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METODOLOGIA DA GINÁSTICA Prof. Ms. Adriano Guilherme Schmaedecke Tonial Maceió – 2012. 1. GÊNESE DA GINÁSTICA E CONCEITOS 1.1 ETIMOLOGIA: • Ciência que estuda a formação ou distinção das palavras. • Ginástica é uma palavra de origem grega “GYMNADZIEN” que significa treinar, a arte de desenvolver o corpo nu, já que os gregos faziam nus a atividade física. DISCOBULO DE MIRON – SIMBOLO DA EDUCAÇÃO FÍSICA 1.2 ORIGENS: O homem começou a praticar os primeiros exercícios físicos obrigados pela sobrevivência. A medida em que se consolidaram as comunidades as necessidades de conquista e defesa deram origem à criação dos exercícios, cada povo tentando aprimorar-se nos exercícios físicos fundamentais aos apuros dos guerreiros. O CULTO AO CORPO E A ORIGEM DAS LUTAS 1.3 ANTIGUIDADE: A cultura grega, foi a primeira a constatar que a ginástica tinha outras aplicações além da preparação de soldados, os esportes cujo conjunto de modalidades os gregos a definiram por ginástica que ocupou lugar preeminente em sua civilização. Depois do desenvolvimento que alcançaram entre os gregos, os exercícios físicos foram deixados de ser praticados por competição, com o aparecimento da civilização romana os espetáculos assumiram a afeição de lutas mortais entre gladiadores, contra feras ou simplesmente de homens indefesos, a ginástica sofreu uma transformação profunda. A GINÁSTICA COMO ESPETA-CULO: PÃO E CIRCO PARA OS ROMANOS 1.4 IDADE MÉDIA: Os espetáculos sangrentos das arenas e circos desprestigiaram de tal maneira a pratica do esporte como competição, que mesmo depois da queda do império romano, os jovens continuaram a não demonstrar qualquer interesse pelos exercícios físicos. Esse desinteresse acentuou-se durante a idade média. As caças e os torneios, não eram considerados descentes para os esportes. Os exercícios físicos voltaram a ser praticados quase que exclusivamente nos exércitos, para a preparação de soldados. TREINAMEN-TO FÍSICO, A GINÁSTICA NA PREPARAÇÃO DOS EXÉRCITOS 1.5 RENASCIMENTO: O interesse pelas civilizações antigas durante o renascimento, levou a redescoberta dos exercícios físicos, que tiveram tão importante papel na mais evoluída até então, de todas as culturas principalmente a grega. Os humanistas italianos do século XIV e XV, podem ser considerados precursores desta tão nova tendência que reconduzia aos exercícios físicos. MOVIMENTOS RELACIONADOS A SOCIABILIZAÇÃO: ATIVIDADE EM GRUPOS. • As escolas do renascimento fizeram da Educação Física uma parte importante do sistema educacional então vigorante e incluíram em seus programas: • Equitação; Corridas; • Saltos; Esgrima. • E diversos jogos com bola e outras modalidades esportivas, praticadas todos os dias pelos seus alunos e realizadas ao ar livre sem limitação de tempo. 1.6 IDADE CONTEMPORÂNEA: Na Europa em meados do século XVIII, Jean Jacques Rosseau (1712- 1778) tem o seu nome ligado ao reaparecimento da cultura física como fator de educação. Em seu livro “Emile” (1762-Emílio), afirma “se deseja cultivar a inteligência de seu aluno, cultiva as forças que devem regê-la. Exercite seu corpo continuamente. Faça-o forte e são, para que possa fazê-lo inteligente e racional. Deixe-o sempre em movimento. Deixe-o trabalhar, correr, gritar. Deixe-o Ser homem de vigor e pronto, será racional”. Nesta época na Europa despertou o interesse pela ginástica em torno da qual se criaram as principais escolas. 1.7 CONCEITOS DE GINÁSTICA: A Ginástica pode ser conceituada como um meio da Educação Física, que consiste na execução de movimentos naturais ou adaptados harmoniosamente combinados e executados de acordo com um plano sistemático e progressivo para desenvolver todas as massas musculares e funcionais, e aperfeiçoar a função psicomotriz paralelamente as demais funções do organismo cumprindo as funções da Educação Física. A função faz o órgão ir ao trabalho das articulações e dos músculos que favorecem o desenvolvimento de uma base sólida. Para desenvolver uma estrutura neuromotriz é indispensável criar bases e isso só é conseguido, iniciando-se a prática da ginástica desde a primeira infância por que o processo de crescimento e desenvolvimento está indeterminado por fatores de ordem genética e ambiental que levam a criança no decorrer do tempo a uma série de transformações fisiológicas, psicológicas e sócio-culturais. 1.8 OUTROS CONCEITOS: Para os gregos a ginástica denotava uma preocupação de ordem médica. Platão assim a define: “A GINÁSTICA tem por objetivo regular a assimilação e desassimilação e obter a simetria fisiológica da vida orgânica, da qual a saúde a força e outros bens físicos”. Dois séculos depois de Platão, a ginástica não possuía mais aquele sentido grego tão abrangente, mas a abordagem médica era ainda preponderante. Renascimento: Em “De Arte Ginástica” (MERCULARE) um médico renascentista conceituou ginástica como “a capacidade de prever o efeito dos exercícios corporais e de conhecer a sua execução prática a fim de obter e conservar a saúde e o bem estar”. 1.9 EVOLUÇÃO DA GINÁSTICA A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. Desenvolveu-se, efetivamente, a partir dos exercícios, incluindo habilidades para montar e desmontar um cavalo e habilidades semelhantes a executadas em um circo, como fazem os chamados acrobatas. Naquela época, os ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos chamados gymnasios, patronados pelo deus Apolo. A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar no final do século XVIII, na Europa, através de Jean Jaques Rousseau, do posterior nascimento da escola alemã de Friedrich Ludwig Jahn de movimentos lentos, ritmados, de flexibilidade e de força e da escola sueca, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a melhoria dos aparelhos na prática do esporte. Tais avanços geraram a chamada ginástica moderna, agora subdividida. Anos mais tarde, a Federação Internacional de Ginástica foi fundada, para regulamentar, sistematizar e organizar todas as suas ramificações surgidas posteriormente. Já as práticas não competitivas, popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo de diferentes formas e com diversas finalidades e praticantes. 1.10 ETIMOLOGIA E SIGNIFICADO O termo ginástica originou-se do grego gymnádzein, que tem por tradução aproximada "treinar" e, em sentido literal, significa "exercitar-se nu", a forma como os Gregos praticavam os exercícios. Seu sentido advém da ideia primeira, que é a prática milenar de exercícios físicos metódicos, ao contrário da ginástica surgida como modalidade esportiva. A denominação ginástica, foi ainda inicialmente utilizada como referência aos variados tipos de atividade física sistematizados, cujos fins variavam de atividades para a sobrevivência, como na pré-história, aos jogos, ou à preparação militar, para o atletismo e as lutas. A ginástica é a ciência racional de nossos movimentos, de suas relações com nossos sentidos, inteligência, sentimentos e costumes, e o completo desenvolvimento de nossas faculdades. É a ciência do movimento racional, sujeito a uma disciplina e a um fim prático. (Amoros). Na Grécia Antiga, a ginástica era praticada nas chamadas palestras e nos ginásios,junto a filósofos e artistas, que esculpiam com perfeição o corpo harmônico dos atletas. Na imagem, cópia romana em mármore do original Apoxyomenos, em bronze, de Lisspo. O nome significa "aquele que esfrega", e ilustra o preparo para a atividade física esfregando óleo sobre o corpo nu. Como prática esportiva, a ginástica teve sua oficialização e regulamentação tardiamente, se comparada a seu surgimento enquanto mera condição de prática metódica de exercícios físicos, já encontrados por volta de 2 600 a.C., nas civilizações da China, da Índia e do Egito, onde valorizava-se o equilíbrio, a força, a flexibilidade e a resistência, utilizando, inclusive de materiais de apoio, como pesos e lanças. Este conceito começou a desenvolver-se pela prática grega, que o levou através do Helenismo e do Império Romano. Foram os gregos os responsáveis pelo surgimento das primeiras escolas destinadas à preparação de atletas para exibições ginásticas em público e nos ginásios. Seu estilo nascia da busca pelo corpo são, mente sã e do ideal da beleza humana, expressado em obras de arte deste período. Definida por Platão e Aristóteles, era uma prática que salientava a beleza através dos movimentos corporais. Foi ainda na Grécia Antiga, que a ginástica adquiriu seu status de Educação Física, pois esta desempenhava papel fundamental no sistema educativo grego para o equilíbrio harmônico entre as aptidões físicas e intelectuais. Já em Esparta, na mesma época, este conceito servia unicamente ao propósito militar, treinando as crianças desde os sete anos de idade para o combate. Os filósofos reuniam-se para discutir sobre a união corpo e mente. Apresentada à Roma, este conceito esportivo atingiu fins estritamente militares, para os jovens acima dos quatorze anos, e adquiriu um novo nome, o de ginástica higiênica. Aplicada nas termas, já que os romanos viam o culto físico como algo satânico e, em nome de Deus e da moral, decretaram o fim dos Jogos Olímpicos Antigos. Jogos Olímpicos Antigos ( Início Grécia 776 a.c.). Teodósio I estinguiu em 393 d.c. Nos quais estava inserida a ginástica enquanto festividade e preparação. No entanto, parte do povo manteve o culto ao corpo e a Educação Física como práticas secretas. 1.11 IDADE MÉDIA Na Idade Média, a ginástica perdeu sua importância devido a rejeição do culto ao físico e à beleza do homem, ressurgindo somente na fase renascentista, influenciada pela redescoberta dos valores gregos, aparecendo assim nos teatros de rua, que motivavam os espectadores a praticarem em grupo as atividades físicas. Estruturalmente, ressurgiu o termo ginástica higiênica, voltada para a prática do exercício apenas direcionada para a manutenção da saúde do indivíduo. Por volta do século XVIII, recuperou-se e desenvolveu-se conceituada em duas linhas, como expressão corporal e como exercício militar, após a publicação de Émile, livro do pedagogo Jean Jacques Rousseau, que defensor da aprendizagem indutiva, definiu: “ O exercício tanto torna o homem saudável como sábio e justo (...) quanto maior sua atividade física, maior sua aprendizagem.” Desse momento em diante, inúmeros Educadores voltaram-se para a prática esportiva, na busca de uma melhor elaboração de métodos especializados e escolas de educação física. Destacamos o Espanhol Francisco Amoros: Que desenvolveu um estudo voltado para a resistência física; O alemão Freidrich Ludwig Jahn: que desenvolveu aparelhos e deu início a sistematização da ginástica artística; O sueco Pehr Henrik Ling: que iniciou a separação da ginástica em categorias, como a de fins militares e a para a formação; O dinamarquês Niels Bukh: que desenvolveu vestimentas, novas formas de toque na prática coletiva e envolveu o conceito, assim como Jahn, com a política. Com a evolução da Educação Física, a ginástica especializou-se, de acordo com as finalidades com que é praticada ou então em correspondência com os movimentos que a compõem. Enquanto modalidade esportiva, não parou de se desenvolver. Dentre as provas esportivas dos Jogos Olímpicos, é uma das mais antigas. Por isso e por seu desenvolvimento, sua história é constantemente confundida com a de sua primeira ramificação, a artística, o que não fere suas individualidades. Fora das escolas e dos ginásios, a ginástica conquistou espaço por desempenhar função na sociedade industrial, apresentado-se capaz de corrigir os vícios da postura acarretados pelos esforços e repetições físicas no ambiente de trabalho. Tal capacidade mostrava sua vinculação com a medicina e isso lhe rendeu status entre os adeptos e estudiosos dessas questões, adquirindo então uma nova ramificação em sua história evolutiva. Durante o século XIX, a ginástica passou a refletir apenas o significado de prática esportiva moderna, deixando para trás a preparação militar e a preparação para e junto a outras atividades, como o atletismo praticado nos Jogos Olímpicos antigos. Nesta época, surgiram e aprimoraram-se as escolas inglesa, alemã, sueca e francesa. Exceto a inglesa, destinada unicamente a elaboração de jogos e a atividade atlética A GINÁTICA E SUAS VARIAÇÕES • GINÁTICA GERAL; • GINÁSTICA DE APRESNTAÇÃO; • GINÁSTICA ACROBÁTICA; • GINÁSTICA CURATIVA; • GINÁSTICA PREVENTIVA; • Ginástica Rítmica; Aparelhos: - Corda; - Arco; - Maças; - Fita • Ginástica Artística; Aparelhos Masculinos: - Solo; - Cavalo; - Argolas; - Salto; - Paralelas; - Barra; Aparelhos Femininos: - Salto; - Paralelas Assimétricas; - Trave; - Solo; Ginástica de Trampolim Provas masculinas e femininas: - Trampolim individual; - Trampolim sincronizado; - Duplo Mini-Trampolim; - Tumbling.; 2. POSTURA E POSIÇÕES ANATÔMICAS 2.1 EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE Pré – História; Antiguidade; Idade Média; Idade Moderna; Idade Contemporânea; Atividade física sobrevivência humana auto defesa; Movimento continuado e repetitivo desenvolve órgãos e aperfeiçoa funções; O exercício era sistematizado de forma rudimentar; A ginástica representada pelo movimento natural; Principais atividades realizadas: * Marchar * Trepar * Correr * Saltar * Lançar * Atacar * Defender * Transportar. Na antiguidade (principalmente no Oriente) Os exercícios se sobressaem das mais variadas formas: • Diferentes tipos de lutas * Hipismo • Exercícios utilitários * Arco e Flecha • Formação p\ guerra * Rituais Religiosos • Remo * Dança * Jogos • Ideal para beleza humana: Grécia > Saúde e vigor • O exercício c\ educação corporal: Atenas, Esparta • O exercício como formador do espírito e da moral. 2.2 Na Idade Média Período inexpressivo para a educação do movimento: Decadência romana; Fim dos Jogos Olímpicos; Guerras; Cruzadas: empreendidas pelas igrejas. Ideologia da igreja > abandono do trabalho corporal; O exercício > formação militar; A esgrima e a equitação – atividades da nobreza; Outras atividades: arco e flecha, caça e pesca, escalada,saltos, lutas, marcha, corrida, pelota. 2.3 Na Idade Moderna Os exercícios ganham destaque novamente; Centro cultural antes Grêcia > agora Italia; O exercício é muito valorizado como agente educador; Surgimento do movimento de sistematização da ginástica; 2.4 Na Idade Contemporânea Até 1.800, os execícios se apresentavam sobre as formas de: Lutas; Danças; Jogos populares; Atletismo; Ginástica atual > início do século XIX; Surgimento das Escolas ou Métodos Ginásticos; 3. POSIÇÃO ANATÔMICA: O corpo está numa postura ereta ou em pé, com os braços ao lado do tronco e as palmas voltadas para a frente. A cabeça e pés também estão apontados para frente. 3.1 CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL Uma boa postura é a atitude que uma pessoa assume utilizando a menor quantidade de esforço muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as estruturas de suporte contra traumas. Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar alterações posturais ocasionando enrijecimento das articulações vertebrais e encurtamento dos músculos. 3.2 LORDOSE É o aumento anormal da curva lombar levando a uma acentuação da lordose lombar normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos e um abdome protuberante são fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas com aumento da lordose lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna lombar, tal como o ficar em pé por muito tempo. 3.3 CIFOSE É definida como um aumento anormal da concavidade posterior da coluna vertebral, sendo as causas mais importantes dessa deformidade, a má postura e o condicionamento físico insuficiente. Doenças como espondilite e a osteoporose senil também ocasionam esse tipo de deformidade. 3.4 ESCOLIOSE É a curvatura lateral da coluna vertebral. A progressão da curvatura na escoliose depende, em grande parte, da idade que ela inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o período de crescimento na adolescência, período este onde a progressão do aumento da curvatura ocorre numa velocidade maior. 4. PRINCIPAIS ESCOLAS GINÁSTICAS “Um corpo débil enfraquece a alma” Jean Jaques Rousseau. 4.1 OS SISTEMAS GINÁSTICOS EUROPEUS A Ginástica privilegiou em suas sistematizações o conhecimento científico, localizado, sobretudo, na Anatomia, Fisiologia, Higiene e Mecânica, fazendo alguma alusão à Filosofia, à Música e ao Canto. Esta forte vinculação com o universo científico é que foi permitindo sua inserção no discurso do poder, juntamente com a compreensão de ser ela técnica capaz de contribuir para a incorporação de alguns cuidados de si. A Ginástica destaca-se pelo seu caráter ordenativo, disciplinador e metódico. Como decorrência de sua prática sistemática, adquire-se e preserva- se a saúde, compreendida já como conquista e responsabilidade individual. Esta era a opinião de médicos e pedagogos que, ao afirmarem que a Ginástica, acentuavam as críticas aos “excessos do corpo” vividos por acrobatas e funâmbulos. Abarcando uma enorme gama de práticas corporais, o termo Ginástica, pertencente ao gênero feminino, de designação feminina e que historicamente se constrói a partir de atributos culturalmente definidos como masculinos: força, agilidade, virilidade, energia/têmpera de caráter, entre outros, passa a compreender diferentes práticas corporais. São exercícios militares de preparação para a guerra, são jogos populares ou da nobreza, acrobacias, saltos, corridas, equitação, esgrima, danças e canto. Os Sistemas Ginásticos Europeus foram, portanto, um primeiro esboço deste esforço e o lugar de onde partiram as teorias da hoje denominada Educação Física no Ocidente. Balizaram o pensamento moderno em torno das práticas corporais que se construíram fora do mundo do trabalho, trazendo a idéia de saúde, vigor, energia e moral; coladas à sua aplicação, podendo ser pensados como conjunto sistematizado, pela ciência e pela técnica, do que ocorreu em diferentes países ao longo do século XIX, especialmente na Alemanha, Suécia e França. E é somente a partir da constatação da cientificidade da Ginástica que a burguesia, no século XIX, inicia um lento processo de tentativa de diferenciar sua aplicação entre os militares e a população civil. PRINCIPAIS LINHAS DOUTRINÁRIAS 4.2 LINHA DOUTRINÁRIA FRANCESA. Início do século XVIII. Surge com Amoros (Dom Francisco Amoros y Ondeano), que define Ginástica como “A ciência provada de nossos movimentos, de suas relações com os nossos sentidos, inteligência, sentimentos, costumes e o desenvolvimento de todas as nossas faculdades“. Amoros admite quatro tipos de ginástica: civil e industrial, militar, médica e a finástica cênica ou funambulesca. O Brasil quando de sua independência teve que optar por um país que ensinasse a formar a sua força militar. Foi realizado convênio com a França que nos enviou uma missão composta de oficiais e que implantou a organização militar em nosso país, por acharem que o francês teria certa segurança com o nosso povo. Com essa missão veio a parte de Educação Física, que naquela ocasião era o Método Francês, adotado em todo aquele país. “Regulamento Geral do Método Francês”. Esse método foi implantado, inicialmente em nossas escolas militares, e mais tarde também nas organizações civis. Apesar de que os imigrantes e as organizações estrangeiras aqui existentes passariam suas sociedades onde praticavam a ginástica (Educação Física). Adotado em seus países de origens, como por exemplo, os alemães com a sociedade-1888, e italianos com a sociedade Dopolavoro (Depois do Trabalho), o Método Sueco, que também possuía adeptos no Brasil. O Método Francês foi adotado pelas escolas de Educação Física do nosso país, inicialmente no Rio de Janeiro, depois em São Paulo, outras escolas que foram se criando em nosso país, quando o professor Augusto Listello nos trouxe a ginástica esportiva generalizada num curso realizado em Santos. Foi uma revolução, e houve educadores que ocupavam cargos importantes em seus Estados que não queriam aceitar o método Francês como novo método. Mais tarde, diante dos fatos, todos aceitaram, e hoje cada um adota o seu método. Mas naquele tempo o método francês preencheu a nossa lacuna e foi muito difundido e apreciado. Para as escolas era o método ideal. Autores que contribuíram para a composição do Método Francês: Rabelais: Com o Gargantua – atleta excepcional – saltava, lançava, corria, etc... Amoros: Formou 15 séries de ginástica – entre elas, correr, lutar, nadar, etc... De Démeny: Pesquisando entre outros países deixou dois livros, um deles: - Mecanismo e Educação dos Movimentos. (carinho todo especial à Educação Física Feminina). Hébert: Oficial da Marinha - método Natural. Iniciou com os fuzileiros, movimentos em paralelas, sempre contínuos: - marcha, corrida, salto, luta, etc... Regulamento geral em 1927 – pela escola Joinville Lê Point. A) Bases Fisiológicas: Infância: Desenvolvimento harmonioso do corpo. Adulta: Manter e melhorar os órgãos. Coração, respiração. Madura: conservação. O Regulamento: 1. Educação Física elementar – 4 a 13 anos. 2. Educação Física Secundária – 13 aos 18 anos. 3. Educação física superior – 18 a 35 anos. 4. Educação Física feminina. 5. Adaptações profissionais. 6. Ginástica conservação – idade madura. 7. Observação:Não há rigidez nas idades. B) Bases Pedagógicas: A Educação Física é um conjunto de exercícios cuja prática racional e metódica é capaz de fazer com que o homem atinja o mais alto grau de aperfeiçoamento físico, compatível com a sua natureza. Aprender a explorar suas capacidades. C) Formas de trabalho: a) Jogos: São movimentos instintivos que todo Ser é levado a executar quando impulsionado pela necessidade do exercício. Constitui a forma de ginástica mais adequada para a vida escolar. Pequenos jogos. b) Flexionamentos: Movimentos com efeitos corretivos e localizados em cada uma das articulações e dos músculos que a comandam. c) Educativos. São partes essenciais das aplicações que já foram preparadas pelos flexionamentos. d) Aplicações: Sete famílias: marchar, correr, trepar, lançar, atacar, defender- se, transportar, saltar, e mais a natação. e) Esportes individuais: São exercícios em que colocamos em jogo qualidades físicas como: velocidade, força e resistência. As disputas se fazem individualmente. Condenava a especialização-prematura, pois acarreta desequilíbrio orgânico. Dificuldades diversas, esportes ao mesmo tempo – velocidade contrapõe à resistência. f) Esportes coletivos: Indicados para os adultos, normalmente desenvolvidos. O basquete, futebol, além de vencer o adversário, fisicamente, há parte moral do conjunto. É o coroamento da Educação Física. 4.3 LINHA DOUTRINÁRIA SUECA. O idealizador do sistema sueco de ginástica foi Per Henrik Ling, que nasceu na cidade de Lyunga em 1776, perdeu o pai aos 4 anos e aos 13 anos a mãe. Sua Infância e adolescência não foram felizes. Em 1792 foi dispensado do Colégio de Wexjo por não aceitar a disciplina rígida do estabelecimento (a partir daí já começa a despertar algumas ideias com relação a métodos), matriculou-se na Universidade de Lund e mais tarde na de Upsala. Toda a sua carga intelectual esta fundamentada em autores dinamarqueses e alemães. A) Característica do Antigo Sistema Sueco: GINÁSTICA PEDAGÓGICO OU EDUCATIVA: aplicável às pessoas com o objetivo de assegurar a saúde, evitar a instalação de vícios e defeitos posturais e enfermidades, desenvolvendo normalmente o indivíduo. GINÁSTICA MILITAR: baseada na parte pedagógica, à qual se acrescentam os exercícios caracteristicamente militares como o tiro e a esgrima, objetiva preparar o guerreiro para colocar fora de combate o adversário. GINÁSTICA MÉDICA OU ORTOPÉDICA: ainda baseada na primeira, visa por intermédio de certos movimentos especiais para cada caso, eliminar vícios ou defeitos posturais e curar certas enfermidades. GINÁSTICA ESTÉTICA: também aproveitando os movimentos da ginástica pedagógica, procura desenvolver harmonicamente o organismo, completada as atividades que emprestam graça e beleza ao corpo, como dança e certos movimentos suaves. B) Segundo a concepção fundamental, os movimentos podem ser classificados sob três aspectos: Pelos seus efeitos sobre o desenvolvimento normal dos órgãos; Pelos seus efeitos corretivos; Pelo grau de dificuldade (da simplicidade à complexidade). C) Evolução do Método Sueco Hjalmar, filho de Ling (1820 – 1886) foi considerado pai da Ginástica Escolar Sueca (pedagógica ou educativa), por ter continuado o trabalho do pai. Com esse movimento a ginástica escolar ou higiênica, disseminou- se pelas escolas da Suécia, com o apoio de Ellin Falk (1872 – 1942) inspetora de Ginástica das Escolas Elementares de Estocolmo, criadora dos “Exercícios em forma de jogos ginásticos”. Graças ao Major J. G. Thulin, foi quebrada a rigidez disciplinar do tradicional método Sueco sendo introduzido com êxito os “contos animados” bem aceito pelas crianças. Mudança essa que significa muito, pois passou de uma concepção puramente anátomo-fisiológica para uma concepção psicológica e social. OS OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS PELA GINÁSTICA SUECA PODEM SER RESUMIDOS EM CINCO ITENS: Manter e se possível, melhorar a mobilidade normal das articulações e a capacidade funcional dos músculos; Criar o gosto por uma boa atitude física e estética; Atender às imposições da vida real e levar à prática de um método econômico de movimento e repouso, por intermédio de exercícios adequados; Do desenvolvimento individual e formação do caráter, assegurar o equilíbrio mental; O gosto pela vida e a alegria do trabalho, dando aos exercícios um conteúdo de interesse e utilidade, de maneira a torná-los estimuladores e suscitadores de prazer. 4.4 LINHA DOUTRINÁRIA ALEMÃ\ METODO NATURAL AUSTRIACO. Origens Históricas: A população era unida apenas por tradições comuns a um mesmo futuro, e onde as nacionalidades conservavam suas individualidades. Exceto o exército e algumas instituições privadas. Apesar das notáveis obras do grande pedagogo Tcheco Coménius, pouco se ocupou da Educação Física de sua juventude. Em 1825 a 1853 foi fundado a Associação Acadêmica de Ginástica em Viena, o Dr. Melicher abriu o primeiro instituto ortopédico. Em 1869 os exercícios físicos tornaram-se obrigatórios. Já em 1870 inaugurou-se na Universidade de Viena o curso para a formação dos alunos de Ginástica, a fim de formarem em dois anos professores de Ginástica. 1883 a 1889 foi introduzida, obrigatoriamente no ensino secundário Austríaco. 1890 organizado exercícios físicos ao ar livre. 1910 o ministro do ensino, designou uma comissão, a fim de fazer pesquisas sobre Educação Física e propôs a reforma dos programas e da formação dos professores. LINHA DOUTRINÁRIA ALEMÃ Johann Bernhard BASEDOW (1723-1790), é considerado o precursor da linha doutrinária alemã; Gust Must, é o pai da ginástica pedagógica moderna, suas principais obras: A ginástica para a juventude e ginástica para os filhos da pátria; Gust Must estabeleceu um grupo de oito atividades: saltos, marchas, arremessos, lutas, trepar, equilibrismo, levantar e transportar e exercícios de ordem (escola de soldados); Friedrich-Ludwuig Jahn, fundador da ginástica patriótica, substitui a palavra “gymnastik” por “Turnkunst” = torneio. O movimento ginástico tinha um fundo patriótico. Adolph Spiess, dedicou a sua vida a causa da Educação Física. Instituiu os aparelhos para a prática da ginástica, introduziu alterações fundamentais, ressaltando o valor pedagógico dos exercícios físicos e atribuindo à recreação papel preponderante na educação moral e social; SISTEMÁTICAS FUNDAMENTAIS PARA A PRÁTICA DA GINÁSTICA: SEGUNDO SPIESS: A ginástica deve ser reconhecida e tratada com o mesmo grau de importância que qualquer outra matéria escolar. Os alunos dever receber graus de acordo com o seu trabalho em ginástica. Um período por dia deve ser destinado ao trabalho em ginástica. Deverá ser estabelecido um sistema especial para moças. O material de ginástica deve ser graduado de acordo com as diferentes idades e sexo. Um ginásio e uma praça de desportos devem fazer parte de cada escola. Crítica ao sistema de Spiess: O sistema não passava de um conjunto de exercícios dispostos com pouco critério e selecionados arbitrariamente. Pouco desenvolvimento científico; 4.5 ESCOLA INGLESA. Esta Escola não se orienta no campo ginástico, mas apresenta suas contribuições posteriormente, no período das influências recíprocas e universalização de conceitos. Satisfaz suas necessidades sobre a base dos jogos, a atividade atlética e o esporte. Tem como principal representante Thomas Arnold (1795-1842). 4.6 MÉTODO CALISTÊNICO. Calistenia é palavra de origem grega.É um sistema ginástico que apresenta como características a predominância de formas analíticas, a divisão dos exercícios em oito grupos, a associação da música ao ritmo dos movimentos, a predominância dos movimentos sobre as posições e exercícios a mão livre e com pequenos aparelhos (halteres, bastões, maças, etc.). Origens e evolução Em 1828 Catherine Beecher contribuiu e fundou o “Hartford Female Seminary” em Connectticut. A escola logo se converteu na mais famosa instituição feminina de educação superior para mulheres nos Estados Unidos e sua fundadora a principal líder no movimento de educação feminina. A idéia de Miss Beecher era de que a Educação Física e a moral tinham igual importância que a intelectual. Os exercícios consistiam em simples movimentos acompanhados de música. Quando o interesse pela Educação Física em geral voltou, Miss Beecher, escreveu seu livro “Psicologia e calistenia”, onde aconselhava o uso destas duas matérias na escola. Objetivos: Higiênicos: saúde e correta postura corporal. Educativos: maior controle neuro-muscular, melhor eficiência mecânica, incluindo equilíbrio e destreza. Promover a graça e a força corporal por meio de exercícios musculares. 5. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS I – GENERALIDADES: Os exercícios físicos de um modo geral, têm sido objeto de distintas classificações, segundo o ponto de vista em que se coloca o respectivo autor, considerando o interesse que o possa dominar ou a finalidade que objetiva. Cada um de nós poderá organizar uma classificação própria dos exercícios físicos em relação a determinado fim, e, deste modo, reuni-los do ponto de vista estético, utilitário, etc, ou segundo as qualidades de força, destreza, flexibilidade, etc.; que desenvolvem podem ainda os exercícios físicos ser grupados de acordo com as sinergias musculares interessadas, ou famílias consoante o tipo de atividade II – CLASSIFICAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE UM MODO GERAL A – Natureza: Primeiramente poderemos dividir os exercícios, segundo a sua natureza, em dois grandes grupos: Naturais e Artificiais . Os primeiros traduzem a atividade a que o homem é levado na sua vida habitual, isto é, exercícios que não estão efetivamente concebidos e cuja execução não obedece a uma forma rigorosa, pré-estabelecida; os últimos são justamente os exercícios construídos pelo homem e que devem ser executados seguindo a forma traçada, conforme o modelo estabelecido. B - Valências Físicas: As valências Físicas podem ser sintetizadas em quatro grupos representados pela força, resistência, equilíbrio e destreza; a destreza compreende a velocidade, a agilidade e a habilidade. Os exercícios físicos estão classificados como geradores de força, resistência, destreza (Velocidade e agilidade) e equilíbrio. C – Esforço: Relativamente ao esforço despendido na sua prática, isto é, ao consumo de energia, podem os exercícios físicos ser grupados em suaves ou fracos e intensos ou fortes, havendo entre eles uma escala de geração, que admitiria um termo médio. Exercícios – suaves ou fracos\ de intensidade média\ intensos ou fortes. D - Ação: Os exercícios físicos podem atuar principalmente sobre determinadas sinergias musculares e, neste caso, são ditos de ação localizada ou analítica, ou podem ter ação generalizada sobre o organismo, chamados de sintéticos. Exercícios de ação – localizada – analíticos - generalizada – sintéticos. E - Coordenação Neuro-muscular: As coordenações neuro-musculares são estimuladas, são estimuladas, desenvolvidas, aperfeiçoadas por intermédio de exercícios físicos que estabeleçam conexões psico-somáticas cada vez mais importantes e, assim, os exercícios poderiam ser classificados em simples ou fáceis e complexos ou difíceis , conforme o grau de coordenação neuro- muscular exigido para a sua execução. Exercícios de coordenação neuro-muscular – complexa ou difícil - simples ou fácil. F - Valores bio-psico-sociais: Há exercícios que se apresentam, conforme a sua duração, intensidade, complexidade, condições ambientais, etc., com expressão positiva sob o ponto de vista bio-psico-social, enquanto outros poderão se apresentar como expressão negativa, sob o mesmo ponto de vista. Assim, determinada atividade física pode beneficiar fisicamente o indivíduo ou pode prejudica-lo, pode ser-lhe agradável ou desagradável, e, finalmente, pode sublimar os seus instintos de agressão ou exalta-los. Exercícios de valores bio-psico-sociais – negativos\ positivos. III – ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES ESPECIAIS DOS EXERCÍCIOS Doutor Bicudo de Castro, classificou os exercícios físicos em: 1) MIOGÊNICOS: são exercícios de ação exclusivamente muscular, que objetivaria o desenvolvimento do músculo, os aumentos de sua tonicidade. Ex. os exercícios que constituem as séries usadas em halterofilismo 2) PNEUMOGÊNICOS: são exercícios que atuam fundamentalmente sobre a função respiratória, classificando-se aqui os exercícios de velocidade a custa dos membros inferiores, entre os quais a corrida como principal; é preciso fazer restrição aos chamados exercícios respiratórios, porque na realidade, não atuam sobre a função respiratória , sendo exclusivamente miogênicos. 3) NEUROGÊNICOS: São exercícios que solicitam o sistema nervoso e cuja realização obrigasse o praticante a um esforço mental; os exercícios assimétricos do “método francês” seriam neurogênicos por excelência. 4) EXERCÍCIOS DE DESGASTE: São aqueles que consomem as energias de reserva do praticante, desgastando-o. Todos os exercícios intensos, de duração prolongada, se transformariam evidentemente em exercícios de desgaste. 6. FUNÇÃO DA GINÁSTICA NA ESCOLA Educação Física Isolada do contexto, que fique excluída pelos cantos da escola e/ou restrita ao ginásio e pátios. Novo Formato/Nova visão: Evitar a desvalorização, a perda de espaço, a falta de motivação dos alunos. A Educação Física é a disciplina que mais atrai os alunos nos primeiros anos do ensino fundamenta. Os Alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, e do Ensino Médio perdem o interesse. Já na adolescência os alunos procuram se integrar em grupos diversos e nos padrões impostos pela mídia. As aulas de Educação Física, para estes alunos perdem o valor, fazendo a maioria tirar atestados médicos, ou substituir por outra atividade. Pouco a pouco então os alunos vão perdendo a motivação não se esforçando mais, considerando as aulas de Educação Física uma “perda de tempo”. A realidade encontrada nas escolas em relação as aulas de Educação Física, desmente todos os princípios e propostas estabelecidas nos cursos de formação. 6.1 A PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA Para grande maioria a Educação Física é sempre deixado para segundo plano, nas Escolas. • “Aulas não devem acontecer num único dia da semana?” • “Pode-se encaixar uma aulinha ali.” • “Podemos por essas aulas no turno contrario.” • Que postura o professor de Educação Física deve assumir na escola? • Qual seu papel como educador? • Que importância tem a valorização de sua disciplina? 6.2 CONCEPÇÕES DISTINTAS Educação física elitista: - técnica. - ensino centrado nos conteúdos. -Caráter Competitivo. - valorização de resultados. - não há questionamento. Educação física p/ todos: - necessidades de todos. - princípios educativos - orientação não-formal. - busca de novos valores. - a prática é o meio e não o fim. 6.3 FUNÇÃO DA GINÁSTICA NA ESCOLATem um papel importante no desenvolvimento das potencialidades do indivíduo, contribuindo para a sua socialização através da cultura dos jogos, das atividades corporais, da prática reflexiva de diferentes atividades corporais inter-relacionadas, sem dissociar estas atividades do momento histórico de sua vivência. Objetivos Gerais Proporcionar aos alunos atividades corporais, onde as mesmas estabeleçam entre si relações equilibradas e construtivas com o grupo, de modo que sejam respeitadas as características físicas de cada um, sem que haja discriminação por características físicas, sexuais ou sociais. Melhorar problemas de ordem corporal em diferentes contextos, regulando e dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades, considerando que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das competências corporais decorrem de perseverança e regularidade e devem ocorrer de modo saudável e equilibrado. 6.4 CONHECIMENTOS E HABILIDADES • Ginástica: esporte, lutas, jogos, dança, o que mais? • Sistematização: visão dos educadores e educandos sobre as experiências motoras do educando, resultantes da apropriação e reflexão dos fundamentos técnicos e socioculturais que caracterizam o fazer nas aulas de educação física. • Professor: Dar importância para os domínios cognitivo, fisico-motor e afetivo-social. • Escolha de conteúdos: necessidade e expectativa do educando, nível de desenvolvimento e realidade social do grupo de alunos. Formas de abordagem dos conteúdos: - Conceitual. - Procedimental. - Atitudinal. 6.5 A GINÁSTICA E SUAS FORMAS DE APRESENTAÇÃO Formas Básicas Exercícios Livres: Locomotores; Manipulativos; Estabilizadores: Exercícios em aparelhos fixos. E Exercícios em aparelhos manuais. Formas Sistematizadas Ginástica Aeróbica; Ginástica Localizada; Ginástica Intervalada; Ginástica Suave (alongamento); Hidroginástica; Formas Esportivizadas: Ginástica Artística ou Olímpica; Ginástica Rítmica; Formas de Treinamento: Treinamento Aeróbio\ Treinamento Anaeróbio\ Treinamento de Força; 7. MEIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA 7.1 Atividades Analíticas. 1. Ginástica Formativa: A ginástica formativa é constituída de exercícios artificiais, formais que pretendem “educar” ou “formar” o organismo e com este o ser humano, por partes ao invés de considera-lo como um todo. 2 Ginástica de Compensação: A ginástica de compensação tem por objetivo impedir que se instalem vícios de postura em face da posição que o indivíduo é obrigado a permanecer durante o desempenho de sua atividade habitual. Usa exercícios que proporcionem atividades as sinergias musculares pouco solicitadas e relaxamento às que trabalham em fabricas e industrias que passam todo o tempo desempenhando trabalho sentado ou mesmo em outras posições que poderá prejudicá-lo futuramente, é necessário então uma ginástica de compensação. 3 Ginástica de Conservação: Denominada de manutenção, tem por fim assegurar o equilíbrio morfo-físiológico alcançado pelo indivíduo permitindo que sua forma e funções permaneçam estáveis. 4 Ginástica Corretiva: Tem por finalidade o restabelecimento do equilíbrio do antagonista muscular. E utiliza exercícios específicos que visam encurtar os músculos que estão alongados ou alongar os que estão encurtados. É necessário ressaltar que o efeito dessa ginástica se faz com o alto número de repetições que ela exige, devendo ter um caráter totalmente individual, para cada caso um tipo de exercício. PENSAR NO INDIVÍDUO COMO UM TODO; 5 Ginástica de Solo: Apresenta características especiais, perfeitamente definidas pelos exercícios que emprega, incluindo pequenas marchas, saltos e paradas. Nos campeonatos de ginástica de solo, as atividades deste gênero compreendem uma parte do programa obrigatório. 6 Ginástica com Aparelhos: A ginástica com aparelhos difere da ginástica de aparelhos, classificada entre as atividades desportivas, e a ginástica em aparelhos, que pode ser mais variada e na qual o aparelho e considerado fixo. A ginástica com aparelhos caracteriza-se pelo uso de exercícios com o emprego de pequenos aparelhos portáteis, tais como: maças, halteres, pesos, bastões, etc. 7 Ginástica Rítmica: O idealizador do sistema conhecido por ginástica rítmica foi Jacques Dalcrose, professor de música do Conservatório de Genebra. Dalcrose partindo da marcha, como exercício elementar, criou séries de exercícios com as quais objetivava desenvolver e aprimorar o sentido auditivo através da música. Esta forma de trabalho esta bastante disseminada nas escolas secundárias, na parte a que se refere o programa de Educação Física Feminina, correspondendo satisfatoriamente aos interesses que dominam os adolescentes. 8. MEIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA 8.1 ATIVIDADES SINTÉTICAS A) CONTESTES Os contestes, são comparações de habilidades dentro de limites especiais. Qualquer prova de habilidade pode ser chamada de teste, para termos um conteste é necessário termos um concorrente. Os contestes poderão ser praticados com quaisquer dos exercícios físicos fundamentais, e a corrida de revezamento , é um exemplo típico de conteste. Esta forma de atividade pode ser largamente aplicada às crianças e aos adolescentes, explorando o espírito competitivo, que, mais tarde, poderão ser traços predominantes ao caráter do individuo. Os contestes podem ser utilizados a partir das seguintes frases propostas: Vamos ver quem chega mais rápido até determinado local? Vamos ver quem arremessa mais longe um determinado objeto? Vamos ver quem salta mais alto? A criança é influenciada pelo fator psicológico, e motivada a conseguir sempre o melhor resultado. Deve-se no entanto tomar cuidado com o tipo de conteste a ser aplicado e a clientela a praticar. A criança pode às vezes entrar em sofrimento para que se conclua o conteste proposto, portanto deve ser o conteste sempre adequado à idade e desenvolvimento. B) JOGOS Essa é uma forma de atividade mais espontânea e natural de todas. Segundo Lagrange: “o jogo é atividade natural e espontânea, para qual todo individuo é impelido, quando premido pela necessidade instintiva de movimento”. Os jogos constituem fontes de meios e oportunidades, de valores inesgotáveis para a educação. Segundo Oliveira “o jogo é uma atividade onde a pessoa tem oportunidades de se reconstituírem como tais, reintegrando o cognitivo, o psicomotor e afetivo social, num todo”. As atividades em forma de jogo são as que mais podem facilitar o desenvolvimento da criança, em virtude, da riqueza de oportunidades que o lúdico oferece. O jogo estimula a crítica, a criatividade e a socialização. A partir do aparecimento de regulamentos mais rígidos, universalização das regras, a formação de federações e confederações, o jogo perde a sua característica livre, e a atividade do jogo passa a ser esporte. O esporte com raízes etimológicas no francês “desport”, os ingleses alteraram para “sport”, cujo termo tinha a conotação de prazer, divertimento e descanso, apoiando no conceito lúdico com característica básica. Apartir do momento que o esporte começa a visar resultados nas escolas ele se conduz prematuramente, inibindo o desenvolvimento psicomotor das crianças. Neste caso os alunos menos dotados são marginalizados e preteridos em prol dos grandes talentos. 8.2 CLASSIFICAÇÃO DOS JOGOS 1 - Jogos de função geral Sensoriais: Sãoos que atuam sobre os sentidos da criança, proporcionando-lhes sensações agradáveis e são destinadas as crianças de pequena idade. Ex: aluno de olhos tapados, tenta proteger uma bola sendo que seus colegas tentarão roubá-la. Motores: São os mais numerosos e os que mais nos interessam diretamente, desenvolvem força, destreza, a coordenação neuro- muscular, a velocidade de movimentos; exercem grande atração sobre as crianças. Ex. aluno de posse de bola tenta carimbar o colega, formando dupla com ele para pegar os demais, e assim sucessivamente. Psíquicos: Dividem-se em intelectuais e afetivos. Intelectuais: atuam sobre o intelecto ex. xadrez, dama. Afetivos: experimenta o prazer em provocar emoções, mesmo quando essas são desagradáveis e penosas. Ex. quem fica mais tempo embaixo da água? 2 - Jogos de função específica: A- Competições: são aqueles que se caracterizam pela disputa de força, destrezas , velocidade ou determinada habilidade , na realidade o espírito de competição está de tal forma ligado ao ser humano que seria de lastimar se não fosse conveniente explorado. Podem ser de caráter individual como a corrida, a luta; ou caráter coletivo, em que predomine o espírito de equipe cabo de guerra, futebol; B- Caça: são jogos de perseguição, em que o individuo se compraz, em esconder-se para não ser descoberto, ou em descobrir o que esta escondido, em esquivar-se ou em perseguir. Ex. pega-pega, esconde-esconde. C- Sociais: São aqueles cujo objetivo esta caracterizado pela socialização da criança, esta procura imitar, desenvolver qualidades indispensáveis á sua vida na idade adulta, criando situações correspondentes, tais como as pequenas sociedades infantis. Os desportos coletivos são aqui classificados, quando a criança ou o adolescente deixa de usa-lo como meio de competição para preferi-lo como elemento de recreação. Entre os adultos este aspecto é mais comum. O que interessa não é a vitória do grupo, mas o prazer do jogo. Ex: passar anel . D- Familiares: são os que se originam do instinto materno ou doméstico e a boneca desempenha aqui papel importante. Fazer comida, brincar de carrinho e outros brinquedos semelhantes caracterizam estes jogos. E- Imitação: Distinguem-se naquelas duas variedades: o jogo de imitação ou imitação-jogo, no qual o menino imita pelo exclusivo prazer de imitar é o jogo com imitação, em que a imitação tem principalmente por objetivo proporcionar elementos para o desempenho do jogo. 3 - Brinquedos Cantados. Representa os brinquedos cantados a mais elementar forma de atividade lúdica e se aplicam às crianças de pouca idade; sobre as quais o ritmo das canções ou da música exerce notável influência, facilitando-lhes muitos movimentos que seriam difíceis ou penosos se, por acaso, não fossem auxiliados pela música. Podemos considerá-lo como jogo puramente recreativo. Quando aplicado ás crianças conduz a uma auto formação real, contribui para o desenvolvimento corporal, anatômico e fisiológico, faz com que surjam amor ao próximo, bem como a cooperação, compreensão para com os semelhantes. Sabe-se que de longa data já eram praticados os brinquedos cantados, como rodas. Vem de geração em geração fazendo um bem enorme a quem às pratica. Através dos brinquedos cantados a criança se inicia para as danças elementares e depois para as mais complexas já na adolescência. A criança a partir dos 11 anos já deixa de lado as rodas e parte em busca de dancinhas mais elementares. 4 Acrobacias As acrobacias são atividades individuais ou coletivas que visam sobretudo ao desenvolvimento da destreza, representada pela velocidade, agilidade, habilidade e equilíbrio. As acrobacias poderão ser graduadas segundo a intensidade e a complexidade do exercício. É interessante assinalar que, na graduação, a complexidade ou dificuldade apresenta escala de maior amplitude do que a de intensidade. Representam atividade que, muitos dos exercícios exigem audácia e sangue frio. No Exército e na Aeronáutica, as acrobacias são empregadas em larga escala. As acrobacias são também conhecidas, em seu conjunto, pela denominação de ginástica acrobática. 5 Desportos Os desportos representam a forma de atividade física que melhor corresponde às necessidades do adolescente e do adulto. Traduzem exercícios físicos que se realizam, individual ou coletivamente, segundo regras pré-estabelecidas e aceitas internacionalmente. Inúmeras classificações podem ser apresentadas para os desportos, segundo o aspecto social, a idade, o sexo, as valências físicas, o esforço exigido, o grau de coordenação neuro-muscular, os valores bio-psico-sociais, o meio físico em que seja praticado, o número de participantes, etc. Os desportos poderão ser encarados como agente educacional, elemento de recreação, meio de competição ou recurso profissional; em cada um desses casos apresenta características próprias que o identificam. 6 Danças As danças em todas as épocas da história e para todos os povos representaram sempre as manifestações do estado de espírito traduzidas por meio de uma série de gestos e movimentos acompanhados de música ou canto. 9. VALÊNCIAS FÍSICAS
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