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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁGICO
PROFESSORA: CÉLIA DIAS
ALUNOS: 
HERBERT DOS SANTOS SILVA – 20150212532-3
EDUARDO DOS SANTOS PAIVA– 20120236737-2
MAX GABRIEL NUNES SILVA – 20150129913-1
EDSON FERREIRA COSTA – 20150106609-9
EVANDRO E. B. ALBUQUERQUE – 20130733037-1
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................4
VIDAL DE LA BLACHE.........................................................................................................4
– Vida .........................................................................................................................................4
– Ratzel X La Blache...............................................................................................................5
- Região.....................................................................................................................................6
–Possibilismo..........................................................................................................................6
 - Gênero de Vida....................................................................................................................7
– Influência no Brasil ...........................................................................................................7
JEAN BHUNHES....................................................................................................................8
– Vida .........................................................................................................................................8
MAX SORRE...........................................................................................................................9
– Vida .........................................................................................................................................9
– Max e a Ecologia Humana ...............................................................................................9
– Obras ....................................................................................................................................10
– Influência no Brasil ....................................................................................................... 11
PIERRE GEORGE ...............................................................................................................12
– Vida .......................................................................................................................................12
– A Geografia Ativa .............................................................................................................12
– Geografia Natural Sofrida .......................................................................................... 13
– Influência no Brasil ....................................................................................................... 14
JEAN TRICARD...................................................................................................................14
– Vida .......................................................................................................................................14
– Obras ....................................................................................................................................15
– Influência no Brasil ....................................................................................................... 15
RICHARD HARTSHORNE................................................................................................ 17
– Vida ...................................................................................................................................... 17
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................18
BILIOGRAFIA......................................................................................................................19
 - Bibliografia Obrigatória .............................................................................................19
- Bibliografia de Apoio – VIDAL DE LA BLACHE..........................................................19
- Bibliografia de Apoio– JEAN BHUNHES......................................................................19
- Bibliografia de Apoio– MAX SORRE.............................................................................20
- Bibliografia de Apoio– PIERRE GEORGE................................................................... 20
- Bibliografia de Apoio– JEAN TRICARD....................................................................... 20
- Bibliografia de Apoio– RICHARD HARTSHORNE.................................................... 20
1 – APRESENTAÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo estudar as vidas e as obras, de maneira resumida, dos autores clássicos do pensamento geográfico, tomamos como referência as obras de três dos mais conceituados escritores brasileiros sobre o tema: Áureo de Jesus Rodrigues, Ruy Moreira e Antônio Carlos Robert Moraes, conforme proposta de ensino do bimestre corrente que nossa amável professora Célia nos apresentou e que segundo a mesma, irá nortear boa parte dos nossos estudos durante a graduação de Geografia. 
Desenvolvendo investigações a partir de diálogos entre as ciências sociais, em geral, e, em particular, entre a Geografia e a História, esses autores clássicos, acabaram mostrando o porquê do fascínio com que são apresentados pelos nossos mestres. Ao estudar a obra de cada um dos autores, serão oferecidas informações sobre a vida e obras desses autores e exploradas suas produções intelectuais publicadas em livros, com o propósito de demonstrar tanto as temáticas de investigação mais relevantes, quanto suas principais referências epistemológicas.
Este trabalho apresenta análise e quando necessários trechos inteiros das obras dos autores brasileiros, por considerarmos necessário para a melhor compreensão dos conceitos e definições apresentadas.
2 – POUL VIDAL DE LA BLACHE (1845-1918)
“A geografia política constitui, em sentido estrito, um desenvolvimento especial da geografia humana. (...) nas aplicações da geografia ao homem, trata-se sempre do homem por sociedades ou por grupos, de modo que se pode crer autorizado a dar ao nome de geografia política um sentido mais amplo, e estendê-lo ao conjunto da geografia humana.”
2.1 - VIDA
Professor universitário de História em Nancy, será mais a frente o primeiro professor de Geografia da França, mais tarde ocupou a cátedra de Geografia na Sorbonne a partir de 1898. Influenciado pela corrente filosófica historicista, esteve na origem de uma nova corrente geográfica, o Possibilismo. 
 Considerado o fundador da escola regional francesa (MORAES, pag. 22), sob a sua influência, o objeto do trabalho geográfico passa a ser o estudo da região, considerado como uma área onde se realizam as combinações particulares de fenómenos físicos e humanos e que se caracteriza por uma paisagem única. Influenciou um grande número de discípulos na França, Europa, Estados Unidos e posteriormente aqui no Brasil.. 
Vidal de La Blache produziu um grande número de publicações, incluindo 17 livros, 107 artigos e 240 reportagens e comentários, Princípios da Geografia Humana é sua grande obra, interessante é que essa obra foi publicada inacabada, pois ele faleceu antes de completa-la (Wikipédia). Através dela é tido como o criador a Geografia Humana e nessa obra ele apresenta princípios da noção de geografia que ele possuía, de região e de gênero de vida que norteia grande parte da geografia dele.
La Blache era historiador, e no decorrer de uma viagem de pesquisa à Grécia, se apaixona pela geografia. Nesse período só existia geografia acadêmica na Alemanha, e ele trará para a geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos.Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.
La Blache fará oposição às ideias de Friedrich Ratzel, pai da tese Determinismo, que caracterizou a escola alemã de geografia, que dizia que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. 
2.2- RATZEL X LA BLACHE
É difícil separar a Geografia de La Blache de seu colega alemão F. Ratzel. Quando a Prússia vence a guerra franco-prussiana, os franceses se deram conta que deveriam conhecer melhor seu espaço, conforme a Prússia impôs, através dos seus estudos geográficos, seu imperialismo. Para a França não restou outro meio senão deslegitimar essas teorias criando sua própria geografia. E foi La Blache quem tomou a frente dessa missão acadêmica. Conhecer e dialogar com as teorias de Ratzel para poder critica-la. 
Para Moraes, são três as críticas de La Blache ao trabalho de Ratzel. (1) Enquanto Ratzel tinha um discurso político, La Blache pregava a “necessidade da neutralidade do discurso científico”, porém mais tarde ele mesmo politizou o seu discurso em defesa dos interesses franceses na disputa com a Prússia pelo território da Alsácia e Lorena (MORAES, pag. 23). (2) Para La Blache, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito. (3) Ele também atacou “a posição fatalista e mecanicista da relação entre homem e natureza. Assim atingiu diretamente a idéia de determinação da História pelas condições naturais” (MORAES, pag. 24). [1: Em sua obra A França do Leste, ele faz uma reivindicação clara dos territórios da Alsácia e Lorena que apesar de ter maior cultura germânica do que francesa, inclusive a língua, ele vai colocar os princípios da revolução francesa que estavam bem apegados àqueles povos para justificar a volta daquela região à França, o que acaba acontecendo ao fim da 1° Guerra Mundial por imposição da França, através do Tratado de Versalhes. ]
	“Em termos de método, a proposta de Vidal de La Blache não rompeu com as formulações de Ratzel, foi antes um prosseguimento destas. As únicas diferenças residiram naqueles pontos de princípio já discutidos. Vidal era mais relativista, negando a idéia de causalidade e determinação de Ratzel; assim seu enfoque era menos generalizador. De resto, o fundamento positivista aproxima as concepções dos dois autores, e, vinculado a este, a aceitação de uma metodologia de pesquisa oriunda das ciências naturais. Vidal, mais do que Ratzel, hostilizou o pensamento abstrato e o raciocínio especulativo, propondo o método empírico-indutivo, pelos quais só se formulam juízos a partir dos dados da observação direta, considera-se a realidade como o mundo dos sentidos, limita-se a explicação aos elementos e processos visíveis” (MORAES, pag. 26).
	Sobre isso Milton Santos acrescenta: “No prefácio do livro de Lucien Freve (1932, pag. 11), o historiador H. Berr, quando se refere ao que então se chamava determinismo, propõe que de preferência se diga necessitarismo. Uma determinação sociologicamente entendida deve ser distinguida claramente duma necessidade. Determinismo é casualidade natural. Entre as causas que, na natureza, determinam os fenômenos, algumas são contingentes. Entre as causas contingentes, algumas são geográficas e se os fenômenos naturais podem agir como causas necessárias sobre a humanidade “puramente receptiva”.
Tomadas nesse sentido, que era o sentido original, a noção de determinismo não suprime a idéia de possibilidade, e, ao contrário, a reforça. Quando Vidal de La Blache escreve que “não existem necessidades, mas em toda parte existem possibilidades” trata-se de uma verdade banal. O reino do possível não é o mesmo do aleatório, mas o da conjunção de determinações a um dado tempo e lugar. Não se trata aqui de “fatalidades” nem no chamado possibilismo nem no determinismo. Se a palavra é tomada com a conotação que os possibilistas lhe deram. A verdade é que, fora da geografia, antes, durante e depois do debate, as palavras determinação e determinismo puderam ser usadas sem corruptela. Essa aquarela serviu apenas para retardar a evolução da geografia; e a noção de possibilismo, por isso mesmo, jamais conseguiu desenvolver-se de maneira satisfatória (MILTON, pag. 44).
Observa-se que La Blache, ao ampliar a noção de Geografia Política, estendendo-a “ao conjunto da geografia humana”, diminui o peso da questão fundamental analisada por Ratzel em sua “Geografia Política”: a relação entre o Estado e o espaço, o “solo”.
Aliás, mais do que o debate sobre o Estado, o texto de La Blache enfatiza o da “sociedade”, da “humanidade” ou dos “grupos humanos” em sua relação com o espaço, à natureza. Assim, a grande questão se torna, de forma genérica, os vínculos entre o homem e o meio, a sociedade e a natureza, e não, de forma mais específica, entre o Estado e o espaço, como defendia Ratzel: “... o que permanece por fazer, a partir de agora, a fim de alçar a um nível superior o conjunto da geografia política, somente pode vir do estudo comparativo das relações que empreendem o Estado e o solo”. (RATZEL, 1988[1897]:2)[2: Para Ratzel, ao contrário da Ciência Política, que “até o presente rigorosamente se absteve de toda consideração espacial, de toda medida, de todo inventário comparado dos Estados e das porções do Estado”, a Geografia Política só pode ser fundada a partir destas temáticas, vendo os Estados como “organismos que mantêm com o solo uma relação necessária” (mas não “suficiente”, o que levaria a um determinismo simplista). “Aos olhos de alguns politólogos e sociólogos, como também para numerosos historiadores, o Estado plana no ar, e o território do Estado não é mais do que uma forma superior de propriedade fundiária”. (RATZEL, 1988[1897] :2).]
2.3 – REGIÃO 
O conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria “lablacheana”, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.
A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.
2.4- O POSSIBILISMO 
Segundo esta corrente, que se opunha ao Determinismo, o Homem era considerado um ser ativo e não passivo, dispondo de uma gama de possibilidades oferecidas pelo meio que podia selecionar, livre e conscientemente, de acordo com as suas necessidades para dominá-lo. Esta corrente de pensamento geográfico procurou provar que a natureza exercia influências sobre o homem, tal como pregado pelo determinismo, mas que o homem tinha, e têm possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem assim ao Possibilismo Geográfico. [3: Foi o historiador Lucian Febvre que em seu livro A Terra e a Evolução Humana, no qual apresenta as idéias de La Blache, confrontadas com as de Ratzel, que cunha os termos Determinismo e Possibilismo (MORAES, pag. 29).]
Sendo assim fica claro que a natureza passou a ser considerada fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.
Segundo o La Blache, “O nosso espaço geográfico só existe porque o homem faz parte de dele, caso contrário, seria apenas um espaço natural”.
2.5– GÊNERO DE VIDA
Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionariao desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida. Moraes assim escreve:
“A teoria de Vidal concebia o homem como hóspede antigo de vários pontos da superfície terrestre, que em cada lugar se adaptou ao meio que o envolvia, criando, no relacionamento constante e cumulativo com a natureza, um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais disponíveis. A este conjunto de técnicas e costumes, construído e passado socialmente, Vidal denominou “gênero de vida”, o qual exprimiria uma relação entre a população e os recursos, uma situação de equilíbrio, construída historicamente pelas sociedades. A diversidade dos meios explicaria a diversidade dos gêneros de vida” (MORAES, pag. 24).
“Entretanto, alguns fatores poderiam agir, impondo uma mudança no gênero de vida.
Relaciona em primeiro lugar a possibilidade de exaurimento dos recursos existentes; isto
impulsionaria aquela sociedade a migrar, ou a buscar um aprimoramento tecnológico, quando a possibilidade de migração estivesse restrita por barreiras naturais. Para Vidal, quando uma sociedade migrava para um meio mais rico, possuindo um gênero de vida forjado em condições naturais, mas adversas, adquiria a possibilidade de gerar um excedente, pela maior produtividade com o uso das mesmas técnicas no meio mais rico. “Outro fator de mudança dos gêneros de vida populacional; este poderia impulsionar a sociedade à busca de novas técnicas, ou levá-la a dividir a comunidade existente e a criar um novo núcleo, gerando assim um processo de colonização” (MORAES, pag. 25). 
2.6– INFLUÊNCIAS NO BRASIL
La Blache como vêem foi o percursor do ensino geográfico na França, e por consequência de seus discípulos virem ao Brasil implantarem o curso de geografia, a nossa geografia também sofre a influência do autor.
Segundo o professor Rui Ribeiro de Campos da PUC de Campinas, este autor influenciou o ensino de geografia no Brasil, quase totalidade dos livros publicados nas décadas de 40 a 80 do séc. XX.
O curso de geografia no Brasil surge primeiramente com a criação da USP e no ano seguinte na UERJ (MOREIRA, 2010, pag. 23 cita SAMPAIO 2000), e na verdade era um curso de História e Geografia, anos mais tarde que se separam. Moreira cita os professores Pierre Deffontaines, Pierre Monbeige Francis Ruellan como os fundadores do curso no Brasil, e Aroldo Azevedo foi o autor de livros que quase monopolizou os livros didáticos durante 30 anos posteriores a implantação deste curso, e também era “lablacheano” (ver bibliografia de apoio). 
- JEAN BHUNHES (1869 – 1930)
“Quem é geógrafo sabe abrir os olhos e ver. Não vê quem quer. Em matéria de Geografia Física, como em matéria de Geografia Humana, a aprendizagem, à visão das coisas positivas das realidades da superfície da terra, será o primeiro estágio e não o mais fácil”.
3.1 - VIDA
Geógrafo natural de Toulouse na França, inicia a sua carreira na Faculdade de Lyon, onde tornou-se professor de história e geografia em 1892, depois de ser um estudante da Ecole Normale Superieure, em Paris. Seguindo o conselho de Paul Vidal de La Blache, ele passou mais de um ano na Espanha, onde estudou o tema de sua tese um argumento inovador, defendido em 1902, intitulado "Condições Geográficas de Irrigação, seus Métodos, sua Organização na Península Ibérica e Norte de África: Estudo da Geografia Humana”. Também foi professor da Universidade de Freiburg (****) , em 1896, e depois de Lausanne (Suíça) em 1907, quando lecionava em Freiburg, em 1896, cunhou o termo "geografia social" e de Lausanne, em 1907, o termo "geografia humana". Foi um geógrafo atípico, não tendo conseguido fazer prosperar a sua carreira universitária na França, principalmente por causa de suas opiniões políticas. Ele tinha idéias contra a corrente dominante da época quando definiu em 1910 seu livro Princípios de Geografia Humana da França, uma obra que seria expandida entre os anos de 1912 e 1925 com a contribuição de vários níveis de percepção de fenômenos espaciais.
Participa na formação de uma geografia no passado cujos conceitos ainda não são estabilizados. Dado momento, Brunhes é eleito pelo banqueiro e filantropo Albert Kahn para levar o projeto iniciativa científica dos Arquivos do Planeta, as primeiras coleções fotográficas extraordinárias (o geógrafo é apaixonado por essa técnica para apoiar a sua investigação no campo).
Eleito para a Academia de Ciências Morais e Políticas , em 1927 , Brunhes publicado até suas mortes em 1930, muitas obras notáveis ​, foram um grande sucesso com o público por ajudar a popularizar na França os conceitos da geografia humana.
Seus estudos sobre costumes humanos introduziu o critério da geografia humana, no campo de estudos teóricos desta disciplina. Definir o que, para Brunhes, constitui o caráter geográfico da realidade, que acaba por influenciar no objeto e método da ciência geográfica proposta por ele. Tal caráter está expresso naqueles objetos que ele denomina “fatos essenciais de Geografia Humana”, são eles: o uso da terra improdutiva (casas e estradas), a conquista de plantas e animais (vegetais, animais) e para a economia ele chamou de "destrutiva" (devastação animal, vegetal e exploração mineral). Um conceito que foi criticado em seu tempo como demasiado restritivo (MORAES, 2010; pág.27).Os objetos da Geografia deste clássico autor são:
A) Verificar a natureza de sua concepção acerca da relação Homem - Meio, sendo este o centro da análise geográfica da realidade;
B) O Princípio de Atividade, segundo o qual tudo está, independentemente da velocidade, em transformação. Fatores humanos e naturais, todos estão em movimento;
C) O Princípio de Conexão que afirma que tudo, seja de natureza social ou natural, está em íntima e recíproca relação e não pode ser estudado isoladamente;
– MAX SORRE (1880 – 1962)
“… a noção de Gênero de Vida
 é extremamente rica, pois abraça a maioria, se não a totalidade das atividades do grupo e mesmo dos indivíduos. (…) êstes elementos materiais e espirituais são, no sentido exato da palavra, técnicos, processos transmitidos pela tradição e graças aos quais os homens se asseguram uma posse sobre os elementos naturais. Técnicas de energia, técnicas de produção de matérias-primas, de maquinaria, são sempre técnicos, como as instituições que mantêm a coesão do grupo assegurando sua perenidade".
4.1 –VIDA
Maximilian Joseph Sorer, ou Max. Sorre, nascido em Rennes, França, é um geógrafo “lablacheano” cujos trabalhos na área de geografia, biologia e humana foram reconhecidos mundialmente. Os seus trabalhos procuram enriquecer o conceito de Gênero de Vida e mostrar a sua importância na atualidade.
Para Sorre, que escreveu suas principais obras na década de 1940, a ciência geográfica deveria estudar as formas pelas quais os homens organizam seu meio, considerando o espaço como a “morada do homem” (MORAES, 1999).
4.2–MAX SORREE A ECOLOGIA HUMANA 
O principal conceito desenvolvido por este geógrafo foi o de habitat, que diz respeito a uma área do planeta habitada por uma comunidade que a organiza. Trata-se assim, de uma construção humana, uma humanização do meio que expressa às múltiplas relações entre o homem e o ambiente que o envolve. Com base neste apanhado sobre a obra de Sorre pode-se constatar que a geografia produzida por este autor é a Ecologia do Homem, ou seja, trata-se da relação dos grupos humanos com o meio em que vivem em um processo de contínua transformação deste meio pelo homem. Por conseguinte, as condições do meio geográfico, resultante da ação dos homens, seriam diferentes das do meio natural original. Para o autor, a atividade humana se desenvolvia inserida em três grandes planos: o físico, o biológico e o social, que, enquanto condicionantes e condicionados pelo homem, eram pertinentes à ciência geográfica. A pesquisa sobre estes planos tinha que ser permanente, porquanto a relação entre eles ser dinâmica.E o fato geográfico também o é. (CAMPOS, 2004). Para Sorre (1984, p.116), “participar de uma vida de relações extensas cria esta atmosfera para a qual foram criadas as palavras ‘civilidade’ e ‘urbanidade’”. Segundo ele, para os olhos de um geógrafo, a cidade não é um acidente da paisagem, “seus traços fisionômicos são a expressão concreta e durável do gênero de vida urbana, dominada pela atividade da circulação, oposto aos gêneros de vida rurais”. (Idem, 1984). A obra de Max. Sorre foi, sem dúvida, a segunda mais importante formulação da geografia francesa, pois se tratou de uma reciclagem da geografia humana proposta por Vidal de La Blache, proporcionando uma retomada e um enriquecimento das teorias “lablacheanas” – no sentido de proporcionar um conhecimento geográfico global e unitário - mantendo porém, fidelidade à essência possibilista (MORAES, 1999). Não se pode também esquecer, como afirma Milton Santos (2002, p. 35), que Max. Sorre foi o "primeiro geógrafo a propor, com detalhe, a consideração do fenômeno técnico em toda sua amplitude". Sorre estava convencido de que a relação entre a transformação da técnica a mudança geográfica era muito importante.
O “sorreano” Milton Santos ainda acrescentaria que atualmente a sociedade humana tem como seu domínio a Terra, ou seja, todo o planeta. Esta totalidade é o habitat desta sociedade. Na verdade, habitat e ecúmeno são, agora, sinônimos, abrangendo, igualmente, todo o planeta. Na atualidade, segundo Santos, a Terra e a humanidade se confundem em um todo único. A presença do homem é um fato em toda a superfície terrestre e, a ocupação que, porventura, ainda não tenha ocorrido, é, entretanto, politicamente existente (SANTOS, 1997). Em relação à Geografia Médica, Sorre (a exemplo de Josué de Castro) a considerava como parte da Geografia Humana. Permitiu a apreensão da doença em termos de um fenômeno localizável, passível de delimitação em termos de área, inspirado em rumos já delineados por La Blache, Jean Brunhes e De Martonne, entre outros.
Sorre é um geógrafo absolutamente original, já começa que sua Geografia Humana é fruto do relacionamento de um lado com a Sociologia e de outro com a Biogeografia. Não por outra razão, é ele o criador da Geografia Médica. O modo como vê os fenômenos é o dos complexos. Nenhum fenômeno é isolado. E dentro do seu "nicho" próprio, é parte de um complexo. A técnica é um complexo técnico. A cultura é um complexo cultural. A alimentação é um complexo alimentar. Os complexos interagem dentro do real, de modo que o todo é uma rede de complexos. Além de complexos relacionais, os fenômenos estão em permanente movimento, como um fluxo constante, à exemplo dos complexos patogênicos. Sorre tem em mente uma geografia ecológica, nomenclatura que não deve ser confundida com o entendimento ambiental que o termo ganhou recentemente. A visão ecológica de Sorre casa-se com a dos gêneros de vida, habitat e ecúmeno, dos clássicos da geografia.
E numa incrível coerência, é sob este modelo que compreende do clima ao homem. A referência dos entendimentos é a relação homem-meio. Assim, clima é o que sai dessa relação, nestes termos vindo para ela. Não vem de fora, já que Sorre abjura a visão meteorológica de clima, para ele um conceito físico e distante. Sua proposta de Geografia Médica é o que melhor ilustra essa concepção ecológica de natureza, de homem e de relação homem-meio.
A Geografia Humana é o estudo da relação do homem com o meio. Esta é uma lição dos clássicos que o geógrafo humano recente esqueceu totalmente. Acusa-se a Geografia Física de ter abandonado o homem. Mas a acusação não diz que a Geografia Humana esqueceu por sua vez a natureza. Dois lados errando. No entanto, a tradição é esta. Em La Blache, em Jean Brunhes ou em Albert Demangeon. Esta Geografia Humana da tradição é a que vamos encontrar em Max Sorre, talvez o seu último representante, antes de aparecer à geração de Pierre George.
4.3 – OBRAS
As idéias deste autor foram desenvolvidas de modo sistemático na sua obra de referência, Les Fondements de la géograpphie humaine, publicada em três volumes: volume I – Les fondements biologiques de la géographie humaine(1943), volume II – Les fondements techniques(1958) e volume III - L'habitat. Conclusion générale (1952). Em 1961, um ano antes do seu falecimento, Sorre resume estes três volumes em um só, sob o título de L 'Homme Sur La Terre, obra que o consagra.
Boa parte da obra “sorreana” está disponível em espanhol. É nesse idioma, com o títuloE1 Hombre em lu Tierra, publicado pela Editorial Labor, que a obra-síntese de Sorre chega até nós. A obra-máster só é encontrada no original francês. No Brasil, uma boa coletânea foi publicada em 1984 pela coleção Grandes Cientistas Sociais, coordenada por Florestan Fernandes para a Editora Ática, organizada por Januário Francisco Megale, com um pequeno texto sobre a vida e obra de Sorre. É de Megale a única análise sistemática da obra de Sorre, Geografia e Sociologia em Max Sorre, tese de doutoramento publicada em 1983 pelo IPELJSP.
4.4 – INFLUÊNCIA NO BRASIL
A presença de Sorre na geografia brasileira tem crescido desde os anos 60.Suas concepções ecológicas de clima exerceram forte influência na obra de Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, em particular nos estudos de clima urbano, com que Carlos Augusto revolucionou a Geografia Física no Brasil. E seus estudos sobrea relação entre a técnica, o espaço e o homem vão dar direto na obra de Milton Santos, particularmente no conceito de meio técnico-científico e informacional. Fortemente inspirado no conceito de gênero de vida de Vida1 La Blache, o mestre de Sorre. Apesar disto, Sorre é pouco estudado entre os geógrafos brasileiros. Pode-se mesmo dizer que a despeito de presente em dois dos mais profundos e produtivos geógrafos do Brasil, um, da Geografia Física, e outro, da Geografia Humana, Sorre segue sendo um ilustre desconhecido pela nossa juventude universitária.
– PIERRE GEORGE (1909-2006)
“Os geógrafos do inicio do século foram, de certo modo, os poetas de uma economia triunfante projetada no globo”.
5.1 - VIDA
Foi um geógrafo francês que ao longo de seis décadas publicou ativamente sobre diversas temáticas e áreas da geografia (população, agrária, urbana, indústria, agricultura, economia, método entre outros). Com interesse na geografia da URSS, além de outras populações mundiais. Com formação em Licenciatura em História e Geografia, Doutor em Artes, Bacharel em Ciência, Peter George foi ensinado pela primeira vez na academia militar de La Flèche (1930-1935), a faculdade de Montpellier (1935 - 1936), então a escolas Carlos Magno (1936-1941) e Lakanal (1941-1946). Tendo sido professor na Universidade de Lille (1946-1948), em seguida, na Sorbonne (1948-1953); é professor na Sorbonne (Geografia Humana) 1953-1977. Tornou-se membro da União Geográfica Internacional a partir de 1930, enquanto dirigia o Instituto de Demografia da Universidade de Paris (1973-1977) também foi professor do Instituto de Estudos Políticos (1946-1978). Membro do comitê técnico do Instituto Nacional de Estudos Demográficos 1945-1975, mais tarde ainda tornou-se membro do seu Conselho Consultivo Científico (1970-1985) e membro do seu Conselho de Administração a partir 1975. 
5.2 - A GEOGRAFIA ATIVA
Principal obra deste autor, ele a escreveu na segunda metade do século 20 observando as mudanças no mundo e consequentemente às mudanças que ocorreram e deveria ocorrer na geografia principalmente para interpretar e analisar o esse novo mundo. Para George tudo deveria ser considerado neste novo momento, ou seja, deveria existir uma espécie de revisão dos limites dos métodos dos objetivos das relações da geografia com as outras disciplinas.
Inicialmente o autor destaca que o papel do seu livro é salientar a importância da geografia para que não a compreenda ou desconhece o seu papel e paralelamente alertar os geógrafos de suas responsabilidades. Com esse movimento tentou mudar alguns aspectos teóricos e metodológicos de sua.Tendo o marxismo como referência epistemológica e o espaço como principal conceito, George antecipou algumas questões importantes ao redor da problemática ambiental: eis o tema do presente artigo (Wikipédia). 	
	Seu interesse por praticar uma geografia diferente da que havia aprendido é perceptível; para tanto, seria preciso erigir novos princípios de teoria e de método. Em sua extensa produção composta por livros, artigos e resenhas, George apresenta um repertório marcado por abordagens gerais, regionais, urbanas e rurais, criticando países desenvolvidos, subdesenvolvidos e também a URSS, além de estudos sobre populações e sobre meio ambiente. Tais temas estão amalgamados ao redor do conceito de espaço, já que, segundo ele, a Geografia é uma ciência humana e espacial (ROMÃO, 2013 cita GEORGE, 1968 [1964]).
	 Pretendemos apontar as contribuições de Pierre George no tocante ao meio ambiente, revelando o quanto seu pensamento era original para a época. Atualmente, quando as questões referentes ao meio ambiente são parte essencial da pauta internacional, é possível constatar que a reflexão “georgiana” continua sendo importante para os debates atuais sobre o tema.
	Contemporâneo de outros grandes geógrafos como Yves Lacoste entre outros deixou muitos artigos e publicações científicas. Pierre George será um importante personagem da Geografia Francesa na segunda metade do século XX, assumindo cargos universitários e dialogando com outras ciências. Suas contribuições alcançam geógrafos do Canadá, do México e do Brasil, disseminando novas concepções sobre teoria e método.
	Um dos discípulos de George, Michel Rochefort propõe a divisão de sua obra em três fases: início da carreira, com a formação conjunta em Geografia e História (posteriormente, especializando-se em Geografia) até chegar à tese de doutorado na década de trinta, quando adere ao marxismo e ao Partido Comunista ― aprendendo, inclusive, o idioma russo para ler os geógrafos soviéticos (RAMÃO, 2013 cita ROCHEFORT, 2008). 
	George é conhecido por vários de seus trabalhos, mais, sobretudo, ele imprime um pensamento geográfico, e assim passou a ser um dos criadores da Geografia Social. Ele é um clássico dentre muitos com a visão espacial geográfica, com a finalidade que identifica a categoria do espaço. E é com essa categoria que ele arruma sua visão no livro A Ação do Homem.
5.3 - A GEOGRAFIA NATURAL SOFRIDA 
	George diz que a humanidade vive em sociedade organizada pelo homem, nas formas de sociedade em que vivem, é a natureza que distribui o espaço e embora de passivo a marca da ação do homem. 
5.4 – A INFLUÊNCIA NO BRASIL
George viajou o mundo para lecionar, Tunis (1961, 1963, 1964), Buenos Aires e La Plata (1965, 1969), Valparaiso (1966), Montreal (1967), Ottawa (1973, 1975), Toronto (1975), Caracas (1977), México (1978, 1980, 1982, 1984). Esteve no Brasil em duas oportunidades, em Salvador (1962) e em São Paulo (1968). No Brasil ficou conhecido pela linha de reflexões permanentes e com a preocupação a questão teórica (MORAES, 2010 pág. ).
- JEAN TRICART (1920 – 2003)
“A natureza ignora as nossas divisões formais em ramos da ciência.”
6.1 - VIDA
Diplomado em História e Geografia, Tricart descobriu cedo a importância da Geomorfologia durante a Segunda Guerra Mundial como jovem combatente num batalhão de infantaria do Exército e, como membro de Resistência Francesa. Foi professor assistente da Sorbonne onde se distinguiu por sua criatividade e pelas qualidades didáticas demonstradas durante suas aulas naquela Universidade, e pela excelência da sua tese de Doutorado d’État (1949), conquistando o posto de professor titular na Universidade de Strasbourg onde lecionou até 1987, quando tornou-se posteriormente professor emérito. Durante esse período exerceu várias funções universitárias, como as de Vice-Reitor da Faculdade de Ciências Humanas, Conselheiro Científico e Membro do Comité Superieur da Universidade Louis Pasteur – Strasbourg. Foi colaborador principal do Service de la Carte Geológique de France (1948 a 1965) e Conselheiro de Direction Fédérale des Travaux Publiques de l’Afrique Occidental e Française, consultor e expert do Programa l’Homme et laBiosfère – UNESCO, do PNUD, da OMM, e do Conselho da Europa. Como tal, orientou projetos de pesquisas na África e na América Latina (Venezuela, Argentina, Colômbia e Brasil).Mereceu vários títulos, diplomas e medalhas de Universidades e Sociedades Científicas da: Polônia, Grã-Bretanha, Bélgica, Hungria, Itália e França.
Porém, o título que mais prezava era o de incentivador e orientador dos geógrafos do Brasil, país que conquistou a sua amizade e obteve o reconhecimento de discípulos e admiradores. Acostumado a lidar com grandes dificuldades tornou-se exigente consigo e com os outros, quase perfeccionista, quando se tratava do exercício das responsabilidades a ele confiadas como mestre, cientista e cidadão do mundo. Seus ideais o levaram a trilhar o caminho do Socialismo influenciado inicialmente pela doutrina de Marx, idéias que partilhou com seu grande mestre A. Cholley e refletiram-se na sua grande carreira de geógrafo. Suas pesquisas abordaram a história das Ciências da Terra e os fenômenos de defasagem entre os aspectos da dinâmica natural e antrópica; a reconstrução de ambientes do Quaternário e as influências das mudanças climáticas e eustáticas sobre as características dos ambientes atuais e da sua importância para o uso racional dos recursos naturais.
 O pesquisador Tricart enfatizou a necessidade dos estudos de campo e a distinção de ordens de grandezas espaciais e da zonalidade para apoiar as interpretações de imagens de Sensores Remotos nos estudos ecogeográficos desde “o barranco às paisagens regionais”, com ênfase nos estudos da manifestação dos processos, formas e estruturas e dos materiais superficiais. Apoiando-se nessas pesquisas difundiu conceitos e formulou métodos voltados para sua aplicabilidade baseando-se na compreensão e minoração de problemas que atingem a sociedade. Daí o seu interesse pelas questões da agricultura e a conservação das terras que o fizeram trabalhar com agrônomos, engenheiros, hidrólogos, geólogos e ecólogos, relativas ao planejamento agropastoril e das obras públicas. Esses interesses se refletiram em sérios trabalhos relacionados com o Estudo Integrado do Meio Ambiente com base no conceito de ecodinâmica, para a identificação das potencialidades e restrições levando em conta planos social, ambiental e econômico. Foi pioneiro em praticar enfoque sistêmico das relações dos fatores naturais e antrópicos, considerado como “o instrumento lógico mais adequado para permitir a integração dos resultados analíticos,” caracterizando a “transdisciplinaridade” como a base das pesquisas voltadas para o planejamento e a gestão visando a utilização, reabilitação e conservação dos recursos naturais. 
6.2 - OBRAS
Dentre os 620 trabalhos, (dos quais, cerca de 60 sobre o Brasil) foram publicados em 15 países, em 10 diferentes línguas, destacam-se obras antológicas como: Traité de Géomorphologie Climatique (1965); Précis de Géomorphologie (1963); L’Épiderme de la Terre – esquisse d’une Géomorphologie Appliquée (1962); Carthographie Géomorphologique et des Formationes Superficielles (1972); Ecogéographie et l’Amménagement du Milieu Naturel (1979); Écogéographiedes Spaces Ruraux (1994). 
6.3 – A INFLUÊNCIA NO BRASIL
“Pela mão de Milton Santos, em 1956 durante o Congresso Internacional no Rio de Janeiro, o professor Tricat veio à Bahia estimulado pelo interesse de um pequeno grupo de geógrafos da UFBa, vislumbrando a possibilidade de empreender estudos para implementar “uma política de despertar econômico para a Bahia”, como ele próprio definiu o seu programa de pesquisas aplicadas. Iniciou-se assim, o vínculo de cooperação técnico-científica com o Centro de Geografia Aplicada da Universidade de Strasbourg, proporcionando a formação de doutores, entre os quais Milton Santos, Nilda Guerra de Macedo, Teresa Cardoso, Ana Dias Carvalho,Déa Erdens, Maria Auxiliadora Silva. Incentivado pelo mestre e amigo Tricart, foi fundado o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da UFBa que se tornaria o centro modelar de pesquisa e ensino, polo de atração de geógrafos e estudantes brasileiros, durante essa época mais profícua da geografia baiana. Foi significativa sua cooperação nas Universidades do Rio Grande do Sul, Faculdade Fluminense e na USP junto aos queridos amigos Amélia A. Nogueira, Alba Gomes e Aziz Ab’Saber, bem como sua participação ativa no mapeamento geomorfológico da Amazônia, como consultor do Projeto Rodon dirigido por Getúlio Vargas Barbosa e posteriormente por Trento Natali. Proferiu aulas e conferências em várias outras universidades como a do Pará e Santa Catarina. Homem de temperamento forte, determinado, trabalhador incansável e didata excepcional, embora socialmente tímido e emocional, Tricart é admirado por sua relevância extraordinária como professor e pesquisador com um perfil de cientista, humanista, ético e como amigo incondicional e sem preconceitos“ (SILVA, T.C. 2003 pág. 151 e 152).
RICHARD HARTSHORNE
7.1 - VIDA
	Richard Hartshorne foi um renomado geografo que lecionou na universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Procurou desenvolver reflexões sobre a natureza da Geografia, como ciência, em dois livros: A Natureza da Geografia, publicado em 1939, que trata da evolução do pensamento geográfico; e Questões Sobre a Natureza da Geografia, publicado em 1959, que revisa posições de vinte anos antes e apresenta o conteúdo final de sua proposta” (RODRIGUES, 2008 pag. 94).
“Alfred Hettner foi um geografo alemão, professor da universidade de Heidelberg, na cidade de mesmo nome, na Alemanha. Hettner propõe a Geografia como ciência que estuda a “diferenciação de áreas“, ou melhor, a ciência que objetiva explicar “por que“ e “em que“ diferem as diversas partes da superfície terrestre.”(RODRIGUES, 2008 pag. 94) Sua ideologia não obteve grandes impacto na geografia até Richard Hartshorne passa cultiva-la com fundamentos no neokantismo de Rickert e Windelband.
	Para Hartshorne, todas as ciências se definem por meios de métodos próprios, Assim em sua ideia defende que a geografia deve analisar de forma especifica a realidade, buscando assim o amplo estudo entre as relações e inter-relações entre os fenômenos heterogêneos, apresentando numa visão sintética. Suas características em geral para explicar as diferentes áreas da superfície terrestre.
	Neste plano de heterogeneidade, Hartshorne, natural e natureza são termos próximos, mas que se distinguem. Natural é a “parte da realidade independente do homem”. Natureza é o tudo que inclui a parte humana. “E deve-se ter em mente que as relações que existem entre o mundo do homem e o mundo não humano se revelam de maior interesse para a geografia”. (MOREIRA, 2010, pág. 130). 
Natural e um conceito de subjetivação encontrado por dentro, seja do fenômeno natural, seja do fenômeno homem. A heterogeneidade ganha, assim campo abstrato e taxonômico de aglutinação. A distinção e entre a qualidade dos fenômenos, a natureza se expressando na unidade mais intima deles ”(MOREIRA, 2010, pág. 131)
	 Hartshorne apresenta duas formas de estudos na geografia: (1) A geografia Ideográfica
, seria uma analise singular (de um só lugar) e unitária (tentando apreender vários elementos), que levaria a um conhecimento bastante profundo de determinado local. (2) A segunda forma de estudo, por ele denominada Geografia Nomotética aonde a pesquisador pararia na primeira integração, e reproduzi-la-ia (tomando os mesmos fenômenos e fazendo as mesmas inter-relações) em outros lugares. As comparações das integrações obtidas permitiriam chegar a um “padrão de variação”, daqueles fenômenos tratados, possibilitando analises profundas e centralizadas em tópicos determinado, exemplo: a Geografia do café. Contribuiu na agilização do estudo regional. Desta forma,” articulou a Geografia Geral e a Regional, diferenciando –as pelo nível de profundidade de suas colocações (MORAIS, 2005, pág. 33).
	Outra escola geográfica surge no inicio do século XX e foi, por alguns autores, denominada de Geografia Racionalista. Ela tem, como principais representantes: Alfred Hettner (1859 - 1941) e Richard Hartshorne (1899-1992). “O objetivo era desenvolver uma Geografia de menor carga empirista e privilegiar o raciocínio dedutivo” (RODRIGUES, 2008 pag. 93). Após a primeira guerra mundial a partir de Hartshorne os EUA passam a ter um maior peso em relação ao conceito cultural do ocidente, só então passa ate um pensamento geográfico próprio. (MORAIS, 2005 pág. 31)
	Hartshome tem sua passagem também pela Geografia politica “aprofundando em debates mais amplos sobre regionalismo que se tornou o discurso dominante na Geografia, como um todo, no segundo terço do século XX, com seu foco em encontrar naturalmente, regiões autossustentáveis em todos os níveis da atividade humana, desde o internacional e nacional para o local” (MOREIRA, 2010, pág. 131).
	Com seu olhar critico busca entender os aspectos da geografia politica, buscando também compreender quais foram as influencias que marcaram a geografia pós-segunda-guerra mundial auxiliando assim a geografia a se erguer como ciência.
 Hartshorne foi um grande profissional, seus trabalhos, teses e pesquisas contribuíram e continua a contribuir muito para a formação de novos profissionais, e sevem também como bases teóricas para muitas pesquisas.
– CONCLUSÕES GERAIS
	 A realização deste trabalho implicou, primeiramente, na leitura extensiva do livro Geografia Humana e a realização de fichamentos detalhados, prestando especial atenção aos pontos anteriormente considerados centrais dentro da obra. Para auxiliar esta tarefa, é imprescindível a leitura de trabalhos de outros autores que possam contribuir teoricamente para o enriquecimento da compreensão da realidade social e, principalmente, para o aprofundamento do conhecimento da história do pensamento geográfico, visando sempre evitar uma análise anacrônica de um geógrafo do início do século XX.
	Embora as conclusões ainda sejam parciais, a compreensão de como Brunhes estrutura conceitualmente a Geografia e que princípios utiliza para fazer uma análise geográfica, nos possibilita ver que muito de sua concepção – que embora não lhe seja exclusiva, certamente é uma das melhores sistematizadas – está presente, sob outros nomes, em teorias de geógrafos mais recentes.
Naturalmente ainda nos restam algumas inquietações, sendo a principal delas responder à pergunta: os fatos essenciais ainda nos bastam para compreendermos a realidade? se não, quais seriam os fatos essenciais da atualidade?
Este trabalho traz um pequeno resumo do conceito de Geografia de Sorre, mas suficiente como um primeiro acesso às idéias de um dos geógrafos mais importantes da chamada Escola Francesa, ao mesmo tempo a tentativa talvez mais profunda de trazê-la para mais próximo de nossos dias. 
9– BIBLIOGRAFIA 
9.1 – OBRIGATÓRIA
MOREIRA, Ruy. O Pensamento Geográfico Brasileiro – 1. As matrizes clássicas originárias. São Paulo, Ed. Contexto, 2010. 
RODRIGUES, A. J. Geografia: Introdução à Ciência Geográfica. São Paulo, AVERCAMP Editora, 2008. 
MORAIS, A. C. Robert de. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo, Ed. Annablume, 2005. 
9.2 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO - VIDAL DE LA BLACHE
http://www.brasilescola.com/geografia/vidal-la-blache.htm acesso em 02/06/2015;
http://www.infopedia.pt/$vidal-de-la-blache acesso em 02/06/2015;
https://www.youtube.com/watch?v=kOglsJkyDik acesso em 02/06/2015;
http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/humanas/POSSIBILISMO.pdf; acesso em 02/06/2015.
9.3 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO – JEAN BRUNHES
http://es.wikipedia.org/wiki/Jean_Brunhes;acesso em 14/06/2015.
QUAINI, Massimo. Construção da Geografia Humana. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1983.
https://uspdigital.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscricaoTrabalho=4615&numeroEdicao=17; acesso em 16/06/2015.9.4 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO – MAX SORRE
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maximilien_Sorre; acesso em 14/06/2015.
9.4 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO – PIERRE GEORGE (1909 – 2006)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_George acesso em 14/06/2015.
RAMÃO, Felipe de Souza; A Geografia de Pierre George e a Questão Ambiental: Considerações Iniciais; Rio de Janeiro; Revista Continentes; 2013.
9.4 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO – JEAN TRICART 
SILVA, Tereza Cardoso; Jean Tricart: Sua Vida e Sua Obra; Geosul, Florianópolis, v.18, n.35, p. 149-152, jan./jun. 2003.
9.3 – BIBLIOGRAFIA DE APOIO – RICHARD HARTSHORNE
http://www.editoraletra1.com/anais-congeo/arquivos/978-85-63800-17-6-p267-280.pdfacesso 11/06/2015.