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DIPRI - aula 5 - APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO

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DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO
LOCALIZAÇÃO
Neste item serão abordados:
✓Aplicação do Direito estrangeiro;
✓Limites à aplicação do Direito estrangeiro
✓Ordem pública;
✓Fraude à lei;
✓Questão previa;
✓Reenvio.
APLICAÇÃO DO 
DIREITO ESTRANGEIRO
APLICAÇÃO DO DIREITO 
ESTRANGEIRO
Como se viu o resultado da aplicação da
norma de DIPRI pode fazer com que o Direito
estrangeiro seja aplicado por Juiz nacional.
Neste caso, o Juiz nacional deve aplicá-lo, sob
pena de negativa de vigência do próprio
Direito nacional.
Questões:
✓Como prová-lo? Como aplicá-lo?
COMO PROVAR?
Art. 14 da LINDB
✓Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o
juiz exigir de quem a invoca prova do texto
e da vigência.
Art. 337 do CPC/73
✓A parte, que alegar direito municipal,
estadual, estrangeiro ou consuetudinário,
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o
determinar o juiz.
PROVAS
novo CPC (Lei n° 13.105/2015)
Art. 376. A parte que alegar direito
municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
Art. 378. Ninguém se exime do dever de
colaborar com o Poder Judiciário para o
descobrimento da verdade.
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS
De um modo geral a doutrina se posiciona:
✓Pela obrigatoriedade da aplicação do
Direito estrangeiro (quando indicado pela
norma de DIPRI);
✓Impossibilidade de o Juiz alegar
desconhecimento (para se negar a julgar);
✓Dever de o juiz aplicá-lo de ofício.
✓Jacob Dolinger, que a lei estrangeira deve ser
aplicada como lei, sendo aplicada de ofício
(independentemente de alegação da parte).
PRECEDENTE DO STJ
Direito estrangeiro. Prova. Sendo caso de
aplicação de direito estrangeiro, consoante as
normas do Direito Internacional Privado,
caberá ao Juiz fazê-lo, ainda de ofício. Não se
poderá, entretanto, carregar à parte o ônus de
trazer a prova de seu teor e vigência, salvo
quando por ela invocado. Não sendo viável
produzir-se essa prova, como não pode o
litígio ficar sem solução, o Juiz aplicará o
direito nacional.
REsp 254544 / MG – J. 18/05/2000
REGIMENTO DO STJ
Art. 142. Em caso de impugnação, ou por
determinação do relator, as partes
deverão provar a fidelidade da transcrição
de textos de leis e demais atos do poder
público, bem como a vigência e o teor de
normas pertinentes à causa, quando
emanarem de Estado estrangeiro, de
organismo internacional, ou, no Brasil, de
Estados e Municípios.
ÔNUS PROBATÓRIO
Código Bustamante (Decreto n° 18.871/1929)
✓ Art. 408. Os juizes e tribunaes de cada Estado contractante applicarão de
officio, quando fôr o caso, as leis dos demais, sem prejuizo dos meios
probatorios a que este capitulo se refere.
✓ Art. 409. A parte que invoque a applicação do direito de qualquer Estado
contractante em um dos outros, ou della divirja, poderá justificar o texto
legal, sua vigencia e sentido mediante certidão, devidamente legalizada,
de dois advogados em exercicio no paiz de cuja legislação se trate.
✓ Art. 410. Na falta de prova ou se, por qualquer motivo, o juiz ou o
trubunal a julgar insufficiente, um ou outro poderá solicitar de officio
pela via diplomatica, antes de decidir, que o Estado, de cuja legislação
se trate, forneça um relatorio sobre o texto, vigencia e sentido do
direito applicavel.
✓ Art. 411. Cada Estado contractante se obriga a ministrar aos outros, no
mais breve prazo possivel, a informação a que o artigo anterior se refere
e que deverá proceder de seu mais alto tribunal, ou de qualquer de suas
camaras ou secções, ou da procuradoria geral ou da Secretaria ou
Ministerio da justiça.
COOPERAÇÃO
Convenção Interamericana sobre informação do Direito Estrangeiro (Montevidéu 1979)
Art. 3º A cooperação internacional na matéria de que trata esta
Convenção será prestada por qualquer dos meios de prova
idôneos previstos tanto na lei do Estado requerente como na do
Estado requerido.
Serão considerados meios idôneos para os efeitos desta
Convenção, entre outros, os seguintes:
a) a prova documental, consistente em copias autenticadas de
textos legais com indicação de sua vigência, ou precedentes
judiciais;
b) a prova pericial, consistente em pareceres de advogados ou
de técnicos na matéria;
c) as informações do Estado requerido sobre o texto, vigência,
sentido e alcance legal do seu direito acerca de aspectos
determinados.
COOPERAÇÃO
Decreto nº 2.067, de 12 de Novembro de 1996 (LasLeñas)
Artigo 28. As Autoridades Centrais dos Estados Partes fornecer-se-ão
mutuamente, a título de cooperação judicial, e desde que não se oponham
às disposições em matéria civil, comercial, trabalhista, administrativa e de
direito internacional privado, sem despesa alguma.
Artigo 29. A informação a que se refere o artigo anterior poderá também
ser prestada perante a jurisdição do outro Estado, por meio de documentos
fornecidos pelas autoridades diplomáticas ou consulares do Estado Parte
de cujo direito se trata.
Artigo 30. O Estado que fornecer as informações sobre o sentido do
alcance legal de seu direito não será responsável pela opinião emitida, nem
estará obrigado a aplicar seu direito, segundo a resposta fornecida. O
Estado que receber as citadas informações não estará obrigado a aplicar,
ou fazer aplicar, o direito estrangeiro segundo o conteúdo da resposta
recebida.
COMO APLICAR?
Recepção Material. A norma é incorporada e
nacionalizada, tornando-a direito do foro. Dessa
forma dever-se-ia interpretá-la como se direito
local fosse.
Recepção formal. A norma é incorporada mas não
nacionalizada. Dessa forma dever-se-ia interpretá-
la como o era em seu próprio direito.
Aplicação da Norma. A norma não seria sequer
incorporada, sendo aplicada como
originariamente, ou seja, como o sistema jurídico
estrangeiro.
E O BRASIL?
O Brasil segue a regra (Código Bustamante – art. 409) de
que a norma estrangeira deve ser aplicada no sentido
que lhe dá o país de origem (respeitando-lhe a
interpretação doutrinária e jurisprudencial).
✓Art. 409. A parte que invoque a applicação do
direito de qualquer Estado contractante em um dos
outros, ou della divirja, poderá justificar o texto
legal, sua vigencia e sentido mediante certidão,
devidamente legalizada, de dois advogados em
exercicio no paiz de cuja legislação se trate.
INTERPRETAÇÃO
Além disso, dispõe o art. 5º da LINDB que essa interpretação
deve levar em consideração o fim comum, ou seja, “na
aplicação da norma jurídica estrangeira dever-se-á atender às
finalidades que inspiraram o legislador estrangeiro”. (Dolinger,
p.241).
Em suma, o julgador deve julgar como o faria o Juiz
estrangeiro.
Adaptação – trata-se de forma de aplicação do direito
estrangeiro de forma a adaptá-lo às circunstâncias locais.
Segundo Dolinger trata-se de interpretação construtiva
aproveitando instituições semelhantes. P. ex. Divórcio não
existia, homologa-se sentenças estrangeiras como desquite.
SUGESTÃO DE LEITURA
Direito estrangeiro e o juiz nacional: como as
Cortes Superiores brasileiras aplicam o Direito
estrangeiro (link)
LIMITES À APLICAÇÃO 
DO DIREITO 
ESTRANGEIRO
ORDEM PÚBLICA
ORDEM PÚBLICA
ORDENAMENTO INTERNO: princípio limitador da
vontade das partes.
ORDEM INTERNACIONAL: princípio limitador da
aplicação do direito estrangeiro.
CONCEITO:
✓“reflexo da filosofia sócio-política-jurídica de toda
legislação, que representa a moral básica de uma
nação e que protege as necessidades econômicas do
Estado. A ordem pública encerra, assim, os planos
filosófico, político, jurídico, moral e econômico de
todo Estado constituído.” (Dolinger, p. 392)
RESUMO
Trata-se de se reconhecer os fundamentos
básicos do sistema jurídico.
A ofensa a estes fundamentos, no
ordenamento jurídico brasileiro, impede a
aplicação de lei estrangeira, bem como de
sentença e atos estrangeiros. (art.17
LINDB).
QUESTÃO DE EFICÁCIA!
CARACTERÍSTICAS
a) Relatividade/Instabilidade.
b) Contemporiedade.
✓ É conceito relativo e instável, variando no
tempo e espaço.
✓Exemplo: Antes da lei do divórcio (Lei
6515/1977) não se homologa sentenças
estrangeiras. A partir da edição da lei
admitiu-se a homologação para os casos
anteriores.
INSTITUIÇÃO 
DESCONHECIDA
Instituto jurídico totalmente desconhecido pela Lex
causae.
✓Exemplos: a poligamia e a morte civil.
Atualmente podem ser confundidas com a noção de
ordem pública.
Solução: utilização de instituição análoga da Lex causae
de forma adaptada: repúdio muçulmano como divórcio.
Também pode ser utilizada em casos em que se dá
efeitos a hipóteses que seriam vedadas pela ordem
pública.
✓Exemplo: reconhecimento de uniões estáveis em casos
de poligamia.
FRAUDE À LEI
FRAUDE A LEI
Fraude a lei é um exercício abusivo de Direito.
CARACTERÍSTICA: Alteração, artificial, do
elemento de conexão para burlar a aplicação de
norma imperativa e cogente.
EFEITO: desconsideração local de seus efeitos.
EXEMPLOS: divórcio no exterior quando prática
proibida internamente; mudança de domicílio;
naturalização, escolha de foro sem relação com o
contrato; constituição de sociedade em paraíso
fiscal.
QUESTÃO PRÉVIA
QUESTÃO PRÉVIA
CONCEITO: É a chamada questão prejudicial. O juiz
não poderá julgar a questão principal sem antes
resolver outra.
EXEMPLO: sucessão que depende da verificação
anterior da existência de filiação (Dolinger e
Rechsteiner).
REQUISITOS: (i) indicação de legislação estrangeira
para dirimir a questão principal; (ii) questão lateral da
qual dependa a solução da principal; (iii) direito
aplicável à questão lateral é distinto daquele previsto
para a solução da questão principal; (iv) a regra do foro
para solução da questão prévia é diferente daquela
que seria aplicável pela questão principal.
SOLUÇÕES
Solução 1: aplicar o mesmo Direito
aplicável para a questão principal,
garantindo-se harmonia na solução.
Solução 2: a questão prévia deve ter
Direito aplicável determinado assim como
o foi a da questão principal, garantindo
harmonia da lex fori.
REENVIO
REENVIO
CONCEITO: O Direito Internacional
privado de alguns países ao designar como
aplicável o Direito estrangeiro não se
limitam a indicá-lo materialmente, mas
indicam o seu DIPRI.
O Direito brasileiro quando indica direito
estrangeiro o faz tão somente em relação
ao Direito material.
COMO ISSO PODE 
ACONTECER?
O direito do país A indica como aplicável o Direito do país B
e o direito desse país indica seu próprio Direito como
aplicável.
O DIPRI do país A indica como aplicável o Direito do país B
que indica, por sua vez, o Direito material do país A como
aplicável.
O DIPRI do país A indica como aplicável o Direito do país B
que indica, por sua vez, o DIPRI do país A como aplicável.
(reenvio de PRIMEIRO grau, retorno ou renvoi)
O DIPRI do país A indica o direito de B e este, por sua vez,
indica o direito do país C. (reenvio de SEGUNDO grau).
PARA 
DESCONTRAIR
“Brasil” de Cazuza.
✓Lançada em 1987. OUÇA.
EXERCÍCIO DE 
FIXAÇÃO
TRF1 (2009)
A respeito das normas de direito internacional privado
estabelecidas na Lei de Introdução ao Código Civil, assinale a
opção correta.
a) O regime de bens obedece à lei do país em que os
nubentes tiverem domicílio e, se este for diverso, à do
último domicílio conjugal.
b) Para qualificar os bens, aplicar-se-á a lei do país de que o
proprietário for nacional.
c) Compete à autoridade judiciária brasileira e,
subsidiariamente, à do país em que for domiciliado o autor,
conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
d) Não dependem de homologação as sentenças
meramente declaratórias do estado das pessoas.
e) A lei do domicílio do de cujus regula a capacidade para
suceder.
TRF3 (2010)
Segundo Frederich Carl Von Savigny há
um direito próprio ao homem, o qual se
determina pelo lugar de seu domicílio.
A Lei de introdução ao Código Civil
(Dec-lei 4657/42) adota este critério
para determinar, entre outras, as regras
sobre:
a) A capacidade da pessoa, inclusive a capacidade de suceder, as
questões relativas à sucessão por morte, qualquer que seja a
natureza e situação dos bens, as questões relativas aos bens
móveis, as questões relativas à união estável.
b) A capacidade da pessoa, excepcionando-se a capacidade para
sucessão, as questões relativas à invalidade matrimonial, as
questões referentes aos regimes de bens, as questões relativas à
atuação das pessoas jurídicas, e ao cumprimento da obrigação. c)
o começo e o fim da personalidade, ao nome e a capacidade da
pessoa, excepcionando-se a capacidade de suceder, a formação
da relação contratual e seu cumprimento e as questões relativas
à sucessão por ausência, qualquer que seja a natureza e situação
dos bens.
d) o começo e o fim da personalidade, ao nome e a capacidade
da pessoa, o penhor, as questões relativas aos impedimentos
matrimoniais e às causas de suspensão do matrimônio e as
questões relativas à sucessão, quando os herdeiros ou
beneficiários forem brasileiros.
TRF 3 (2010)
Para solução do conflito de leis no espaço é
de fundamental importância a qualificação
da relação de direito, isto é, se a questão é
de capacidade ou de forma. Assim,
considerando as regras da Lei de introdução
ao Código Civil (Dec-Lei 4657/42) pergunta-
se:
a) A capacidade negocial do contratante há de ser aferida em
função da sua lei pessoal, enquanto a validade do negócio
jurídico deve ser constatada de acordo com as regras do local de
sua celebração e de sua execução.
b) Tratando-se de gestão de negócios a capacidade das partes
deve ser regida pela lei do domicílio, e possuindo as partes
domicílio diversos, os efeitos da gestão serão regrados pela lei
que estas eventualmente estipularem, por força da incidência do
princípio da autonomia da vontade, admitido pela Lei de
introdução ao Código Civil. c) A capacidade nupcial há de ser
aferida segundo as regras de domicílio dos nubentes, ainda que
estes sejam diversos, caso em que o primeiro domicílio conjugal
determinará as regras incidentes sobre as hipóteses de
invalidade do matrimônio e o regime de bens, e as leis nacionais
disciplinarão as formalidades de realização do matrimônio, caso
celebrado no Brasil, por força do princípio Lex loci celebrationes.
d) A capacidade para adquirir a propriedade por usucapião, bem
como os pressupostos objetivos necessários à ocorrência da
prescrição aquisitiva, serão aferidos em função da lei do local em
que se encontrarem os bens, sejam móveis ou imóveis, em
virtude do princípio Lex rei sitae.
TRF 3 (2010)
O artigo 1º, inciso I, da Constituição Federal
elenca entre os fundamentos da República
Federativa do Brasil a soberania. Por seu turno
o artigo 4º, incisos I e V, da CF, prevê que nas
suas relações internacionais a República
Federativa do Brasil, reger-se-á, entre outros,
pelo princípio da independência nacional e da
igualdade entre os Estados, sendo, portanto,
correto afirmar que:
a) A norma estrangeira não pode ser aplicada no Brasil,
sob pena de infringência à soberania nacional.
b) A lei estrangeira, aplicada por força de dispositivo de
direito internacional privado brasileiro, se equipara à
legislação federal brasileira, para efeito de
admissibilidade de recurso especial, quando contrariada
ou lhe for negada vigência pelo juiz nacional.
c) Tratando-se de norma legitimamente expedida pelo
Estado igualmente soberano, e aplicável em território
nacional por força da autoridade do legislador federal, ela
se incorpora à legislação federal, não podendo ter sua
eficácia afastada.
d) A legislação brasileira será eficaz fora dos limites do
território nacional, por força do princípio da
extraterritorialidade, quando a relação jurídica tiverpor
objeto interesses do cidadão brasileiro.
TRF 3 (2010)
Assinale a alternativa correta:
a) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber
indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada
no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado
extinguir o processo por inépcia da inicial;
b) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber
indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada
no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado
determinar a citação do Estado Estrangeiro, já que a imunidade de jurisdição
não representa regra que automaticamente deva ser aplicada aos processos
judiciais movidos contra Estado Estrangeiro, e pode, ou não, ser exercida por
esse Estado.
c) A questão relativa à imunidade de jurisdição, atualmente, é vista de forma
absoluta, mesmo nas hipóteses em que o objeto litigioso tenha como
fundamento relação jurídica de natureza meramente civil, comercial ou
trabalhista.
d) Proposta ação por brasileiro em face de Estado estrangeiro visando a receber
indenização por danos morais e materiais, decorrentes da proibição de entrada
no país, apesar de anterior concessão de visto de turismo, deve o magistrado
extinguir o processo, por se tratar de hipótese de imunidade absoluta de
Jurisdição, não sendo possível sua relativização, por vontade soberana do
Estado alienígena.
TRF5 (2011)
Mohamed, filho concebido fora do
matrimônio, requereu, na justiça brasileira,
pensão alimentícia do pai, Said, residente e
domiciliado no Brasil. Said negou o
requerido e não reconheceu Mohamed
como filho, alegando que, perante a Tunísia,
país no qual ambos nasceram, somente são
reconhecidos como filhos os concebidos no
curso do matrimônio.
A partir dessa situação hipotética, assinale a opção
correta à luz da legislação brasileira de direito
internacional privado.
a) A reserva da ordem pública não está expressa na
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
b) O juiz, ao julgar a referida relação jurídica, deve
obedecer à lei da Tunísia. c) Nesse caso, não se
aplicam normas de ordem pública, pois se trata de
relação jurídica de direito internacional privado, e
não, de direito internacional público.
d) O juiz não deverá aplicar, nessa situação, o
direito estrangeiro.
e) A lei brasileira assemelha-se à da Tunísia, razão
pela qual esta deverá ser aplicada.
TRF 3 (2010)
Em relação ao ônus e à produção da prova no âmbito do
direito internacional privado é correto afirmar, exceto:
a) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se
pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de
produzir-se, não se admitindo, porém, a produção de provas
que a lei brasileira desconheça.
b) Não se pode impor às partes o ônus de produzir a prova
do teor e vigência da lei estrangeira, salvo quando por ela
invocado.
c) Não sendo a incidência do direito estrangeiro alegada pela
parte, o Juiz não está autorizado a exigir a colaboração da
parte, com fulcro no art. 337 do Código de Processo Civil.
d) Entendendo o juiz ser o caso de aplicação do direito
estrangeiro, deverá intimar a parte a quem esta beneficia a
comprovar seu teor e vigência, sob pena de extinção do feito
sem apreciação do mérito.
TRF 5 (2011)
No direito internacional privado (DIP) entre os países A e B,
configura-se hipótese de reenvio de primeiro grau quando
a) o DIP do país A indica o direito do país B como o aplicável, e o
DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o direito do país A
como o aplicável.
b) o DIP do país A indica o direito do país B ou o direito do país A
como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista,
indica o direito do país B ou o direito do país A como o aplicável.
c) o DIP do país A indica o direito de um terceiro país — C —
como o aplicável, e o DIP do país B, sob o seu ponto de vista,
indica o direito do país C como o aplicável.
d) o DIP do país A indica o direito do país B como o aplicável, e o
DIP do país B, sob o seu ponto de vista, indica o outro direito
como o aplicável.
e) o DIP do país B indica o direito do país A como o aplicável, e o
DIP do país A, sob o seu ponto de vista, indica o próprio direito
como o aplicável.
TRF 5 (2011)
Lucy e Fábio casaram-se no Brasil, onde nasceu Lucas,
filho do casal. Quando Lucy e Fábio se separaram, ela e
Lucas foram morar nos EUA. Passado um tempo após a
separação, Fábio suspendeu o pagamento de alimentos
de Lucas, então com menos de dois anos de idade, sob a
alegação de que, tendo constituído nova família no Brasil,
assumira novos encargos financeiros e a de que Lucas
estava morando em outro país. Lucas, então, ajuizou ação
de prestação de alimentos nos EUA. Com base nessa
situação hipotética, assinale a opção correta acerca da
cobrança de alimentos no estrangeiro, à luz do Decreto
Legislativo n.º 58.826/1965 e da Convenção de Nova
Iorque.
TRF 5 (2011)
a) A ação de prestação de alimentos movida nos EUA
poderá ter reflexos no Brasil.
b) A circunstância de Fábio haver contraído novo
casamento não altera a sua obrigação alimentar,
conforme a legislação aplicável, que, nesse caso, é tanto
a brasileira quanto a norte-americana, simultaneamente.
c) Fábio não poderia ser demandado por ação alimentar
proposta no Brasil.
d) Se Lucy tiver se casado nos EUA, Fábio não terá mais
obrigação alimentar para com Lucas.
e) Se Fábio e Lucy tiverem formalizado o divórcio, Lucas
não terá direito a alimentos, por se encontrar em outro
país.