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Princípios do direito de família e casamento
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Publicado por Ana Maria Batista
há 3 anos
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1. Princípios
- Princípio da razão do matrimônio e união estável – afeto:
Segundo o qual o fundamento básico do casamento/companheirismo é a afeição entre os cônjuges, podendo existir, portanto, a ruptura da comunhão em decorrência da extinção da affectio.
- Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges/companheiros:
Há equivalência de papéis, ou seja, a família é regida por ambos, de comum acordo, cabendo ao juiz dirimir possíveis conflitos.
- Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos:
Restam vedadas, portanto, todas as designações discriminatórias, falando-se hoje, apenas, em reconhecimento, ou não, dos filhos.
- Princípio do pluralismo familiar:
Uma vez que a Constituição Federal abrange famílias matrimoniais e as entidades familiares.
- Princípio da consagração do poder familiar:
Veio em substituição ao “pátrio poder” e é consagrado como poder-dever.
- Princípio da liberdade - fundado:
a) No livre poder de constituir uma vida familiar, ou por meio de casamento, ou união estável, sem qualquer imposição ou restrição de pessoa jurídica de direito público ou privado;
b) Na livre aquisição e administração do patrimônio;
c) Na livre opção pelo regime matrimonial mais conveniente;
d) Na livre decisão do casal quanto ao planejamento familiar, intervindo o Estado, apenas, para propiciar recursos educacionais e científicos ao exercício desse direito;
e) Na liberdade de escolha do modelo de formação educacional, cultural e religiosa da prole;
f) Na livre conduta, respeitando-se a integridade física, psíquica e moral (alienação parental) dos integrantes da família.
2. Casamento
a) Natureza jurídica: 
A natureza jurídica do casamento é tema controverso. Uma corrente que inspirou o legislador francês, no começo do Séc. XVIII, defendia que o casamento seria um mero contrato cuja validade e eficácia decorreriam apenas da vontade das partes.
O obstáculo a essa corrente era o fato de que se fosse contrato seria dissolvido por distrato, o que não ocorre.
Também como reação a ideia de casamento como sacramento religioso, outra corrente defendeu ser o casamento uma instituição formada por um conjunto de regras pré-impostas pelo Estado, as quais as partes poderiam apenas aderir.
O obstáculo aqui era a vontade dos nubentes que pode ser manifestada em várias situações, como na escolha do regime, por exemplo.
A saída para Sílvio Rodrigues era reconhecer-lhe o caráter contratual, mas de forma especial pertencente ao Direito de Família, com normas cogentes[1] e regras estritas.
b) Definição:
Sílvio Rodrigues: “casamento é um contrato do direito de família que tem por fim promover a união do homem e da mulher, em conformidade com a lei, a fim de regularem suas relações sexuais, cuidarem da prole e se prestarem mútua assistência. ”
c) Fins do casamento:
Maria Helena Diniz: “no casamos para instituirmos a família matrimonial; para procriarmos, porque os filhos são uma consequência lógico-natural do casamento, contudo a falta de filhos não anula um casamento; estabelecimento dos deveres patrimoniais, ou não, entre os cônjuges; atribuição do nome ao cônjuge e aos filhos. ”
d) Criação do casamento civil:
Em Portugal e no Brasil Império existia o casamento entre católicos, pois os princípios do direito canônico regiam todo e qualquer ato nupcial.
Com a chegada de novas crenças ao Brasil, o então Ministro da Justiça, Diogo de Vasconcelos, apresentou o projeto que originou a lei n. º 1.144/1861 para que fosse permitido o casamento de não católicos. A partir desse momento, eram praticados três tipos de casamento no Brasil:
I- Ato nupcial católico;
II- Ato nupcial acatólico;
III- Ato nupcial misto.
Com a proclamação da República deu-se a separação da Igreja e o Estado, vindo o Decreto n. º 181/1890 estabelecer o casamento civil e acabar com qualquer valor jurídico do casamento religioso. A partir de então consolidou-se o hábito das duplas núpcias.
A Constituição Federal de 1834, porém, possibilitou que fossem atribuídos efeitos civis ao casamento religioso, desde que observadas as prescrições legais.
Essa abertura originou a forma especial de casamento que se tem hoje que é o “casamento religioso com efeitos civis. ”
e) Casamento inexistente:
A teoria do casamento inexistente surgiu na França em razão do inconformismo dos franceses quanto ao princípio de que não pode haver nulidade sem expressa disposição legal.
Essa doutrina aponta três requisitos essenciais ao casamento cuja falta faz com que seja inexistente:
I- Diversidade de sexo: deve-se distinguir a identidade de sexo dos vícios congênitos de formação como a dubiedade de sexo;
II- Consentimento: se houver a ausência total de consentimento, teremos o casamento inexistente – ex.: casamento por procuração sem poderes especiais, hipnose;
III- Celebração: se duas pessoas, por exemplo, se casarem redigindo um instrumento particular, ou se o ato nupcial ocorrer perante um simples particular (ex.: padre de festa junina) o casamento seria inexistente.
Casamento jurídico é um nada jurídico, mas que incomoda em razão de se ter de promover ação para declará-lo inexistente.

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