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Martha Cristina Dicencia Centro de Hematologia e Hemoterapia da UNICAMP Campinas, SP, Brasil e-mail: marthac@unicamp.br III Oficina HEMOBRÁS Controle de Qualidade no Serviço de Hemoterapia Papel do CQ na Validação da Técnica de Produção de Hemocomponentes ANVISA/MS RDC no. 57/2010 - Evidência documentada de que um procedimento, processo, sistema ou método realmente conduz aos resultados esperados Portaria MS no. 1.353/2011 - Demonstração por meio de documentação e evidências objetivas em que requisitos pré- definidos para procedimentos ou processo específicos são considerados atendidos Introdução e conceitos básicos Definição de Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 USA Food and Drug Administration, 2002 • Validação: confirmação por exame e fornecimento de evidência objetiva de que o requisito específico para um determinado uso pretendido pode ser cumprido de forma consistente. • Validação de Processo: o estabelecimento de evidência objetiva de que um processo consistente produz um resultado ou produto no cumprimento das suas especificações pré determinadas. Introdução e conceitos básicos Definição de Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Portaria Ministerial no. 1.353 de 13 de junho de 2011 Art. 179. O serviço de hemoterapia deve manter um sistema de controle e validação de produtos e serviços críticos, o que inclui a inspeção dos produtos quando do recebimento e da sua utilização e a monitoração dos resultados obtidos com o insumo (gestão de fornecedores e insumos). Introdução e conceitos básicos Porque validar os processos? Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 RDC/ANVISA no. 57 de 16 de dezembro de 2010 Art. 9. Todo serviço de hemoterapia deve ter um sistema de gestão da qualidade no que tange às boas práticas do ciclo produtivo do sangue que inclua a definição da estrutura organizacional e das responsabilidades, a padronização de todos os processos e procedimentos, o tratamento de não conformidades, a adoção de medidas corretivas e preventivas e a qualificação de insumos, produtos e serviços, visando à implementação do gerenciamento da qualidade. Parágrafo único. O serviço de hemoterapia deve realizar validação de processos considerados críticos para a garantia da qualidade dos produtos e serviços antes da sua introdução e revalidados sempre que forem alterados. Introdução e conceitos básicos Porque validar os processos? Dicencia-Cristina M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Norma ABNT NBR ISO 9001:2008 7.5.2 – Validação dos processos de produção e prestação de serviço A organização deve validar quaisquer processos de produção e prestação de serviços onde a saída resultante não possa ser verificada por monitoramento ou medição subsequente e, como consequência, deficiências tornam-se aparentes somente depois que o produto estiver em uso ou o serviço tiver sido entregue. Introdução e conceitos básicos Porque validar os processos? Dicencia-Cristina M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Dicencia-Cristina M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Planejar Estabelece uma meta Agir Age de acordo com a avaliação (relatórios) Checar Monitora ou avalia periodicamente Fazer Executa ou realiza atividades Ciclo de Shewhart ou Ciclo de Deming - PDCA • Tipo de Validação • Etapas de Validação • Responsabilidades • Recursos • Prazos • Avaliação (aceitar, revisar e aprovar) Plano de Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Para validar processo de centrifugação é necessário definir parâmetros (exemplo velocidade e/ou tempo) A validação deve ser feita em todas as centrifugas separadamente É possível validar um processo como um todo ou então desmembrar este em seus diversos componentes e validá-los individualmente Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 O controle de qualidade de hemocomponentes deve ser realizado segundo os procedimentos que estão descritos em manuais (POPs Procedimentos Operacionais Padronizados) e são validados obedecendo a critérios aceitos pela Legislação Brasileira (RDC) Papel do CQ Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 O Laboratório de Controle de Qualidade deve: • Assegurar que o processo permanece dentro dos limites estabelecidos por ocasião da validação • Investigar os desvios em relação aos parâmetros definidos • Resultados em prazo hábil para tomar ações corretivas • Considerar necessidade de revalidação Papel do CQ Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 A preparação dos hemocomponentes através da separação dos elementos constituintes do sangue total pelo processo de centrifugação controlado (tempo, força “G” e temperatura, baseado nas densidades das células). Como Validar Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Plasma CP Material e método Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 PESO DO ST (g) VOLUME DO ST (ml) HEMOCOMPONENTES Preparados / Desprezados ABAIXO DE 316 g ABAIXO DE 300 ML DESPREZAR O ST 316 g a 425g 300 ml a 404 ml PREPARAR CH DESPREZAR PLASMA 426 g a 521g 405 ml a 495 ml PREPARAR CH, CP, PFC, CRIO E PC ACIMA DE 521g ACIMA DE 495 ml DESPREZAR O ST Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Coleta do Sangue Total no Doador Homogeneização gentil e eficaz para prevenir a formação de coágulos, Misturar o conteúdo do tubo plástico com o sangue contido na bolsa, Não bater nem jogar a bolsa de ST recém coletada, Tempo máximo de coleta = 15 minutos Para Produção de CP 12 min Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 •Evita quebra do eixo do motor podendo levar a desintegração do equipamento •Qualidade dos Hemocomponentes Importância do Balanceamento Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Centro da gravidade está fora do alinhamento Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Esta posição da bolsa no extrator favorece a padronização do hemocomponente Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 AMOSTRA IDEAL Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Representativa do produto a controlar • Não expor a riscos o produto (exemplo contaminação bacteriana) • Preservar componentes (se necessário) • Identificação adequada permitindo rastreabilidade • Manter característica do produto Amostra Ideal Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Diminuir o número de variáveis •Fixar a faixa de valor para o Ht (compatível com produção de CP) •Fixar a faixa do peso ou volume coletado (compatível com produção de CP) •Fixar o equipamento a ser validado Parâmetros Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Sem o Uso da Conexão Estéril • Homogeneizar a bolsa 20 vezes por inversão - repetir 03 vezes (total 60 vezes) • Cortar a extremidade do tubo plástico da bolsa de ST e transferir o conteúdo para um tubo plástico (EDTA) (SISTEMA ABERTO) Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Coleta da Amostra da bolsa Com o Uso Conexão Estéril• Homogeneizar a bolsa 20 vezes por inversão - repetir 03 vezes (total 60 vezes) • Fazer a conexão estéril com uma bolsa vazia • Selar • Transferir um volume para a bolsa vazia e selar • Cortar a extremidade do tubo plástico transferindo o conteúdo para um tubo com EDTA Coleta da Amostra da bolsa Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Pós a produção, deixar as bolsas de CP sob a bancada por um período mínimo de 1hora e máximo de 2 horas com o rótulo voltado para baixo. • Colocar as bolsas de CP no agitador com um ângulo de aproximadamente 45o com o rótulo voltado para baixo. • As amostras do CP devem ser coletadas após 24 horas de agitação. Observar o swirling e a presença de agregados. Como a bolsa do PRP já teve o sistema aberto, não há necessidade de conexão com outra bolsa vazia. • Após a coleta a bolsa do CP descartar a bolsa por sistema aberto da unidade inteira ou por outro motivo compatível com o resultado sorológico Cuidados com o CP Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Plaquetas formato discóide “A” e esférico “B” Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Inspeção Visual do Sangue Total e Hemocomponentes Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Resultado • Registros detalhados • Rastreabilidade de equipamentos e insumos • Análise dos resultados e aprovação Anotações Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Peso do Conjunto Vazio Bolsa Tripla Peso da Bolsa ST Vazia Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Peso do Conjunto das Bolsas Satélites Vazias Peso da Bolsa Satélite Vazia Transformação de gramas em volume D = M (g) V (ml) onde: D = Densidade do hemocomponente M = Massa ou peso (g) V = Volume (ml) Cálculos Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cálculos Transformação de 103/mm3 para 1010/U Contagem Plaq da bolsa ST = Plaq (mm3) x 1000 x Volume ST Contagem Plaq da bolsa PRP = Plaq (mm3) x 1000 x Volume PRP Contagem Plaq da bolsa CP = Plaq (mm3) x 1000 x Volume CP Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 1a. Centrifugação ST bolsa / plaquetas de Número 100 PRP bolsa / plaquetas de Número = Rend % 2a. Centrifugação PRP bolsa / plaquetas de número 100 CP bolsa / plaquetas de número = Rend % Rendimentos Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 MÉDIA ( Símbolo x ) É obtida dividindo-se a soma das observações pelo número delas DESVIO PADRÃO ( Símbolo Sx ) É um parâmetro estatístico que indica o grau de variação de um conjunto de elementos Média e Desvio Padrão Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 O resultado é: A média + desvio padrão A média – desvio padrão • Nenhum rendimento pode ser superior a 100% • Quanto maior a variação dos resultados maior o desvio padrão Interpretação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Interpretação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Média DP 1O. REND 89 93 84 83 82 98 88,0 6,3 88,0 + 6,3 = 94,3 88,0 – 6,3 = 81,7 98,6 97,0 2O. REND 98 97 99 98 98 97 97,8 0,8 % REC (Plt) 87 90 83 81 80 95 86,0 5,6 91,6 84,0 • Análise da REPRODUTIBILIDADE na ROTINA • Complementação das análises com contagem de Hemácias, Plaquetas e Leucócitos Residuais no Plasma Pós Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Consistência de medidas (grau de medidas) ou observações efetuadas são concordantes quando mantidas as mesmas condições Reprodutibilidade Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 • Não pesar ou não anotar o peso dos hemocomponentes a serem coletados • Pesar sempre o ST após a coleta da amostra • Pouca amostra coletada (amostra insuficiente) • Falta de homogeneização • Amostra em tubo plástico sem EDTA – aderência ou empilhamento pela ação do citrato contido na bolsa Erros da Validação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Legislação Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 •O CQ deve estabelecer uma sistemática de acompanhamento mensal dos resultados dos testes ou das análises •Verificar percentual de conformidade de cada hemocomponente •Estabelecer um cronograma de coleta regular de amostras com a devida casuística (quantidade de hemocomponentes a serem coletados) Importante Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Indicador de Qualidade Parâmetros – Padrões - Conformidade - Casuística Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Boa prática sugerida (não consta na Portaria): 1% da produção ou 10 unidades (prevalecendo o que for maior). •Validação é uma atividade essencial e crítica do ciclo do sangue •O resultado de uma transfusão depende do hemocomponente •Um hemocomponente mal preparado pode ser ineficaz e comprometer a saúde do paciente Lembrete Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 marthac @ unicamp.br fone: 19-3521-8712 OBRIGADA Pergunta 1. Em uma validação de CP podemos ter resultado de porcentagem de rendimento acima de 80% com concentrado de plaquetas com contagem plaquetária abaixo de 5,5 x 1010/U? a. Sim b. Não c. Não sei Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Pergunta 2. Uma bolsa de sangue total apresentando coágulos ou uma bolsa de sangue total com volume insuficiente de coleta podem ser utilizadas na validação de um processo? a. Sim b. Não c. Não sei Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012 Pergunta 3. Em uma validação, o rendimento do CP está acima de 80% (ideal), porém o CH apresenta valor de Ht abaixo do padrão estabelecido pela Portaria 1.353. Neste caso é necessário: a. Revalidar todo o processo novamente b. Diminuir um pouco a rotação e fazer nova coleta do CH c. Aumentar um pouco a rotação e fazer nova coleta do CH Cristina-Dicencia M. III Oficina HEMOBRÁS 2012