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Recurso de Apelação no Novo CPC

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Professora: ALINE MENEZES DE FARIAS 
PRÁTICA FORENSE CIVIL 
7º PERÍODO TURMA: MA 
 
APELAÇÃO 
 
Conceito e aplicação: O art. 1.009 do Novo CPC diz que “da sentença cabe 
apelação”. “A apelação é o recurso que cabe contra sentença, definida como o ato que 
põe fim ao processo, ou à fase condenatória. (...) No CPC de 2015, sentença é considerada 
como o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 
(sem e com resolução de mérito), põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem 
como extingue a execução, ressalvadas disposições expressas nos procedimentos 
especiais” 99. 
Estrutura e forma da petição: A apelação deverá ser interposta por petição de 
interposição do recurso dirigida ao juiz de primeiro grau e conterá: 
- os nomes e as qualificações das partes; 
-a exposição do fato e do direito; 
- as razões do pedido de reforma ou de decretação da nulidade; 
- o pedido de nova decisão (art. 1.010 do Novo CPC). 
Perceba que o recurso de apelação é apresentado, então, em duas petições: a 
petição de interposição e as razões de apelação. As duas terão “começo, meio e fim”, 
acabando sempre com o pedido, o local, a data e a assinatura do advogado. 
Na primeira dirigida ao juiz de primeiro grau simplesmente o que se pede é que o 
recurso seja recebido e processado nos termos da legislação, para que as razões que 
seguirão anexas sejam encaminhadas ao Tribunal competente. 
Na segunda, dirigida ao Tribunal, deverá constar a exposição do fato e do direito 
(acerca dos pontos sobre os quais reside o inconformismo), as razões do pedido de 
reforma ou de decretação de nulidade (explicação do inconformismo e motivos para que 
a decisão atacada seja alterada) e por fim o pedido (onde se declinará a pretensão de 
reforma da decisão atacada). 
 O endereçamento na primeira petição, de interposição, é elaborado tal qual o de 
uma petição intermediária, seguido de preâmbulo e um pedido para que o recurso seja 
recebido e processado na forma da lei visando a reforma da decisão conforme razões que 
seguirão anexas. 
Na segunda petição, que contempla as razões da apelação, o endereçamento é 
diferenciado, foge das regras das petições em geral, devendo ser praticado conforme os 
costumes do local ou tribunal e, geralmente, são iniciados no topo com o item “Razões 
de Apelação”, seguido de cumprimentos dirigidos aos desembargadores: “Egrégio 
Tribunal, Colenda Câmara, Ínclitos julgadores”. 
Modelo: É muito importante se atentar para a terminologia utilizada, o modo de 
escrita visando explicar o conteúdo do processo, destacar onde reside o inconformismo 
do apelante, onde se situa o erro da decisão atacada e determinar exatamente no que 
consiste o pedido de reforma de tal decisão. 
Organize a sua petição nas partes que estão delineadas pelo próprio art. 1.010 do 
Novo CPC: exposição do fato e do direito, razões do pedido de reforma, o pedido de nova 
decisão. 
Veja abaixo o modelo, a primeira petição é a de interposição, a segunda é das 
razões de apelação, sendo que as duas serão apresentados para o juiz a quo, a segunda 
petição como anexo da primeira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6A VARA CÍVEL 
DO FORÚM REGIONAL III – JABAQUARA – COMARCA DE SÃO PAULO – SP. 
 
 
 
 
 
 
Proc. n. xxxxx.xxxxx.xx.xxx 
 
JOÃO JOSÉ JOAQUIM, já devidamente qualificado nos autos desta ação que 
move em face de VIDA ÚTIL Companhia de Seguros Saúde, por seu advogado e bastante 
procurador signatário, vem respeitosa e tempestivamente à presença de Vossa Excelência 
apresentar, nos termos dos arts. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, seu 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
visando a modificação da respeitável sentença proferida nestes autos, conforme 
razões de fato e de direito expostas anexo. 
Outrossim, requer-se a Vossa Excelência se digne receber o presente reclamo, eis 
que tempestivo e bem preparado (conforme valor inserto na certidão de fls. xx), 
processando-o na forma da lei, para que, ao final, seja reformada a respeitável sentença 
proferida. 
 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
Advogado 
OAB 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
 
Apelante: João José Joaquim 
Apelado: Vida útil Companhia de Seguros de Saúde 
Processo de Origem: xxxxx.xxx.xxx.xxxx 
Juízo de origem: 6a Vara Cível do Fórum Regional III – Jabaquara – Comarca de São 
Paulo – SP. 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Nobres Desembargadores! 
 
BREVE EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO 
 
Os autos tratam da internação do Apelante e a negativa de cobertura por parte da 
Apelada, contrariando os direitos daquele, enquanto beneficiário do plano de saúde 
administrado por ela. O presente recurso pretende atingir a sentença que julgou o fato da 
negativa de cobertura do tratamento médico emergencial do Apelante perante o Hospital 
XXXXX. 
Em breve síntese, o Apelante passou mal, foi encontrado inconsciente, e esteve 
em estado de coma internado naquela instituição hospitalar onde lhe foram prestados os 
atendimentos de emergência e, dois dias depois, após ter sido diagnosticado e verificado 
o tratamento necessário a Apelada negou a cobertura dos procedimentos necessários para 
salvar sua vida. 
A intervenção cirúrgica foi realizada, considerando que o Apelante estava em 
coma e sua família ainda não havia sido contatada. Praticamente tudo corria bem, o 
Apelante se recuperava bem, mas foi surpreendido enquanto ainda internado com a 
cobrança dos valores que havia gasto no hospital. Isso porque, como foi internado de 
forma inconsciente e o tratamento foi realizado enquanto inconsciente, nada lhe foi 
questionado, solicitado ou perguntado. O Apelante tentou apresentar sua carteira para que 
o débito fosse computado em face da Apelada. Contudo, ele foi informado pelo hospital 
que a Apelada justificou que aquele hospital não fazia parte da sua rede de atendimento. 
Ajuizada a ação, considerando a ausência de urgência, não foi concedida a liminar, 
e após a apresentação de defesa houve o julgamento conforme o estado do processo, pois 
o juízo a quo apontou que se tratava de mera questão de fato, comprovado com a defesa 
da Apelada. Com isso, julgou a ação improcedente, conforme se depreende da sentença 
de fls., sob a alegação de que a instituição hospitalar não fazia parte do convênio da 
Apelada, portanto, apontou que a recusa em efetuar a cobertura do tratamento era 
justificada. 
 
 
DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA 
 
Ao contrário do que apontou a sentença há nos autos documento onde consta a 
lista dos hospitais conveniados da Apelada, sendo nele de CLARA PERCEPÇÃO que o 
Hospital XXXXX é umas das instituições hospitalares conveniadas ao plano de saúde do 
Apelante. O equívoco praticado pelo r. juízo a quo está em que não se atentou ao fato de 
que apenas houve recente mudança da sua razão social e o site da Apelada não foi alterado 
neste sentido. 
Inclusive, mesmo com a oferta de Embargos de Declaração às fls., a r. sentença 
não foi reformada, tendo sido negado o efeito modificativo aos embargos às fls., em nítida 
contradição com a prova documental constante do processo. 
Outra saída não houve senão a interposição desta apelação para que referido erro 
seja corrigido. 
Diferentemente do que menciona a sentença guerreada às fls., o Hospital XXXX 
faz parte da rede de hospitais abrangidos pelo plano de saúde do Apelante. Tanto na 
petição inicial quanto nos embargos de declaração opostos por este Apelante, fora 
demonstrado de forma clara que o hospital no qual ele fora atendido em situação de 
urgência, compõe o quadro de instituições cobertas por seu convênio, apesar de ter 
alterado suarazão social e seu nome fantasia recentemente conforme documentos 
apresentados com a inicial às fls. 
Contudo, a respeitável sentença alvejada não observou devidamente o documento 
de fls., afirmando de forma equivocada às fls.: “Com relação à cobertura do plano de 
saúde no Hospital XXXXX, a parte autora não demonstrou a existência de convênio da 
ré com tal hospital, pois que não consta na lista de hospitais conveniados”. 
Desta forma, torna-se impossível a perpetuação da respeitável sentença, uma vez 
que os documentos acostados à inicial listam de forma clara e incontestável a relação 
daquele hospital conveniado com a Apelada. A partir disso, torna-se inquestionável o 
dever de a Apelada garantir de forma completa o pagamento do tratamento recebido pelo 
Apelante naquele hospital, conforme pedido inicial de procedência da ação. 
Diante o arrazoado, deve ser reconhecido o error in judicando na sentença 
atacada, devendo a mesma ser reformada julgando o pedido de cobertura pelo plano de 
saúde da Apelada procedente, nos exatos termos da petição inicial. 
 
DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO 
 
Ante o exposto, requer-se à Vossas Excelências, POR MEDIDA DE JUSTIÇA, 
que o presente Recurso de Apelação seja CONHECIDO E TOTALMENTE PROVIDO 
para JULGAR PROCEDENTE a pretensão do Apelante, conforme fundamentação supra 
e nos exatos termos da petição inicial para que a Apelada seja obrigada a cobrir todo o 
tratamento realizado pelo Apelante no Hospital XXXX, condenando a Apelada no 
pagamento das verbas de sucumbência. 
 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
Advogado 
OAB 
 
CASO PRÁTICO PARA PEÇA DE APELAÇÃO (aula 03/05/2019) 
 
 
Ricardo, cantor amador, contrata Luiz, motorista de uma grande empresa, para 
transportá-lo, no dia 2 de março de 2017, do Município Canto Distante, pequena cidade 
no interior do Estado do Rio de Janeiro onde ambos são domiciliados, até a capital do 
Estado. No referido dia, será realizada, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira préseleção 
de candidatos para participação de um concurso televisivo de talentos musicais, com cerca 
de vinte mil inscritos. Os mil melhores candidatos pré-selecionados na primeira fase ainda 
passarão por duas outras etapas eliminatórias, até que vinte sejam escolhidos para 
participar do programa de televisão. Luiz costuma fazer o transporte de amigos nas horas 
vagas, em seu veículo particular, para complementar sua renda; assim, prontamente aceita 
o pagamento antecipado feito por Ricardo. 
No dia 2 de março de 2017, Luiz se recorda de que se esquecera de fazer a 
manutenção periódica de seu veículo, motivo pelo qual não considera seguro pegar a 
estrada. Assim, comunica a Ricardo que não poderá transportá-lo naquele dia, 
devolvendo-lhe o valor que lhe fora pago. Ricardo acaba não realizando a viagem até o 
Rio de Janeiro e, assim, não participa da pré-seleção do concurso. 
Inconformado, Ricardo ingressa com ação indenizatória em face de Luiz menos 
de um mês após o ocorrido, pretendendo perdas e danos pelo inadimplemento do contrato 
de transporte e indenização pela perda de uma chance de participar do concurso. A ação 
foi regularmente distribuída para a Vara Cível da Comarca de Canto Distante do Estado 
do Rio de Janeiro. Citado, o réu alegou em contestação que Ricardo errou ao não tomar 
um ônibus na rodoviária da cidade, o que resolveria sua necessidade de transporte. 
 
 Ao final da instrução processual, é proferida sentença de total procedência do 
pleito autoral, tendo o juízo fundamentado sua decisão nos seguintes argumentos: 
 
i) o inadimplemento contratual culposo foi confessado por Luiz, devendo ele 
arcar com perdas e danos, nos termos do Art. 475 do Código Civil, 
arbitrados no montante de cinco vezes o valor da contraprestação 
originalmente acordada pelas partes; 
ii) o fato de Ricardo não ter contratado outro tipo de transporte para o Rio de 
Janeiro não interrompe o nexo causal entre o inadimplemento do contrato 
por Luiz e os danos sofridos; 
iii) Ricardo sofreu evidente perda da chance de participar do concurso, motivo 
pelo qual deve ser indenizado em montante arbitrado pelo juízo em um 
quarto do prêmio final que seria pago ao vencedor do certame. Na 
qualidade de advogado(a) de Luiz, indique o meio processual adequado à 
tutela integral do seu direito, elaborando a peça processual cabível no caso, 
excluindo-se a hipótese de embargos de declaração, indicando os seus 
requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados 
para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não 
confere pontuação

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