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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO LOCALIZAÇÃO Neste item serão abordados: ✓Aplicação do Direito estrangeiro; ✓Limites à aplicação do Direito estrangeiro ✓Ordem pública; ✓Fraude à lei; ✓Questão previa; ✓Reenvio. APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO Como se viu o resultado da aplicação da norma de DIPRI pode fazer com que o Direito estrangeiro seja aplicado por Juiz nacional. Neste caso, o Juiz nacional deve aplicá-lo, sob pena de negativa de vigência do próprio Direito nacional. Questões: ✓Como prová-lo? Como aplicá-lo? COMO PROVAR? Art. 14 da LINDB ✓Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 337 do CPC/73 ✓A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz. PROVAS novo CPC (Lei n° 13.105/2015) Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS De um modo geral a doutrina se posiciona: ✓Pela obrigatoriedade da aplicação do Direito estrangeiro (quando indicado pela norma de DIPRI); ✓Impossibilidade de o Juiz alegar desconhecimento (para se negar a julgar); ✓Dever de o juiz aplicá-lo de ofício. ✓Jacob Dolinger, que a lei estrangeira deve ser aplicada como lei, sendo aplicada de ofício (independentemente de alegação da parte). PRECEDENTE DO STJ Direito estrangeiro. Prova. Sendo caso de aplicação de direito estrangeiro, consoante as normas do Direito Internacional Privado, caberá ao Juiz fazê-lo, ainda de ofício. Não se poderá, entretanto, carregar à parte o ônus de trazer a prova de seu teor e vigência, salvo quando por ela invocado. Não sendo viável produzir-se essa prova, como não pode o litígio ficar sem solução, o Juiz aplicará o direito nacional. REsp 254544 / MG – J. 18/05/2000 REGIMENTO DO STJ Art. 142. Em caso de impugnação, ou por determinação do relator, as partes deverão provar a fidelidade da transcrição de textos de leis e demais atos do poder público, bem como a vigência e o teor de normas pertinentes à causa, quando emanarem de Estado estrangeiro, de organismo internacional, ou, no Brasil, de Estados e Municípios. ÔNUS PROBATÓRIO Código Bustamante (Decreto n° 18.871/1929) ✓ Art. 408. Os juizes e tribunaes de cada Estado contractante applicarão de officio, quando fôr o caso, as leis dos demais, sem prejuizo dos meios probatorios a que este capitulo se refere. ✓ Art. 409. A parte que invoque a applicação do direito de qualquer Estado contractante em um dos outros, ou della divirja, poderá justificar o texto legal, sua vigencia e sentido mediante certidão, devidamente legalizada, de dois advogados em exercicio no paiz de cuja legislação se trate. ✓ Art. 410. Na falta de prova ou se, por qualquer motivo, o juiz ou o trubunal a julgar insufficiente, um ou outro poderá solicitar de officio pela via diplomatica, antes de decidir, que o Estado, de cuja legislação se trate, forneça um relatorio sobre o texto, vigencia e sentido do direito applicavel. ✓ Art. 411. Cada Estado contractante se obriga a ministrar aos outros, no mais breve prazo possivel, a informação a que o artigo anterior se refere e que deverá proceder de seu mais alto tribunal, ou de qualquer de suas camaras ou secções, ou da procuradoria geral ou da Secretaria ou Ministerio da justiça. COOPERAÇÃO Convenção Interamericana sobre informação do Direito Estrangeiro (Montevidéu 1979) Art. 3º A cooperação internacional na matéria de que trata esta Convenção será prestada por qualquer dos meios de prova idôneos previstos tanto na lei do Estado requerente como na do Estado requerido. Serão considerados meios idôneos para os efeitos desta Convenção, entre outros, os seguintes: a) a prova documental, consistente em copias autenticadas de textos legais com indicação de sua vigência, ou precedentes judiciais; b) a prova pericial, consistente em pareceres de advogados ou de técnicos na matéria; c) as informações do Estado requerido sobre o texto, vigência, sentido e alcance legal do seu direito acerca de aspectos determinados. COOPERAÇÃO Decreto nº 2.067, de 12 de Novembro de 1996 (LasLeñas) Artigo 28. As Autoridades Centrais dos Estados Partes fornecer-se-ão mutuamente, a título de cooperação judicial, e desde que não se oponham às disposições em matéria civil, comercial, trabalhista, administrativa e de direito internacional privado, sem despesa alguma. Artigo 29. A informação a que se refere o artigo anterior poderá também ser prestada perante a jurisdição do outro Estado, por meio de documentos fornecidos pelas autoridades diplomáticas ou consulares do Estado Parte de cujo direito se trata. Artigo 30. O Estado que fornecer as informações sobre o sentido do alcance legal de seu direito não será responsável pela opinião emitida, nem estará obrigado a aplicar seu direito, segundo a resposta fornecida. O Estado que receber as citadas informações não estará obrigado a aplicar, ou fazer aplicar, o direito estrangeiro segundo o conteúdo da resposta recebida. COMO APLICAR? Recepção Material. A norma é incorporada e nacionalizada, tornando-a direito do foro. Dessa forma dever-se-ia interpretá-la como se direito local fosse. Recepção formal. A norma é incorporada mas não nacionalizada. Dessa forma dever-se-ia interpretá- la como o era em seu próprio direito. Aplicação da Norma. A norma não seria sequer incorporada, sendo aplicada como originariamente, ou seja, como o sistema jurídico estrangeiro. E O BRASIL? O Brasil segue a regra (Código Bustamante – art. 409) de que a norma estrangeira deve ser aplicada no sentido que lhe dá o país de origem (respeitando-lhe a interpretação doutrinária e jurisprudencial). ✓Art. 409. A parte que invoque a applicação do direito de qualquer Estado contractante em um dos outros, ou della divirja, poderá justificar o texto legal, sua vigencia e sentido mediante certidão, devidamente legalizada, de dois advogados em exercicio no paiz de cuja legislação se trate. INTERPRETAÇÃO Além disso, dispõe o art. 5º da LINDB que essa interpretação deve levar em consideração o fim comum, ou seja, “na aplicação da norma jurídica estrangeira dever-se-á atender às finalidades que inspiraram o legislador estrangeiro”. (Dolinger, p.241). Em suma, o julgador deve julgar como o faria o Juiz estrangeiro. Adaptação – trata-se de forma de aplicação do direito estrangeiro de forma a adaptá-lo às circunstâncias locais. Segundo Dolinger trata-se de interpretação construtiva aproveitando instituições semelhantes. P. ex. Divórcio não existia, homologa-se sentenças estrangeiras como desquite. SUGESTÃO DE LEITURA Direito estrangeiro e o juiz nacional: como as Cortes Superiores brasileiras aplicam o Direito estrangeiro (link) LIMITES À APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO ORDEM PÚBLICA ORDEM PÚBLICA ORDENAMENTO INTERNO: princípio limitador da vontade das partes. ORDEM INTERNACIONAL: princípio limitador da aplicação do direito estrangeiro. CONCEITO: ✓“reflexo da filosofia sócio-política-jurídica de toda legislação, que representa a moral básica de uma nação e que protege as necessidades econômicas do Estado. A ordem pública encerra, assim, os planos filosófico, político, jurídico, moral e econômico de todo Estado constituído.” (Dolinger, p. 392) RESUMO Trata-se de se reconhecer os fundamentos básicos do sistema jurídico. A ofensa a estes fundamentos, no ordenamento jurídico brasileiro, impede a aplicação de lei estrangeira, bem como de sentença e atos estrangeiros. (art.17 LINDB). QUESTÃO DE EFICÁCIA! CARACTERÍSTICAS a) Relatividade/Instabilidade. b) Contemporiedade. ✓ É conceito relativo e instável, variando no tempo e espaço. ✓Exemplo: Antes da lei do divórcio (Lei 6515/1977) não se homologa sentenças estrangeiras. A partir da edição da lei admitiu-se a homologação para os casos anteriores. INSTITUIÇÃO DESCONHECIDA Instituto jurídico totalmente desconhecido pela Lex causae. ✓Exemplos: a poligamia e a morte civil. Atualmente podem ser confundidas com a noção de ordem pública. Solução: utilização de instituição análoga da Lex causae de forma adaptada: repúdio muçulmano como divórcio. Também pode ser utilizada em casos em que se dá efeitos a hipóteses que seriam vedadas pela ordem pública. ✓Exemplo: reconhecimento de uniões estáveis em casos de poligamia. FRAUDE À LEI FRAUDE A LEI Fraude a lei é um exercício abusivo de Direito. CARACTERÍSTICA: Alteração, artificial, do elemento de conexão para burlar a aplicação de norma imperativa e cogente. EFEITO: desconsideração local de seus efeitos. EXEMPLOS: divórcio no exterior quando prática proibida internamente; mudança de domicílio; naturalização, escolha de foro sem relação com o contrato; constituição de sociedade em paraíso fiscal. QUESTÃO PRÉVIA QUESTÃO PRÉVIA CONCEITO: É a chamada questão prejudicial. O juiz não poderá julgar a questão principal sem antes resolver outra. EXEMPLO: sucessão que depende da verificação anterior da existência de filiação (Dolinger e Rechsteiner). REQUISITOS: (i) indicação de legislação estrangeira para dirimir a questão principal; (ii) questão lateral da qual dependa a solução da principal; (iii) direito aplicável à questão lateral é distinto daquele previsto para a solução da questão principal; (iv) a regra do foro para solução da questão prévia é diferente daquela que seria aplicável pela questão principal. SOLUÇÕES Solução 1: aplicar o mesmo Direito aplicável para a questão principal, garantindo-se harmonia na solução. Solução 2: a questão prévia deve ter Direito aplicável determinado assim como o foi a da questão principal, garantindo harmonia da lex fori. REENVIO REENVIO CONCEITO: O Direito Internacional privado de alguns países ao designar como aplicável o Direito estrangeiro não se limitam a indicá-lo materialmente, mas indicam o seu DIPRI. O Direito brasileiro quando indica direito estrangeiro o faz tão somente em relação ao Direito material. COMO ISSO PODE ACONTECER? O direito do país A indica como aplicável o Direito do país B e o direito desse país indica seu próprio Direito como aplicável. O DIPRI do país A indica como aplicável o Direito do país B que indica, por sua vez, o Direito material do país A como aplicável. O DIPRI do país A indica como aplicável o Direito do país B que indica, por sua vez, o DIPRI do país A como aplicável. (reenvio de PRIMEIRO grau, retorno ou renvoi) O DIPRI do país A indica o direito de B e este, por sua vez, indica o direito do país C. (reenvio de SEGUNDO grau). PARA DESCONTRAIR “Brasil” de Cazuza. ✓Lançada em 1987. OUÇA. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO TRF1 (2009) A respeito das normas de direito internacional privado estabelecidas na Lei de Introdução ao Código Civil, assinale a opção correta. a) O regime de bens obedece à lei do país em que os nubentes tiverem domicílio e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal. b) Para qualificar os bens, aplicar-se-á a lei do país de que o proprietário for nacional. c) Compete à autoridade judiciária brasileira e, subsidiariamente, à do país em que for domiciliado o autor, conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. d) Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas. e) A lei do domicílio do de cujus regula a capacidade para suceder. TRF3 (2010) Segundo Frederich Carl Von Savigny há um direito próprio ao homem, o qual se determina pelo lugar de seu domicílio. A Lei de introdução ao Código Civil (Dec-lei 4657/42) adota este critério para determinar, entre outras, as regras sobre: a) A capacidade da pessoa, inclusive a capacidade de suceder, as questões relativas à sucessão por morte, qualquer que seja a natureza e situação dos bens, as questões relativas aos bens móveis, as questões relativas à união estável. b) A capacidade da pessoa, excepcionando-se a capacidade para sucessão, as questões relativas à invalidade matrimonial, as questões referentes aos regimes de bens, as questões relativas à atuação das pessoas jurídicas, e ao cumprimento da obrigação. c) o começo e o fim da personalidade, ao nome e a capacidade da pessoa, excepcionando-se a capacidade de suceder, a formação da relação contratual e seu cumprimento e as questões relativas à sucessão por ausência, qualquer que seja a natureza e situação dos bens. d) o começo e o fim da personalidade, ao nome e a capacidade da pessoa, o penhor, as questões relativas aos impedimentos matrimoniais e às causas de suspensão do matrimônio e as questões relativas à sucessão, quando os herdeiros ou beneficiários forem brasileiros. TRF 3 (2010) Para solução do conflito de leis no espaço é de fundamental importância a qualificação da relação de direito, isto é, se a questão é de capacidade ou de forma. Assim, considerando as regras da Lei de introdução ao Código Civil (Dec-Lei 4657/42) pergunta- se: a) A capacidade negocial do contratante há de ser aferida em função da sua lei pessoal, enquanto a validade do negócio jurídico deve ser constatada de acordo com as regras do local de sua celebração e de sua execução. b) Tratando-se de gestão de negócios a capacidade das partes deve ser regida pela lei do domicílio, e possuindo as partes domicílio diversos, os efeitos da gestão serão regrados pela lei que estas eventualmente estipularem, por força da incidência do princípio da autonomia da vontade, admitido pela Lei de introdução ao Código Civil. c) A capacidade nupcial há de ser aferida segundo as regras de domicílio dos nubentes, ainda que estes sejam diversos, caso em que o primeiro domicílio conjugal determinará as regras incidentes sobre as hipóteses de invalidade do matrimônio e o regime de bens, e as leis nacionais disciplinarão as formalidades de realização do matrimônio, caso celebrado no Brasil, por força do princípio Lex loci celebrationes. d) A capacidade para adquirir a propriedade por usucapião, bem como os pressupostos objetivos necessários à ocorrência da prescrição aquisitiva, serão aferidos em função da lei do local em que se encontrarem os bens, sejam móveis ou imóveis, em virtude do princípio Lex rei sitae. TRF 3 (2010) O artigo 1º, inciso I, da Constituição Federal elenca entre os fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania. Por seu turno o artigo 4º, incisos I e V, da CF, prevê que nas suas relações internacionais a República Federativa do Brasil, reger-se-á, entre outros, pelo princípio da independência nacional e da igualdade entre os Estados, sendo, portanto, correto afirmar que: a) A norma estrangeira não pode ser aplicada no Brasil, sob pena de infringência à soberania nacional. b) A lei estrangeira, aplicada por força de dispositivo de direito internacional privado brasileiro, se equipara à legislação federal brasileira, para efeito de admissibilidade de recurso especial, quando contrariada ou lhe for negada vigência pelo juiz nacional. c) Tratando-se de norma legitimamente expedida pelo Estado igualmente soberano, e aplicável em território nacional por força da autoridade do legislador federal, ela se incorpora à legislação federal, não podendo ter sua eficácia afastada. d) A legislação brasileira será eficaz fora dos limites do território nacional, por força do princípio da extraterritorialidade, quando a relação jurídica tiverpor objeto interesses do cidadão brasileiro. TRF 3 (2010) Assinale a alternativa correta: a) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado extinguir o processo por inépcia da inicial; b) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado determinar a citação do Estado Estrangeiro, já que a imunidade de jurisdição não representa regra que automaticamente deva ser aplicada aos processos judiciais movidos contra Estado Estrangeiro, e pode, ou não, ser exercida por esse Estado. c) A questão relativa à imunidade de jurisdição, atualmente, é vista de forma absoluta, mesmo nas hipóteses em que o objeto litigioso tenha como fundamento relação jurídica de natureza meramente civil, comercial ou trabalhista. d) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado extinguir o processo, por se tratar de hipótese de imunidade absoluta de Jurisdição, não sendo possível sua relativização, por vontade soberana do Estado alienígena. TRF5 (2011) Mohamed, filho concebido fora do matrimônio, requereu, na justiça brasileira, pensão alimentícia do pai, Said, residente e domiciliado no Brasil. Said negou o requerido e não reconheceu Mohamed como filho, alegando que, perante a Tunísia, país no qual ambos nasceram, somente são reconhecidos como filhos os concebidos no curso do matrimônio. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação brasileira de direito internacional privado. a) A reserva da ordem pública não está expressa na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. b) O juiz, ao julgar a referida relação jurídica, deve obedecer à lei da Tunísia. c) Nesse caso, não se aplicam normas de ordem pública, pois se trata de relação jurídica de direito internacional privado, e não, de direito internacional público. d) O juiz não deverá aplicar, nessa situação, o direito estrangeiro. e) A lei brasileira assemelha-se à da Tunísia, razão pela qual esta deverá ser aplicada. TRF 3 (2010) Em relação ao ônus e à produção da prova no âmbito do direito internacional privado é correto afirmar, exceto: a) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não se admitindo, porém, a produção de provas que a lei brasileira desconheça. b) Não se pode impor às partes o ônus de produzir a prova do teor e vigência da lei estrangeira, salvo quando por ela invocado. c) Não sendo a incidência do direito estrangeiro alegada pela parte, o Juiz não está autorizado a exigir a colaboração da parte, com fulcro no art. 337 do Código de Processo Civil. d) Entendendo o juiz ser o caso de aplicação do direito estrangeiro, deverá intimar a parte a quem esta beneficia a comprovar seu teor e vigência, sob pena de extinção do feito sem apreciação do mérito. TRF 5 (2011) No direito internacional privado (DIP) entre os países A e B, configura-se hipótese de reenvio de primeiro grau quando a) o DIP do país A indica o direito do país B como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o direito do país A como o aplicável. b) o DIP do país A indica o direito do país B ou o direito do país A como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o direito do país B ou o direito do país A como o aplicável. c) o DIP do país A indica o direito de um terceiro país — C — como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o direito do país C como o aplicável. d) o DIP do país A indica o direito do país B como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o outro direito como o aplicável. e) o DIP do país B indica o direito do país A como o aplicável, e o DIP do país A, sob o seu ponto de vista, indica o próprio direito como o aplicável. TRF 5 (2011) Lucy e Fábio casaram-se no Brasil, onde nasceu Lucas, filho do casal. Quando Lucy e Fábio se separaram, ela e Lucas foram morar nos EUA. Passado um tempo após a separação, Fábio suspendeu o pagamento de alimentos de Lucas, então com menos de dois anos de idade, sob a alegação de que, tendo constituído nova família no Brasil, assumira novos encargos financeiros e a de que Lucas estava morando em outro país. Lucas, então, ajuizou ação de prestação de alimentos nos EUA. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca da cobrança de alimentos no estrangeiro, à luz do Decreto Legislativo n.º 58.826/1965 e da Convenção de Nova Iorque. TRF 5 (2011) a) A ação de prestação de alimentos movida nos EUA poderá ter reflexos no Brasil. b) A circunstância de Fábio haver contraído novo casamento não altera a sua obrigação alimentar, conforme a legislação aplicável, que, nesse caso, é tanto a brasileira quanto a norte-americana, simultaneamente. c) Fábio não poderia ser demandado por ação alimentar proposta no Brasil. d) Se Lucy tiver se casado nos EUA, Fábio não terá mais obrigação alimentar para com Lucas. e) Se Fábio e Lucy tiverem formalizado o divórcio, Lucas não terá direito a alimentos, por se encontrar em outro país.