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Apostila de Aleitamento materno.pdf

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1
O aleitamento materno não só oferece uma fonte de
nutrientes especialmente adaptados às condições
digestivas e metabólicas da criança, como também oferece
proteção contra microrganismos patogênicos, favorece o
estabelecimento de uma forte relação mãe-filho, reduz a
probabilidade de alergias, além de reduzir a fertilidade
materna.
Todas as vantagens tornam o leite humano o produto
ideal para alimentar crianças desde o seu nascimento até
pelo menos o 6° mês de vida (Accioly).
Assim, o Ministério da Saúde (MS) recomenda o
aleitamento materno EXCLUSIVO até os 6 meses,
devendo mantê-la associado aos alimentos
complementares até os 2 anos de idade (24 meses) (Guia
< 2 anos e Accioly). Já Dan, 2010 recomendam até 1 ano
(12 meses).
Até o 6° mês de vida, o LM contém todas as
necessidades que o bebê precisa, inclusive água, mesmo
em climas muito quentes (87% do LM é água). Assim, a
oferta de chás, sucos e água é CONTRA INDICADA e
pode prejudicar a sucção do bebê, fazendo com ele mame
menos leite, pois o volume desses líquidos irá substituí-lo.
Além disso, a oferta desses líquidos aumenta a
chance do bebê adoecer, por serem veículos de
contaminação (água, utensílios, mamadeiras). E a oferta
dos líquidos em chuquinha e mamadeira faz com que o
bebê engula ar (aerofagia) propiciando desconforto
abdominal pela formação de gases e consequentemente,
cólicas. Além de propiciar a “confusão de bicos” (o ato de
sucção de leite para esvaziar a mamadeira é mais rápido e
fácil, fazendo com que alguns bebês recusem o seio,
dificultando a pega correta da mama e aumentando os
riscos de problemas ortodônticos e fonoaudiólogos (Guia <
2 anos).
Lactentes que são apresentados à mamilos artificiais
nas primeiras semanas de vida são os mais susceptíveis à
“confusão dos mamilos”.
A média de duração de aleitamento materno
exclusivo na população brasileira é muito baixa. Segundo
dados do MS a média de duração do aleitamento materno
exclusivo foi de 23,4 dias, sendo a média mais baixa a do
Sudeste e a mais alta do Sul, embora pareça pouco houve
uma melhora importante em relação ao estudo anterior A
prática do aleitamento diminui com o desenvolvimento
sócio econômico. Ultimamente o índice de amamentação
tem reduzido devido ao fato da necessidade da mulher
contribuir para o sustento da família, as atividades fora do
lar e a divulgação de substitutos do leite materno e de
alimentos para crianças (Chemin).
Atribui-se essa prática a prevenção de mais de 6
milhões de mortes em crianças menores de 12 meses a
cada ano, se a amamentação ótima fosse praticada
universalmente, mais de 2 milhões de mortes seriam
evitadas (Chemin).
Vantagens:
 Vantagens técnicas:
o Fácil operacionalmente
oEstá sempre na temperatura ideal
o Imediatamente disponível
oEstá sempre em concentração ótima evitando
diluições inadequadas
oNão tem instrução
oÉ microbiologicamente seguro
o Fácil digestão
oRegula o apetite da criança
oNão necessita esterilizar
 Vantagem econômica
oÉ econônico
oÉ grátis
oSem desperdicios
oEvita gastos adicionais com setor de saúde
 Vantagem psicológica
oDesenvolve o laço entre mãe e filho
 Vantagem materna
oPerda de peso gradual - controle dietético
o Involução uterina mais rápida
oProteção contra câncer de mama
oMétodo anticoncepcional
 Outras vantagens
oDiminui o risco de infecções, especialmente
respiratórias e diarréias
oDiminui a frequência de bacteremia, meningite e
enterite necrozante
oProtege contra doenças crônicas e morte súbita
oPromove bom desenvolvimento da mandíbula
oBeneficia o desenvolvimento cognitivo
oMaior estabilidade emocional e de
comportamento, além de melhor acuidade visual e motora
o Favorece a aceitação dos alimentos
complementares
oReduz a taxa de morbimortalidade infantil
oPossui variabilidade biológica
Obs. O uso de mamadeira ou o início da introdução
da alimentação complementar, reduz-se a eficácia do LAM
(método da amenorréia de lactação), para que esse
método tenha 98% de eficácia a amamentação deve
ocorrer dia e noite em torno de 8 vezes em 24hs, o
intervalo entre as mamadas não deve ser superior a 5 hs e
a mulher deve estar em amenorréia (Chemin). Para que a
mulher utilize a amamentação como contraceptivo é
preciso estar nos primeiros 6 meses pós parto; não ter
menstruado e amamentar exclusivamente ou quase
exclusivamente (Accioly 09).
Contra indicações:
 Dan: infecções maternas passíveis de serem
transmitidas pela amamentação; erros inatos ou outras
ALEITAMENTO MATERNO
Prof. Michelle Teixeira
michellet.teixeira@gmail.com
2
condições que causem intolerância ao leite materno como:
a galactosemia ou tirosinemia, a fenilcetonúria;exposiçao
materna a alimentos ou drogas ou agentes ambientais que
possam ser excretados pelo leite materno.
 Accioly: Infecções de alta patogenicidade (ex:
HIV), que utilizem drogas psicotrópicas ou outras drogas
farmacológicas que passem através do leite.
 Vasconcelos: Doenças Maternas
Em virtude do efeito protetor que o LM oferece, os
riscos de contaminação pela maioria dos vírus e bactérias
transmitidos pela mãe não contraindicam o AM. Abaixo
segue um quadro referente quanto as recomendações
sobre a prática do AM em condições maternas infecciosas
e não infecciosas:
Condições maternas Recomendação
HIV Contraindicação total
Vírus linfotrófico humano
de células T (HLTV 1 e
2)
Contraindicação total
Citomegalovírus (CMV) LM cru é contraindicado p/
PMT ou imunodeficientes
Vírus do herpes simples
ou herpes zoster
Contraindicados nos casos de
lesão da mama.
Vírus da varicela Contarindicados se lesões
surgem 2 dias antes ou até 5
dias após o parto.
Vírus da hepatite C
(HCV)
Contraindicação caso a mãe
tenha fissura no mamilo ou
carga viral elevada.
Hanseníase Contraindicação se existir
lesão na mama
Contraindicação em mães com forma virchowiana não
tratada ou com tratamento < 3 semanas com rifampicina
(não deve ocorre AM até que o tratamento controle a
transmissão).
Trypanossoma cruzi
(doença de chagas)
Contraindicação na fase
aguda da doença e caso haja
sangramento no mamilo.
Classificação da prática de aleitamento:
 Aleitamento materno exclusivo: Quando a
criança recebe somente leite materno (LM), diretamente da
mama ou extraído, e nenhum outro líquido ou sólido, com
exceção de vitaminas, minerais e medicamentos.
 Aleitamento materno predominante: Quando o
lactente recebe além do leite da mãe, água ou bebidas a
base de água, tais como sucos e chás de soro de
reidratação oral
 Aleitamento materno complementado: Quando
o lactente recebe além do LM, alimentos sólidos inclusive
leite não humano
 Aleitamento materno: Quando a criança
recebe o leite materno
Desenvolvimento das mamas
A lactação pode ser dividida em 3 processos:
mamagênese, lactogênese e lactopoiese.
A mamogênese que é o desenvolvimento da glândula
mamária. Há 5 estágios distintos: embriogênese,
puberdade, gestação, lactação e involução.
A mamogênese, apresenta dois momentos de
desenvolvimento: o primeiro ocorre na puberdade e o
segundo se dá durante a gestação. O desenvolvimento da
glândula mamária tem início na vida fetal e após o
nascimento permanece latente e se desenvolve de forma
semelhante até a puberdade e se completa somente na
gestação, pela elevação dos hormônios ovarianos e
placentários (Chemin). Antes da puberdade a mama
possui glândula mamária e condutos rudimentares, ao
nascimento estas são capazes de produzir uma secreção
láctea (leite de bruxa) que desaparece em poucas
semanas.
Na puberdade, principalmente por ação do hormônio
estrogênio, ocorre alongamento dos canais mamários e
forma-se tecido pericanalicular fibroso e gorduroso com
desenvolvimento dos alvéolos. Ainda neste período, o
mamilo cresce e aréola torna-se pigmentada. Este
desenvolvimento se intensifica na adolescência quando a
atividade ovariana vai seregularizando. Ainda assim, a
glândula não está pronta para atividade secretora.
Somente a gravidez e lactação favorecem alterações que
possibilitem a secreção láctea.
Gestação – aumento de estrogênio e progesterona
possibilitam a proliferação alveolar permitindo que a
glândula esteja apta à produção de leite
Lactação – com a secreção de prolactina e ocitocina
no momento do parto ocorre reorganização das células
para início e manutenção da síntese de leite.
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
A lactação é um processo fisiológico que se estalece
e se matém a partir de uma glândula mamária íntegra e a
presença de mecanismos fisiológicos adequados que
permitem produção e liberação do leite. Está relacionado a
integração de um complexo sistema neuroendócrino que
3
envolve inervação do mamilo, medula espinhal,
hipotálamo, hipófise (com seus hormônios em especial a
prolactina), ACTH, glicorticoídes e ocitocina.
A produção do leite passa por 2 estágios: síntese e
secreção para luz aveolar e propulsão ou ejeção ao longo
do sistema de canais.
 Síntese - ocorre no final da gestação,
primeiramente ocorre a produção de uma secreção
amarelada (colostro) mesmo antes do nascimento e logo
após o parto. O principal hormônio envolvido na síntese do
leite é a prolactina (esta está inibida durante a gestação
devido alta de estrógenos). Após o parto há uma queda de
estrógenos e progesterona associado a sucção do bebê
temos um aumento da produção de prolactina que agirá
sobre as células dos alvéolos mamários estimulando a
produção e liberação do leite (Chemin). A sucção inibe PIF
(fator de inibição de prolactina, que é a dopamina)
liberando a secreção de prolactina pela hipófise anterior
estimulando a produção láctea (Accioly09).
 Ejeção – o estímulo primário é a sucção do leite.
O leite secretado não flui espontaneamente pelos seios
lactíferos por causa da pressão capilar, isso só ocorre
devido a ação da ocitocina (hormônio da hipófise posterior)
que faz o reflexo de descida do leite. O reflexo de ejeção
também pode ser iniciado pelo choro do bebê, no entanto
o estresse e estado psicológico e emocional materno
podem inibir o reflexo da descida do leite, devido a
produção de adrenalina (Chemin e Accioly09). O estímulo
à sucção parece ter efeito maior que o próprio reflexo de
ejeção. A sucção pode ser estimulada por meio de
ordenha manual ou de uma bomba de aspiração para
manter a produção na ausência do bebê (Chemin). Para
manter a secreção láctea é necessário esvaziamento da
mama constante (Accioly09). Após uma mamada a
glândula mamária leva cerca de 2 horas para produzir 80%
do leite a ser armazenado.
A produção de leite ocorre nas céluals epiteliais dos
alvéolos. A lactose é o principal regulador do conteúdo de
água e consequentemente do volume de leite. É o principal
carboidrato do lite e sua prdução ;e regulada pelo cálcio e
pela alfa lactoalbumina.
A maioria das proteínas do leite é espécie-específica.
Originam-se de 2 fontes: são sinteizadas na própria
glândula mamária pu são oriundas do plasma. As
proteínas de origem plasmática estão em amior
concentração no colostro, mas as princiapis proteínas do
leite (alfa lactoalbumina e caseína) são sintetizadas na
glândual mamária.
A sintese de gordura ocorre por meio de precurssores
sintetizados na glândula ou de ácidos graxos retirados da
circulação materna. As céluals alveolares são capazes de
sintetizar ácidos graxos de cadeia curta a partir do acetato.
Já os TG e ácidos graxos de cadeia longa derivam-se do
plasma. A prolactina é o hormônio relacionado a esta
síntese.
O primeiro leite a ser produzido chama-se colostro. O
colostro começa a ser produzido ainda na gestação. Este
colostro é reabsorvido para a corrente sanguínea e a
lactose do colostro que não é metabolizada, é eliminada na
urina, a qual pode ser utilizada como indicador de síntese
de lactose na mama, confirmando a lactogênese.
Um aumento de lactose na urina significa o início da
lactogênese (lactogênese I - produção de colostro).
A secreção láctea só é plena após 3 a 4 dias, quando
ocorre a “apojadura”. No final da primeira semana pós
parto, a lactação já está bem estabelecida em nutrizes
adultas, já nas primíparas e adolescentes o início do
processo pode demorar mais. Este estágio da lactogênese
inclui o aumento de fluxo sanguíneo e a captação de
oxigênio e glicose, bem como, a concentração de citrato
(marcador desse estágio). E é marcado pela aumento da
concentração de citrato no sangue (lactogênese II).
O início da produção abundante de leite ocorre na 2ª
ou 3ª semana pós parto (Chemin). Nesta fase, há uma
intensa secreção de LM e mudanças em sua composição.
As mudanças no leite continuam de modo importante por
10 dias, e partir desse período considera-se que já se
produz o leite maduro, no denominado estágio 3 ou
galactopoiese. No final da primeira semana pós parto, a
lactação já está bem estabelecida em nutrizes adultas, já
nas primíparas e adolescentes o início do processo pode
demorar mais.
O atraso da descida de leite por ser devido a: sucção
tardia (> 105 minutos pós parto) e planejamento. Fator de
risco para término precoce de aleitamento: baixa
frequência de aleitamento no primeiro dia pós parto,
trabalho em tempo integral, falto de planejamento prévio.
Se não houver sucção ou ordenha a produção de leite
cessa entre 24 a 48 horas (Chemin).
O principal fator é o reflexo neuroendócrino da
sucção do lactente, que através de nervos sensitivos
transmitem impulsos ao hipotálamo → hipófise anterior
onde ativam a liberação de prolactina e estimulam o
hipotálamo → hipófise posterior a secretar ocitocina. E
ainda provocam a inibição da secreção de LH (hormônio
luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante)
promovendo o efeito contraceptivo da amamentação,
importante para aumentar o espaçamento entre gestações
(segundo a Chemin quem inibe esses hormônios é a
prolactina).
As falhas na lactogênese podem ter origem pré
glandular (ex: causa é hormonal – deficiência de
prolactina); glândular (procedimentos cirúrgicos, como
mamoplastia de redução); ou pós- glândulares (remoção
pouco frequente ou ineficiente do leite). Algumas situações
que poderiam prejudicar a lactação são: amenorréia
periódica, menarca tardia, remoção de tumores e cistos e
redução e reestruturação das mamas podem tornar o
tecido mamário insuficiente para nutrição dos filhos.
Hormônios e aleitamento:
 PROLACTINA: Responsável pela produção de
leite. Inibida pelos altos níveis de estrogênios na gestação
(Chemin). X A progesterona é o principal inibidor da
prolactina, seguida do estrogênio. Os níveis de prolactina
são mais elevados durante a noite (ritmo circadiano) –
Vitolo. E ainda, inibida pelo fator de inibição da prolactina
(PIF) – dopamina e FIL.
O fator inibidor de prolactina (PIF) é liberado pelo
hipotálamo e está diretamente relacionado a
catecolaminas, de modo que quando há diminuição de
4
catecolaminas, ex. fármacos, há diminuição da PIF e
consequentemente aumento da prolactina (Vitolo). –
Feedback Inhibitor of Lactation (FIL): é uma
glicoproteína secretada no leite, pelos alvéolos e que
suprime síntese láctea, a medida que a glândula mamária
torna-se cheia, reduzindo a taxa de síntese proteica e de
lactose (Accioly 09).
Por outro lado, aumentam a liberação de prolactina
após o parto: o estímulo mamário, psicogênicos, stress,
anestesia, exercícios, cirurgia e relações sexuais.
Sua maior [ ] ocorre no pós parto imediato (200μg/L)
e declina progressivamente (até 80 μg/L), aos 6 meses pós
parto. Seu pico de [ ] no sangue ocorre 45 min após
sucção e os níveis pré mamada retornam 3h após o início
da sucção (Accioly 09).
 OCITOCINA: Determina a contração de células
mioepiteliais nos alvéolos para promover a expulsão láctea
(Reflexo de descida do leite). Também é útil na parada do
sangramento do útero pois estimula suas células ase
contrair e permite a involução uterina mais rápida
(Chemin).
Inibem a liberação de ocitocina: estresse, temor,
ansiedade, dor, cansaço e ingestão de bebidas alcoólicas.
Também a visão errônea da estética mamária e confusão
de informações (Chemin).
O estresse estimula a liberação de adrenalina que vai
inibir a ação da ocitocina na célula mioepitelial, e a
liberação de nora adrenalina que age no eixo hipotálamo-
hipofisário, inibindo a síntese de ocitocina.
Estimulam sua liberação: sucção do lactente,
estímulos visuais, olfativos, auditivos e de
condicionamento (Accioly e Vitolo) e o estresse do trabalho
de parto.. A sucção pode ser estimulada artificialmente
para aumentar a quantidade de leite ou para manter a
produção na ausência do bebê (Chemin).
Outros hormônios também estão envolvidos na
lactação:
 Insulina: participa na conversão de células
alveolares não secretoras em secretora, aumentando seus
números; e a síntese de proteínas no leite iniciada pela
prolactina depende da ação da insulina.
 Glicocorticóides: estimulam a Na-K-ATPase nos
rins, aumentando a reabsorção do sódio, disponibilizando-
o para produção de leite, são necessários para a ação da
prolactina na síntese de constituintes como a caseína, alfa-
lactoalbumina e lactose.
 Falha no desenvolvimento durante a
amamentação (Krause, 2013):
Causas maternas:
 Baixa apojadura: estresse, ansiedade,
hipertensão, tabagismo
 Baixa produção: hipertireoidismo, uso
excessivo de anti-histamínicos, desenvolvimento
insuficiente do tecido alveolar, consumo excessivo de
cafeína, doença, dieta pobre, retenção de fragmentos da
placenta, fadiga
Causas do lactente
 Necessidade alta de energia: problemas no
SNC, doença cardíaca congênita, PIG
 Baixa ingestào de líquidos: vômitos e diarréia,
má absorção, infecção
 Baixa ingestão: sucção insuficiente; estado
alimentado, sonolento; alimentação não frequente; certas
anomalias craniofaciais
COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO
Os componentes do leite são sintetizados na célula
epitelial dos alvéolos da glândula mamária ou são
transportados do plasma sanguíneo para estas células.
Durante a lactação há um aumento na demanda
metabólica materna para atender ao direcionamento de
substratos (glicose, aminoácidos...) da circulação para a
glândula mamária para que ocorra produção de leite.
Para isso, ocorre hipertrofia da mucosa intestinal,
aumento na ingestão de alimentos, hipertrofia na glândula
mamária e fígado (↑ glicose, proteínas e ácidos graxos),
aumento do aporte de sangue para glândula mamária,
aumento do débito cardíaco e aumento da taxa de lipólise
no tecido adiposo que foi reservado durante a gestação,
apesar da intensa hiperfagia. A glândula mamária é
considerada o maior sítio lipogênico, onde o maior
precursor é a glicose.
A composição é INDEPENDENTE do estado
nutricional da mãe, com EXCEÇÃO das VITAMINAS e
alguns MINERAIS, os quais estão diretamente
relacionados com a ingestão diária materna. A menos que
seja subnutrição grave que vai levar a redução do volume
do leite.
Considerações:
A concentração dos principais minerais (Ca, P,
Mg, Na e K) e de ácido fólico NÃO são afetados pela dieta
materna.
As vitaminas B1, B2, B6, B12, vitamina A e iodo,
podem ter redução de até 50%, se houver baixo consumo
e/ou reserva materna.
Aumentar o consumo materno para quantidade
acima das recomendações não resulta em aumento dos
níveis de nutrientes no leite, exceto para vitamina B6, D,
iodo e Se.
Variações na composição do leite:
 De uma mãe para outra → Idade materna,
paridade, saúde, classe social, idade gestacional (Accioly).
 A principal diferença ocorre durante a mamada: -
 leite que saiu no início (leite anterior): é mais
aquoso, contém menos gordura e menos calorias. É rico
em elementos imunológicos.
 leite que sai no fim (leite posterior): tem maior
quantidade de gordura e portanto de energia → importante
para a saciedade do bebê
 Outras diferenças na composição:
 Período do dia → alterações na lactose e na
gordura (+ conc de manhã).
5
 Prematuridade → níveis elevados de proteínas,
representadas pelos fatores de defesa, Na, Cl e ac graxos
de cadeia curta e menor conc de lactose no colostro de
mães de prematuro. Essa diferença na composição ocorre
pois na gestação a termo a transferência de nutrientes
ocorre pela via transcelular, já na prematuridade a via
paracelular vai estar mais atuante. Via transcelular:
transferência de nutrientes que são produzidos dentro da
célula (lactose, Ca, P, ptn, lip, citrato, Ig e outras proteínas
séricas por pinocitose). É avia predominante nos RN a
termo; - Via paracelular: é representada por espaços
abertos entre as células produtoras de leite que permitem
a passagem fácil de componentes séricos como Ig, Na e
ptns séricas. Esta via é mais intensa no RNPT, pois não
houve tempo de ocorrer fechamento das junções.
 Grau e tipo de desnutrição: a concentração de
macronutrientes não é alterada, porém há menor produção
de volume diário e alteração nas vitaminas C, A, tiamina e
B12, mas a suplementação pode restabelecer as
concentrações no leite. Em relação a Vit A o MS
recomendou a suplementação de uma dose de 200.000UI
no momento da alta. Outros componentes menos afetados
são folato, ferro, vitamina D, cobre e zinco. A manutenção
da lactação é justificada por alterações fisiológicas que
ocorrem no organismo materno para sustentar a lactação:
diminuição do gasto energético dos tecidos, aumento da
absorção intestinal, níveis mais altos de prolactina, maior
eficiência enzimática e economia no custo celular para
produção e secreção de nutrientes no leite materno. A
deficiência de alguns micronutrientes pode afetar seu teor
no leite materno com subseqüente depleção nutricional do
lactente (Accioly 09).
 Adolescência: o leite tem menor concentração de
cálcio se comparado ao leite da mulher adulta, por isso sua
recomendação é de 1300mg.
Nomenclaturas do leite materno
O leite materno recebe diferentes nomenclaturas de
acordo com as mudanças temporais na sua composição:
 Colostro (até 7 dias após o parto): fluido espesso,
amarelado (elevada concentração de caroteno), volume de
2 a 20 ml/dia, menos rico em lipídeos e lactose e mais rico
em ptns (3x mais). Fornece 54 kcal/dl que são divididas
em:
Composição Proteínas Lipídeos Lactose
Accioly09 2,3 g/dl 2,9 g/dl 5,7 g/dl
Obs. Vasconcelos diz que o lipídeo varia de 1,8 a 2,9g/dl
Destaca-se a sua elevada concentração de IgA
secretória, lactoferrian, linfócitos e macrófagos, que
conferem ação protetora. O conteudo de minerais também
é alto, sendo mais rico em sódio, potássio e cloretos que o
leite maduro.conté mais vitaminas lipossolúveis e menores
quantidades de vitmainas do complexo B.
 Leite de transição (5 e 15 dia): vai sofrendo
modificações de volume e composição.
 Leite maduro (após 15 dias): tem volume e
composição estáveis. Volume média de 700-900 ml/dia
(primeiros 6 meses), cerca de 600 ml no segundo
semestre e 550 ml no segundo ano. Fornece em média 70
kcal/dl (70 kcal/100ml).
É composto por uma composiçao única de
ingredientes diferindo a sua composição com a de outros
mamíferos. Ele apresenta menos energia e densidade
energética e mais carboidratos, quando comparado a
maioria dos mamíferos.
As mudanças são em mais lentas do que no período
inicial, variando em relação ao início ou fim da mamada, ao
longo do dia, de acordo com as necessidades do bebe
(Chemin). Como o leite materno é facilmente digerido,
bebês amamentados mamam com mais freqüência do que
aqueles alimentados com fórmulas (Chemin). Nas
primeiras semanas, a criança mama em intervalos curtos
de tempo e o período de esvaziamento é de 1hora e meia
a 2, até os 4 meses de vida a criança mama em média 12
vezes ao dia, ao redor do 3º ao 5º mês a criança vai
largando as mamadas noturnas, passando para 8 a 10
mamadasaté os 6 meses (Chemin).
Diferenças entre colostro e leite maduro:
 As vitaminas lipossolúveis A, E e carotenóides
estão presentes em alta concentração e são
responsáveis pela cor amarelada do colostro
 O conteúdo de cinzas é alto
 Tem maiores concentrações de Na, K, Cl e zinco
 Tem menores quantidades de vitaminas do
complexo B
 As concentrações de imunoglobulinas são
altíssimas, principalmente a IgAS e sofrem queda
acentuada do 1º ao 3º dia de lactação, mas a
quantidade se mantêm alta, essa composição
confere proteção contra bactérias e vírus que
estão presentes no canal de parto..
 Possui a propriedade de facilitar o
estabelecimento de uma flora intestinal
predominantemente bífida (caracterizada pela
presença de lactobacillus bífidus) e com efeito
laxativo que auxilia na eliminação do mecônio
(Chemin).
 O colostro também tem atividade antiinflamatória,
pois interfere nas atividades enzimáticas dos
leucócitos polimorfonucleares
 Contém MAIS proteínas (3x) com predominância
de imunoglobulinas (principalmente IgA
secretória), de lactoferrina, linfócitos e
macrófagos, que vão transmitir imunidade.
 Tem MENOS de gordura.
 Também MENOS lactose.
 Tem MENOS calorias (Dan)
 Rico em anticorpos e fatores imunológicos
Por isso, é importante que a criança receba colostro
nas primeiras 48h, nem que seja em pequenas
quantidades.
6
Abaixo temos um quadro comparativo entre colostro,
leite maduro e leite de vaca.
Constituinte Colostro Leite
maduro
Leite de
vaca
Energia (kcal) 58 70 67,8
Lactose (g) 5,3 7,3 4,9
Proteína (g) 2,3 0,9 3,5
Caseína (%) 10 40 82
Ptn do soro (%) 90 60 18
Gordura (g) 2,9 4,2 3,8
Aspectos imunológicos e humorais do leite humano
Todas as classes de Ig estão presentes no leite
humano, mas a IgA é a principal, e encontra-se
predominantemente na forma secretória (IgAS) (90% do
total).
A IgA secretória está em maior quantidade no
colostro que no leite maduro (Accioly e Chemin). É
resistente a ação ácida e enzimática e por isso consegue
atravessar o TGI intacta, mantendo sua capacidade
funcional (Chemin). E é termoestável (Dan). Proporciona
resistência do hospedeiro contra organismos que invadem
o tubo gastrointestinal (E. coli e enterovírus), ou seja,
protege a mucosa intestinal.Contudo, é necessário que o
AM seja mantido até que a criança complete 3 meses de
idade para que esse efeito protetor possa ser obtido
(Krause 10). Além disso, forma uma barreira protetora,
diminuindo a permeabilidade a alérgenos (Dan).
Aspectos humorais:
Fatores Funções
Imunoglobulinas
(IgA, IgG, IgM,
IgD e IgE)
Agem contra a invasão bacteriana na
mucosa e/ou colonização do
intestino.
Ativam a via do complemento
Lactoferrina Liga-se o ferro disponível no meio e
inibe a multiplicação bacteriana,
portanto ação bacteriostática.
Sugere-se que aumenta a absorção
de ferro do LH (50% no LM X 10% no
LV)
Fatores Funções
Fator bífidus Estimula o crescimento de
Lactobacillus bífidus que
antagonizam as enterobactérias
Lactoperoxidase Mata os estreptococos e bactérias
entéricas
Complemento C3
e C4
Estimula a opsonização, tornando a
parede celular bacteriana susceptível
à fagocitose = destruição bacteriana
Interferon Inibe a duplicação viral intracelular
Fator
antiestafilocócico
Inibe a infecção estafilocócica
sistêmica
Lisozima Lisa as bactérias pela destruição da
parede celular. Sua ação é sinérgica
à da lactoferrina e à IgA secretória,
possuindo efeito bactericida contra a
maioria das bactérias Gram positivas
e algumas Gram negativas.
Fator de
crescimento
epidérmico e IGF-
1 (Dan)
Estimulam a proliferação do epitélio
da mucosa intestinal
Somatostatina
(Dan)
Antiinflamatória
Poliaminas como
putrescina e
espermina (Dan)
Podem estar presentes no LM e nas
fórmulas e estão envolvidas na
proliferação e diferenciação celulares
Nucleotídeos
(Dan)
Atuam como fatores de crescimento
e tem efeito imunomodulador
A lactoferrina possui [ ] mais elevada no colostro
quando comparada ao leite maduro e juntamente com a
IgA secretória, corresponde cerca de 30 a 40% do
conteúdo proteico do LH (Accioly).
A maioria destes fatores imunológicos está ausente
ou em pequena quantidade em leite de vaca ou fórmulas.
NÃO estão presentes no leite de vaca: IgA secretória,
lactoferrina, lisozimas e Lactobacillus bifidus.
Lipídeos no Leite Humano:
Funções:
 Fornecem energia
 Servem de veículo para vitaminas lipossolúveis. E
dos hormônios presentes no leite (Chemin).
 Provêem ácidos graxos essenciais
 São essenciais ao metabolismo cerebral
(Chemin).
A concentração de lipídeos é cerca de 40 a 50% do seu
valor calórico. Quanto ao tipo de gordura o LM contém
quantidades significativas de AG de cadeia longa, como
aracdônico e DHA, os quais são constituintes das
memebranas celulares do tecido cerebral e dos eritrócitos.
Esses ácidos graxos estão relacionados a cognição,
crescimento e visão.
A dieta materna influencia na qualidade dos lipídios
secretados no leite (Vasconcelos):
Dieta Materna Gordura no leite
↑ Gordura animal ↑ AG saturados
↑ Gordura vegetal ↑ AG poliinsaturados
↑ teor de carboidratos ↑ AG cadeia média e
curta
7
Carboidratos:
O principal HC é a lactose e tem pequenas
quantidades de galactose, frutose e outros
oligossacarídeos.
A síntese de lactose sofre alterações ao longo do dia
em função da ingestão de alimentos, entretanto sua
concentração no leite não sofre variação com a dieta da
mãe.
A concentração média de lactose no leite maduro é de
6 a 7g/100ml, enquanto no colostro é de 4g/100ml, sendo
sua absorção de 90%. Os oligossacarídeos estão em torno
de 1,3 g/100ml.
Importância da lactose:
 É o principal regulador do conteúdo de água e
portanto, do volume de leite
 Facilita a absorção de: cálcio e ferro, zinco e
manganês e proteínas (Chemin)
 Sua produção é regulada pelo cálcio e pela α
lactoalbumina
 Tem ação considerada fator anti-raquitismo,
mesmo qdo o LH apresenta baixa concentração de cálcio e
vitamina D
 Mantém a pressão osmótica no leite
 Lactose = galactose + glicose. Quando
metabolizada fornece galactose que é necessária para o
desenvolvimento do SNC
 Além disso, sua presença auxilia a proliferação
dos Lactobacillus bifidus que inibem o crescimento de
gram-negativos, impedindo o aparecimento de infecções
intestinais. Pela redução do pH intestinal, sendo
desfavorável ao crescimento de enterobactérias (Chemin).
Os oligossacarídeos, na presença de peptídeos, formam
um fator bífido, que no meio rico em lactose, produzirá
ácido lático e succínico, o que diminui o pH.
Proteínas:
Funções das proteínas no leite humano:
 São fontes de aminoácidos essenciais e de
nitrogênio para síntese de proteínas e compostos
nitrogenados não protéicos.
 São fontes de proteínas com funções específicas
como as de defesa: imunoglobulinas
O LM possui diferentes quantidades de proteína, por
exemplo, o leite de mães de prematuro possui mais, cerca
de, a 4,0 g/kg/dia, em mães a termo a quantidade vai
reduzindo com o amadureciemtno permanecendo cerca de
2 a 2,5 g/kg/dia.
Atuam como fatores de crescimento, como certos
hormônios (somatomedina, fator de crescimento
epidérmico, fator de crescimento semelhante à insulina,
cortisol e tiroxina).
A composição aminoacídica é adequada as
necessidades da criança com elevado teor de cisteína e
taurina e menor de metionina e fenilalanina (Chemin). O
LH tem grande quantidade de cistina (aa não essencial) e
portanto não precisa produzi-la a partir de metionina,
economizando esta etapa.
O leite humano tem grande quantidade de
aminoácidos livres, sendo a taurina e a glutamina
encontradas em concentrações elevadas. A taurina
transporta zinco e serve como neurotransmissor excitatório
cerebelar. A glutamina age como principal combustível
para o crescimento do epitélio intestinalem períodos de
estresse (Chemin).
As proteínas do leite são divididas em:
1) Caseína: no leite humano corresponde a 25%
enquanto que no leite de vaca corresponde a 82%. Há
diferença entre a caseína humana e a caseína bovina em
relação a composição de aminoácidos. Assim, as mesmas
proteínas contidas no leite de vaca (caseína bovina)
apresentam estrutura e qualidade diferentes das proteínas
do LM (caseína humana), podendo gerar até mesmo
respostas antigênicas (Chemin). A caseína do leite
humano é facilmente digerida e fornece aminoácidos livres
ao lactente, além de cálcio e fósforo. A caseína quando
sofre hidrólise é fracionada e, flocos finos de fácil
digestão.Ela ajuda a proteger contra infecções intestinais,
impedindo a aderência de bactérias na mucosa intestinal
(Chemin).
2) Proteínas do soro: Sua concentração é maior no
colostro e sofre um decréscimo ao longo da lactação. São
essenciais para nutrição e proteção do recém nascido.
Podem ter funções ligantes como a lactoferrina e a
proteína ligante do folato, funções de defesa como as
imunoglobulinas IgA e IgG e funções nutricionais como a
α-lactalbumina. A principal constituinte das proteínas é a
lactoalbumina (60%) (Chemin). No leite de vaca há
predominância de β lactoalbumina (ou β-lactoglobulina),
que é a principal responsável pela intolerância da criança
ao leite e está ausente no leite humano.
As proteínas do soro estimulam o crescimento de
bifidobactérias e essas, produzem ácido láctico e acético a
partir da lactose, inibindo o crescimento de
enteropatógenos (Dan). As proteínas do soro contêm mais
cisteína que a caseína (Dan). A síntese de proteínas não
sofre alterações em função da ingestão de alimentos, mas
é afetada pela qualidade da proteína dietética, assim,
mulheres de baixo nível sócio econômico têm menos
caseína e α-lactalbumina e mais lactoferrina e lisozima.
Isso representa diminuição das propriedades nutricionais e
aumento das propriedades protetoras.
Minerais:
O leite humano apresenta grande quantidade de
cálcio, fosfato, potássio, sódio, magnésio e cloreto e possui
pequenas quantidades de ferro, cobre e manganês, sendo
que, os minerais relacionados a problemas de deficiência
em recém nascidos, principalmente em prematuros são
cálcio, fósforo, zinco, ferro e cobre.
A relação cálcio/fósforo é de 2:1→ facilita a absorção
de cálcio pelo trato gastrointestinal (Chemin). O LV por
conter alto teor de fósforo acarreta em uma baixa relação
cálcio/fósforo de 1,2:1, determinando menor incorporação
e aproveitamento do cálcio.
A quantidade de ferro é baixa, mas tem alta
disponibilidade. De acordo com Vasconcelos, a
biodisponibilidade do ferro no leite materno é cerca de 70%
(Atenção, pois em capítulos diferentes, Vasconcelos et al,
8
colocam que a biodisponibilidade do Fe é de 50% no LM)
do Fe do LM são absorvidos, assim é rara a ocorrência de
anemia ferropriva nos primeiros 6 meses de vida em
crianças em AM exclusivo. No entanto, o desmame
precoce, com a introdução dos alimentos na dieta, pode
ocorrer uma diminuição de até 80% na absorção de ferro,
por mecanismos de quelação.
Lembrar: Os minerais estão em menores quantidades
no LH do que no leite de vaca e fórmulas lácteas, mas
estão mais biodisponíveis.
Vitaminas:
Lembrar: O conteúdo de vitaminas no leite humano é
dependente da ingestão materna e de seus estoques, sua
concentração é menor em mulheres que utilizam dietas
inadequadas crônicas.
Segundo a Chemin, as vitaminas A e do complexo B
variam com a ingestão materna. A concentração das
vitaminas hidrossolúveis sofre variação de acordo com o
estágio de lactação, sendo menor no colostro do que no
leite maduro.
Em relação às vitaminas lipossolúveis, o conteúdo
alto de vitamina A é importante, pois o recém nascido
nasce com baixa reserva hepática desta vitamina. O leite
humano tem pouca vitamina D, mas altamente
biodisponível (forma hidrossolúvel) (Accioly 02). X Todas
as vitaminas estão em quantidade suficiente para atender
as necessidades do lactente com exceção da vit D; apesar
de ele poder ser conseguido pelos raios solares, trabalhos
mostram que a lactose exerce um efeito sinérgico sobre o
metabolismo de cálcio e vitamina D, o que manteria a
adequação de vit D mesmo sem o sol (Vitolo) X Bebês
devem receber suplementos ou serem expostos à luz
solar.
Carga osmótica renal (Vitolo):
Leite humano 286mOsm/kg X 400mOsm/Kg, por isso
a criança que é amamentada não necessita de água.
Krause10:
Em função da osmolaridade do LH ser menor, a
criança amamentada não necessita de água adicional,
uma vez que 87% do LH é composto de água.
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO:
Se as técnicas de amamentação estiverem corretas
diminui-se muito o risco de desmame precoce (Vitolo). Os
pais e familiares devem fazer a observação da técnica
correta da mamada o dia-a-dia.
Para um maior sucesso no estabelecimento da
amamentação deve-se iniciar o aleitamento materno
imediatamente após o nascimento, ainda na sala de parto
Segundo Chemin, a baixa frequência do AM no 1º dia
pós-parto é um fator de risco para o término precoce do
AM. Em seguida devem ficar em alojamento conjunto
(berço ao lado da cama da mãe – Faz parte da Iniciativa
Hospital Amigo da criança). Isso estabelece uma boa
relação mãe e filho, aumenta a probabilidade de sucesso
da amamentação prevenindo suas dificuldades, e facilita o
trabalho da equipe hospitalar.
 Posição adequada de amamentação: Corpo
da criança encostado no da mãe e de frente para ela; rosto
do bebê perto da mama; queixo encostado na mama; boca
bem aberta; lábio inferior virado para fora; aparecimento da
aréola mais na parte superior e menos na inferior da boca
do bebê e pode-se ver a criança engolindo lenta e
profundamente (suga, faz uma pausa e suga). O nariz
também toca a mama e, a bochecha e a mama ficam
arredondadas e não dói (Chemin).
Posição Recomendada para:
Sentada Bebê está de frente para a mãe e
barriga com barriga.
Deitada Mãe permanece deitada de lado e
com barriga do bebê juntos ao seu
corpo. A mãe oferece o peito do lado
em que está deitada. Indicada
quando a mãe for submetida a uma
cesariana.
Inversa Coloca-se o corpo do bebê debaixo
da axila materna com o ventre
apoiado sobre as costelas da mãe
(barriga-costela). Indicada nos casos
de mamas ou mamilos machucados
com o intuito de mudar o local de
pega do bebê e no pós-operatório de
cesariana
9
Importância da pega correta: permite que a criança esvazie
a mama e evita a formação de fissuras no peito. Se estiver
errada pode dificultar a sucção comprometendo a
quantidade de leite ingerida e causar problemas nos
mamilos.
Para remover o bebê da mama, basta colocar um
dedo (mínimo) no canto da boca do bebê. Entretanto,
quando o bebê está satisfeito ele solta a mama. A maioria
dos bebês precisam arrotar (eructação) antes de iniciar a
segunda mama, mas isso é individual.
 Alternância das mamas: Nos primeiros dias
após o parto, o bebê deve ser amamentado um pouco em
cada mama para que estimule bem as duas e de forma
mais regular. A mãe deve oferecer primeiro um seio, por
10 a 15 min e depois oferecer o outro seio, e na próxima
mamada iniciar pelo que foi sugado por último (Dan). É
necessário ter certeza do esvaziamento da primeira para
garantir a ingestão do leite anterior e posterior (rico em
gordura), mas na mamada seguinte deve-se iniciar com a
outra mama para que o bebê aprenda em ambas.
 Tempo da mamada: A frequência da
amamentação deve ser de acordo com o ritmo da criança,
mas o intervalo entre as mamadas é de 2 a 3 horas (Dan).
As mamadas noturnas devem ser mantidas pelo menos
até o 3º mês. Se o intervalo entre as mamadas estiver
muito curto, isso significa que a criança não está mamando
o leite posterior, que é mais rico em gordura e calorias.
Entretanto não há regras absolutas na amamentação,
existem apenas orientações, a técnica mais importante éa
de livre demanda, ou seja, o bebê deve mamar quando
acordar com fome.
Para avaliar se a quantidade de leite ingerida é
suficiente nas primeiras semanas de vida do RN, deve-se
verificar:
 Troca de fraldas pelo menos 6x/dia (Guia < 2
anos)
 Ganho de peso > 20g/dia (Guia < 2 anos) x 18 a
30g/dia ou 125 a 210g/semana (Chemin).
 Mamas das mães não devem estar flácidas.
 Pelo menos 2 evacuações/dia.
 Cuidados com a mama:
Pré natal (Chemin):
 A gestante deve ter pelo menos 3 encontros no
pré natal, onde NÃO deve ser incluído temas sobre
preparo de fórmulas e cuidados com mamadeira
 Indica-se banho de sol nas mamas durante 10 a
15 min (antes das 10hs ou depois das 16hs) para
fortalecimento da pele, visando reduzir riscos de traumas
 Evitar creme hidratante nas mamas pois deixa a
pele fina e sensível com risco de trauma
 Deve-se usar sutiã com reforço, com tamanho
adequado ao crescimento das mamas e alças largas.
 Para evitar fissuras: deve-se orientar a mãe
durante o pré natal sobre o preparo da mama e técnicas de
amamentação enfatizando estratégias como banho de sol
nos seios (10 a 15 minutos ou banho de luz: abajur com
lâmpada de 40watts a um palmo de distância do seio),
FRICÇÃO DE TOALHA, utilização de sutiã de algodão com
orifício na região mamilar (Accioly 09).
Pós natal:
 Antes de amamentar lavar o antebraço, mãos e
unhas (devem estar curtas) com água e sabonete
(Chemin)
 Recomenda-se somente banho diário para limpeza
das mamas e a lubrificação com o próprio leite antes e
depois das mamadas (Chemin)
 Antes de dar o peito deve-se eliminar o primeiro jato
para facilitar a saída do leite e amolecer o bico.
 Após cada mamada massagear os seios e verificar
se ainda estão cheios. Caso necessite retirar, massagear
com movimentos circulares, começando pela aréola e se
estendendo por toda a mama.
 Retirar o leite através de ordenha ou bomba
manual.
 Se os bebês forem apresentados a mamilos
artificiais nas primeiras semanas de vida, eles podem fazer
confusão de bicos, podendo recusar o peito, onde a
sucção é mais difícil
 Exercícios aeróbios moderados não têm efeito
adverso sobre a lactação, se for árduo pode aumentar a
produção de ácido lático e conferir gosto azedo ao leite.
 A mãe que quer realizar exercícios anaeróbios deve
amamentar antes e esperar pelo menos 1 h e meia após o
exercício para amamentar novamente
 Complicações ou dificuldades mais comuns

 Ingurgitamento mamário: É a complicação mais
comum e mais frequentemente ocorre até uma semana
10
apo o parto, deve-se a maior produção do leite e a
inadequado estímulo de ejeção, já foi demonstrado que
nos partos normais há menos comum esta complicação.
As mamas ficam doloridas, quentes, intumescidas e
hígidas. A melhor maneira de prevenir é evitar que a
ejeção demore a acontecer e isso é conseguido fazendo
com que o bebê mame logo após o parto e fazendo
massagens circulares nos nódulos encontrados nas
mamas. Não se deve usar bomba manual ou elétrica.
Antes de dar a mama, a mãe deve deixar o leite escorrer
um pouco para “amolecer” a mama. A compressa quente
aumenta a vascularização da mama e faz com que o leite
seja extraído com mais facilidade, mas tem o efeito rebote
inconveniente de aumentar a produção; já a compressa fria
faz vasoconstrição, diminuindo a intensidade do
ingurgitamento e aliando o desconforto materno em
relação à temperatura das mamas, mas se for mal
conduzida pode prejudicar a lactação, pois diminui a ação
da prolactina e da ocitocina. Então as compressas podem
ser utilizadas desde que sejam bem manejadas pelo
profissional de saúde.
Para evitar as mães devem amamentar em sistema
livre demanda logo após o parto, observando-se sempre a
pega adequada. Se o ingurgitamento já se instalou
recomenda-se manter a criança sugando, e se a dor for
intensa, ajudar a mãe a ordenhar o leite. Em caso de
ingurgitação das mamas esvaziá-las com massagem antes
da sucção para amolecer a área e facilitar a pega. Quando
a mãe decide desmamar seu lactente, isso deve ser feito
gradualmente durante um período de semanas, para evitar
o ingurgitamento das mamas e facilitar a transição do
bebê.
 Fissuras e rachaduras: São comuns no primeiro
mês após o parto e suas causas estão relacionadas com
pega errada e preparo inadequado dos mamilos no
período pré-natal. Prevenção: nas ultimas semanas
gestacionais a tomar sol na área dos mamilos e da aréola
para fortalecer a pele. Não se deve passar óleos, nem
cremes que retiram a proteção natural da pele; amamentar
por livre demanda; ordenhar o leite antes da criança
mamar para facilitar a extração; evitar o uso de
intermediários de mamilo.
 Tratamento: Manter o mamilo seco e expor as
partes afetadas ao sol (ação esterilizante e bactericida)
antes das 10:00 da manhã ou depois das 16:00- por 10-
15minutos ou fazer banho de luz (abajur com lâmpada de
40W a 1 palmo de distância do seio) (Chemin); iniciar a
mamada pela mama mais afetada; mudar a posição da
mamada utilizando a posição invertida; analgésicos
sistêmicos por via oral; deixar o leite materno atuando no
local das fissuras; e deixar a parte mais afetada livre para
que o local fique seco por mais tempo e não haja fricção
do sutiã e das roupas.
o Vasconcelos: para acelerar cicatrização dos
traumas mamilares: o tratamento SECO (banho de luz,
banho de sol e secador de cabelo) NÃO tem sido mais
RECOMENDADO, pois acredita-se que a cicatrização de
feridas é mais eficiente se as camadas internas da
epiderme (expostas pela lesão) estiverem úmidas.
Atualmente, tem-se RECOMENDADO o tratamento
ÚMIDO, objetivando, formar uma camada protetora que
evite a desidratação das camadas mais profundas da
epiderme. É recomendado o uso do próprio LM como
cicatrizante.
oNão usar chás e cascas de banana ou mamão
(práticas populares muito comuns) para acelerar
cicatrização das fissuras mamilares, pois não há nenhuma
comprovação científica. Ao contrário, foi observado que na
casca de banana, há níveis significativos de micro-
organismos patogênicos, os quais aplicados sobre as
fissuras podem favorecer o início de um processo
infeccioso.
 Candidíase (monilíase) – infecção pela Candida
sp.(Vasconcelos)
o Fatores predisponentes: umidade, lesão dos
mamilos, uso de antibióticos, contraceptivos orais e
esteróides. A criança também pode transmitir o fungo,
mesmo que seja assintomática.
oManifestações: prurido, sensação de queimadura
e fisgadas no mamilo.
oMedidas preventivas: manter mamilos secos e
arejados, e expô-los à luz solar por alguns minutos ao dia.
o Tratamento medicamentoso: tratar a mãe e a
criança simultaneamente, mesmo que esta não apresente
sinais. Inicialmente fazer uso tópico de nistatina,
clotrimazol, miconazol ou cetoconazol por 2 semanas. As
mulheres podem aplicar o creme após cada mamada, não
sendo necessário removê-lo antes da próxima. Pode ser
usada também violeta de genciana a 0,5% nos mamilos,
aréola e na boca das crianças 1x/dia por 3 a 4 dias.
 Mastite: É um processo inflamatório que pode ou
não evoluir para infecção bacteriana. Pode afetar apenas
uma mama ou as duas. A mama apresenta-se
hiperemiada, dolorosa, edemaciada e com aumento da
temperatura. É mais freqüente em situações em que
ocorre ingurgitamento, rachaduras mamilares, estagnação
do leite da mama, por horários regulares de amamentação.
Em alguns casos é necessário a drenagem dos abcessos.
No tratamento deve-se aplicar compressas úmidas de
água fria sobre a área afetada, antes de cada mamada, e
se for necessário, também nos intervalos, até sentir o alívio
(5 a 10 minutos). Manter a amamentação até esvaziar a
mama. Deve-se orientar a mãe a oferecer as duas mamas
durante a mamada mesmo que haja dor. Se ela for
intensa, oferecer inicialmente o seio não lesado, pois o
bebê sempre faminto, tende a imprimir muita força
inicialmente. Só depois, ao finalda mamada, deve ser
oferecido o seio afetado.
 Hipogalactia: É a produção insuficiente de leite.
Pode ser devida a técnicas inadequadas de amamentação
ou estresse materno.
Os fatores relacionados a amamentação são: inicio
tardio, mamadas frequentes, ausencia de mamadas
noturnas, mamadas curtas, pega errada, mamadeira ou
chupeta e alimentção complementar.
Os fatores psicológicos da mãe que podem estar
envolvidos na hipoglactia são: falta de confiança,
preocupação e estresse, rejeição e cansaço
11
As condi;cões físicas das mãe que podem estar
envolvidas: uso de pílulas e diuréticos, gravidez,
desnutrição grave, álcool, fumo, pouco desenvolvimento
mamário e retenção placentária.
Com relação ao bebê, doencas e anormalidades
podem estar relacionadas a mamadas insuficientes
 Mamilos ausentes, planos ou invertidos: As
dificuldades são maiores. Os tipos de mamilos devem ser
identificados durante a gestação, para que a mãe seja
orientada a fazer exercícios de estimulação. Independente
do tipo de mamilo, o bebê tem condições de aprender a
abocanhar. Os profissionais orientavam os exercícios, mas
isso diminuía a autoconfiança materna. Neste caso é
importante o emprenho e a atenção especial da equipe
(Chemin).
 Cirurgia plástica da mama (mamoplastia
redutora e implante de silicone) (Vasconcelos):
Dependendo da técnica cirúrgica utilizada pode ocorrer
alteração na integridade e funcionamento dos ductos,
dificultando ou impedindo a amamentação.
 Implante mamário: Não há evidência científica
para contraindicar a amamentação. No entanto, após o
implante, a sensibilidade na região areolar pode estar
modificada, desde a perda até sensibilidade extrema,
podendo ser temporária ou permanente e dessa forma,
pode comprometer a amamentação.
 Mamoplastia redutora: A cirurgia redutora não
impede a amamentação, desde que a inervação do mamilo
esteja preservada, ductos e seios lactíferos intactos, em
comunicação com os poros lactíferos, para permitir as
sensações que atuam como gatilhos para os reflexos da
produção e ejeção do leite.
Atrapalham a amamentação (Chemin):
 Não empurrar a cabeça do bebê de encontro à
mama
 Não se debruçar sobre o bebê
 Não segurar a mama em forma de cigarro ou
tesoura
 Não colocar o sutiã acima do peito na hora da
amamentação
 Não deixar o bebê apoiado na coxa (longa
distância), nem com a barriga para cima durante a
mamada
 Não envolver o bebê com muita roupa
 Não balançar o bebê durante a mamada
 Não deixar o bebê de barriga p/ cima
 Não oferecer bicos artificiais
 Não oferecer água, chás ou outros líquidos até o 6º
mês
 Mitos: faz os seios caírem (uso de sutiã na
gestação e lactação previnem este problema); meu leite é
fraco (mesmo as desnutridas leves ou moderadas,
produzem leite com a mesma composição nutricional);
meu leite não sustenta o bebê e ele chora de fome; bebê
prematuro ou baixo peso não deve ser amamentado
(muitas vezes bebês com menos de 1800g não
conseguem, mas deve ser dado no copinho ou colher ou
via enteral) e mãe que trabalha fora não pode amamentar
(deve retirar o leite em frasco esterilizado e guardar em
geladeira por até 24horas ou no congelador por 15 dias,
devendo ser aquecido em banho-maria, ou deixado em
temperatura ambiente antes de ser oferecido).
 Relactação:
É o restabelecimento do processo de produção do leite
em mulheres que por qualquer motivo, suspenderam a
amamentação por um período de tempo.
Para uma mulher que nunca engravidou, mas que
adotou um bebê e deseja amamentar o processo chama-
se lactação adotiva.
A relactação tem maior índice de sucesso que a
lactação adotiva. É mais fácil quanto menor o intervalo de
tempo e a idade do bebê.
Esses processos são indicados nos casos em que a
mãe:
 Suspendeu a amamentação, por falta de
orientação adequada
 Deseja amamentar, mas não iniciou por doenca
sua ou do bebê.
 Adotou filhos
 Não iniciou a amamentação, mas deseja fazê-lo
em favor da saúde do bebê ou devido a
intolerâncias alimentares gerdas por leites
artificiais
O processo de relactação e lactação adotiva podem ser
desenvolvidos de 2 maneiras:
1. Colocar a criança no peito 8 a 10 vezes deixando o
sugar de 8 a 10 minutos e depois complementar
com leite humano, oferecendo por colerzinha ou
copinho. Esse processo é mais adequado em
casos de relatação.
2. Usar uma seringa grande e um frasco esterilizado
e uma sonda fina e estéril. Colocar as pontas da
sonda no frasco e a outra ponta no mamilo e
colocar o bebê para mamar.
O tempo de relactação é variável, pode se iniciar entre
12-14 dias e se estabelecer entre a 3º e 4º semana. Em
casos mais demorados pode se fazer uso de ocitocina ou
metoclopramida para estimular a produção de leite.
12
 Doenças ou má formações infantis que
difcultam a amamentação (Vasconcelos):
 Fissuras labiopalatinas e palatinas: São um
conjunto de anormalidades na formação da face. Os
problemas mais encontrados em relação a alimentação
são: sucção inadequada, engasgos, dificuldade para
deglutir e regurgitação.
Importância da amamentação: diminui infecções de
ouvido médio e reduz inflamação da mucosa nasal
causada pelo refluxo do leite; e promove equilíbrio da
musculatura orofacial, favorecendo o adequado
desenvolvimento das estruturas do sistema motor-oral.
O grau de inabilidade de sucção está diretamente
relacionado ao tipo de fissura: fissura pré-forame incisivo
possui menor grau de dificuldade do que aqueles que
apresentem pós-forame incisivo ou transforame, pois
podem apresentar dificuldade de criar pressão intraoral
negativa na extração do leite. São medidas que facilitam o
estabelecimento da amamentação:
o Ordenhar o leite a fim de deixar a mama mais
flexível e a aréola mais macia.
o Oclusão da fenda com o dedo da mãe durante a
mamada.
o Aplicação de compressas mornas nas mamas
para facilitar a saída do leite.
o Estimulação frequente da sucção da criança
quando o peito estiver cheio.
o Bebê com a posição mais ereta possível para
dificultar a passagem de leite para a cavidade
nasal e para a tuba auditiva, prevenindo assim
otites que podem causar sequelas auditivas
graves.
o Posicionamento do mamilo em direção ao lado
oposto à fenda.
o Iniciar ordenha, caso a criança não consiga extrair
leite suficiente direto da mama, oferecendo-o por
outra técnica (copinho, colher, relactação).
o Esvaziar a mama por meio de ordenha após as
mamadas para estimular a produção do leite.
Pode-se utilizar também placas obturadoras do
palato, cuja finalidade é bloquear a subida do fluxo aéreo
em direção à cavidade nasal quando a língua a pressiona
(alguns autores não apóiam).
 Sindrome de Down: A dificuldade de estabelecer a
amamentação está relacionada a: hipotonia muscular, o
que dificulta a pega; e também estresse emocional
materno.
Importância do AM:
o Hipotonia muscular; amamentação estimula
corretamente o desenvolvimento da musculatura facial e
labial.
oAprendizagem da postura correta da língua, com
ganho de tônus adequado que viabilizará as corretas
funções orais, o que possibilita uma boa oclusão da arcada
dentária.
o O ato de sucção estimula todos os músculos da
face, maxila e mandíbula.
o< Suscetibilidade de infecções respiratórias.
oEstabelece a respiração nasal, importante para o
perfeito crescimento facial e prevenção das vias aéreas
superiores e para que a deglutição ocorra de forma
correta, influenciando positivamente na fala.
 Problemas neurológicos: Esses lactentes podem
apresentar disfunção motora-oral, dificuldades na
deglutição e sucção, além da coordenação de ambas com
a respiração.
Assim, quando o bebê não tem condições de sugar a
mama ou tem fraca sucção, a mãe deve ordenhar a mama
com frequência e oferecer o leite ordenhado, além de
estimular a região perioral da criança e incentivar a
sucção, introduzindo o dedo mínimona sua cavidade oral.
E caso a criança tenha coordenação entre sucção,
deglutição e respiração, a mãe pode oferecer
cuidadosamente o seio, com supervisão profissional.
 Drogas no leite materno: Deve-se observar: a
dose, duração do tratamento, a quantidade de leite
materno que o bebê está recebendo, o momento do dia em
que a droga é administrada, seu tempo de excreção e sua
relação com o horário das mamadas, o que se descreve
sobre este medicamento em crianças, possíveis efeitos a
longo prazo, toxicidade, reações colaterais e alérgicas. De
uma forma geral, a quantidade de medicamento excretado
no LM não é superior de 1 a 2% da dose materna.
A transferência pode ocorrer por difusão simples,
através dos poros, difusão facilitada através das
membranas lipídicas ou transporte ativo. No entanto,
quando se escolhe um droga ou medicamento para uma
mãe lactente, é necessário reduzir ao máximo a passagem
de fármaco para o bebê.
As drogas são classificadas em relação a
amamentação como:
 Compatíveis com a amamentação
 Uso criterioso durante a amamentação
 Uso contraindicado durante a amamentação.
Em casos que a mãe faz uso de medicamentos,
torna-se importante adotar algumas estratégias para
minimizar a ação do fármaco. Interromper o uso da
medicação
 Escolher o medicamento que produz níveis
mínimos no leite humano
 Programar doses para que a menor quantidade
possível vá para o leite (após as mamadas e não antes)
 Não utilizar formas de ação prolongada do
medicamento
 Observar a criança quanto a sinal ou sintoma
anormal. São eles: alteração do padrão alimentar, hábitos
de sono, agitação, tônus muscular e distúrbios
gastrointestinais
 Interromper o aleitamento materno
temporariamente, mantendo a ordenha
 Utilizar a dose mínima que possa ser oferecida
e na menor frequência, dando preferência à terapêutica
tópica ou local, ao invés da oral ou da parenteral
13
Além dos medicamentos, a mãe lactante está exposta
a outras substâncias não nutricionais, que podem ser
transferidas para o leite. Incluem os poluentes ambientais,
vírus, cafeína, álcool, e alergenos alimentares. Os
contaminantes químicos são armazenados nos adipócitos
e posteriormente podem passar para o leite pois são
lipossolúveis. A maior preocupaçao são os halógenados
orgânicos, usados como pesticidasm como o PCB
(bifenispoliclorados), DDT (diclorodifeniltricloroetano),
dieldrin , clordane e heptaclor. Em casos raros, quando a
contaminação ambiental é muito alta, pode-se
contraindicar a amamentação.
A nicotina e o álccol possuem efeitos vasoconstrictor
diminuindo a descida do leite, a nicotina ainda inibe a
prolactina.
 Drogas contra indicadas na amamentação:
o Meios de contraste: compsotos radioativos
(cobbre64, gálio67, índio111, iodo123, iodo125, iodo131,
sódio radioativo e tecnésio99)
o Fármacos que atuam em SNC (zonisamina,
doxepina, bromocriptina, selegilina, brometos);
oAntiinfecciosos (linezolida, ganciclovir);
o Fármacos cardiovasculares (amiodarona);
o Fármacos hematológicos e produtos no sangue
(fenindiona);
oHormônios e antagonistas (androgênios,
bromocriptina, cabergolina, lisuridina, tamoxifen,
anticoncepcional hormonal combinado, etinilestradiol,
mifrepristone, misoprostol, ciproterona, leuprolidina,
clomifeno, dietilestibestrol, estradiol, hormônio luteinizante
– alfalutoprina);
o Imunossupressores e antineoplásicos
(altetramina, anastrozol, asparaginase, bevacizumab,
bulsufan, capecitabina, carboplatina, carmustina,
cetuximab, ciclofosfamida, cisplatina, citarabina,
clorambucil, dacarbazina, dactinomicina, daunorrubicina,
docetaxel, doxorrubicina, epirrubicina, erlotinib, etoposide,
exemestane, fluoruracil, gemcitabina, ifosfamida, imatinib,
letrosol, lomustina, melfalan, mitomicina, mitoxantrona,
oxaliplatina, paclitaxel, pentostatina, procarbazina,
rituximab, tamoxifeno, termozolomida, toremifeno,
vimblastina, vincristina, vinorelbina;
o Fármacos para pele e mucosa: fluorulacila,
acitretina, etretinato, isotretinoína.
o Fármacos utilizados no tratamento da obesidade:
anfepramonas.
o Fármacos para uso oftalmológico: verteporfin.
oDrogas ilícitas: anfetamina, cocaína e crack,
fenciclidina, heroína, maconha, haxixe, inalantes, LSD.
oAgentes ambientais: chumbo.
o Fitoterápicos: borage, cohosh azul, confrei, kava-
kava, kombucha.
o Fármacos não classificados nas seções
anteriores: sildenafil.
Situações comuns na puericultura (Guia < 2 anos) ‘
 Cólicas do Lactente (Guia < 2 anos): As cólicas
ocorrem em cerca de 10% a 30% dos lactentes, do 1º até
o 3º mês (X se iniciam nas primeiras 2 a 3 semanas de
vida e desaparecem por volta do final do 3O mês - Vitolo),
pois o organismo da criança está sofrendo adaptações e
caracterizam-se por choro inexplicado e irritabilidade, o
qual é quase sempre inconsolável por mais de 2h por dia e
pelo menos 3x/semana.
É muito raro que a alimentação da mãe possa ser
responsável pelas cólicas do bebê, as quais não podem
ser confundidas com quadro alérgico à proteína do leite de
vaca consumido pela mãe. Sabe-se que, quando existe
predisposição genética para quadros alérgicos de um
determinado componente do alimento, o lactente pode ser
sensibilizado precocemente caso a mãe inclua em sua
dieta alimentos que o contenham. Ex.: β-actoglobulina,
presente no leite de vaca. Por esse motivo, se a mãe
nunca teve o hábito de tomar leite ou derivados, não há
razão que o faça só porque está amamentando. As cólicas
podem ter origem (Guia alimentar < 2 anos):
A) Orgânica :
Características: ocorre vários momentos do dia,
geralmente vinte a trinta minutos após as mamadas.
Causas mais comuns: pega inadequada ou intervalos
muito curtos de mamadas por insuficiência de
esvaziamento adequado da mama Sobrecarga de
lactose, aumentando a formação de gases e levando ao
desconforto abdominal do lactente razão que o faça só
porque está amamentando.
B) Emocional
Características: tendem a ocorrer em apenas um
determinado período do dia, geralmente no final da tarde
ou à noite.
Causas: a condição emocional da mãe ou do
ambiente (estresse familiar)
Condutas:
 Em caso de técnica de amamentação inadequada,
corrigir a pega. O esvaziamento por completo da mama é
fundamental para garantir que o bebê mantenha intervalos
adequados entre as mamadas. A ingestão do leite
posterior faz com que o bebê receba menos lactose e
melhora os sintomas das cólicas.
 Não oferecer chás e mel (prática comum entre os
familiares) quando a criança apresenta cólicas. O
oferecimento do chá cria um ciclo vicioso, pois provoca
aerofagia agravando as cólicas.
 Evitar durante a amamentação o consumo
EXCESSIVO, pois podem provocar cólicas no bebê.:
chocolate, café e leite, iogurtes, laticínios (queijos), ovo,
chá preto ou mate. Estudos comprovaram que a exclusão
de leite e derivados, soja, trigo, ovos e amendoim,
oleaginosas e peixe por uma semana foi associada à
melhora no quadro de irritabilidade de bebês com cólicas.
 Realizar massagens para ajudar a liberar os gase
 Acariciar o bebê, conversar com ele, colocar música
suave pode aliviar a tensão, deixando-o mais calmo.
 Lactente com ganho de peso insuficiente:
Deve-se investigar várias situações, sendo as mais
frequentes são:
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 Diminuição da descida do leite por ansiedade e
baixa autoconfiança das mães;
 Técnica inadequada na amamentação (não está
esvaziando toda a mama);
 Presença de doenças (febre, resfriado, otite),
diminuindo o apetite da criança e aumentando seus
requerimentos por energia e nutrientes.
 Oferta de chá e água (diminuem o poder de sucção
do bebê, já que os chás ocupam volume no estômago e o
bebê suga menos no SM podendo levar ao desmame e
prejudicar o crescimento.
 A obstrução das vias aéreas superiores do bebê,
dificultando a sucção (comum em crianças pequenas e em
recém-nascidos cujas mães fizeram uso dereserpina para
baixar a pressão durante o pré-natal).
Conduta:
 A mãe ansiosa deve ser tranquilizada com a
informação de que a maioria das mulheres produzem leite
suficiente para o bebê e que têm capacidade para
amamentar. Elas devem estar tranquilas e sem pressa, na
hora de oferecer o peito e sentadas ou recostadas
comodamente. Devem ser orientadas a pedir auxílio ao
companheiro ou familiares na ajuda das tarefas da casa ou
com os outros filhos para que não se ponham tensas ou
cansadas.
 A confirmação da menor produção de leite faz-se
verificando as condições das mamas, que ficam mais
flácidas; diminuição na frequência de esvaziamento
urinário pelo bebê. Nesse caso;
• ↑ freqüência de sucção e caso o bebê segure a
mama sem sugar, estimulá-lo com leves toques no rosto.
• Retirar totalmente a oferta de chá e água para o
bebê e, principalmente, leites complementares.
• Esvaziamento total de cada mama.
• Mãe deve aumentar a ingestão de líquidos
(água no mínimo 1 litro; sucos e chás são
complementares).
 Em casos de obstrução nasal, usar algumas
gotinhas de soro nasal antes das mamadas.
 Agendar retorno em duas semanas para investigar
o ganho de peso da criança.
 Lactente com excesso de ganho de peso
(percentil de peso para estatura > 97: O ganho de peso
excessivo pode ocorrer em crianças amamentadas
exclusivamente em livre demanda. A composição corporal
desse bebê, apesar da aparência de “obeso” é diferente
daquela relacionada ao aleitamento artificial. Essa
composição não é de risco e por volta de 2 anos, o bebê
entra na curva normal de crescimento.
Conduta:
 Se a criança estiver recebendo só leite materno,
não intervir de forma alguma; manter o aleitamento
materno exclusivo até a criança completar 6 meses de
idade.
 Se a criança estiver recebendo outro leite que não o
materno, orientar para a suspensão dessa prática. Não
sendo possível, corrigir a diluição. Nesse caso, a oferta de
água é obrigatória, pois a criança ingere mais o leite com
objetivo de obter mais água para saciar a sede.
Banco de leite humano centro responsável pela
promoção, pelo apoio e pelo incentivo do aleitamento
materno, por meio de coleta, pasteurização, controle de
qualidade e distribuição de leite humano para bebês
impossibilitados de mamar, em geral prematuros (Chemin).
Com a pasteurização que se é feita tem-se uma perda de
20 a 25% dos fatores de proteção termossensíveis, sendo
que, todo o leite ordenhado em outras unidades ou no
domicílio deve ser pasteurizado e submetido a controles de
qualidade antes da liberação do seu consumo, mesmo que
seja da mãe para o filho (Chemin).
Método mãe canguru: Atenção humanizada ao recém
nascido prematuro e de baixo peso, vantagens:
 Aumenta o vínculo e menor tempo de separação
mãe e filho
 Favorece maior freqüência e estimula o
aleitamento materno
 Maior competência e confiança dos pais no trato
com seu filho após alta hospitalar
 Melhor controle térmico
 Diminuição da infecção e tempo de permanência
hospitalar
 Ainda tem como objetivo reduzir o tempo de
internação
Possui 3 etapas (Accioly09):
 1ª etapa: Ocorre no pré natal (identificando as
gestantes com risco de parto de crianças BPN) e pós parto
(através do estímulo à lactação e participação da família
ainda dentro da UTI). A proposta canguru deve ser
proposta assim que possível.
 2ª etapa: Ocorre no hospital/maternidade, quando
o bebê está clinicamente estável, com ganho de peso
regular por 3 dias e peso > 1.250g. A mãe permanece na
enfermaria-canguru em alojamento conjunto.
 3ª etapa: Ocorre em casa, após alta, que se dá
quando o bebê alcança o peso mínimo (1.500g), está
clinicamente estável, em AM e ganhando peso.
O acompanhamento ambulatorial deve ser feito
3x/sem na 1a semana após a alta; 2x/sem na 2a semana
em diante até a criança atingir 2.500g, quando o método é
suspenso e o bebê é encaminhado para os serviços de
saúde da rede.
Dez passos para o aleitamento materno bem
sucedido (Vitolo) = Iniciativa do Hospital Amigo da
criança (Chemin, Krause e Accioly 09):
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno,
que deveria ser rotineiramente transmitida a equipe de
cuidados de saúde
2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde,
capacitando-a para implementar essa norma.
3. Informar todas gestantes sobre as vantagens e o
manejo do aleitamento
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4. Ajudar a mãe a iniciar o aleitamento na PRIMEIRA
MEIA HORA após o nascimento
5. Mostrar a mãe como amamentar e como manter a
lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos
6. Não dar a recém nascidos nenhum outro alimento
ou bebida além do leite materno, a não ser que tal
procedimento seja indicado pelo médico
7. PRATICAR O ALOJAMENTO CONJUNTO e
permitir que a mãe e seu bebê permaneçam juntos 24hs
por dia
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda
9. NÃO DAR BICO ARTIFICIAL OU CHUPETA A
CRIANÇAS AMAMENTADAS AO SEIO
10. Incentivar o estabelecimento de grupos de apoio
ao aleitamento, para os quais as mães deverão ser
encaminhadas por ocasião da alta do hospital ou
ambulatório.

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