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Experiencia de aprendizagem

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Etapa 3 
Além do tratamento farmacológico da hipertensão arterial, que vimos anteriormente, outras condições clínicas levam ao uso de fármacos que afetam a homeostasia, como por exemplo, trombose, aterosclerose, coagulopatias, entre outras. Por isso é importante compreendermos os mecanismos de ação de fármacos vasodilatadores, anticoagulantes e inibidores plaquetários.
 Como estes fármacos agem? Quais seus efeitos? Como é sua farmacocinética?
Os vasodilatadores atuam melhor em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores. Os vasodilatadores atuam sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento da musculatura lisa (arteríolas), com consequente vasodilatação e redução da resistência vascular sistêmica.
HIDRALAZINA – derivado da hidrazina, dilata as arteríolas, mas não as veias. Sofre boa absorção e é rapidamente metabolizada pelo fígado apresentando baixa biodisponibilidade (25%) e seu tempo de meia-vida é de 2 a 4 horas. É eficaz no tratamento da hipertensão arterial grave. Os efeitos adversos são cefaleia, náusea, anorexia, palpitações, sudorese e rubor;
MINOXIDIL - vasodilatador ativo por via oral, seu efeito resulta da abertura dos canais de K+ pelo metabólito ativo-sulfato de minoxidil capaz de dilatar as arteríolas, mas não as veias. É utilizado na hipertensão grave não responsiva a outros anti-hipertensivos. O minoxidil possui boa absorção pelo trato gastrintestinal, sofre metabolização hepática e seu tempo de meia-vida é de aproximadamente 4 horas. O efeito hipotensor persiste por mais de 24 horas ocorrendo estimulação simpática reflexa. Geralmente é associado com um betabloqueador ou um diurético devido à retenção de sódio e de líquidos. Além deste efeito, o tratamento com minoxidil leva a hipertricose, intolerância a glicose e trombocitopenia;
NITROPRUSSIATO - vasodilatador utilizado por via parenteral (infusão intravenosa) na emergência da crise hipertensiva e insuficiência cardíaca grave dilatando as arteríolas e veias. Sofre rápida metabolização pela captação nos eritrócitos (CN-). Seu efeito é imediato sendo observada redução significativa da pressão arterial com duração em até 10 minutos após administração, tendo esse efeito duração por mais de 24 horas. A preparação de nitroprussiato é sensível à luz devendo ser utilizada logo após o preparo. A toxicidade caracteriza-se pelo acúmulo de cianeto, arritmia, hipotensão excessiva e morte.
Fatores farmacocinéticos:
Curta: droga: captopril duração do efeito horas: 6-8
Média: Droga: enalapril ; quinapril duração do efeito :12 
Longa: Drogas: perindopril ; lisinopril; spirapril ;ramipril duração do efeito :24
Os anticoagulantes são os fármacos usados para prevenir a formação de trombos sanguíneos. O sangue fora das veias sofre um processo chamado de coagulação, no qual aglomera os elementos figurados (sólidos) para impedir o vazamento do mesmo.
Os fármacos anticoagulantes podem ser divididos em parenterais (heparina e seus derivados) e orais.
A heparina é uma anticoagulante parenteral, de origem natural e presente nos grânulos secretores dos mastócitos, sendo comumente extraída da mucosa intestinal suína, que apresenta grande concentração dessas células. Os derivados da heparina usados na terapêutica correspondem aos HBPMs (heparinas de baixo peso molecular), que desempenham sua atividade anticoagulante ao se ligar à antitrombina, acelerando a inibição de diversas proteases da coagulação, por meio da formação de complexos. São utilizadas no tratamento da TVP, da embolia pulmonar e em situações agudas, como emergências. Por não atravessarem a barreira placentária, são fármacos de escolha para desordens da coagulação durante a gravidez.
Existem outros anticoagulantes parenterais, como a lepirudina, desirudina, bivalirudina e a antitrombina, utilizados como alternativa da heparina.
Os anticoagulantes orais atuam como antagonistas da vitamina K, ou seja, exercem sua ação ao inibir essa vitamina lipossolúvel com atividade anti-hemorrágica. A varfarina é o principal fármaco desta classe, sendo utilizada em casos como TVP, embolia pulmonar, trombose em válvulas cardíacas, isquemia coronariana recorrente em pacientes que sofreram IM e em terapias a longo prazo. Diferentemente da heparina e seus derivados, a varfarina possui ação teratogênica e risco aumentado de abortos, não devendo ser utilizada durante a gestação. Outros anticoagulantes orais pertencentes a esta classe são o dicumarol e a fenindiona.
Dentre os novos agentes anticoagulantes, temos o rivaroxabana, a apixabana, o edoxabana, e a otamixabana, que atuam como inibidores diretos do fator Xa na cascata da coagulação, conhecidos como “xabans”.
Devido à magnitude de seus efeitos, os anticoagulantes apresentam como evento adverso o risco aumentado da ocorrência de hemorragias. Deve-se atentar quanto à intensidade e duração da anticoagulação exercida pelo medicamento, ao uso concomitante de outras medicações e às características do paciente.
Plaquetários ou antiplaquetários são fármacos usados para evitar a ativação e agregação das plaquetas para prevenir trombose em pacientes de risco. Seu principal representante é o ácido acetilsalicílico (aspirina). 
Podem atuar na : - Via do ácido aracdônico: alteração dos fosfolipídios da membrana plaquetária (ácidos graxos ômega 3), inibição da fosfolipase A2 (quinacrina), inibição da ciclooxigenase (aspirina, triflusal), inibição da tromboxano sintetase (dazoxibem), antogonistas dos receptores de TXA2 e PGH2 (ridrogrel, sulotroban). - Aumento do AMP cíclico plaquetário: estimulação da adenilato ciclase (PGI2, PGD2, PGE1, iloprost, dipiridamol), inibição da fosfodiesterase (dipiridamol, triflusal). - Inibição do ADP e da ligação do fibrinogênio com receptores das glicoproteínas IIb/IIIa (ticlopidina, clopidogrel). - Antagonistas dos receptores das glicoproteínas IIb/ IIIa: inibição não competitiva irreversível (Abciximab), inibição competitiva reversível (eptifibatide, lamifiban, tirofiban). - Inibidores de agonistas específicos: inibição da trombina (heparina, hirudina, hirulog, argatroban), antagonistas da serotonina (Ketanserina), antagonistas da adrenalina (bloqueadores dos receptores α2 -adrenérgicos), inibição do fator de ativação plaquetária (ginko biloba). 
ASPIRINA - AAS Mecanismo de ação: Seu principal mecanismo de ação é a inibição irreversível da atividade das isoenzimas cicloxigenase - COX 1 (plaquetas, estômago e rim) e COX 2 (SNC, traquéia, rim, células endoteliais, testículos, ovários etc), que propiciam a transformação do ácido aracdônico em PGH2, que é o precursor imediato da PGD2, PGE2, PGF2a, PGI2 e TXA2, ocorrendo bloqueio da produção de tromboxane A2. Esta inibição decorre da acetilação da molécula da serina (posição 529 na COX-1 e 516 na COX-2).
Por outro lado, o ácido acetil salicílico bloqueia a síntese da PGI2 nas células endoteliais, promovendo a quebra de seu efeito inibidor da agregação e de adesão plaquetária e do efeito vasodilatador. Parece que o efeito vascular tem menor duração que o plaquetário, sendo de importância reduzida. Isto decorre da capacidade destas células, por serem nucleadas, de ressintetizarem a enzima, além da diminuição de sensibilidade da COX-2 à aspirina, necessitando de doses maiores e mais freqüentes para o bloqueio efetivo. 
- Farmacocinética: Após sua ingestão, é completamente absorvida no estômago e porção superior do intestino delgado. Seu início de ação se faz entre 20 e 30 minutos, com pico de ação em uma a duas horas na preparação habitual e em três a quatro horas com as de revestimento entérico. Tem meia vida plasmática de 15 a 20 minutos. Seu efeito persiste pelo tempo de vida das plaquetas (10 dias) devido à inativação plaquetária irreversível da COX-1. Como aproximadamente 10% das plaquetas são renovadas por dia, no final de 10 dias aproximadamente todas as plaquetas funcionarão normalmente.
A ticlopidina e o clopidogrel são inibidores seletivos da adenosina difosfato-ADP (indutor da agregação plaquetária), não tendo efeito diretono metabolismo do ácido aracdônico. Seus efeitos na inibição da agregação plaquetária induzida pelo colágeno e trombina têm um papel secundário em seu mecanismo de ação. Sua ação está intimamente relacionada à transformação propiciada pelo fígado em um metabólito ativo, que possivelmente induz a alterações irreversíveis em um receptor P2TAC, além de inibir a estimulação da atividade da adenilato ciclase. Há uma hipótese de que essas drogas promoveriam uma modificação permamente da agregação plaquetária induzida pelo ADP em doses diárias cumulativas, que é corroborada pela recuperação gradual da função plaquetária.
Referência bibliográfica:
As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Goodman & Gilman - 12.ed. Por Laurence L. Brunton, Bruce A. Chabner,Björn C. Knollmann.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/vasodilatadores/12216 acessado em: 04/06/2019
OLIVEIRA, GLÁUCIA MARIA MORAES Antiagregantes plaquetários

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