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* * Doenças Linfoproliferativas Crônicas Curso de Graduação em Biomedicina e Farmácia * * Objetivos Conhecer as principais alterações ligadas a linhagem linfóide; Subclassificar as alterações de acordo com os critérios morfológicos e histoquímicos; * * Síndromes Linfoproliferativas Crônicas O diagnóstico das SLPc envolve a integração de dados clínicos, citológicos, histológicos, imunofenotípicos e freqüentemente genéticos. Apesar das SLPc envolverem sítios nodais e extranodais, algumas caracterizam-se por achados de sangue periférico e de medula óssea: LLC; LLC/PL;LPL; HCL; SS;ATLL; LP/MM. * * Classificação das SLPc Segundo Linhagem Celular de Origem Célula B Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) Leucemia Prolinfocítica (LPL) Tricoleucemia (clássica e variante) Linfomas não Hodgkin leucemizados * * Caracterização Imunofenotípica das SLPc de Linhagem B * * PRINCIPAIS SÍNDROMES LINFOPROLIFERATIVAS Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) Leucemia Prolinfocítica (LPL) Tricoleucemia (clássica e variante) Síndrome de Sézary/Micose Fungóide * * LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA * * Leucemia Linfocítica Crônica - LLC A LLC é a mais comum das SLPc e origina-se de uma população de células B CD5+ localizada na zona do manto dos folículos linfóides e também em pequena quantidade no S.P de pessoas normais; Idade mediana ao diagnóstico é de 65 anos e a incidência é de 5 casos/100.000 habitantes/ano; Mais freqüente em homens do que em mulheres, em uma relação de 2:1 ; Sua etiologia é desconhecida. * * Leucemia Linfocítica Crônica Características Biológicas Origina-se de uma população de linfócitos B CD5+ e exibe um fenótipo de membrana característico; Os linfócitos da LLC possuem sobrevida longa, por inibição da apoptose causada por desregulação da expressão do gene bcl-2; A maioria das células da LLC encontram-se em fase G0 do ciclo celular e o aumento da massa linfocitária ocorre por acúmulo e não por excessiva proliferação; Cerca de 50% dos casos de LLC exibem anomalias citogenéticas. * * Leucemia Linfocítica Crônica Quadro Clínico A grande maioria dos pacientes é assintomática, sendo o diagnóstico feito em um exame de rotina; A sintomatologia mais comum são a perda de peso, fadiga e adenomegalias. Fenômenos autoimunes são freqüentes; Esplenomegalia e hepatomegalia ocorrem nos estágios mais avançados; Estadiamento: define subgrupos de doença com abordagens terapêuticas e prognóstico distintos; Utilizam-se dois sistemas de estadiamento: Rai (5estágios) e Binet (3 estágios). * * Leucemia Linfocítica Crônica Achados do Sangue Periférico Linfocitose Absoluta: linfócitos >ou = 5x109/L Linfócitos de aspecto maduro: pequenos, cromatina condensada, ausência de nucléolos. Pode coexistir uma população de linfócitos maiores, de aspecto ativado ou linfócitos com fendas nucleares Séries vermelha e plaquetínica geralmente conservadas Sombras nucleares * * Leucemia Linfocítica Crônica Achados da Medula Óssea O mielograma no diagnóstico da LLC, não é atualmente requerido, sendo o diagnóstico assegurado por dados numéricos,morfológicos e imunofenotípicos do S.P. A Biópsia Óssea deve ser considerada para determinar o padrão e a extensão da infiltração e para avaliar a hematopoese residual. O padrão de infiltração medular é considerado na avaliação prognóstica. Pode ser nodular; intersticial, difuso ou misto . * * Características morfológicas: linfócitos pequenos, núcleo redondo, cromatina densa sem nucléolo aparente e citoplasma escasso fracamente basofílico; São células mais frágeis do que as normais e, por isso, durante a confecção do esfregaço, se rompem, formando sombras nucleares. Leucemia Linfocítica Crônica Achados Laboratoriais * * Leucemia Linfocítica Crônica (SP) Fonte: Hematology Digital Image Study Sets * * Fonte: Hematology Digital Image Study Sets Leucemia Linfocítica Crônica (SP) * * LLC Clássica - S.P * * LLC - S.P - Linfócitos ativados * * Fonte: Hematology Digital Image Study Sets Leucemia Linfocítica Crônica (MO) * * Fonte: Hematology Digital Image Study Sets Leucemia Linfocítica Crônica (MO) * * LLC - M.O - Linfócitos ativados * * LLC - Biópsia Óssea * * Características Imunofenotípicas CD5+, CD19+, CD20+, CD23+, IgMs +/- CD79b -, FMC7 -, CD10- Leucemia Linfocítica Crônica Achados Laboratoriais * * CD23+, CD79b- e FMC7 - * * Atribuir 01 ponto para cada ítem Expressão fraca de IgMs Expressão de CD5 Expressão de CD23 Não expressão de FMC7 Não expressão de cd79b Uma pontuação > ou = 4 pontos é confirmatório de LLC Leucemia Linfocítica Crônica Sistema de pontuação para o diagnóstico Imunofenótípico da LLC * * Anormalidades citogenéticas e moleculares A trissomia do 12 é encontrada em 1/3 dos pacientes e associa-se a aumento de prolinfócitos; Anormalidades no cromossomo 13 ocorrem em 30% dos pacientes; Envolvimento dos genes bcl-2, bcl-1, bcl-3, Rb-1 c-myc e p-53. Leucemia Linfocítica Crônica Achados Laboratoriais * * Curso evolutivo geralmente longo; Usualmente a morte ocorre por infecções e complicações inerentes à idade avançada; Em 3- 15% dos casos ocorre a síndrome de Richter: linfoma difuso de grandes células; Pode evoluir para uma leucemia prolinfocítica, geralmente resistente ao tratamento. Leucemia Linfocítica Crônica Evolução * * Subgrupos morfológicos de LLC: Típica ou Clássica: maioria das células são pequenas e maduras; LLC/PL: apresenta de 11% a 54% de prolinfócitos; LLC/Mista: proporção variável de células atípicas, mas um número de prolinfócitos igual ou menor que 10%. Leucemia Linfocítica Crônica Achados Laboratoriais * * LEUCEMIA PROLINFOCÍTICA - LPL * * Leucemia Prolinfocítica - LPL A LPL é uma doença clonal da célula linfóide madura, com duas entidades clínicopatológicas: LPL-B e LPL-T; Em ambas há presença no S.P, M.O, linfonodos e baço de células linfóides com características morfológicas de prolinfócitos; O prolinfócito é maior que o linfócito da LLC, com núcleo redondo, central, cromatina relativamente condensada e grande nucléolo. A relação N/C é elevada. * * Leucemia Prolinfocítica (SP) Fonte :www.hematologyatlas.com/leukemia.htm * * Fonte :www.hematologyatlas.com/leukemia.htm Leucemia Prolinfocítica (SP) * * Leucemia Prolinfocítica (SP) * * Leucemia Prolinfocítica (SP) * * Leucemia Prolinfocítica (SP) * * Descrita pela primeira vez em 1973 como uma variante da LLC; Incidência entre 8 a 10% das SLPc; Predomínio no sexo masculino, na proporção de 4:1 e acima dos 70 anos; Etiologia desconhecida. Leucemia Prolinfocítica LPL-B * * LPL-B Manifestações Clínicas Os principais sintomas são: fadiga, perda de peso, sensação de plenitude gástrica e esplenomegalia; A esplenomegalia é maciça em cerca de 70% dos casos. A hepatomegalia é menos freqüente; A linfadenomegalia é mínima ou mesmo ausente na maioria dos casos; Complicações decorrentes da leucoestase. * * Leucócitos acima de 100.000/mm3 em mais de 75% dos casos; Os prolinfócitos, pela definição, representam mais de 55% das células linfóides em S.P; Anemia e plaquetopenia; Infiltração difusa da medula óssea é o mais freqüente. Por vezes pode exibir um padrão misto (intersticial/nodular). LPL-B Achados Laboratoriais * * Fenotipicamentea LPL-B caracteriza-se por IgMs fortemente positiva, FMC7 e CD79b positivos. Não expressam CD5 e freqüentemente são CD23 negativos; As alterações citogenéticas são freqüentes, principalmente envolvendo o cromossomo 14. LPL-B * * Na maioria dos casos a doença é agressiva e mais de 50% dos pacientes são diagnosticados em estádios avançados; A resposta ao tratamento é em geral insatisfatória, com sobrevida média de 3 anos; A esplenectomia é uma medida auxiliar ao tratamento quimioterápico, diminuindo o número de prolinfócitos e melhorando a qualidade de vida. LPL-B Curso Clínico * * O grupo FAB propôs em 1989, o termo LPL-T ao conjunto de casos com semelhanças citológicas as LPL-B, mas de linhagem T; Em cerca de metade dos casos a morfologia da LPL-T é semelhante a LPL-B, mas com contorno nuclear irregular, e por vezes com relação N/C mais elevada e o citoplasma mais basofílico; Em cerca de ¼ dos pacientes, as células são pequenas e o nucléolo não é visualizado pela microscopia ótica; Estes casos no passado eram classificados como LLC-T. LPL-T * * Fonte: www.course.ms.edu.sg LPL-T * * Leucemia Prolinfocítica T (SP) * * Leucocitose acima de 100.000mm3 com os linfócitos circulantes, em cerca da metade dos casos, morfologicamente semelhantes aos da LPL-B; Além da esplenomegalia, são freqüentes linfadenomegalia, lesões cutâneas e derrames serosos; Curso clínico muito agressivo. LPL-T Manifestações Clínicas * * Citoquímica: coloração positiva para a alfa-naftil acetato esterase; Imunofenótipo: positividade para CD2, CD3, CD5, CD7 e CD4 e negatividade para o CD8, na maioria dos casos. Uma minoria dos casos coexpressam CD4/CD8 e raros são CD8+; Cerca de ¾ das LPL-T apresentam alteração do cromossomo 14: inv(14) (q11q32) ou t(14;14). LPL-T Achados Laboratoriais * * TRICOLEUCEMIA * * Tricoleucemia Leucemia de Células Pilosas A tricoleucemia é uma SLPc rara e corresponde a 2-4% das leucemias, sendo descrita pela primeira vez em 1958 sob a denominação de reticuloendoteliose leucêmica; Em 1974, foi sugerido o termo hairy cell leukemia (HCL), em virtude das características morfológicas das células; Em 1980, foi descrita a variante da HCL, com características intermediárias entre o tricoleucócito e o prolinfócito. * * Tricoleucemia O tricoleucócito possui características de uma célula B em estágios finais de maturação e com marcadores de ativação; Como as outras SLPc, o tricoleucócito possui uma baixa atividade proliferativa e uma longa sobrevida; O correspondente linfóide B normal do tricoleucócito é desconhecido. * * Tricoleucemia - Achados Clínicos - Predomina no sexo masculino; Idade média ao diagnóstico 60 anos; O quadro clínico resulta da pancitopenia: anemia, manifestações hemorrágicas e suscetibilidade às infecções bacterianas; A esplenomegalia está presente em 90% dos casos e a hepatomegalia em 35%; A adenomegalia periférica é rara . A presença de gânglios abdominais está relacionada à piora do prognóstico. * * Tricoleucemia - Forma Variante - A HCL variante exibe características clínicas, hematológicas e imunofenotípicas diferentes da HCL típica Os pacientes possuem esplenomegalia, leucocitose, presença de monócitos no S.P; As células da forma variante possuem relação N/C mais elevada, o citoplasma é mais basofílico, o núcleo tem cromatina mais condensada e nucléolo proeminente; A reação com a FATR é quase sempre negativa; O imunofenótipo é negativo para CD25, CD103 e HC2. * * Tricoleucemia Achados Laboratoriais Sangue Periférico: pancitopenia + monocitopenia; Morfologia: o tamanho do tricoleucócito é de uma a duas vezes o do linfócito normal, citoplasma abundante, com membrana citoplasmática irregular, exibindo projeções semelhantes a fios de cabelo, núcleo excêntrico e nucléolo ausente; Citoquímica: reação positiva para a fosfatase ácida tartarato resistente (FATR); Imunofenótipo: forte expressão dos marcadores pan-B e da IsMs. Positividade ao CD103, CD25 e HC2. * * Tricoleucemia CD103+, CD25+ * * Tricoleucemia Fonte: Hematology Digital Image Study Sets * * Tricoleucemia Fonte: Hematology Digital Image Study Sets * * Tricoleucemia Fonte: Hematology Digital Image Study Sets * * Tricoleucemia Variante Fonte: Hematology Digital Image Study Sets * * Tricoleucócito - S.P * * Tricoleucócito - S.P * * Tricoleucócito - S.P * * Tricoleucócito - S.P * * Tricoleucócito (variante) - S.P * * Tricoleucemia Achados Laboratoriais Freqüentemente a punção aspirativa da M.O é seca; A biópsia de M.O é essencial ao diagnóstico. A infiltração pode ser difusa ou focal, com os linfócitos espaçados um do outro devido à abundância e retração do citoplasma; Associa-se a estes achados a fibrose reticulínica, característica da doença; A análise citogenética não revela um padrão uniforme, tendo sido descritas anomalias envolvendo os cromossomos 5 e 12. * * Tricoleucócito - M.O * * Tricoleucócito - M.O * * HCL “fried egg” aparência * * Tricoleucemia - B.O com fibrose reticulínica * * Tricoleucemia Evolução Clínica Cerca de 10% dos pacientes são assintomáticos, e podem ser apenas observados por meses ou até anos após o diagnóstico; Deve-se iniciar tratamento: a) infecções repetidas, b)sintomas constitucionais, c)esplenomegalia sintomática ou adenomegalia, d) neutrófilos abaixo de 1.000/ul, hemoglobina abaixo de 11g/dl ou plaquetas inferiores a 100.000/ul A sobrevida livre de doença aos cinco anos geralmente é elevada, dependendo da escolha terapêutica. * * SÍNDROME DE SÉZARY/MICOSE FUNGÓIDE * * Síndrome de Sézary/ Micose Fungóide (SS/MF) A SS caracteriza-se pela presença de células linfóides anômalas circulantes juntamente com uma eritrodermia exfoliativa ou infiltrativa; SS/MF é o mais freqüente linfoma cutâneo, com aproximadamente 1.000 casos novos/ano; Sua incidência aumenta com a idade e a média de idade ao diagnóstico é de 50 anos, predominando no sexo masculino; A etiologia é desconhecida. Vários vírus têm sido implicados na patogênese da SS/MF, incluindo o HTLV-1 e 2, EBV, Herpes simplex e Herpes tipo 6. No entanto, uma causa viral não foi ainda comprovada. * * SS/MF Achados Clínicos A MF apresenta um curso inicial indolente. A maioria tem antecedentes de lesão de pele, usualmente não específicas, semelhantes à psoríase; As placas podem evoluir para lesões tumorais que costumam ulcerar e desenvolver infecções secundárias; Pacientes com SS apresentam eritroderma generalizado, prurido e células malignas circulantes; Com a evolução desenvolvem fácies leonina, hiperqueratose e fissuras em regiões palmar e plantar. * * SS/MF Achados Laboratoriais O exame do sangue periférico é essencial ao diagnóstico de SS, onde em média existem mais de 15% de células de Sézary; As células de Sézary podem ser grandes ou pequenas; As células grandes têm o tamanho de um monócito ou neutrófilo, relação N/C elevada e um núcleo redondo ou oval, contendo cromatina condensada, com superfície irregular e sem nucléolo visível; As células pequenas têm o tamanho de um linfócito normal, relação N/C elevada, núcleo denso com superfície irregular e sem nucléolo visível. Algumas exibem uma coroa de vacúolos citoplasmáticos; * * SS/MF Imunofenótipo O imunofenótipo característico da SS é: CD2, CD3, CD4, CD5 positivos e CD25, CD7, CD8 negativos Medula óssea A M.O geralmente se apresenta normal ou com infiltração intersticial mínima Histopatologia O epidermotropismo e o micro abscesso de Pautrier são típicos da SS/MF Citogenética Nenhuma anomalia genética– molecular foi associada a esta doença, apesar de uma grande variedade de anormalidades citogenéticas serem descritas * * SS/MF Fonte :www.med.univ-angers.fr/ * * SS/MF Fonte: www.med.univ-angers.fr * * SS/MF Fonte: www.course.ms.edu.sg * * Células de Sézary pequenas - S.P. * * Células de Sézary pequenas - S.P. * * Célula de Sézary grande - S.P. * * Célula de Sézary grande - S.P. * * Célula de Sézary grande - S.P. * * MIELOMA MULTIPLO/LINFOMAS PRÓXIMA AULA
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