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Persistência do Ducto Arterioso Definição: ü Derivado do 6º arco aórtico; ü Conecta a artéria pulmonar à artéria aorta na vida fetal; pois na vida fetal o pulmão é subdesenvolvido, não tem surfactante para manter o pulmão aberto e existe uma espécie de by-pass do átrio direito para o átrio esquerdo que vai para o ventrículo e de lá direto para a aorta, sem passar pelo pulmão ü Se fecha completamente entre 7-10 dias após nascimento ü Além deste período é considerado patente – PDA Circulação Fetal Na circulação fetal o sangue retorna pela cava no átrio direito, existe o forame oval, o sangue passa do átrio direito para o átrio esquerdo e também passa do átrio direito para o ventrículo direito. Do ventrículo direito ganha a artéria pulmonar, passa pelo ducto arterioso para a aorta, ou do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo para a aorta e vai para a circulação sistêmica. O sangue não passa para o pulmão pois o mesmo ainda não está desenvolvido. Quando o feto nasce o forame oval se fecha e a passagem deixa de existir. No ducto arterioso parte do sangue vai para artéria pulmonar, faz o caminho adequado (átrio esquerdo, ventrículo esquerdo e aorta) e quando o animal não está na vida fetal a pressão da aorta supera a pressão da artéria pulmonar fazendo com que o sangue da aorta volte para a artéria pulmonar, que volta para o pulmão e volta para circulação. Essa parte da circulação fica sobrecarregada, a pressão fica muito elevada, vai muito sangue pro pulmão que vai pro átrio esquerdo e consequentemente sobrecarga do mesmo. Com o tempo ocorre dilatação de átrio e ventrículo esquerdo levando aos sintomas de insuficiência cardíaca congestiva esquerda (edema). A região da artéria pulmonar fica com a pressão extremamente aumentada também devido a sobrecarga (pois o sangue fica congesto na região) que depois de alguns meses neste quadro o fluxo passa a ser reverso levando a um grande problema. Quando o fluxo é reverso onde o sangue venoso da artéria pulmonar devido a pressão (da artéria pulmonar) sobressair a pressão da artéria aorta, o sangue venoso vai entrar para a circulação arterial e levará o animal a quadros de hipóxia. O animal dificilmente tem quadros neurológicos pois devido as ramificações das braquicefálicas que irrigam a cabeça e as extremidades craniais recebem oxigenação do sangue arterial antes de passar pelo ducto arterioso. O fluxo reverso recebe o nome de Síndrome de Elsenmeger Manifestações Clínicas ü Mais frequente em cadelas de raça pura; ü Raramente acomete gatos; ü Maltês, Spitz, Pastor de Shetland, Yorkshire, Poodle miniature e Toy; ü Base genética em poodles; ü Aumento de O² inibe a prostaglandina e ocorre vasoconstrição local ü Defeitos histológicos – déficit de musculatura e déficit de elasticidade; ü Em humanos está relacionado com partos prematuros, altas taxas de prostaglandina e mãe portadora do vírus da rubéola. Sinais e Sintomas ü Grande parte assintomático ou apenas intolerância à exercícios; ü Tosse e dispneia em casos mais graves; ü Fraqueza de membros posteriores em caso de fluxo reverso Exame Físico ü Ausculta cardíaca – sopro de maquinário – Murmúrio de Gibson ü Frêmitos palpáveis no tórax ü Ausculta pulmonar – Edema (casos crônicos) ü Pulso hipercinético (pulso em martelo d’água) Como o sangue é desviado da aorta para a pulmonar a pressão sistêmica cai bruscamente devido ao fluxo desviado e o organismo compensa, no eletro vemos ondas altas (QRS) e longas ü Cianose “diferencial” – quando só tem cianose em membros posteriores Esquema Fluxo Reverso Exames Complementares ü Eletrocardiograma – ondas R altas devido ampla pressão de pulso ü Ecocardiograma – detecta a presença do ducto patente – aumento de átrio, dilatação ventricular, dilatação artéria pulmonar, aumento da velocidade da ejeção aórtica, doppler turbulento reverso característico na artéria pulmonar. ü Radiografia torácica – cardiomegalia, dilatação de átrio e ventrículo esquerdo, pulmões hipervascularizados ou com sinais de edema. Exames Laboratoriais ü Policitemia – resposta medular com aumento da eritropoietina devido à hipóxia crônica. A medula entende que não tem hemácias para carrear o oxigênio e faz esse mecanismo para tentar compensar. Tratamento Cirurgico Ligadura direta do ducto arterioso Faz toracotomia, identifica o ducto arterioso que passa bem abaixo do nervo vago. O ducto é curto e calibroso, o que dificulta de fazer a ligadura. Fazer divulsao com pinça hemostática curva, pode divulsionar com tesoura desde que se tenha muito cuidado. Com uma pinça em L (mixter) passa o fio de nylon dobrado deixando um lado voltado para a aorta e outro para a pulmonar. A regra é ligar primeiro a aorta que é de onde o sangue vem com mais pressão e depois ligar a pulmonar. Se ligar primeiro a pulmonar corre o risco de romper o ducto devido a pressão. Existem formas mais modernas para ocluir o PDA, por exemplo, embolização onde através da veia femoral se acessa o ventrículo, atravessa todo o caminho com um fluoroscópio, atravessa o ducto e coloca uma mola para fechar o ducto arterioso. É uma cirurgia minimamente invasiva. Por que a cirurgia é contraindicada em caso de fluxo reverso? Quando o fluxo se torna reverso a pressão da artéria pulmonar sobressai a pressão da artéria aorta e o sangue venoso entra na pulmonar ao fechar esse desvio a pressão altíssima na artéria pulmonar leva a um quadro gravíssimo de edema pulmonar. A pressão hidrostática supera a pressão oncótica levando a um quadro rápido e irreversível de edema pulmonar.
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