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Trabalho Final Civil 4 Usufruto Uso e Habitação

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ANA CLÁUDIA SARAIVA MARTINS FERREIRA
ANA FLÁVIA LUIZA
EMILLY RAFAELA
JAQUELINE LUCÉLIA DOS SANTOS CRUZ
LUCIANA DIAS
MATHEUS VITTO DE QUEIROZ COIMBRA
NUALA ESTRELA 
PAULO HENRIQUE FARIAS LIMA
RENATA DE OLIVEIRA
THAINÁ TEIXEIRA
Usufruto, Uso e Habitação
Belo Horizonte
NOVEMBRO/2017
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ANA CLÁUDIA SARAIVA MARTINS FERREIRA
ANA FLÁVIA LUIZA
EMILLY RAFAELA
JAQUELINE LUCÉLIA DOS SANTOS CRUZ
LUCIANA DIAS
MATHEUS VITTO DE QUEIROZ COIMBRA
NUALA ESTRELA 
PAULO HENRIQUE FARIAS LIMA
RENATA DE OLIVEIRA
THAINÁ TEIXEIRA
Usufruto, Uso e Habitação
Trabalho Final apresentado à disciplina de Civil IV da Faculdade Kennedy como requisito para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Orientação: Prof.ª Me. Sílvia Portilho
 
Belo Horizonte
NOVEMBRO/2017
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	4
2. USUFRUTO	5
 2.1 CONCEITO	5
 2.2 CARCTERÍSITCAS DO USUFRUTO	5
 2.3 MODOS DE CONSTITUIÇÃO DO USUFRUTO	6
 2.4 ESPÉCIES DO USUFRUTO	8
 2.5 EXTINÇÃO DO USUFRUTO	10
 2.6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO À INSTUTOS SIMILARES	11
3. USO	12
 3.1 CONCEITO	12
 3.2 CARCTERÍSITCAS DO USO	12
 3.3 CONSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DO USO	13
 3.4 NECESSIDADES PESSOAIS E DA FAMÍLIA DO USUÁRIO	14
4. HABITAÇÃO	15
 4.1 CONCEITO	15
 4.2 CARCTERÍSITCAS DA HABITAÇÃO	16
 4.3 MODOS DE CONSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DA HABITAÇÃO	16
 4.4 DIREITOS E DEVERES DA HABITAÇÃO	17
5. CONCLUSÃO	18
6. REFERÊNCIAS	19
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1. INTRODUÇÃO
É o campo do direito patrimonial cujas regras tratam do poder dos homens sobre as coisas apropriáveis. As coisas apropriáveis são aquelas que podem ser objeto de propriedade. A princípio, todas as coisas úteis e raras podem ser objeto de propriedade, diante do interesse econômico que elas despertam.
Dentro dos institutos que serão apresentados no presente trabalho, se demonstrará a delineação pelo Código Civil para elucidar quanto à diferenciação, direitos e deveres provenientes de cada um. Cada Direito Criado possui suas características próprias e delimitações legais que impedem que se confundam entre si. 
Os três institutos descritos a seguir demonstram pontos convergentes, mas através dos limites impostos, legal e processualmente, se visualiza melhor a discriminação para aplicação de cada um.
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2. USUFRUTO
2.1 CONCEITO
Usufruto é o direito real sobre coisa alheia, conferindo ao usufrutuário (pessoa para quem foi constituído o usufruto) a capacidade de usar e gozar de coisa ainda que não seja o proprietário. Assim é que o art. 1.394 do CC dispõe que:
“O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos”. 
Como o Usufruto é temporário, ocorrendo sua extinção, passará o nu-proprietário a ter domínio pleno sobre a coisa. A ideia de preservação da substância é essencial à noção de usufruto. Efetivamente, enquanto ao usufrutuário se transfere o direito temporário de usar e gozar da coisa alheia impõe-se lhe o dever de preservar a substância.
O usufrutuário possui posse direta da coisa, mantendo em seu domínio e dispondo dos direitos e deveres originados pelo usufruto ativos. Já o nu-proprietário possui a titularidade sobre o bem, mas não exerce posse direta sobre o mesmo, ou seja, não usa e não goza bem como não dispõe da totalidade dos direitos da propriedade.
2.2 CARACTERÍSTICAS DO USUSFRUTO
Além dos direitos já citados do Usufruto, como, usar e fruir de coisa alheia e a não permissão de alteração da substancia da coisa ou do direito em si, são divididas em partes: é um direito real sobre a coisa alheia; carácter temporário; inalienável; insuscetível de penhora e divisível.
O caráter temporário se dá por o instrumento ser restringido ao período de vida do usufrutuário ou no prazo de 30 anos se constituído em favor de pessoa jurídica, se não for constituído por prazo determinado. Nunca poderá ser perpétuo. É direito conferido a alguém, se este desaparecer, desaparece com ele o usufruto, porque esse instituto jurídico pressupõe a devolução do bem, sem alteração na sua substância ou sem que se comprometa o capital. Desfigura-se o usufruto se for constituído por prazo indeterminado.
É intransmissível a inalienável, porque os benefícios visualizados no usufruto só podem ser conferidos ao seu titular, não se transmitindo a seus herdeiros devido a seu falecimento, o que afetaria a característica temporária do mesmo. Permite-se, porém, a cessão de seu exercício por título gratuito ou oneroso, consagrada por lei no art. 1.393 do CC abaixo citado:
“Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso”.
Consequentemente da inalienabilidade surge à impossibilidade de penhora do usufruto. O direito em si não pode ser penhorado, em execução movida por dívida do usufrutuário, porque a penhora destina-se a promover a venda forçada do bem em hasta pública. Mas, como o seu exercício pode ser cedido, é passível, em consequência, de ser penhorado. Nesse caso, o usufrutuário fica provisoriamente privado do direito de retirar da coisa os frutos que ela produz.
E por fim é divisível, ou seja, o código permite a sua constituição em favor de duas ou mais pessoas, gerando assim o co-usufruto.
2.3 MODOS DE CONSTITUIÇÃO DO USUSFRUTO
O usufruto pode constituir-se por: determinação legal; ato de vontade; e usucapião.
 
Por determinação legal. É o modo estabelecido pela lei em favor de certas pessoas, como o usufruto dos pais sobre os bens do filho menor (CC, art. 1.689, I). Traz à tona a característica temporária do direito, cessando o usufruto com a maioridade dos filhos. São também exemplos de usufruto constituído por determinação legal: o do cônjuge sobre bens do outro, quando lhe competir tal direito (CC, art. 1.652, I); e o dos silvícolas, na hipótese do art. 231, § 2º, da Constituição Federal. Por fim se conceitua pelas formas de constituição de usufruto expressas em legislação vigente.
 Por ato de vontade é o que resulta de contrato ou testamento. Na primeira hipótese, quando nasce de contrato específico para sua criação, ou da reserva feita pelo doador no ato da liberalidade, ou de qualquer acordo de vontades. Por testamento, quando reveste a forma deste ato de última vontade, atribuindo a uma pessoa a fruição e utilização da coisa, destacada da nua-propriedade atribuída ou legada à outra.
 De fato, quando este tiver por objeto um imóvel, a sua aquisição entre vivos só se dará com o registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis, segundo dispõem os arts. 1.277 e 1.391 do Código Civil. No que cabe aos bens móveis, é indispensável à tradição para a sua transferência (CC, art. 1.267), igualmente no direito de família. A constituição por testamento é bem comum, deixando como última vontade a disponibilização dos direitos a alguém, mas deixando a nu-propriedade a outro.
 Por usucapião admite-se, ainda, a constituição do usufruto pela usucapião, ordinária ou extraordinária. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis, como expresso no Código Civil. O prazo estabelecido no artigo do Código Civil reduzir-se-á para dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Será de cinco anos o prazo previsto no Código se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente,desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Esta modalidade de constituição dispensa o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
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2.4 ESPÉCIES DO USUSFRUTO
2.4.1 QUANTO À ORIGEM
O usufruto pode ser legal e/ou convencional quanto à origem ou modo de constituição. No legal é quando o usufruto é instituído por lei em benefício de determinadas pessoas, como o exemplo dos pais (pai ou mãe) sobre os bens dos filhos menores.
No convencional é quando resulta de negócio jurídico bilateral ou unilateral; causa mortis ou usucapião, observados os pressupostos legais, para usucapião ordinária com justo título a boa fé e os prazos serão de 10 anos e para usucapião extraordinária sem justo título ou boa fé e prazos de 15 anos. Além disso, é importante ressaltar que existem duas formas de usufruto convencional: por alienação (proprietário concede, mediante atos inter vivos ou causa mortis, o usufruto a um indivíduo, conservando a nua propriedade) ou por retenção (o dono do bem, somente mediante contrato, cede a sua propriedade, reservando para si o usufruto).
2.4.2 QUANTO À DURAÇÃO
 Poderá ser temporário ou vitalício. Temporário quando por período preestabelecido como condição existente do direito. Vitalício quando o usufruto se constitui para durar durante a vida do usufrutuário sem nenhuma cláusula condicionante do direito proposto (vide CC, art. 1.410).
2.4.3 QUANTO AO OBJETO
O próprio é o usufruto que tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis; e impróprio é o que recai sobre bens consumíveis e fungíveis ou consumíveis infungíveis, sendo denominado quase usufruto (CC, art. 1.392, § 1º). 
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2.4.4 QUANTO À EXTENSÃO
Sob este aspecto divide-se o usufruto em: universal e particular, pleno e restrito; e são apontadas no art. 1.390 do CC quando este dispõe que:
“O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades”.
Universal é o usufruto que recai sobre uma universalidade de bens, como a herança, o patrimônio, o fundo de comércio, ou parte alíquota desses valores. Particular é o que incide sobre determinado objeto, como uma casa, uma fazenda etc. Pleno é o usufruto que compreende todos os frutos e utilidades que a coisa produz, sem exclusão de nenhum. Restrito é o que restringe o gozo da coisa a alguma de suas utilidades.
2.4.5 QUANTO AOS TITULARES
Quanto aos titulares sob essa ótica, o usufruto pode ser simultâneo quando for constituído em favor de duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, extinguindo-se gradativamente em relação a cada uma das que falecerem, salvo se expressamente estipulado. Esse direito, nos usufrutos instituídos por testamento, rege-se pelo disposto no art. 1.946 do Código Civil, que assim dispõe: “Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos colegatários”.
Cabe ressaltar que a modalidade sucessiva, instituído em favor de uma pessoa, para que depois de sua mor te transmita-se a terceiro, não é admitida pelo nosso ordenamento, que prevê a extinção do usufruto pela morte do usufrutuário.
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2.5 EXTINÇÃO DO USUSFRUTO
O art. 1.410 do Código Civil elenca os modos de extinção do usufruto, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
I — pela renúncia ou morte do usufrutuário: Exige-se que seja feita por escritura pública, bens imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País, de forma expressa, capacidade do usufrutuário e disponibilidade do direito.
II — pelo termo de sua duração: estabelecido no seu ato constitutivo, salvo se o usufrutuário falecer antes. Não há sucessão em usufruto, ainda que estabelecido por prazo determinado. 
III — pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer: expira antes, todavia, o usufruto, com a extinção e liquidação desta, como no caso de dissolução da sociedade, de cessação da fundação e de supressão de um estabelecimento público.
IV — pela cessação do motivo de que se origina: também aos usufrutos decorrentes do direito de família, como o atribuído aos pais sobre os bens dos filhos menores, que cessa quando estes atingem a maioridade ou são emancipados, bem como o deferido ao marido, quando dissolvida à sociedade conjugal.
V — pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409: perecendo o objeto, perece o direito, mas poderá este, no entanto, permanecer, se a perda não for total e a parte restante puder suportá-lo.
VI — pela consolidação: quando na mesma pessoa se reúnem as qualidades de usufrutuário e nu-proprietário.
VII — por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar: depende do reconhecimento da culpa por sentença.
VIII — pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e
1.399): prescrição ocorre em dez anos, porque a lei não fixou prazo menor.
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2.6 PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO À INSTUTOS SIMILARES
O usufruto é intransmissível e constituído em caráter personalíssimo, “não podendo o usufrutuário transmitir o seu direito para terceiros, inter vivos ou causa mortis”, ao contrário da superfície, que pode ser transmitida gratuita ou onerosamente, em vida ou por sucessão hereditária, pois sua finalidade é beneficiar a propriedade economicamente e a sua função social, não a pessoa do superficiário propriamente dita. 
O superficiário é proprietário – ainda que em caráter resolúvel – e o usufrutuário não; o usufruto se extingue com a morte do usufrutuário, enquanto a superfície, em regra, se mantém após o falecimento do superficiário; e no usufruto, a substância deve ser mantida, o que não é exigência na superfície.
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3. USO
3.1 CONCEITO
 
A conceituação do uso se aproxima ao usufruto. O usuário percebe a coisa sob seu domínio, mas para suprir apenas suas necessidades e de seus familiares. Essa limitação de não usar e fruir da coisa é o que delimita a diferença entre os dois institutos dos direitos reais.
Dispõe o art. 1.412 do Código Civil: 
“O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. 
§ 1º Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver.
§ 2º As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico”.
 
O uso não passa de um usufruto limitado, concedido para estabelecer o direito ao uso imediato sob a coisa restringido às suas necessidades e de sua família.
3.2 CARACTERÍSTICAS DO USO
O uso apresenta grandes semelhanças com o usufruto, e por essa razão o legislador manda que se aplique, quando couber, as regras do usufruto. O uso mantém características parecidas a do usufruto, sendo ele temporário e resultante do desmembramento da propriedade. 
Por outro lado, ele tem também suas características próprias, como a indivisibilidade, o uso não pode ser constituído por mais de uma parte em uma mesma coisa. E é incessível, o exercício do direito não pode ser cedido a outro que não o titular do direito.
3.3 MODOS DE CONSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DO USO
O uso constitui-se do mesmo modo e extingue-se pela mesma forma do usufruto, conforme determina o art. 1.413 do CC a aplicação ao uso, por analogia, das mesmas regras do usufruto, desde que não sejam com ele incompatíveis. 
Assim, incidem os mesmos casos de extinção elencados no art. 1.410 do CC, abaixo citado:.
“O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar,pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399)”.
 Assim, pode ocorrer a extinção do uso por renúncia, a destruição da coisa, a consolidação e outros, com exceção apenas do não uso, que não se aplica também ao direito real de habitação.
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3.4 NECESSIDADES PESSOAIS E DA FAMÍLIA DO USUÁRIO
Conforme o art. 1.412 do CC, o usuário utilizará a coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. Verifica-se delimitação clara quanto a fruição apenas às necessidades básicas da família, o que está em sintonia com a ideia de patrimônio mínimo.
 Levam-se em conta as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver (§1.º). Para tanto, a lei considera como componentes da família o cônjuge do usuário, os seus filhos solteiros e as pessoas do seu serviço doméstico (§ 2.º).
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4. HABITAÇÃO
4.1 CONCEITO
 
É o direito conferido por lei, testamento ou por contrato de uso gratuito e temporário de propriedade alheia, para fim exclusivo de sua moradia e de sua família. É ainda mais restrito do que o uso.
“Art. 1.414. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família”.
O instituto assegura ao seu titular o direito de morar e residir na casa alheia. Se parecendo com os institutos já apresentados, mas com maiores delimitações que no Uso. A destinação específica é o maior apontamento, juntamente com a característica personalíssima. A Habitação como cerne define que sua destinação é apenas para moradia do beneficiário e de sua família, não podendo aluga-la ou empresta-la. Como no Uso, é incessível o exercício do direito de habitação.
Embora tenha também se desprendido do usufruto, como o uso, é ainda mais restrito do que este. Tem por objeto necessariamente bem imóvel, e o titular deve nele residir, ele próprio, com sua família. Como foi dito, não pode cedê-lo a terceiro, mediante empréstimo ou locação. Trata-se, portanto, do mesmo direito de uso já estudado, restrito, porém, à casa de moradia.
Contrário ao usufruto que o titular do direito se beneficia dos frutos provenientes da coisa, isso não acontece na habitação, limitando única e exclusivamente a moradia do titular. Como direito real imprescindível se torna o registro do respectivo título no Cartório de Registro de Imóveis (CC, art. 1.227; LRP, art. 167, item I, n. 7).
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4.2 CARACTERÍSITICAS DA HABITAÇÃO
É direito real temporário, extinguindo-se pelos mesmos modos de extinção do usufruto (CC, art. 1.416).
Como já esclarecido é um direito real e personalíssimo, embora traga caraterística que o aproximem dos outros institutos apresentados, este se apresenta muito mais restrito na sua aplicação. Por ser personalíssimo, não pode ceder o direito a outra pessoa e nem emprestá-lo. Se o direito for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas poderá residir na casa, sem a obrigação de pagar aluguel aos demais titulares.
De acordo com o art. 1415 do Código Civil: 
“Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la.”.
Sendo assim, ambos têm direitos a ações e proteções possessórias, por serem ambos possuidores. 
Seu objeto é o bem imóvel e o sujeito titular do direito dever residir neste bem, ele ou com a sua família. 
3.3 MODOS DE CONSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO DA HABITAÇÃO
São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto (art. 1.416 do CC). Desse modo, cabem as formas de extinção previstas pelo art. 1.410 do CC já citado anteriormente no instituto de Uso.
3.4 DIREITOS E DEVERES DA HABITAÇÃO
O beneficiário tem o direito de morar na casa com sua família e hospedar amigos e parentes, desde que não seja oneroso. Defender a sua posse por meio de interditos possessórios, não só contra terceiros, mas também contra o proprietário do imóvel. Permitir ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, usufruir do direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único bem daquela natureza a inventariar.
Por fim seus deveres são de guardar e conservar o prédio em que habita, arcando com todos os gastos necessários à conservação do bem. Tem o dever de arcar com os devidos reparos para manutenção do imóvel e despesas decorrentes da habitação. É proibido exercer atividade que lhe acarrete retorno financeiro, como promover aluguel ou comodato, devido à característica personalíssima do instituto. Realizar o pagamento de todos os tributos que recaírem sobre o imóvel.
Deverá o beneficiário do direito real restituir o prédio ao proprietário ou a seus herdeiros, no estado em que o recebeu, excluindo-se da deterioração decorrente do uso regular do prédio. Em ocorrendo deterioração por negligência do habitador, este deverá arcar com a competente indenização por perdas e danos relativa a todos os prejuízos ocasionados de sua atuação.
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5. CONCLUSÃO
Como demonstrado há uma preocupação grande quanto a delimitação para aplicação correta dos direitos patrimoniais. Toda essa preocupação pelos legisladores é devida a necessária diminuição de litígios provenientes de desentendimentos ou brechas legais. Os institutos apresentados, no dia a dia, podem se confundir e para isso o Código Civil de 2002 apresenta expressamente essa gama de artigos esclarecendo características, limites e formas de se obter ou extinguir cada direito.
No direito Real a relação homem x coisa costuma trazer maiores divergências e pensando nisso os julgados criadores de jurisprudências reiteram o estudo realizado e aplicado para criação de legislação tão específica e clara. O Usufruto/Uso/Habitação são relações patrimoniais que se criam durante a vida ou pós-morte, através de testamento, e podem acarretar em ganho ou perdas patrimoniais consideráveis.
Por fim, os Direitos Reais classificam e delimitam institutos nascidos das relações sociais envolvendo interesse econômico e os esclarecem para que as relações mencionadas se mantenham de forma cristalina e pacífica, na medida do possível.
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6. REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil 5: direito das coisas. 11ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 7ª Ed. Rev., Atual. e Ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
VENOSA, Silvio Salvo. Direito civil: direito das coisas. 13ª Ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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