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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ - CEULJI/ULBRA JULIANA MACIEL FARIA SANTOS ÉTICA NO PROCESSO SELETIVO: DISCRIMINAÇÃO NO PROCESSO DE SELEÇÃO PARA EMPREGOS EM JI-PARANÁ. JI-PARANÁ- RO 2018 JULIANA MACIEL FARIA SANTOS ÉTICA NO PROCESSO SELETIVO: DISCRIMINAÇÃO NO PROCESSO DE SELEÇÃO PARA EMPREGOS EM JI-PARANÁ. Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário de Ji-Paraná – CEULJI/ULBRA, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de pesquisa em Administração, do Curso de Administração, sob a orientação da Professora Mestre Márcia Cristina Teixeira. JI-PARANÁ – RO 2018 SUMÁRIO IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO ......................................................................................................................... 5 Título ................................................................................................................................................................... 5 Autora ................................................................................................................................................................. 5 Finalidade ............................................................................................................................................................ 5 Local da realização .............................................................................................................................................. 5 Orientador ........................................................................................................................................................... 5 1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE............................................................................... 6 1.1 Caracterizações do Ambiente Estudado ................................................................................................. 6 1.2 Situação Problemática ................................................................................................................................... 7 1.2.1 Dados e/ou informações que Dimensionam a Problemática .................................................................. 7 1.2.2 Limites do Projeto ......................................................................................................................... 8 1.3 Objetivos ....................................................................................................................................................... 8 1.3.1 Geral ...................................................................................................................................................... 8 1.3.2 Específicos ............................................................................................................................................. 8 1.4 Justificativa ................................................................................................................................................... 8 1.4.1 Oportunidade do projeto ........................................................................................................................ 9 1.4.2 Viabilidade do projeto ........................................................................................................................... 9 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................ 10 2.1 Conceito de Ética ........................................................................................................................................ 10 2.1.1 Ética Profissional dentro do Processo de Seleção com base na visão, missão, cultura e valores ......... 11 2.1.2 Conceito de Preconceito, Racismo e Discriminação ............................................................................ 13 2.2 Discriminação e Ética no processo de seleção ............................................................................................ 15 2.4 Importância do Recrutamento nas organizações ......................................................................................... 16 2.4.1 Importância do Processo de Seleção nas organizações ........................................................................ 17 2.5 A diversidade frente ao setor de Recursos Humanos .................................................................................. 19 2.6 Discriminação na elaboração do desenho de cargos e anúncios de empregos ............................................ 20 2.6.1 Discriminação na entrevista do candidato ........................................................................................... 25 3. Metodologia .................................................................................................................................................. 28 3.1 Plano ou Delineamento da Pesquisa............................................................................................................ 28 3.2 Definição da área ou População-Alvo ......................................................................................................... 30 3.3 Plano de Amostragem ................................................................................................................................. 30 3.4 Plano de coleta de dados ............................................................................................................................. 32 3.5 Plano de Análise de Dados .......................................................................................................................... 32 4. CRONOGRAMA ......................................................................................................................................... 34 5. ORÇAMENTO E FONTE FINANCEIRA ................................................................................................... 35 6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 36 APÊNDICES ......................................................................................................................................................... 39 4 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Conceituação dos requisitos do cargo e características do candidato .................................... 19 FIGURA 2 - Posicionamento do cargo no organograma. ........................................................................... 21 FIGURA 3 - Conteúdo do cargo segundo a descrição de cargos. .............................................................. 22 FIGURA 4 - principais fatores de especificações na análise de cargos utilizadas pelas empresas. ............ 22 LISTA DE FÓRMULA FÓRMULA 1 – Cálculo de amostra para população finita. ....................................................................... 31 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Significado – Motivo – Resultados – Manifestação – Natureza – Ação Legal e Exemplo de Preconceito, Racismo e Discriminação. ..................................................................................................... 14 QUADRO 2 - Perfil do Entrevistador. ....................................................................................................... 26 5 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título Ética no Processo Seletivo: Discriminação no Processo de Seleção Para Empregos em Ji-Paraná. Autora Juliana Maciel Faria Santos Finalidade Obtenção do título de Bacharel no Curso de Administração e da nota na disciplina Pesquisaem Administração - TCC1. Local da realização Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – CEULJI/ULBRA Orientador Prof. Ms. Márcia Cristina Teixeira 6 1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE 1.1 Caracterizações do Ambiente Estudado O ambiente estudado é o Município de Ji-Paraná que pertence ao estado de Rondônia, emancipado em 22 de Novembro de 1977. Conforme o censo realizado pelo IBGE em 2010 o município possuía 116.610 habitantes, porém a estimativa do IBGE é que em 2017 a população tenha aumentando para 132.667 habitantes, sendo o segundo município mais populoso de Rondônia e o quinto em densidade demográfica, com 19,1 habitantes/km². A cultura do município de Ji-Paraná é bem diversificada, uma vez que é colonizada por pessoas de diversas regiões do país. A cultura religiosa também é importante para alguns gestores. Segundo o censo do IBGE em 2010 no município de Ji- Paraná, contava com 41,02% da população católica, 39,21% evangélicos, 14,70% não tinha religião, 0,33% eram testemunhas de Jeová, 0,25% eram espíritas, 2,45% pertencem a outras religiões (Mormonismos e outros) e 1,1% outras religiões. Segundo o levantamento, elaborado e disponibilizados pelo IBGE e DATASUS o município possuía em 2013 um Produto Interno Bruto (PIB) no valor de R$2.729.981.000,00, com um PIB per capita no valor de R$21.239,71 por habitante. Conforme o relatório do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE o comércio foi o setor econômico que mais empregou em 2015 em Ji-Paraná com 10.302 vagas, ou seja 37,2% dos empregos formais do município, seguindo por: Serviços com 7.229 empregos 26,1%, indústria de transformação com 4.465 empregos 16,1%, e administração pública com 2.074 empregos 11.1%. De acordo com o Cadastro Sebrae de Empresas (CSE), em 2015 havia em Ji- Paraná 5.064 empresas formalizadas (com CNPJ ativo), das quais cerca de 2.371 eram microempreendedores individuais (MEI), 2.049 eram microempresas (ME) 536 eram empresas de pequeno porte (EPP), 89 eram médias empresas (MdE) e 19 grandes empresas (GdE). Quanto ao setor econômico 2.429 pertenciam ao comércio, 1.581 ao setor de serviços, 676 a indústria, 344 pertenciam a construção civil e 34 ao setor agropecuário. 7 1.2 Situação Problemática O processo de recrutamento e seleção é de extrema importância dentro das empresas, pois é por meio desse processo que se capta colaboradores para todas as áreas da organização. Atrair talentos potenciais torna-a cada vez mais competitiva, e atrair de forma ética faz com que a organização seja levada muito mais a sério dentro do mercado. A sociedade lamenta-se diariamente da falta de ética, seja ela na sociedade, politica, esporte, cultura ou em qualquer outra área, não é diferente dentro das organizações, por isso a ética no processo de recrutamento e seleção possui grande relevância, se a empresa adotar políticas de recrutamento desde o início com base em sua missão, cultura e valores e possuir um gestor que realmente saiba a importância desses valores e haja com base nas normas e políticas da organização atrairá candidatos potenciais, com as qualificações e competências esperadas, tornando esta etapa fácil e dinâmica. Com a intenção de captar candidatos com as qualificações e competências desejadas, os gestores usam exigências e formas de avaliações que torna o processo de seleção antiético e discriminatório, em alguns casos até entrando na intimidade do candidato. Com base nesta problemática pergunta-se: Como minimizar à discriminação no processo de seleção para empregos em Ji-Paraná através de princípios éticos? 1.2.1 Dados e/ou informações que Dimensionam a Problemática O processo de recrutamento e seleção tem como objetivo atrair profissionais, através de suas competências e qualificações, porém a falta de ética dos gestores faz com que a maioria dos processos de recrutamento e seleção tornem-se incorretos e discriminatório. Segundo Farah (2013, p. 1) “Discriminar uma pessoa significa negar-lhe algum direito com base em critérios injustos”. A má formação de critérios é comum em processo de seleção, os entrevistadores antiéticos avaliam os candidatos com base nos seus interesses e valores pessoais e não com base nos valores e interesse das organizações. Avaliar um candidato por conta da a sua forma física, exigir foto em currículo, exigir um determinado estado civil, analisar a raça e cor, avaliar a vestimenta, dentre outros diversos critérios que são comuns em serem 8 utilizados, não possuem nenhum embasamento profissional ou ético para a tomada de decisão da contratação, pois todos esses aspectos são irrelevantes para o desempenho de qualquer função, uma vez que o que se procura é competência e qualificação. 1.2.2 Limites do Projeto O presente estudo delimitou-se a colher informações sobre a ética e discriminação no processo de seleção no município de Ji-Paraná – RO. 1.3 Objetivos 1.3.1 Geral Identificar como as empresas no município de Ji-Paraná se comportam frente à ética e a discriminação no processo de seleção. 1.3.2 Específicos Identificar quais são os fatores ou pontos de discriminação encontrados na maioria dos processos de seleção. Verificar os modelos mais adequados no processo de seleção. Avaliar o nível de qualificação ou formação dos recrutadores nas organizações de Ji- Paraná. Diagnosticar através de pesquisas de campo o quanto às organizações investem na política de recrutamento e seleção. 1.4 Justificativa A temática deste projeto foi escolhida por observar que diversos artigos onde se fala da falta de preparo dos gestores de recursos humanos, responsáveis pelo processo de recrutamento e seleção diante da discriminação, seja ela consciente ou não. A discriminação apesar de ser crime ainda é muito praticada mesmo que inconscientemente dentro das organizações. A sociedade contemporânea está cada vez mais diversificada, reflexo das diversas culturas presente em nosso país, os debates referentes à diversidade e discriminação tem se tornado cada vez mais comuns no nosso cotidiano, mas quando se trata de discriminação dentro do processo de seleção é necessário ter a consciência que o 9 responsável pelo processo seletivo deve-se estar muito preparado para que a tomada de decisão sobre o candidato seja com base em suas qualificações e competências e não por qualquer outra característica que o gestor julga importante por conta de seus valores e princípios pessoais. Observando alguns anúncios de emprego na cidade de Ji-Paraná percebe-se que a discriminação se inicia desde a divulgação da vaga, com exigências irrelevantes, tais como: Estado civil, local de residência, idade e até mesmo exigindo que não possua filhos para ocupar a vaga, desclassificando os candidatos previamente por motivos variados, sem ao menos avaliar os quesitos realmente necessários: Competência e Qualificação. 1.4.1 Oportunidade do projeto O estudo e pesquisa deste projeto tem o propósito de evidenciar a importância do recrutamento e seleção e como se pode montar estratégias para a diminuição da discriminação através da ética nas empresas do município de Ji-Paraná, visando ainda agregar valor as organizações no mercado baseada nas pessoas que compõe o quadro, e mostrar como o recrutamento com base ética e não discriminatório influencia na rotatividade, aumenta a rentabilidade e torna a organização ainda mais competitiva no mercado. 1.4.2 Viabilidade do projeto Este estudo é viável, pois através dele provocará a busca de uma consciência maior das exigências discriminatórias e das exigências realmente profissionais para as organizações deste município,quais estratégias usar para conscientizar toda a equipe na diminuição do índice de discriminação com critérios irrelevantes nos processos de seleção e como a ética é vital e deve ser utilizada dentro das organizações. Para a eficácia desse estudo serão realizadas pesquisas bibliográficas e de campo relacionadas ao tema e através dessas pesquisas será explorado como o processo de seleção pode melhorar a visão da organização, engajar os seus colaboradores e colocar a pessoa certa no lugar certo. As pesquisas serão feitas com gestores das empresas e com a população do município de Ji-Paraná. 10 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo trata do embasamento teórico do projeto, todo o conteúdo aqui tratado servirá para analisar a discriminação e a falta de ética nos processos de seleção dentro das organizações, e como o processo de recrutamento e seleção pode atrair talentos potencialmente aptos e capazes de ocupar cargos dentro das empresas, conscientizando os gestores de como a ética e a conscientização da discriminação no processo de recrutamento e seleção pode fazer com que a excelência da organização seja conhecida por todos, agregando valor a sua empresa, aumentando a rentabilidade e qualidade do serviço ou produto oferecido, diminuindo a rotatividade, dentre outros aspectos que tornam a organização ainda mais competitiva no mercado. 2.1 Conceito de Ética Para falar sobre a ética profissional no processo de seleção necessita-se conceituar a ética e até que ponto ela interfere em qualquer decisão tomada, seja relacionada à vida social ou profissional. Segundo Vásquez (1999, p.23) “A ética é a teoria da ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano.” Muitas pessoas julgam o sistema para justificar suas atitudes antiéticas, porém o próprio indivíduo decide suas atitudes e ações e como irá agir diante das situações. A palavra “ética” vem do grego ethos e significa aquilo que pertence ao caráter. No cotidiano ouve-se muito a palavra ética, quando se é utilizada, não se refere apenas ao 11 caráter de um indivíduo, mas também dos seus valores, condutas, e essas características entram em formação desde a hora de seu nascimento, quando começa a formação da sua identidade. A formação de identidade é elencada da sua cultura, cultura esta que é herdada dos responsáveis pela sua criação e formação do caráter, onde se instrui crenças, comportamento, decisões entre o sim e o não, certo e errado, bom e ruim, dentre outros vários aspectos que influencia diretamente em seus valores éticos. 2.1.1 Ética Profissional dentro do Processo de Seleção com base na visão, missão, cultura e valores A ética é de suma importância dentro de qualquer organização, seja ela no setor administrativo, financeiro, comercial, operacional ou nos recursos humanos, isso faz com que a organização seja valorizada pelos seus colaboradores e por toda a sociedade, criando assim um engajamento entre seus colaboradores, aumentando a produtividade, motivando-os e atraindo candidatos potenciais para dentro da organização. Conforme Bueno diz: Fortemente conectado com os diversos canais existentes no mercado de trabalho, em constante interação com os diversos níveis da organização a inter- relacionando-se de maneira muito próxima, íntima mesmo, com os candidatos, o selecionador expressa valores, torna visível sua postura ante a diversidade e a complexidade a que está exposto, tratando a ambivalência com uma conduta inabalável. Lembra-se sempre: Ser ético é ser amigo da verdade (BUENO, 1999, p. 114). Realizar um processo de recrutamento e seleção ético com o avanço da globalização é um grande desafio, a falta de conhecimento, ferramentas e estudo da parte de alguns gestores faz o processo de seleção tornar-se antiético ocasionando vários prejuízos às organizações, não apenas financeiros, mas também motivacionais. O processo de seleção antiético faz com que as organizações tenham uma maior rotatividade de colaboradores e perca a credibilidade e valor no mercado e para melhorar isso as organizações estão criando códigos de éticas internos com base na sua visão, missão, cultura e valores. Todas as organizações devem possuir o seu culture code (código de cultura) que nada mais é do que a sua identidade, baseada em sua visão, missão e valores e quando se fala de culture code deve-se estudar a sua importância dentro das organizações. 12 Segundo Lacombe: As organizações podem ensinar sua cultura por meio de documentos escritos, nos quais ela estará explicitada, ou por meio de reuniões, seminários e palestra para os empregados. No entanto, a forma mais forte de se ensinar a cultura é por meio das ações e decisões administrativas, isso é, por meio de seleção cuidadosa dos candidatos; orientação sobre a maneira de fazer as coisas, por meio de normas e de treinamentos; pela abertura de “canais” para promoção e divulgação de valores e princípios da organização; pela implantação de um sistema bem definido de aferição de resultados e premiação de desempenhos; pela exigência de cumprimento folclore da organização; e pelo reconhecimento de mérito dos profissionais que se destacaram e que de deseja que sirvam de exemplo aos demais (LACOMBE, 2005, p. 233). Para Chiavenato: Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: Função de GP é um componente fundamental da organização de hoje. Antigamente, a ênfase era colocada no fazer corretamente as coisas através dos métodos e regras impostos funcionários para obter eficiência. O salto para a eficácia veio com a preocupação em atingir objetivos e resultados. Não se pode imaginar a função de GP sem se conhecer o negócio de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na GP. O principal objetivo da GP é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e a realizar sua missão (CHIAVENATO, 2010, p.11). Os códigos de ética internos têm sido cada vez mais adotados pelas organizações e por este motivo os gestores do setor de recursos humanos devem conhecer e executar de maneira exemplar todo este padrão estabelecido pela organização, pois na maioria das vezes são eles que apresentam a empresa para os colaboradores, o primeiro contato é justamente com os gestores de recursos humanos, são os gestores de RH que apresenta as normas da organização, visão, valores, missão e códigos de ética. A maiorias das empresas que desejam afirmar a ética de seu comportamento moral elabora códigos de ética próprios. Tais códigos permitem que todos dentro e fora da organização conheçam o comprometimento da alta gerência com a sua definição padrão de comportamento ético e, mais importante, que todos saibam que os dirigentes esperam que os funcionários ajam de acordo com esse padrão. O código define o comportamento considerado ético pelos executivos da empresa e fornece, por escrito um conjunto de diretrizes que todos os funcionários devem seguir (ASHELEY, 2005, p.18). E quando se trata das normas e códigos de ética, Segundo Asheley (2005) “A alta gerência deve não somente explicar seu apoio a esse código como também demonstrar ostensivamente que opera com base nele, na prática do seu cotidiano e não apenas na intencionalidade de seu discurso.” Sabendo disso, entende-se que caso os gestores não haja conforme o código, os demais colaboradores não levarão a sério e não farão uso de nenhuma das normas pré-estabelecidas. O código de ética deve ser utilizado por todos da organização, independentemente do nível hierárquico, caso as regras não 13 sejam respeitadaspor todos, não servirá de nada. Lacombe (2005, p.80) diz que: “[...]A seleção deve considerar a cultura da empresa e os valores e crenças do candidato, pois ele deve ter condições de se adaptar a essa cultura. Candidatos muito bons, mas que têm poucas perspectivas de adaptação à empresa, não costumam ficar muito tempo no emprego, gerando custos e perdas de tempo.” Segundo Asheley: Muitas das condutas antiéticas de um gerente resultam da tentativa de atingir metas que ele foi pressionado a alcançar. Quando o funcionário encontra-se sob pressão, a tentação de salvar o cargo ou seu emprego pode ser maior que o apelo à ética nas práticas de gestão. Entretanto, no contexto atual, está presente a complexidade dos interesses dos stakeholders, porque a decisão empresarial pode afetar muitos grupos de pessoas de maneira desigual no tempo e no espaço. Como os indivíduos possuem valores morais diferenciados, as organizações devem ser explicitas com referências as suas expectativas e ao que seja seu padrão moral – o que é certo e o que é errado no seu “fazer negócio” (ASHELEY, 2005, p.17). Apesar de que a maioria das organizações já possui suas normas, valores, missão e código de ética, os colaboradores também já dispõem de seus princípios éticos e naturalmente são guiados por eles e não pelo da empresa, por este motivo deve-se ponderar até onde os princípios de ética da empresa atinge o seus, e até onde os seus princípios éticos atinge os da empresa, como fazer com que em momento algum isso acabe ferindo qualquer uma das partes. É recomendado que os colaboradores sejam muito bem orientados e preparados, devem ser apresentados a todos esses “princípios organizacionais” desde o primeiro contato com a organização, para que não haja contrariedade entre as partes. 2.1.2 Conceito de Preconceito, Racismo e Discriminação Define-se Preconceito como “Juízo antecipado, sem fundamento.” (LUFT, 2001, p. 534). O preconceito geralmente é uma forma negativa de julgar algo ou alguém com inferioridade, é uma opinião formada, julgada superficialmente e geralmente resulta em violência. Define-se Racismo como “Doutrina dos que pregam a superioridade de certas raças humana.” (LUFT, 2001, p. 555). As pessoas que não mudam suas opiniões preconceituosas diante a sua formação de caráter, tornam-se na maioria das vezes racistas, essas pessoas acreditam que existem raça, religião, orientação sexual, ou qualquer outro aspecto superior ao outro. 14 Define-se Discriminação como “Distinção; separação.” (LUFT, 2001, p. 248). A discriminação geralmente é praticada por pessoas que não aceitam as diferenças e a particularidade de cada ser humano, tratando quando julgam necessários algumas pessoas ou grupos com inferioridade diante do que elas acreditam. O preconceito e sua disposição em julgar os homens por causa da diferença; o racismo, com sua prepotência ideológica, que pretende tornar alguns superiores a outros; e a discriminação, conduta injusta por excelência, dão vazão a determinadas atitudes que conduzem ao desequilíbrio das relações humanas. Assim sendo, preconceito, racismo e discriminação exigem mais do que uma legislação que coíba sua prática e avanço. É necessário, sobretudo, que haja uma mudança de comportamento por parte da sociedade (SAVAZZONI, 2015, p. 42). Todos os tipos de preconceito, racismo e discriminação origina-se de critérios de superioridade, distinção, opiniões, nenhum indivíduo nasce com esses critérios, todos são formados diante da sua criação dentro da sociedade, seja ela no meio social, econômico, religioso aonde dão-lhe o direito de acreditar verdadeiramente que o indivíduo pode julgar o outro como lhe for necessário, ainda que com inferioridade e falta de respeito. Quadro 1 Significado – Motivo – Resultados – Manifestação – Natureza – Ação Legal e Exemplo de Preconceito, Racismo e Discriminação. Fonte: Disponível em: https://www.diferenca.com/preconceito-racismo-e-discriminacao/, 2018 A discriminação, na maioria das vezes, é praticada por pessoas que justificam seus atos com base em suas crenças religiosas, conforme Ban Ki-moon, secretário-geral da 15 ONU declarou em um dos seus discursos: “Respeito plenamente os direitos dos povos em acreditar nos ensinamentos religiosos que escolheram. Isso também é um direito humano. Mas não pode haver desculpa para violência ou discriminação, nunca”. 2.2 Discriminação e Ética no processo de seleção A luta contra a discriminação no Brasil tem um longo histórico, um dos primeiros marcos da história contra a discriminação foi a Lei Afonso Arinos, Lei nº 1.390/51, eficácia no art. 5º inciso XLII “A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.” A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º declara que “Todos são iguais perante a lei, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade [...].” Com base neste artigo deve-se questionar o motivo pelo qual a discriminação ainda é tão praticada por toda a sociedade, não só no Brasil, mas em todo o mundo, a luta contra a discriminação não é algo atual, já se tornou histórico e apesar de todas as leis, normas, debates, trabalhos de conscientização, ainda se consegue ver frequentemente em nosso cotidiano, inclusive dentro das organizações. Segunda Farah (2013) e o Artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, além de a discriminação ser crime, ela também é antiética e muito comum acontecer em processos de seleção, o despreparo e a falta de informação dos gestores faz com que os candidatos sejam discriminados, algumas vezes sequer são avaliados pelas suas competências e qualificações, pois o avaliador já tem como base critérios injustos e pré-concebidos. A escritora Barbara Toffler (1993) escreveu um livro chamado: Ética no trabalho: Tomando decisões difíceis no mundo competitivo dos negócios; ela realizou uma pesquisa com 33 gerentes onde eles ficaram durante três ou quatro semanas pensando sobre duas situações éticas com as quais estiveram envolvidos, eles descreveram 59 situações e 69,1% dos casos destacaram a área de Gerenciamento de recursos humanos e administração de pessoal, porém quando eles se referem a essa área, vai muito além da do processo de seleção, trata-se também da avaliação de desempenho, demissões, sistemas de gratificações, dentre outros diversos aspectos ligados a esta área. 16 2.4 Importância do Recrutamento nas organizações Segundo Chiavenato (2008) Existem três tipos de recrutamento, recrutamento interno, externo e misto. Farah (2013) diz que em todos os processos de recrutamento existe índices de descriminação e falta de ética por parte dos gestores. Independente de qual tipo de recrutamento será realizado, deve-se fazer um planejamento para que os talentos potenciais se sintam realmente atraídos pela vaga ofertada. Para Chiavenato (2008, p.165) “Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro das organizações.” [...] recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro das organizações. É basicamente um sistema de informação por meio do qual a organização divulga e oferece ao mercado de RH as oportunidades de emprego que pretende preencher. Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamenteo processo de seleção que vem a seguir, A função, pois do recrutamento é a de suprir a seleção de pessoal com matéria-prima básica (candidatos) para seu funcionamento adequado (CHIAVENATO, 2010, p, 68). O processo de recrutamento é uma área completamente estratégica dentro das organizações, pois é através dela que as empresas conseguem captar talentos dentro do mercado cada vez mais competitivo, para alguns o processo de recrutamento é algo desnecessário que demanda tempo e não precisa de nenhum planejamento ou competência para desenvolver esse papel, porém é através dele que sabemos se o candidato está ou não preparado e qualificado para exercer a função. O recrutamento procura atrair candidatos com mão-de-obra qualificada para participar do processo seletivo e atrair talentos para a organização é um dos maiores desafios dos gestores, pois a intenção não é apenas ter um grande número de colaboradores ou de candidatos e sim de ter pessoas capacitas e engajadas que busquem o crescimento juntos com as organizações. Só é possível recrutar a pessoa certa se soubermos antecipadamente o perfil desejado, isto é, as características pessoas e profissionais. [...] Se o candidato for ótimo, mas não tiver um perfil condizente com os valores, as expectativas e a estratégia da empresa, provavelmente não conseguirá se adaptar à organização (LACOMBE, 2005, p.56). Chiavenato (2009) enfatiza que “[...] O recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamente o processo de seleção.” Ainda em seu livro o autor descreve que “[...] o recrutamento requer um cuidadoso planejamento, 17 que constitui uma sequência de três fases: (1) o que a organização precisa em termos de pessoas; (2) o que o mercado de RH pode oferecer; (3) quais as técnicas de recrutamento a aplicar.” Por isso é relevante que a organização se organize antecipadamente, criando um planejamento estratégico e consciente a curto e longo prazo, visando o crescimento futuro da organização, com base em pesquisas de mercado interno e externo. Esse processo não é algo que deve ser feito esporadicamente, mas sim iterado, tendo em vista que o mercado cresce ininterruptamente. Feito toda a verificação da carência de pessoal dentro dos setores da organização torna-se nítido como será o feita a reposição de pessoas garantindo o sucesso no processo de recrutamento, com um montante viável de talentos para abastecer o processo de seleção. Chiavenato resume o recrutamento da seguinte forma: O recrutamento faz parte dos processos de agregar pessoas à organização. Através do recrutamento a organização – que faz parte do mercado de trabalho (MT) - sinaliza para candidatos que fazem parte do mercado de recursos humanos (MRH) a oferta de oportunidade de emprego. O MT é composto pelas ofertas de oportunidades de trabalho oferecidas pelas organizações e é influenciado por vários fatores, podendo apresentar situação que variam da oferta à procura de emprego. [...] Neste contexto, o recrutamento é o conjunto de atividades desenhadas para atrair um conjunto de candidatos qualificados para uma organização. [...] O curriculum vitae (CV) funciona como um cartão de visitas dos candidatos. A avaliação dos resultados do recrutamento é indispensável para verificar a relação de custo/benefícios dessa importante atividade. (CHIAVENATO, 2004, p. 126). O processo de recrutamento deve ser realizado minuciosamente com estratégias especificas, caso não tenha um bom gestor, com qualificações adequadas para ocupação do cargo a possibilidade de a organização ter prejuízos não só financeiros, mas também estratégicos é grande. Não existe uma forma correta de realizar um recrutamento de primeira, a organização precisa estudar com base na sua cultura como irá realizar o processo, sabemos que é difícil atrair pessoas com competências e qualificações necessárias para executar o trabalho, sabendo disso ter um gestor qualificado faz toda a diferença, pois é através das competências dele que as estratégias de recrutamento da organização serão firmadas, e atrairá talentos realmente qualificados e competentes. 2.4.1 Importância do Processo de Seleção nas organizações O recrutamento tem a intenção de atrair o maior número de talentos que possua o máximo de pré-requisitos alocados no cargo disponível, já o processo de seleção tem o objetivo fazer a triagem dos candidatos que foram atraídos pelo recrutamento, filtrando 18 os perfis adequados para o cargo. Segundo Chiavenato (2008, p.185) “A seleção de pessoas faz parte do processo de provisão de pessoal, vindo logo depois do recrutamento.” Quando se inicia a seleção, que como a própria palavra já diz é o ato de selecionar, selecionar significa fazer seleção ou escolha, escolher ou separar dentre vários ou muitos, e é bem aqui que muitos gestores pecam, pois neste momento os gestores precisam selecionar o perfil ideal, com base nas qualificações e competências do candidato e na maioria das vezes eles utilizam critérios com base em juízos injustos e até mesmo preconceituosos, negando ao candidato a possibilidade de competir de maneira igualitária para a vaga ofertada. Segundo Lacombe: A seleção abrange o conjunto de práticas e processos usados para escolher, dentre os candidatos disponíveis, aquele que parece ser o mais adequado para a vaga existente. Como mais adequado entende-se aquele que tem melhores condições de se ajustas à empresa e ao cargo e de conseguir um bom desempenho. A seleção é a segunda etapa do processo, que começa com o recrutamento e termina com o contrato definitivo após o período de experiência. Uma boa seleção costuma considerar não só a vaga atual, mas o potencial do candidato (LACOMBE, 2005, p.80). Conforme Chiavenato (2004, p. 98 apud Carvalho et al, 2015) explica que “processo seletivo nada mais é do que a busca e adequação entre aquilo que a organização pretende e aquilo que as pessoas oferecem.” Este ponto é quando a organização faz a escolha do candidato, onde ele deve ser avaliado por critérios de competências e qualificações e o candidato escolhe se aceitará a proposta da organização com base em suas necessidades e objetivos. Este é o motivo do processo de seleção ético e não discriminatório ser tão importante, que os talentos serão atraídos pela reputação da empresa, pois automaticamente o clima organizacional também chamará a atenção dos candidatos. A melhor maneira de conceituar seleção é representá-la com uma comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das características dos candidatos que se apresentam para disputá-lo. A primeira variável é fornecida pela descrição e análise do cargo, enquanto a segunda é obtida por meio de aplicação das técnicas de seleção. A primeira variável será denominada x e a segunda variável y, conforme figura abaixo (CHIAVENATO, 2004, p. 123). 19 Figura 1 Conceituação dos requisitos do cargo e características do candidato Fonte: Chiavenato, 2004, p. 132 O setor de RH junto ao processo de seleção foi um dos setores que mais tiveram mudanças nos últimos anos por conta do avanço da globalização e por este motivo deve- se entender que o gestor de RH deve estar muito preparado para lhe dar com todas as diversidades, sabendo analisar criteriosamente cada competência e qualificação do candidato, deixando de lado qualquer critério injusto, ele deve analisar as competências, mas também tem que ser competente e justo perante as suas tomadas de decisões, precisa estar se reciclando incansavelmente para que a sua organizaçãose torne realmente competitiva, ética e justa diante da globalização, a eficiência do gestor diante da globalização faz toda a diferença no processo de recrutamento e seleção atual. 2.5 A diversidade frente ao setor de Recursos Humanos Um dos bens mais preciosos dentro da organização é a Gestão de Pessoas, o capital humano da organização são as pessoas que as compõe e por isso que capacitar e preparar os gestores para as diversidades a ser enfrentada é importante, pois é através deles que que as empresas são humanizadas. Com o avanço da globalização não existe mais desculpas para a discriminação, gerir pessoas é saber que onde há pessoas existe diversidade, valorizar a diversidade deve contribuir para as empresas se alavancar e buscar resultados. O tema diversidade tem ganhado cada vez mais espaço dentro das 20 organizações e por este motivo a preparação de todos, principalmente dos gestores é importante. O sucesso do selecionador de Pessoal, exige, necessariamente, a ampliação da visão estratégica em termos de negócio e dos movimentos socioculturais, políticos e econômicos, que deverão ocorrer em todo o mundo. O selecionador de Pessoal está compromissado com o futuro. Precisa conhecer as principais tendências mundiais e tirar proveito delas, prospectando os melhores talentos para a organização (BUENO, 1999, p. 33). A palavra “diversidade” é uma palavra que vem do latim diversitas.atis que significa diversos, algo que não é semelhante ao outro, multiplicidade, distintos aspectos. A diversidade representa diferentes pessoas, culturas, etnia, cor, raça, religião, dentre outras diferenças. Conforme Nkomo e Cox Jr. (1999, p. 334-335 apud Alves et al, 2002) “A diversidade inclui todos, não é algo que seja definido por raça ou gênero. Estende-se à idade, história pessoal e corporativa, formação educacional, função e personalidade. Inclui estilo de vida, preferência sexual, origem geográfica, tempo de serviço na organização, status de privilégio ou de não privilégio e administração ou não administração.” Hoje as organizações se esforçam para tratam a desigualdade dentro das do seu ambiente para que elas possam ter um diferencial dentro do mercado, atingindo além de tudo benefícios econômicos, infelizmente por conta da discriminação e preconceito presente no dia-a-dia das organizações, este processo não é tarefa fácil, exige muito pulso firme dos gestores das organizações e de todos os envolvidos por esta luta, porém os benefícios que são colhidos no final faz com que a organização se impulsione diante do mercado. 2.6 Discriminação na elaboração do desenho de cargos e anúncios de empregos Conforme Oliveira (2014), não se pode recrutar ou selecionar pessoas sem determinar o cargo, por este motivo deve-se elaborar um desenho de cargos, cargo caracteriza o conjunto de tarefas que é desempenhada por aquele indivíduo, e um dos pontos principais da elaboração de cargo é onde se faz a divisão de responsabilidades entre a pessoa e a organização. Segundo Fleury (2000, p.19) “Os brasileiros valorizam sua origem diversificada, incluindo as raízes africanas, presentes na música, na alimentação, no sincretismo religioso. Mas é uma sociedade estratificada, em que o acesso 21 às oportunidades educacionais e às posições de prestígio no mercado de trabalho é definido pelas origens econômica e racial.” Chiavenato resume o cargo da seguinte forma: O cargo é composto de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa, que podem ser englobadas em um todo unificado e que ocupa uma posição formal no organograma da organização. Para desempenhar suas atividades, a pessoa que ocupa um cargo deve ter uma posição definida o organograma. Dentro dessa concepção, um cargo constitui uma unidade da organização e consiste em um conjunto de deveres e responsabilidades que tornam separado e distinto dos demais cargos. A posição do cargo no organograma define seu nível hierárquico, a subordinação, os subordinados e o departamento ou divisão onde está situado (CHIAVENATO, 2008, p. 219). Figura 2 Posicionamento do cargo no organograma. Fonte: Chiavenato, 2008, p. 220 Chiavenato, 2008, p. 119 explica que: Cada cargo é representado no organograma por um retângulo com dois terminais de comunicação. O terminal de cima que o liga ao cargo retrata a responsabilidade em termos de subordinação. O terminal de baixo que o liga aos cargos inferiores retrata a autoridade em termos de supervisão. Assim, posicionar um cargo no organograma significa indicar qual é seu nível hierárquico [...] Em qual área está localizado [...] A quem se reporta [...] Quem supervisiona [...] E quais os cargos com quem mantem relações laterais. Essa imagem mostra como se define o nível hierárquico dos cargos, nos mostra como é a subordinação. Todas as atividades desenvolvidas pelos indivíduos dentro das organizações possuem cargos, por este motivo é importante realizar o desenho de cargo e atribuir as atividades e responsabilidades de forma sucinta, o organograma de cargo ajuda a dar um norte a quem cada colaborador deve se reportar em determinada situação, fazendo-o entender o seu nível hierárquico e dos demais. 22 Figura 3 Conteúdo do cargo segundo a descrição de cargos. Fonte: Chiavenato, 2004, p. 208 Segundo Chiavenato (2004, p. 209) “A descrição do cargo relaciona de maneira breve as tarefas, deveres e as responsabilidades do cargo.” Sendo assim entendemos que a descrição do cargo nada mais é do que definir o que o ocupante faz, como faz, quando faz, onde faz e por que faz, é um resumo simples das responsabilidades do indivíduo. Logo após a descrição do cargo temos a análise dos cargos. Figura 4 principais fatores de especificações na análise de cargos utilizadas pelas empresas. Fonte: Chiavenato, 2004, p. 209 23 Para Chiavenato (2004, p.2009) “Analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige do seu ocupante em termos de conhecimentos, habilidades e capacidades. Para que possa desempenha-lo adequadamente.” Segundo Chiavenato, 2004, p. 190 Um cargo constitui uma unidade da organização e consiste em um conjunto de deveres e responsabilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos. Na realidade, os cargos constituem os meios pelos quais a empresa aloca e utiliza os seus recursos humanos para alcanças objetivos organizacionais por meio de determinadas estratégias. Na outra ponta, os cargos constituem os meios pelos quais as pessoas executam as suas tarefas dentro da organização para alcanças determinados objetivos individuais. Em resumo, os cargos representam a pedra de toque entre a organização e as pessoas que nela trabalho. Entende-se que o que é relevante na elaboração de cargos para a divulgação de anuncio de empregos é a experiência na função, tarefas, área, conhecimentos, qualificação, tempo de serviço total, saberes e cursos, porém é comum que os gestores confundam o limite dessas exigências e acaba tornando esse processo também discriminatório. Segundo Farah (2013, p. 3) “A ampliação injusta dos pré-requisitos para o exercício de uma função é uma forma sutil de discriminação contra candidatos a emprego [...] Todos os pré-requisitos que não forem relevantes é discriminatório.” As empresas têm o direito de escolher seus colaboradores e descrever os cargos e realizar a divulgação de vagas como bem entender desde que não haja não deseja discriminatória e negue o direito de participação de qualquer cidadão, existem exigências que são tão comuns de serem vistas que acaba não sendo percebidas o quanto são discriminatórias. Conforme a Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 Art. I “Éproibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. (Artigo com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação). As exigências discriminatórias regidas por lei são as seguintes: 24 Sexo – A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º, inciso I declara: “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” e no art. 7º, inciso XXX diz que “Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” Raça – No art. 3º, inciso IV, da CF-88 diz “Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” Origem - estrangeiros caput do art. 5º, da CF-88 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.” Cor - art. 7º, inciso XXX, da CF-88 declara que “Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” Idade - Art. 7º, inciso XXX, da CF-88 diz “Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” E a lei nº 10.741, de 2003 Art. 100. Declara: “Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: I - obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; II - negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho.” Estado Civil - Art. 7º, inciso XXX, da CF-88 declara: “Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. ” Exigir mais de 6 meses de experiência - Art. 442-A da CLT declara que: Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade. Religião - Art. 5º, inciso VIII, da CF-88 diz que: “Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. 25 Sendo assim os gestores devem estar atentos as exigências quanto a elaboração do cargo e divulgação das vagas, uma vez que qualquer discriminação que houve em todo o processo é a empresa que arcara com prejuízos e não os colaboradores, isso afetará diretamente os lucros da empresa e a confiabilidade no mercado. 2.6.1 Discriminação na entrevista do candidato A entrevista é a técnica de seleção mais utilizada, a técnica a ser utilizada para a entrevista de emprego é determinada por cada empresa, o processo de entrevista é a que mais influência na decisão final da escolha dos candidatos, é importante que o gestor que realizará a entrevista possua técnicas e habilidades para que obtenha resultados satisfatórios para a organização. A parte da entrevista é o processo de comunicação entre as partes, geralmente o primeiro contato direto entre o entrevistador e o candidato e também o último estágio do processo de seleção (CHIAVENATO, 2008). Para Bueno: Entrevistar é dialogar, trocar informações, entender o ponto de vista do outro, é se comunicar, ou seja, compreender e ser compreendido, influenciar e ser influenciado, num tom amistoso e não persecutório ou policialesco, com vistas a desenvolver um conhecimento mais aprofundado a respeito de informações de interesse de cada parte. Esta é a única fase indispensável de qualquer processo seletivo, e por isso reveste-se de importância vital para o sucesso na escolha do novo colega de trabalho. Como sabemos, o processo seletivo conjuga uma série de etapas que desembocam na entrevista final num encontro entre o candidato e o requisitante. Esta é a fase decisória do processo (BUENO, 1999, p. 251). Porém esta é a etapa em que a discriminação é mais comum de ser percebida ainda que o entrevistador seja treinado, conheça detalhadamente todas as técnicas a serem utilizadas e possua bastante experiência o erro se inicia quando a entrevista não possui um roteiro pré-estabelecido, onde as perguntas são feitas da forma que beneficie apenas o entrevistador, nem ao menos a empresa é colocada em primeiro lugar. Dados indicam que os entrevistadores julgam os candidatos com base em percepções imprecisas e quando o candidato tem que passar por mais de uma entrevista com gestores diferentes é muito comum de que não haja acordo entre eles no final do processo. Os resultados das entrevistas não estruturadas são resultados irrelevantes, pois muitas vezes os entrevistadores favorecem os candidatos que possua características mais parecidas com as suas, acabam colocando em alta as informações negativas, e insistem em fazer perguntas com base em suas primeiras impressões, nesta fase os entrevistadores 26 costumam julgar com base em preconceitos, principalmente das características físicas dos candidatos e neste momento insistem em fazer perguntas não relacionadas ao trabalho, fazendo julgamento precipitados. E no fim da entrevista o entrevistador pode ou não desclassificar o candidato por conta da sua aparência física, vestimentas, personalidade, linguagem, expressões, peso, estatura, deficiência física não incapacitante para o trabalho, opção sexual, estilo de vida, pelo uso de piercing, tatuagem, tabaco, álcool, tatuagem, beleza ou falta dela, distancia da casa para o futuro trabalho, cor do cabelo, uso de barba, dentre outros diversos motivos não profissionais (FARAH, 2013). Chiavenato diz que: O entrevistador assume um papel de vital importância na entrevista. Muitas organizações estão investindo no treinamento dos gerentes e de suas equipes nas habilidades de entrevistar candidatos. O primeiro passo tem sido a remoção de barreiras pessoais e de preconceitos para permitir autocorreção e, com isto, transformar a entrevista em um instrumento objetivo de avaliação (CHIAVENATO, 2008, p. 195). É importante que os entrevistadores examinem seus preconceitos, evitem fazer perguntas que não tem influência para a cargo, ouça os candidatos com atenção, evite tomar decisões baseadas em seus valores pessoais, não dê opiniões pessoais, não agir com suas emoções e estar preocupados apenas com a empresa e jamais com seu ego pessoal. (CHIAVENATO, 2008). Quadro 2 Perfil do Entrevistador. Fonte: Chiavenato, 2008, p. 198 27 Dentro deste contexto podemos analisar discriminação que ocorrem durante ou após o processo de entrevista, são elas: À opção sexual art. 7º, inciso XXX, da CF-88 “Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.” Violação à intimidade e à vida privada (Piercings, Tatuagens, Endereço de moradia, Barba, Cor ou corte do cabelo, Aparência física...) Art. 5º, inciso X, da CF-88 “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação.” Admissão de trabalhador portador de deficiência no art. 7º, inciso XXXI, da CF- 88 “Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência.” Ao trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (art. 7º, inciso XXXII, da CF-88 “proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.” Após consulta ao órgão de proteção ao crédito - Lei 9.029/95, a qual estabelece no art. 1º a proibição da adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso ou a manutenção da relação de emprego. Com base nesses aspectos os entrevistadores devem estar atentos as mudanças de leis, a forma que agem durante a entrevista de empregos, o que podem ou não exigir dos candidatos, não só pelos prejuízos que podem ser causados para a organização, mas também pela cidadania e ética. 28 3. Metodologia Neste capitulo é definida a metodologia utilizada ao estudo realizado, como o local da pesquisa, tipo de pesquisa, a caracterização da pesquisa, forma de coleta dos dados, análise e tratamento de dados coletados, cronograma e orçamento. A finalidade da pesquisa, segundo Trujillo (apud LAKATOS; MARCONI, 1990, p. 16), “Tem como objetivo tentar conhecer e explicar os fenômenos que ocorrem no mundo existencial, ou seja, como esses fenômenos operam, por que e como se realizam”. A metodologia tem como objetivo detalhar cada passo e ação durante a pesquisa, os relatórios utilizados na pesquisa devem-se apresentar de forma detalhada, com todos os procedimentos utilizados. A metodologia utiliza os meios e os métodos utilizados para na investigação, é através da metodologia que se é mediada a confiabilidade da pesquisa e a real validade dos resultados obtidos (Roesch 1999). 3.1 Plano ou Delineamento da Pesquisa A abordagem a ser utilizada nesta pesquisa será o método quantitativo e qualitativo com objetivo exploratório, baseado em pesquisas bibliográficas. Conforme Gil (2008, p. 13) “Quantidade e qualidade são características imanentes a todos os objetos e fenômenos e estão inter-relacionados. No processo de desenvolvimento, as mudanças quantitativas graduais geram mudanças qualitativas e essa transformação opera-se por saltos.” 29 A pesquisa bibliográfica se trata da utilização de publicações de terceiros. Segundo Fonseca (2002, p. 31) “Qualquer trabalho cientifico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já estudou sobre o assunto”. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo (GIL, 2008, p. 50). Exploratória, quando queremos explorar algo novo no meio acadêmico, o assunto tratado nesta pesquisa é velho, porém a exploração dentro do município é nova. Gil explica que: Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema escolhido é bastante genérico, tornam-se necessários seu esclarecimento e delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados (GIL, 2008, p.27). A pesquisa quantitativa trata-se de resultados com analise estatísticas, onde será feito uma média em que os resultados exponham quantidades através de um questionário estruturado para aferir as experiências de moradores do município de Ji-Paraná no processo de seleção de empregos. Para Fonseca (2002, p. 20) “Como as amostras são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade.” A pesquisa qualitativa trata-se de entrevista com os gestores das organizações, onde os números não serão importantes e sim suas experiências diante do assunto pautado. Segundo Fonseca (2002, p. 20) a pesquisa qualitativa “A pesquisa qualitativa se preocupa com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.” Para Flick (2009): A pesquisa qualitativa não se baseia em um conceito teórico e metodológico unificado. Diversas abordagens teóricas e seus métodos caracterizam as discussões e pratica da pesquisa. Os pontos de vista subjetivos constituem um primeiro ponto de partida. Uma segunda corrente de pesquisa estuda a elaboração e o curso das interações, enquanto uma terceira busca reconstruir 30 as estruturas do campo social e o significado latente das práticas (FLICK, 2009, p. 25). Na delimitação da pesquisa mostra a profundidade da pesquisa e como se deve chegar aos objetivos da pesquisa, de forma clara e objetiva e com os assuntos bem esclarecidos. “Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação” (LAKATOS; MARCONI, 1990, p. 27). 3.2 Definição da área ou População-Alvo Sendo assim o estudo deste projeto será executado através de pesquisas com candidatos a vagas homens e mulheres economicamente ativos com faixa etária entre 16 e 59 anos que já tenha participado de ao menos 1 (um) processo de seleção para empregos no município de Ji-Paraná e com gestores de empresas que tenham mais de 5 anos de atividade dentro do munícipio e a partir de 10 (dez) colaboradores, afim de minimizar a discriminação dentro das organizações. 3.3 Plano de Amostragem Para Gil (2008) “As pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se torna impossível considera-los em sua totalidade. Por essa razão, nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo.” O cálculo utilizado para a aplicação do questionário (pesquisa quantitativa) com os candidatos a vagas será a amostragem para população finita que é quando a população não supera 100.000 elementos, o município de Ji-Paraná possui 132.667 habitantes segundo estimativas do IBGE, porém a pesquisa será realizada apenas com homens e mulheres com faixa etária entre 16 e 59 anos que representa 47,7% da população ou seja 63.282 habitantes, o nível de confiança dessa amostra é de 1%, a porcentagem complementar é de 52,3%, com erro máximo tolerado de 5% (Gil, 2008, p.96). 31 Fórmula 1 – Cálculo de amostra para população finita. Onde: n = Tamanho da amostra o2 = Nível de confiança escolhido, expresso em número de desvios-padrão p = Percentagem com a qual o fenômeno se verifica q = Percentagem complementar N = Tamanho da população e² = Erro máximo permitido Fonte: Adaptado Gil, 2008 p.97 Aplicação do Cálculo de amostragem para população finita Fonte: O autor Com base neste cálculo conclui-se que a pesquisa deverá explorar 397 (trezentos e noventa e sete) candidatos a vagas de empregos no município de Ji-Paraná para obter os resultados necessário. Quanto as entrevistas (pesquisa qualitativa) que serão realizadas com gestores será utilizada a amostragem por conveniência. Gil (2008), diz que a amostragem por conveniência éa amostragem com menor rigor entre todas, uma vez que o pesquisador seleciona os elementos e julga quais serão importantes para representar o universo estudado, sem uma quantidade pré-definida. Este tipo de amostragem pode ser aplicada em estudos exploratórios ou qualitativos, uma vez que nesses estudos não são necessários grandes níveis de precisão para a amostra. Sendo assim o pesquisador definiu que as entrevistas serão realizadas com gestores de microempresas, empresas de pequeno porte, médias e grandes empresas, que tenham mais de 5 anos de atividade dentro do munícipio e a partir de 10 (dez) colaboradores, quanto ao setor econômico dessas não será definido. 32 3.4 Plano de coleta de dados O plano de coleta de dados desta pesquisa será realizado através de entrevistas com os gestores que achem benéfica a referida amostragem, aplicação de questionários com os candidatos a vagas de empregos no município de Ji-Paraná. “O plano de coleta de dados como objetivo principal obter informações do entrevistado a respeito de determinado assunto ou problema.” (LAKATOS; MARCONI, 1990) Segundo Gil (2008, p. 121) “O questionário apresenta uma série de vantagens. A relação que se segue indica algumas dessas vantagens, que se tornam mais claras quando o questionário é comparado com a entrevista.”. O questionário é uma série de perguntas com o intuito de realizar um levantamento de dados sem qualquer interferência do pesquisados nas respostas, os elementos não devem ser expostos, os questionários devem ser muito bem formulados e com orientações para as respostas bem esclarecidas e todas as questões devem ser respondidas. É ideal que antes do início da aplicação do questionário seja realizado um pré-teste para a verificação de possíveis falhas, evitando que a pesquisa seja abortada ineficiente. Fonseca (2002). A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada no âmbito das ciências sociais. Psicólogos, sociólogos, pedagogos, assistentes sociais e praticamente todos os profissionais que tratam de problemas humanos valem- se dessa técnica, não apenas para a coleta de dados, mas também com objetivos voltados para diagnostico e orientação (GIL, 2008, p. 109). A entrevista é feita através de uma conversa, com o objetivo de obter informações concretas onde o pesquisador introduz um tema e o entrevistado fala livremente sobre ele. A entrevista permite que o entrevistado mostre de maneira clara seus sentimentos, conflitos, dificuldades, preconceitos e outros diversos sentimentos. As informações desta pesquisa podem trazer dificuldades para o pesquisador quanto a análise, por este motivo é importante realizar um estudo bastante aprofundado sobre o tema escolhido Fonseca (2002). 3.5 Plano de Análise de Dados Após o término da coleta de dados o pesquisador encontra-se diante de diversas respostas e é necessário ordenar e organizar todas elas, tanto as realizadas através da pesquisa quantitativa, quanto à qualitativa, as respostas precisam ser interpretadas e analisadas pelo pesquisador, para apresenta-las aos interessados da forma mais clara possível. Fonseca (2002, p. 70). 33 Segundo Roesch (1999, p. 149) “Na pesquisa se caráter quantitativo, normalmente os dados coletados são submetidos à análise estatística, com a ajuda de computadores[...] Tipicamente, as medidas para cada respondente são codificadas e, em seguida, manipuladas de várias maneiras.” Sendo assim as pesquisas quantitativas serão apresentadas através de gráficos, tabelas e estatísticas. A entrevista qualitativa será registrada através de anotações e gravador sempre que for autorizado por escrito pelo entrevistado. Segundo Gil (2008, p.119) “O modo mais confiável de reproduzir com precisão as respostas é registrá-las durante a entrevista, mediante a anotações ou com uso do gravador.” E essa pesquisa será apresentada juntamente com a quantitativa através do ponto de vista do pesquisador de forma ética e sucinta. Ao término da pesquisa serão disponibilizados os resultados obtidos para o município, e para todos aqueles que possam interessar. 34 4. CRONOGRAMA O cronograma é a previsão do tempo que a pesquisa levará para ser realizada. Fonseca (2002, p. 76) define cronograma diz que “O cronograma do projeto de pesquisa é o plano de distribuição das diferentes etapas previstas para a sua execução no tempo [...] A falta do cronograma conduz a que muitas pesquisas se estendam indefinidamente, com longos períodos de indefinição.” Atividades Período 2018/2 Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Semanas Semanas Semanas Semanas Semanas 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª Aprofundamento dos estudos teóricos Coleta de dados Análise e interpretação dos dados Entrega para avaliação grau 1 Modificação sugerida pelo avaliador Conclusão da pesquisa Redação final Entrega e apresentação á banca Correção sugerida pela banca 35 5. ORÇAMENTO E FONTE FINANCEIRA O orçamento é o cálculo feito sobre o custo da pesquisa, trata-se dos gastos que o pesquisador terá com sua pesquisa cientifica. Segundo Roesch (1999, p. 179) “A intensão é que o aluno apresenta com descrição pormenorizada dos materiais ou operações necessárias com suas respectivas estimativas de despesas (...)” Item Unidade Valor Unitário R$ Quantidade Valor Total Gasolina 1 R$ 4,87 25 Litros R$ 121,75 Impressão Projeto 1 R$ 0,033 47 R$ 1,51 Impressão Questionário 1 R$ 0,033 60 R$ 1,98 Cópia do Projeto – CD 1 R$ 2,00 2 R$ 4,00 Encadernações 1 R$ 7,00 3 R$ 21,00 Banner 1 R$ 35,00 1 R$ 35,00 TOTAL R$ 185,24 36 6. REFERÊNCIAS ALVES, Mario Aquino, SILVA, Luis Guilherme Galeão. A crítica da gestão da diversidade nas organizações. 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rae/v44n3/v44n3a03.pdf > Acesso em: 10 Maio 2018. ASHELEY, Patrícia Almeida. Ética e a responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. BRASIL, IBGE. 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Já sofreu algum preconceito por conta da sua identidade de gênero ou orientação sexual? ( ) Sim ( ) Não 6. Idade: ( ) 16 a 21 anos ( ) 22 a 27 anos ( ) 28 a 32 anos ( ) 33 a 37 anos ( ) 38 a 42 anos ( ) Mais de 43 anos 40 7. Já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos por conta da sua idade em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 8. Qual o seu atual estado civil: ( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União Estável 9. Já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos por conta do seu estado civil em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 10. Filhos: ( ) Nenhum ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ou mais 11. Já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos por conta da quantidade de filhos em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 12. Nível educacional: ( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto 41 ( ) Ensino superior completo ( ) Especialização 13. Idiomas: ( ) Português ( ) Inglês ( ) Espanhol ( ) Francês ( ) Outros 14. Cor/raça/etnia ( ) Branco ( ) Preto ( ) Pardo ( ) Amarelo ( ) Indígena ( ) Não sei 15. Já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos por conta da sua cor/raça/etnia em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 16. Nacionalidade: ( ) Brasileira ( ) Outros 17. Religião: ( ) Católica romana ( ) Católica apostólica ( ) Protestante ( ) Testemunha de jeová ( ) Espirita ( ) Não possui religião ( ) Outras 18. Com quantos anos você se inseriu no mercado de trabalho? 42 ( ) Antes dos 14 anos ( ) 14 a 17 anos ( ) 18 a 21 anos ( ) 22 a 25 anos ( ) 26 a 29 anos ( ) 30 a 34 anos ( ) Mais de 35 anos ( ) Nunca trabalhei 19. Já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para emprego por conta da sua religião em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 20. Você já participou de quantos processos seletivos para empregos em Ji- Paraná: ( ) 1 a 3 ( ) 4 a 6 ( ) Mais de 6 21. Possui alguma deficiência que não te incapacite para o trabalho? ( ) Sim ( ) Não 22. Caso possua alguma deficiente, já se sentiu discriminado ou excluído de algum processo de seleção por conta disso? ( ) Sim ( ) Não 23. Usa pircieng ou alargador? ( ) Sim ( ) Não 24. Caso use, já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos em Ji-Paraná? 43 ( ) Sim ( ) Não 25. Possui alguma tatuagem? ( ) Sim ( ) Não 26. Caso tenha, já sofreu algum tipo de discriminação em um processo de seleção para empregos em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 27. Qual Distrito você reside? ( ) Primeiro ( ) Segundo ( ) Terceiro ( ) Outros 28. Alguma vez já foi desclassificado de um processo de seleção de empregos por conta da localidade que reside em Ji-Paraná? ( ) Sim ( ) Não 29. Já trabalhou alguma vez conforme as normas
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