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A LITERATURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

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A LITERATURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO
FABIANA DOS SANTOS
Resumo:
Neste artigo pretendemos fazer uma abordagem sobre literatura infantil na educação infantil e como a mesma exerce um papel fundamental a formação de leitor crítico. Ao mesmo tempo, mostraremos de que forma o professor precisa formar leitores que vivenciem um mundo de construção e de conhecimentos através da leitura, ressaltamos o papel da escola e da família no processo evolutivo das crianças, dentro do mundo da literatura infantil. Usamos algumas com sugestões de como trabalhar, de forma adequada, um texto infantil com os alunos, para auxílio do aprendizado dos alunos e sua motivação no ingresso à leitura.
Palavras - chaves: Literatura infantil – Aprendizagem – Leitura e aprendizado 
Introdução
O termo literatura infantil tem como significado básico a arte de escrever. Sua origem vem do latim. De um modo geral, a literatura infantil também foi ressurgindo e despertando um novo mundo de sentimento, criatividade e valorização atribuídos à infância.
A literatura na educação infantil é um componente que precisa ser visto como essencial para formação de leitores, ela tem um papel social importante, pois o aluno passa a questionar o seu papel na sociedade, faz indagações e percebe-se como sujeito atuante em seu entorno, porém, vários fatores dificultam a aproximação entre os alunos e a leitura, como alto custo de livros, falta de apoio familiar, professores não-leitores, etc.
Apontar a literatura como essencial para a formação do aluno é percebê-la não apenas como leitura livre, mas uma atividade que tem suas especificidades e que oferece ao aluno a oportunidade de conhecer diversas obras literárias através da escola e a partir disto, fazer uma reflexão sobre sua sociedade atual, percebendo-se sujeito circunscrito no contexto social, tendo subsídios para transformar o seu entorno.
Inserir a literatura infantil em sala de aula e capacitar professores para que tenham comprometimento, garantirá que os alunos possam fazer uma reflexão crítica e uma análise de mundo através de obras literárias. É importante destacar que a formação de leitores é um processo, assim o ensino de literatura deve ser inserido desde a pré-escola e consolidado no ensino médio. 
Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua. (BRASIL, 2017, p. 40)
O surgimento da literatura infantil: um pouco de história
Encerrando uma espécie de trilogia dos contos de fadas, encontramos o dinamarquês Hans Christian Andersen. Entre 1835 e 1842, Andersen lançou seis volumes de contos para crianças. Além de recontar contos populares, como haviam feito Perrault e os irmãos Grimm, Andersen criou novas histórias, as quais, segundo Machado (2002, p. 72), seguiam “o modelo dos contos tradicionais, mas [traziam] sua marca individual e inconfundível – uma visão poética misturada com profunda melancolia”. A importância da obra de Andersen é tamanha que o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil é Comemorado na data de seu aniversário – 2 de abril – e o mais importante prêmio para escritores do gênero tem seu nome. Seu legado inclui, dentre outras, histórias como  O Patinho Feio, A roupa nova do Imperador, Polegarzinha, A Pequena Sereia e Soldadinho de Chumbo.
 A disciplina proposta nas temáticas lobatianas coloca as crianças como centro de toda aprendizagem, buscando alternativas interdisciplinares para a construção do conhecimento, informando dados históricos, fictícios, geográficos, saber científico entre outros. Com essa diversidade é possível ministrar aulas com a finalidade de estimular os alunos a ter um senso crítico e serem agentes transformadores, envolvendo os mais diferentes campos do conhecimento.
Atualmente, encontramos coletâneas das mais diversas culturas e nacionalidades – árabes, africanas, chinesas, russas etc. – e todas elas, ao lado daquelas de Perrault, dos irmãos Grimm e de Andersen, devem ter lugar de honra em sua biblioteca, porque a literatura permite que o leitor se reconheça no encontro com outras realidades, marcadas por semelhanças e diferenças em relação ao seu próprio cotidiano. Para uma obra literária, não importam apenas os fatos narrados, mas os modos de sentir e de pensar, os valores, os costumes, os princípios de homens, mulheres e crianças dos mais variados lugares do mundo.
Vale, a esse respeito, lermos um trecho da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a respeito do “campo artístico-literário”, que prevê a exploração dos textos literários, onde se incluem toda sorte de contos:
Por fim, destaque-se a relevância desse campo para o exercício da empatia e do diálogo, tendo em vista a potência da arte e da literatura como expedientes que permitem o contato com diversificados valores, comportamentos, crenças, desejos e conflitos, o que contribui para reconhecer e compreender modos distintos de ser e estar no mundo e, pelo reconhecimento do que é diverso, compreender a si mesmo e desenvolver uma atitude de respeito e valorização do que é diferente. (BRASIL, 2017, p. 137)
Além disso, vale destacar aqui o que pontua a BNCC especificamente no que se refere à Educação Infantil:
Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da língua. (BRASIL, 2017, p. 40)
Por isso, os contos populares devem ser lidos sempre, para permitir que as crianças – leitores literários em formação – tornem-se sujeitos que respeitam e valorizam a diversidade.
Ferramentas – A formação literária do professor 
Sabemos da importância da literatura para a formação do aluno, porém, enquanto alunos, não tiveram acesso a obras literárias e também não construíram práticas sociais de leitura ao longo da sua formação, distanciando-se do prazer em ler, não se deixando encantar por uma narrativa ou não compartilhando sua experiência literária com colegas e familiares. Isso pode gerar alguns equívocos na escolarização da literatura, como veremos nas próximas trilhas, levando o professor a relacionar obras literárias com atividades didáticas de Língua Portuguesa e ou demais componentes curriculares, tendo como único objetivo que a criança leia um livro para fazer algo, responder questões por meio da escrita ou desenhos. Por isso, mediar a leitura na escola pressupõe,antes de tudo, que o professor alie sua vivência como leitor à fundamentação teórica necessária para mediar essa prática. Assim, num primeiro momento, cabe ao docente fazer alguns questionamentos: Será que um professor que tem pouca familiaridade com a literatura pode se tornar um agente disseminador de boas práticas leitoras? 
A resposta imediata é sim, pois nunca é tarde para gostar de ler e começar uma trajetória como leitora. Não existe uma receita para se tornar um leitor literário, mas veja algumas dicas: 
Não se censure Comece por temas que você goste: romances históricos, novelas, contos, biografias, poesias, memórias etc. Não se preocupe se são textos simples do ponto de vista linguístico, se tem poucas páginas, se apresentam muitas imagens ou se não são para sua idade. Qual é minha relação pessoal com o livro literário? O que significa leitura para mim? Qual é a importância que ela tem para mim? Compartilhe as suas impressões É muito importante que você converse com pessoas que gostem de ler; podem ser colegas de trabalho, amigos e parentes. Caso não seja possível, com as redes sociais ficou muito mais fácil você encontrar grupos que possuem a mesma afinidade literária que a sua. Use as redes para compartilhar impressões, opiniões e dúvidas e pedir indicações de outros livros e autores. Adaptações Se você gosta ou gostou muito de um filme, série ou peça de teatro que foi baseado em algum livro, leia o texto original, pois desperta o senso crítico e é possível perceber as semelhanças e as diferenças nos personagens, nas falas e no enredo e entender as particularidades de cada formato. 
Planejamento Estabeleça um local tranquilo e que você se sinta confortável para fazer a leitura, programa-se para ler de 15 a 30 minutos por dia, na hora do almoço, ou antes, de dormir. Encontrando a satisfação Ler não pode ser sinônimo de sofrimento: isso vale para você e seus alunos. Às vezes, um bom livro pode até causar algum estranhamento, mas o importante é você se identificar com a narrativa, sentir o prazer ao virar página por página, esperar com entusiasmo o seu momento de ler para torcer, amar, odiar um personagem e criar expectativa para o final da história. Dê o próximo passo e boas leituras! Minha biblioteca. A seguir sugeriu alguns títulos para você iniciar no caminho da literatura:
 ➢ Bagagem, Adélia Prado. Record. 
➢ Capitães da areia, Jorge Amado. Companhia das Letras. 
➢ Eu passarinho Mário Quintana. Ática.
 ➢ Meu pé de laranja lima, José Mauro de Vasconcellos. Melhoramentos. 
➢ O caçador de pipas, Khaled Hosseini. Nova Fronteira. 
➢ O cão dos Baskerville, Arthur Conan Doyle. Ática. 
➢ O fantasma da ópera, Gaston Leroux. Ática.
 ➢ Quarto de despejo: diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus. Ática. 
➢ Trair e coçar é só começar, Marcos Caruso. Benvirá.
Charles Perrault, escritor francês que viveu no século XVII, ficou famoso por suas versões muito especiais de contos de fadas. Na verdade, ele não inventava essas histórias, mas escrevia, de forma original, contos que pertenciam à tradição da literatura oral europeia e eram transmitidos de uma geração a outra. Como muitos de seus contos, O Barba Azul incorpora elementos do imaginário medieval das histórias de cavalaria, bem como das narrativas da Renascença italiana. Esta história foi publicada originalmente na coletânea mais conhecida de Perrault, Os contos da Mamãe Gansa, que inclui também O Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, A bela adormecida, O gato de botas e outras muito apreciadas até hoje.
Rodas de leitura compartilhada
Como você já sabe, a leitura compartilhada supõe que os alunos tenham – todos eles ou pequenos grupos – um exemplar do livro em mãos. Ela é, assim, particularmente recomendada para livros de imagens e para livros ilustrados, em que a riqueza das relações entre texto verbal e ilustração devem ser detalhadamente observadas e discutidas. Mas a leitura compartilhada também combina com livros cujas ilustrações redundam o texto verbal ou apenas o decoram, pois a possibilidade de os alunos acompanharem o que está sendo lido contribui enormemente para que a relação entre o texto escrito e sua oralização seja sistematizada, além de permitir que a obra seja alvo de uma análise mais consistente e fundamentada. E como fazer isso?
Você já imaginou ir ao cinema para assistir a um filme e, a todo momento, o filme ser interrompido para que alguém explique o que você acabou de ver? Seria bacana? Interessante? Motivador? Provavelmente, você respondeu que não, certo? O mesmo se dá em relação à leitura: o ideal é que você e seus alunos leiam o livro na íntegra e somente depois da leitura conversem sobre ele. Claro que situações em que intervenções sejam necessárias, mas, a princípio, esse é o melhor modelo.
Também é ideal que você proponha uma roda de leitura compartilhada semanal em seu planejamento que, como já apontamos, pode ocorrer na sala de aula ou em outros espaços da escola, como a biblioteca, o pátio ou algum cantinho aconchegante e silencioso que esteja à sua disposição.
Finalizada a leitura, proponha uma conversa apreciativa sobre o livro (ver orientações a seguir) e lembre-se: se você tiver alunos fluentes, pode dividir essa leitura com eles, sempre oportunizando a preparação anterior para esse momento de leitura oral.
A contação de história de forma lúdica
No remanescente da Educação Infantil tem frisado a importância de trabalhar sob uma perspectiva lúdica em que as crianças possam aprender brincando. Nesta perspectiva percebemos a importância de conceder a utilização da ludicidade como forma de aproximar as crianças dos livros e do processo de ler a fim de tornarem-se leitores para toda vida.
O lúdico real na literatura infantil aflora a fantasia e, por meio da imaginação a criança entra no mundo do faz-de-conta e ativas situações corriqueiras em sua vida diária. A relação entre o mundo imaginário e o existente contribui para que a criança aprenda lições de vida, a respeitar as diferenças e, principalmente, conviver com o outro.
O incentivo pela leitura deve iniciar-se em casa, do mesmo modo como são incentivados os hábitos comuns do dia-a-dia como brincar no computador, assistir TV e passear. 
É essencial que no início do processo de aquisição do ato de ler todas as pontuações emanadas pela criança, desde a simples abjuração oral das imagens até a invenção de um texto divergente ao escrito no livro sejam valorizadas para que em outro momento em que a história seja contada pelo adulto possam ser percebidas as contradições entre o imaginado e o escrito, como explicita Castro (2008, p. 1): 
Existem dois fatores que contribuem para que a criança desperte o gosto pela leitura: curiosidade e exemplo. Neste sentido, o livro deveria ter a importância de uma televisão dentro do lar. Os pais deveriam ler mais para os filhos e para si próprios.
Cada praxe lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer intervenções em sua metodologia de aplicação, na organização e nas suas estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas etárias. As atividades lúdicas têm aptidão de desenvolver várias habilidades na criança, proporcionando-lhe divertimento, prazer, convívio profícuo, estímulo intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole e auto-realização. Contudo não são só as crianças são beneficiadas pelas atividades lúdicas, mas também os professores.
Conseguimos observar que os contos clássicos da literatura Infantil, trazem histórias que são contadas há centenas de anos, e em sua maioria trazem consigo, uma lição de vida ou abordam situações problemas experimentados na época em que foram criadas, essas histórias se tornaram clássicos, pois são passadas de geração em geração, e mesmo assim podem ser usadas para se trabalhar as situações do cotidiano escolar ainda hoje. São leituras que proporcionam momentos de imaginação e diversão se tornando muito prazerosas e devem estar presentes nas atividades escolares, pois além de contribuirpara a preservação da memória cultural, são excelentes estratégias para serem usadas na facilitação da aprendizagem, pois o professor deve ter como objetivo oferecer aos seus alunos uma educação que os preparem para a vida, precisa fazer com que sua sala de aula seja um espaço iniciador de significativos conhecimentos.
Quanto mais cedo à criança tem convívio com os livros e descobre o prazer que a leitura proporciona, mais probabilidade ela terá de ser um adulto leitor, nem sempre as narrativas dizem tudo, por isso é necessário ser em interpretadas pelo leitor, conseguimos observar que cada criança interpreta de acordo com os conhecimentos antes adquiridos, cabe ao professor ser o mediador do entendimento e aproveitamento da historia lida, da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura critica e reflexiva, extremamente relevante para sua formação cognitiva.
Visitas à biblioteca
 A integração da biblioteca escolar no processo pedagógico para a formação literária do aluno, idealmente, seus alunos deveriam ir à biblioteca ou sala de leitura da escola uma vez por semana, mas aqui está um bom exemplo de prática de leitura que pode depender bastante do planejamento e da organização previstos pela escola. Às vezes, em função do número de turmas e de alunos, não há condições de todas as turmas irem semanalmente à biblioteca e, por isso, tais visitas ocorrem em um intervalo maior. Ainda assim, você deve se esforçar para fazê-lo semanalmente ou, no máximo, quinzenalmente, pois essa frequência permite que o trabalho de empréstimo e leitura dos livros faça sentido para os alunos e gere aprendizagens.
Como já dissemos, a leitura compartilhada pode ocorrer na biblioteca (ou sala de leitura), mas há outras práticas que devem ser propostas nesse espaço. Logo no início do ano, é importante levar os alunos à biblioteca e permitir que eles conheçam o espaço, entenda como ele se organiza (onde estão os livros, como eles estão organizados) e quais são as regras estabelecidas (se é permitido deitar e tirar os sapatos, se o acervo pode ser manuseado pelos alunos ou apenas pelo bibliotecário, qual o prazo para devolver o livro emprestado, qual é a multa para quem não devolve o livro no prazo estabelecido, o que fazer se o livro é perdido ou estragado etc.). Se houver possibilidade, combine com o bibliotecário para ele apresentar a biblioteca e suas regras.
Para que saibam e tenham vontade de emprestar um livro para ler em casa, é fundamental que seus alunos conheçam o acervo e tenham sugestões de livros, que podem ser feitas por você, professor, pelo bibliotecário ou mesmo por um colega de turma. Isso significa algo que pode parecer óbvio, mas, infelizmente, muitas vezes, não acontece: você e o bibliotecário precisam conhecer o acervo, a fim de ter opções para indicar aos diversos alunos e suas diferentes preferências e possibilidades leitoras.
Constituir uma indicação literária a um aluno, é importante conhecer as preferências dele, saber se ele precisa de um livro em letras maiúsculas, se o texto precisa ser curto, dentre outros aspectos. Naturalmente, esses cuidados são válidos quando seus alunos farão a leitura autônoma do livro emprestado. Se sua turma estiver na Educação Infantil, quem fará a leitura será um adulto ou um leitor mais experiente e, nesse caso, a extensão do livro e a letra empregada não são impeditivos.
A escolarização da leitura literária
A relação entre a literatura infantil e a escola é antiga e, de forma geral, benéfica para todos os atores envolvidos na questão (editoras, autores, crianças, professores). Então, o que cabe discutir é: Como fazer uma escolarização adequada da literatura?
Mas por que falamos de ‘escolarização’? Porque, uma vez dentro dos muros escolares, a escolarização é inevitável. Nesse aspecto, concordamos com Soares (2006, p. 20-21), quando afirma que:
Não há como ter escola sem ter escolarização de conhecimentos, saberes, artes: o surgimento da escola está indissociavelmente ligado à constituição de “saberes escolares”, que se corporificam e se formalizam em currículos, matérias, disciplinas, programas, metodologias, tudo isso exigido pela invenção, responsável pela criação da escola, de um espaço de ensino e de um tempo de aprendizagem.
O primeiro título lançado por Monteiro Lobato, em 1921 foi A menina do nariz arrebitado. Quando o lançou, Lobato indicou, na capa, que se tratava de um livro “para as segundas séries”, e, segundo Soares (2006), esse livro, de fato, foi vendido para o governo do estado, a fim de ser adotado nas escolas.
A literatura infantil sempre se atribuiu uma natureza educativa e formadora. Desde os contos de Perrault e dos irmãos Grimm, há uma tendência de encontrar lições e ensinamentos nos contos infantis. E a presença da literatura infantil na escola, desde Lobato, só fez crescer, coincidindo, como aponta Soares (2006), o aumento no número de vagas nas escolas com o boom editorial da literatura infantil.
Isso significa que essa relação entre escola e literatura infantil não apenas é antiga, mas também duradoura e, quiçá, insuperável. Na verdade, para além de razões econômicas – interessa às editoras venderem seus livros para escolas –, essa relação interessa à escola, às políticas de formação de leitores e à própria literatura infantil, como podemos constatar nestes trechos das entrevistas que Regina Zilberman e Marisa Lajolo, respectivamente, concederam à Letra A, jornal editado pelo CEALE (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, da UFMG).
Como se dá a relação entre literatura para crianças e jovens e a educação no Brasil? O que mudou?
Regina Zilberman: [...] a literatura infantil nunca se livrou [da relação com a escola] e nem quer, não é que ela luta para isso. Ela precisa dessa vinculação com a escola por várias razões: a criança precisa ser alfabetizada e letrada, o professor precisa conhecer a produção para crianças, e hoje a escola é realmente o espaço mais poderoso em termos de formação de leitores. Ali que se forma o leitor, porque ou as crianças leem na escola ou não leem em lugar nenhum. É muito difícil ter uma política pública de formação de leitores e valorização da literatura infantil fora da escola.
Marisa Lajolo: 
A escola é, sem dúvida, até hoje, a grande propagadora da literatura infantil. 
 Há algum tempo o governo vem fornecendo às escolas acervos para bibliotecas e salas de leitura. Muitas vezes – para o bem e para o mal -- a leitura literária faz parte dos deveres e de eventos escolares. Escritores visitam escolas e alunos escrevem cartas para os autores dos livros que lêem. Além disso, parte considerável da produção contemporânea é muitas vezes inspirada pelos temas transversais, o que – perigosamente - aproxima o livro literário do livro didático. Veja só: desde Monteiro Lobato, o mercado escolar foi irresistível para escritores infantis: vale a pena ler, por exemplo, Aritmética da Emília e Emília no país da gramática. Divertidíssimos!
Mas o que caracteriza/define uma adequada escolarização da literatura? Conheça a seguir os princípios que sustentam um bom trabalho com a literatura infantil.
  	 No contexto escolar, a biblioteca pode ir desde o uso como castigo para os alunos indisciplinados, passando por um espaço temido por não poder falar alto e folhear os livros à vontade, e muitas vezes, ser depósito de material, mobília ou equipamentos da escola. A esse respeito vale ressaltar: não basta ter um local apropriado, a biblioteca tem de ser ponto de encontro de alunos e professores, ser um convite para ficar, estar, perder tempo manuseando livros e seus recursos.
O desafio à equipe de ensino (professores, bibliotecários, coordenadores e/ou diretores) é integrar a biblioteca ao processo educativo e, para que isso ocorra, é necessário refletir sobre algumas questões: 
Questões como essas podem, inicialmente, instigar a discussão entre os professores sobre o uso, o papel e a função da biblioteca na escola e consequentemente uma escolarização adequadada literatura. Esse não é um processo fácil, mas, se a escola se propuser a discutir abertamente e estabelecer as ações de curto, médio e longo prazo, ela garantirá a todos os alunos (alfabetizados ou não) um ambiente que valoriza a informação e a cultura, que promove encontros de pura gratuidade com a leitura, dando a eles passe livre para pegar um livro, e depois outro e outro. Com isso, pouco a pouco os alunos desbravarão novas histórias sem a cobrança pedagógica de se fazer alguma atividade, além do próprio ato de ler, com a única obrigação de “sonhar acordado”.
 Nesse sentido, Gadotti ressalta:
Todos nós – adultos e crianças, escritores e leitores – temos a obrigação de sonhar acordado. Temos a obrigação de imaginar. É fácil fingir que ninguém pode mudar coisa alguma, que estamos num mundo no qual a sociedade é enorme e que o indivíduo é menos que nada: um átomo numa parede, um grão de arroz num arrozal. Mas a verdade é que indivíduos mudam o seu próprio mundo de novo e de novo, indivíduos fazem o futuro e eles fazem isso porque imaginam que as coisas podem ser diferentes.
E finaliza, uma vez perguntaram a Albert Einstein como ele poderia tornar nossas crianças inteligentes. A resposta dele foi simples e sábia. “Se você quer que crianças sejam inteligentes”, ele disse, “leiam contos de fadas para elas. Se você quer que elas sejam mais inteligentes, leia mais contos de fadas para elas”. Ele entendeu o valor da leitura e da imaginação. Eu espero que possamos dar às nossas crianças um mundo no qual elas possam ler e que leiam para elas, e onde elas possam ser capazes de imaginar e compreender.
Sendo assim, parece evidente que o caminho para uma transformação da escola e da educação passa por uma reformulação de como a literatura está inserida na rotina de alunos e professores; e o provimento de bibliotecas escolares com um rico acervo, integradas ao processo pedagógico e acessíveis a todos é um primeiro passo para isso.
Conclusão	
	As concepções e estratégias, aqui mencionadas, mostram como a aplicação, de forma clara, da literatura infantil, na sala de aula, pode promover nas crianças o hábito de leitura. Por isso, é importante a implantação da literatura infantil nas escolas, desde os anos iniciais, porque, é nesse espaço que as crianças ampliam sua capacidade de compreensão, como também, de produção de textos orais e escritos.
Podemos afirmar que orientar o processo de aprendizagem e desenvolvimento das estratégias de leitura, articulando-as a literatura infantil, nos possibilita a formação de leitores cuja aptidão vai além da mera leitura de textos, mas de um leitor que “se aproprie de forma autônoma das obras e do próprio processo de leitura, de um leitor literário.
A criança que houve história desde cedo, que tem o convívio direto com os livros e que é estimulada por amigos, vizinhos e familiares, certamente essa criança terá um desenvolvimento cognitivo favorável ao seu vocabulário, bem como a prontidão para a leitura por ser estimulada desde pequenina com métodos significativos de ensino-aprendizagem.
É conveniente ressaltar ainda que a tarefa de um professor/ pesquisador/ mediador não é uma atividade de mãos e dedos, o docente deve reconhecer as fragilidades de sua turma no que se refere à aprendizagem e tecer as medidas, as metas mais relevantes possíveis para o real desenvolvimento dos alunos. Por isto, se faz necessário à busca incessante por inovações em sua ação pedagógica, pleiteia a ele ser um mediador no processo de ensino aprendizagem, dar oportunidade de o aluno trilhar novos caminhos, ter liberdade de expressão, de contribuir junto ao professor com a dinâmica de sala de aula, do aprender e o ensinar.
 Portanto, constatamos que a literatura estabelece alta significação para o trabalho no ambiente de sala de aula, se configura em um viés com múltiplas possibilidades na prática pedagógica que contempla além do desenvolvimento cognitivo, ampliação da cultura social do aluno. Notamos o quanto, de fato, a leitura de literatura desde a infância é algo primordial para o aperfeiçoamento de habilidades que necessitaremos na vida adulta. A competência de atentar para contação de uma história, as produções e postura que obtemos nessa ampla vinculação com o texto literário, como: aprender a ouvir, aprender a falar, a imitar determinados personagens, a interpretar a capa de um livro apenas com os elementos fornecidos nela, a ler as palavras, a escrever, a interpretar e produzir textos; enfim, um conjunto de aprendizagens que possibilitam conhecimentos para vida em sociedade.
Referências 
ANDRUETTO, Maria Teresa. Que todos signifique todos. In: Revista Emília, 15 out. 2014. Disponível em: <http://revistaemilia.com.br/que-todos-signifique-todos/ (Links para um site externo)Links para um site externo>. Acesso em: 18 ago. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017.
CASTRO, Eline Fernandes de. A importância da leitura infantil para o desenvolvimento da criança. Trabalho científico de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura Específica em Português) - apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, 2008.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: ______. Vários escritos. 4. ed. São Paulo: Duas Cidades; Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004, p. 169-191.
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos? São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. São Paulo: Ática, 2004.
LINDEN, Sophie van der. Para ler o livro ilustrado. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
LAJOLO, Marisa & ZILBERMAN, Regina. Um Brasil para crianças. 4ª edição. São Paulo: Global Editora.
LOBATO, Monteiro: O Pica pau Amarelo. São Paulo:Brasiliense, 1973
MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
SOARES, Magda. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins; BRANDÃO, Helena Maria Brina; MACHADO, Maria Zélia Versiani (Orgs.). A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006, p. 17-48. (Coleção Literatura e Educação
VIGOTSKI, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem - São Paulo. Editora: WMF MARTINS FONTES, 2009.
ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro, Objetiva, 2014.

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