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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – IFES QUÍMICA INDUSTRIAL BIANCA PEREIRA FREIRE MILENA NEVES ZUQUI NICCHIO Prática n°01 (26/03/18): ACIDEZ TOTAL EM SUCO INDUSTRIALIZADO E NO LEITE Disciplina: Química de Alimentos Professor: Hugo Leonardo André Genier VILA VELHA ABRIL DE 2018 OBJETIVOS Determinar a acidez total do suco de laranja industrializado e no leite desnatado. PROCEDIMENTOS Para análise de acidez total do suco de laranja industrializado, mediu-se 10 mL do suco concentrado que foi transferido para um balão volumétrico de 100 mL e completado com água destilada até o menisco. A partir desta solução preparada, transferiu-se 25 mL para um erlenmeyer de 125 mL, foi adicionada uma gota de fenolftaleína e titulou-se com solução de NaOH 0,1 mol/L. Para análise de acidez total no leite, mediu-se com uma pipeta volumétrica 10 mL da amostra de leite e foi transferida para um erlenmeyer de 100 mL e adicionada uma gota de fenolftaleína. Foi titulada com solução de NaOH 0,1 mol/L até o aparecimento de uma coloração rósea. RESULTADOS E DISCUSSÃO A determinação de acidez pode fornecer um dado valioso na apreciação do estado de conservação dos produtos industriais. A análise de acidez mais comum é a quantitativa, que determina a acidez total por titulação. Após a realização dos procedimentos, obtiveram-se os seguintes resultados: Amostras Volume (mL) de NaOH 0,1 mol/L Suco de Laranja Leite 1 7,1 2,2 2 7,3 2,1 3 7,1 2,2 A determinação da acidez do leite é uma das medidas mais usadas no controle da matéria-prima pela indústria leiteira1. As substâncias responsáveis pela acidez aparente são: os fosfatos e citratos (minerais), a caseína e albumina (proteínas) e gás carbônico dissolvido. Amostras de leite com acidez titulável mais elevada (dentro da faixa normal) podem apresentar, em média, teores de proteína e minerais maiores do que aquelas com acidez titulável menor. O leite é um alimento de alto teor nutritivo, pois em sua composição encontramos proteínas, lipídios, glicídios, sais minerais, vitaminas, enzimas e gases. Devido a essas características, o leite torna-se excelente meio de cultura de microorganismos, que agem como germes de fermentação, oxidando a lactose a ácido láctico. O leite, por sua natureza, apresenta certa acidez no momento em que é ordenhado (pH entre 6,6 a 6,7 ou 16 a 20º Dornic). A legislação vigente considera como leite ácido aquele que apresenta acidez acima de 18º Dornic. Um leite com menos de 16° D (alcalino) ou com mais de 20° D (muito ácido) é impróprio para consumo e industrialização. Cada 0,1 mL da solução de NaOH gasto no teste corresponde a 1ºD ou 0,1g de ácido láctico/L. Na Tabela 1 são apresentados alguns exemplos de resultados em graus Dornic, a correspondência em pH e a interpretação com respeito à acidez e à resistência térmica do leite. Tabela 1. Interpretação de resultados de valores de pH e da acidez do leite pH Acidez Dornic (ºD) Interpretação dos resultados 6,6 – 6,8 15 – 18 Leite normal (fresco) 6,9 < 15 Leite típico alcalino: leite de vaca com mastite, leite do final da lactação, leite de retenção, leite fraudado com água 6,5 – 6,6 19 – 20 Leite ligeiramente ácido: leite do princípio da lactação, leite com colostro, leite em início de processo de fermentação 6,4 ± 20 Leite que não resiste ao aquecimento a 110ºC 6,3 22 Leite que não resiste ao aquecimento a 100ºC 6,1 24 Leite que não resiste a pasteurização a 72ºC 5,2 55 – 60 Leite que começa a flocular à temperatura ambiente 6,5 9 – 13 Soro de queijo Fonte: Rodrigues et al. (1995) Cálculo de Acidez Total Titulável2: Onde: V = volume de NaOH gasto na titulação f = fator de correção N = M (molaridade) P = volume da amostra Realizando a média dos resultados obtém-se uma porcentagem de ácido lático de 2,17%. A porcentagem de acidez é dada em massa/volume. Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Produtos Lácteos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a acidez do leite deve estar entre 1,4 e 1,8 g ácido láctico a cada 100mL de amostra que corresponde a uma porcentagem de ácido lático de 1,4% a 1,8% (BRASIL, 2008). Em relação a acidez Dornic, seria de 21,7 ºD e de acordo com a tabela esse leite Leite não resistirira ao aquecimento a 110ºC. Tal resultado pode estar relacionado à má conservação/armazenamento da amostra no estabelecimento comercial ou pela presença de aditivos conservantes na formulação que poderiam estar alterando a acidez do produto.3 Entretanto, acerca dos reagentes utilizados, o hidróxido de sódio, que foi preparada momentos antes do inicio das análises e utilizada na determinação da acidez, não é passou pelo processo de padronização durante seu preparo. Por tal motivo o procedimento realizado apresenta um erro sistemático, influenciando em seus resultados. CONCLUSÃO De acordo com as analises realizadas para determinação da acidez do leite, pode ser observado que a amostra de leite não é apropriada para o consumo e industrialização, pois não está dentro da faixa de variação de graus Dornic determinado pelas normas vigentes. REFERÊNCIAS http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_194_21720039246.html http://www.agricultura.gov.br/assuntos/laboratorios/legislacoes-e-metodos/arquivos-metodos-da-area-poa-iqa/met-poa-20-01-acidez-em-leite-fluido.pdf MONTALVÃO, Thiago Ferreira; MONTEIRO, Ana Laura; RESENDE, Erika Crispim. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ACIDEZ TOTAL EM AMOSTRAS DE LEITE COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE IPORÁ POR TITRIMETRIA E POTENCIOMETRIA. IF Goiano- Campus Iporá. Setembro 2016.