilizada com sucesso por inúmeras empresas. Os comentários a seguir foram adaptados do trabalho de Vasconcellos (33). A organização do tipo matricial (figura 2.15) proporciona condições de flexibilidade e funcionalidade adequadas para atender às mudanças de ambiente e a dinâmica dos projetos, permitindo alcançar padrões desejados de custos, cronograma e desempenho, através de uma combinação de estruturas, projeto e funcionalidade. Os departamentos funcionais representam as colunas da matriz (autoridade e responsabilidade funcional) e os projetos as linhas da mesma (autoridade e responsabilidade de projeto). Figura 2.15 - Organização matricial. Os chefes de departamentos cuidam do aprimoramento técnico das suas equipes, coordenam suas atividades a fim de evitar a duplicidade de esforços e são responsáveis pela alocação de especialistas aos váriosprojetos. Quando os recursos humanos são pouco treinados, o chefe de departamento presta assistência técnica à equipe, cabendo a ele a aprovação da qualidade dos trabalhos executados pelo seu pessoal. O gerente de projetos negocia com os chefes de departamento de recursos humanos sobre o uso dos equipamentos necessários para a execução do projeto, ainda na fase preliminar de planejamento. Após o início do projeto a equipe fica sob as ordens do gerente do projeto até o seu término, quando então são alocados a outros projetos. Durante a execução do projeto o gerente coordena as atividades dos diversos especialistas e mantém o relacionamento com o cliente, no caso de serviços contratados. Dessa forma, a especialização e o uso eficiente dos recursos são garantidos pelas unidades funcionais e, simultaneamente, a gerência de projetos assegura o cumprimento de prazos e orçamentos, o atendimento ao cliente e a integração entre os diversos especialistas. No entanto, a existência de dupla ou múltipla subordinação aumenta o nível de conflitos, pois o gerente funcional quer distribuir seus funcionários pelos vários projetos nas datas que lhe proporcionam uma melhor utilização dos recursos, enquanto que o gerente de projetos quer os melhores funcionários para trabalhar no seu projeto, nas datas que melhor lhe convém para cumprir o cronograma e o orçamento. Cabe ressaltar, porém, que este conflito não é, necessariamente, uma desvantagem da estrutura matricial, e sim inerente a ela; e decorrente da tentativa simultânea de maximizar os resultados dos projetos e das áreas funcionais. Assim, a determinação clara e precisa da autoridade e responsabilidade do gerente de projeto e gerente funcional, além da preparação eficaz dos recursos humanos através de um programa de treinamento, são questões críticas para a viabilização deste tipo de organização. A figura 2.16 resume as considerações sobre as estruturas funcional, por projeto e matricial e suas aplicações. FUNCIONAL POR PROJETOS MATRICIAL Agrupamentos por Agrupamentos por pro- Sistema misto áreas técnicas jetos, cada qual com o seu gerente Sem um responsável Projeto tem um responsável Gerente Funcional administra Geral, a tendência é o pelo todo seu departamento, Gerente de “passar o bastão”. Não há Projetos o projeto mecanismo eficaz de inte- gração Alto desenvolvimento Duplicidade de tarefas, Quando não utilizado em um técnico da empresa ociosidade e insegurança: projeto, o colaborador desen- insatisfação dos colabora- volve-se em seu setor dores Gerente do projeto tende a - Cada colaborador tem dois desviar-se para outros pro- superiores: conflitos blemas de pessoal Indicado para projetos que Indicada para projetos de Indicada para muitos projetos concentram uma espe- longa duração, em locais que sejam multidisciplinares cialização remotos Figura 2.16 - Resumo das considerações sobre as estruturas 2.4.5.- ORGANIZAÇÃO EM EMPRESAS INDUSTRIAIS Como já abordado, existem empresas industriais de produtos seriados de setores mais ou menos dinâmicos que lidam com maior ou menor frequência com projetos. Há também empresas que produzem sob encomenda, desde uma serralheria, passando por um fabricante de estruturas metálicas, até a um fabricante de turbinas hidrelétricas, que lidam permanentemente com projetos. Pode-se dizer que, no caso de empresas que lidam eventualmente com projetos (como exemplo uma empresa industrial gerenciando seu projeto de expansão), a gerência desse projeto pode ficar em Staff junto à Direção da Empresa (figura 2.17). Empresa modernas que lidam com inovação, por exemplo no desenvolvimento de novos produtos, podem adotar o conceito de "task force" ou Força Tarefa. Um grupo dedicado, com pessoas de várias áreas com interesses no projeto, é ligado à direção da empresa e ganha autonomia para o seu desenvolvimento. São situações em que o ganho de tempo é fundamental para garantir a competitividade (figura 2.18). Força-tarefa é o padrão para empresas que adotam Engenharia Simultânea . Figura 2.17 - Organograma de empresa industrial com Gerente de projetos em Staff Figura 2.18 - Organograma de empresa industrial com grupo Força-Tarefa. Já para empresas que lidam permanentemente com projetos, como um fabricante de equipamentos sob encomenda, é recomendada uma diretoria ou departamento específico para projetos, de onde são oriundos os gerentes dos projetos. E, onde estará localizada a equipe de suporte, planejamento e controle dos projetos (figura 2.19). Força- Tarefa Figura 2.19 - Organograma da Empresa com Gerente de Projetos em linha O projeto, também, além da empresa, terá o seu organograma, como será visto no Capítulo 3. É importante, em cada projeto, fazer esse cruzamento entre os organogramas da empresa e do projeto, como forma de melhor identificar os participantes. Um exemplo é apresentado na figura 2.20. O organograma da Figura 2.20, se complementado com uma simbologia para quem participa, quem deve ser consultado, quem decide e quem é o responsável, também é conhecido como Diagrama MATRIZ TAREFA/RESPONSABILIDADE. Figura 2.20 - Organograma da Empresa X Organograma do Projeto ou Matriz Tarefa x Responsabilidade 2.5 – O ESCRITÓRIO DE PROJETOS Archibald (1976), definiu dois conceitos chave para a gestão de projetos: - Todo projeto deve ter um gerente, para que haja um responsável pelo todo, e, - O planejamento e o controle tem de ser integrados, caso contrário ocorre o que se chama comumente de cada departamento querer “puxar a brasa para a sua sardinha”. O segundo conceito implica em pelo menos um mínimo de equipe “full time” para ajudar o gerente a gerenciar seu projeto. Archibald defende que essa equipe full time seja composta pelo pessoal responsável pelo planejamento e controle do projeto. De fato, gerentes de projetos e responsáveis pelo Planejamento e Controle dos projetos, esse é o pessoal que deve compor um escritório de projetos na empresa. O escritório (comunmente chamado de PMO – Project Management Office) é muito importante. É uma estrutura de suporte para o gerenciamento de projetos na empresa, seja qual for o tipo de estrutura organizacional adotado por ela. Mas o escritório vai ter suas funções dimensionadas conforme cada caso. Em empresas de projetos, há ainda a atribuição funcional do escritório de suporte e ao seu chefe na gestão de multiprojetos, ou seja, gestão do portfolio de projetos da empresa. Na seção 2.3.2 – Implicações Gerenciais, abordou-se a necessidade do estabelecimento das prioridades dos projetos em função do conhecimento das consequências do favorecimento de um ou outro projeto sobre os demais, por exemplo, em função do cliente, da proximidade de término, do impacto em outros projetos, da magnitude do valores envolvidos, da agregação de tecnologia. É função do escritório dar a informação aos decisores sobre as consequências do favorecimento e o estabelecimento do ranqueamento das prioridades. 2.5.1. Inteligência em projetos O projeto tem um cliclo de vida. A menos que ele seja concentrado em uma especialidade e desenvolvido num único departamento, a tendência é que o projeto não seja terminado, mas sim, “abandonado”. O projeto termina, as pessoas se vão e, com elas, o conhecimento, o aprendizado. Portanto, a primeira função de um escritório de projetos é garantir armazenamento do conhecimento adquirido, do acervo, das experiências vividas,das melhores práticas. E o segundo é participar da gestão da inteligência competitiva da empresa. Se for especialmente uma empresa de projetos, é papel do escritório monitorar as tendências em gestão projetos, novas formas de organização, novas tecnologias de gestão evolvendo processos, softwares, hardwares, esquemas financeiros, liderança e motivação de equipes, comunicação. No capítulo 3 serão vistas as áreas de conhecimento em gestão de projetos. Pois cabe ao escritório manter a empresa atualizada com as tendências nas áreas de conhecimento. 2.5.2 Maturidade em projetos Das primeiras implantações em projetos e em empresas de projetos de normas de qualidade da série ISO, na década de 80, à implantação dos modelos de maturidade em projetos do mundo de hoje, o responsável na empresa é o escritório de projetos. Maturidade significa o pleno desenvolvimento e o grau de maturidade é a representação do grau em que se encontra a empresas numa escala de maturidade. Ter boas práticas ou ferramentas para gestão de projetos, equipamentos, pessoas motivadas, aprendizado continuo, cultura de projetos, organização são aspectos que compõem a maturidade da empresa em projetos. Bonelli (2009) apresenta oito modelos de avaliação da maturidade, e após , sinteza as etapas e os fatores para se chegar à avaliação. O nível 1 é o inicial, quando os processos para projetos não são ainda formais e há grande dependência do esforço individual. A ação é reativa. O nível de documentação é baixo. Pode já haver o gerente de projetos. O nível 2 a autora caracteriza como processos definidos para projetos. Pode-se dizer que já há processos definidos mas ainda com baixo nível de utilização e de fracos resultados. Com certza todo projeto tem o seu gerente. No nível 3 há processos repetidos e padronizados para projetos, existe rotina e cobrança da rotina e algumas métricas fundamentais. Há documentação e tudo sob liderança de um escritório de projetos. No nível 4 os processos são integrados corporativamente. Há alinhamento com as estratégias organizacionais. Existe gerenciamento de multiprojetos. Finalmente, o nível 5 traz o foco em melhoria contínua nos processos. É a excelência gerencial, aprendizado contínuo. O sucesso dos projetos está próxima aos 100%. Bonelli (2009) também cita os fatores de Cooke-Davies como elementos para medição da maturidade: 1 - Cultura em projetos; 2 - Liderança organizacional; 3 - Cultura do negócio; 4 - Gerenciamento de multiprojetos; 5 - Estruturas, métodos, sistemas, processos e ferramentas; 6 - Autoridade do gerente de projetos; 7 - Informação; 8 - Capacidade dos staffs e, 9 - Balanceamento: gerencias de projetos X gerencias funcionais. Não há uma receita para uma modelo de medição da maturidade. Existem empresas que lidam permanentemente e especificamente com projetos, como existem empresas que lidam eventualmente com projetos. O modelo a ser adotado deve ser criado conforme as necessidades da empresa. 2.5.3 - O tipo de Escritório Já foi dito que o escritório tem atribuição de dar suporte aos projetos da empresa. Sua atribuição deverá ser acordo com o tipo de empresa que lida com projetos. Em empresas que lidam eventualmente com projetos, os gerentes funcionais normalmente acumulam sua função na empresa com a de gerente do projeto, alocado conforme o escopo do projeto. O escritório deve ter um chefe e equipe de suporte a esses gerentes de projetos. Algum técnico de área de escopo do projeto pode ser chamado para compor a equipe de staff. Se for uma empresa que lida especificamente com projetos, aí então os gerentes de projetos estarão lotados no escritório junto com o pessoal de staff. Seu chefe terá provavelmente o cargo de Diretor de Projetos e será o responsável pela gestão de multiprojetos. Dinsmore (1998) define o “Escritório Chefe” como o ente que “cuida e alimenta o portfólio de projetos, desde a seleção até a implementação; envolve-se na decisão de novos projetos e alinhamento estratégico; avalia e decide pela continuação ou não dos projetos; gerencia os “stakeholders” e promove o “mentoring”. O “mentoring” seria um passo além do “coaching”. “Coaching” está voltado para o aprendizado. Já o “mentoring” é orientação, repasse de valores e estratégias e criação, de acordo com os padrões organizacionais. Esse seria um estágio maior para um escritório de projetos, associado a um alto grau de maturidade. ESTUDO DE CASO: Departamento de Pesquisas da FDTI A Fundação para o Desenvolvimento da Tecnologia de Informática - FDTI, tem por objetivo ajudar o desenvolvimento da tecnologia nacional na área de informática através de pesquisa e de prestações de serviços. A FDTI é sustentada em parte por recursos governamentais e em parte por prestação de serviços com organizações públicas e privadas. A FDTI está organizada em quatro Departamentos: Pesquisa, Serviços, Administrativo e Financeiro. O organograma do Departamento de Pesquisa está representado na figura 2.21. Figura 2.21 - Organograma do Departamento de Pesquisa. O departamento possui, resumidamente, o seguinte quadro de pessoal: Nº de pesquisadores de nível superior: 100 Nº de técnicos de nível médio: 90 Nº de funcionários do Departamento: 200 Recentemente três grandes projetos foram alocados ao Departamento, que chamar-se-iam de projetos A, B e C. Estes projetos possuíam algumas características semelhantes: 1. Longa duração (5 anos). 2. Tamanho da equipe na ordem de 25 pessoas. 3. As atividades para a execução dos projetos A, B e C não eram contínuas, de tal forma que uma mesma pessoa poderia trabalhar em mais de um projeto. 4. Para a realização de cada projeto havia necessidade de colaboração de elementos de várias Divisões do Departamento. Estas quarta característica é importante, pois é uma característica nova para o Departamento. Na FDTI os projetos sempre foram de âmbito restrito, e eram realizados dentro de cada divisão. Não exigiam interação entre elas. Para cada um dos projetos foi escolhido um elemento pelo Diretor do Departamento, entre várias alternativas propostas pelos Chefes das Divisões. Os técnicos propostos tinham nível hierárquico imediatamente inferior ao dos Chefes de Divisão. Na nova estrutura eles responderiam diretamente ao Diretor do Departamento. Cada gerente selecionou sua equipe formada por elementos vindos das várias Divisões. As equipes ficariam em tempo integral sob as ordens de cada gerente. Os projetos seriam fisicamente alocados respectivamente no segundo, terceiro e quarto andares do prédio no qual o Departamento funciona. Cada projeto seria provido dos equipamentos necessários, de modo que se tornasse quase que autônomo e independente das áreas funcionais existentes. Na figura 2.22, apresenta-se o novo organograma do Departamento. Figura 2.22 - Novo Organograma do Departamento. Responda: 1 - Antes da entrada dos novos projetos o organograma era o adequado? 2 - Qual é a sua opinião sobre o organograma adotado após a entrada dos novos projetos? 3 - Você acha que o organograma matricial faria sentido nesse caso? 4 - Caso a nova situação com os grandes projetos se torne permanente, como poderá evoluir a empresa, em termos de estrutura organizacional? NOTA: Adaptado a partir do caso "Estrutura Organizacional do Departamento de Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola", apresentado pelo Prof. Eduardo Vasconcellos no curso de Administração de Projetos ministrado à Fundação de Amparo à Tecnologia e Meio ambiente de Santa Catarina, em 1979.
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