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1 Sistemas de Transmissão Digital Tania Regina Tronco tania@cpqd.com.br 2 Transmissão digital Num sinal digital, a variável que carrega a informação varia discretamente com o tempo, assumindo um número finito de valores. A informação não está na forma do sinal mas na seqüência de valores discretos assumidos. Num sinal analógico, a variável que carrega a informação (amplitude, fase, freqüência) varia continuamente com o tempo assumindo infinitos valores. A forma do sinal é que carrega a informação 3 Histórico da Transmissão Digital: Telégrafo (1837) 4 Código Morse – 1839 – (distância de 64 Km) Em 1852 já haviam 64 000 Km de linhas telegráficas no mundo. 5 Código Morse 6 Evolução da Transmissão Digital A partir de 1876, a técnica digital foi progressivamente ocupando um segundo plano em função da invenção do telefone; Contudo, o desenvolvimento do telefone, contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento sobre transmissão em virtude de sua faixa freqüências e sensibilidade ao ruído e distorções. 7 Evolução da Transmissão Digital - Histórico Teorema de Nyquist – 1928 A freqüência de amostragem de um sinal analógico, para que possa posteriormente ser reconstituído com o mínimo de perda de informação, deve ser igual ou maior a duas vezes a maior freqüência do espectro desse sinal 8 Transmissão Digital Neste curso estudaremos a transmissão de sinais discretos em amplitude (número finito de amplitudes possíveis) utilizados para representação da informação digital. Sinal digital 9 Comparação entre sistemas digitais e analógicos No caso digital, a informação está na presença ou na ausência de pulsos e não na forma dos mesmos. Isto implica numa maior imunidade deste sistema em relação a ruídos e distorções quando comparado com o sistema analógico. O pulso transmitido pode ser regenerado a intervalos regulares ao longo da linha, o que permite, nestes pontos, a eliminação do ruído. 10 Comparação dos sistemas digitais com os sistemas analógicos A imunidade ao ruído oferecida pelos sistemas digitais é conseguida com o sacrifício da faixa de freqüências. Exemplo: um par de cabos coaxiais pode carregar 13.200 canais de voz analógicos usando uma faixa de 60 MHz. Com um sistema digital sobre o mesmo cabo à taxa de 274 Mbit/s consegue-se transmitir apenas 4032 canais. 11 Vantagens da transmissão digital Numa transmissão digital o ruído é regenerado, significa que um sinal corrompido quando entra num regenerador saí sem erros Na transmissão analógica o ruído acumula e o sinal degrada-se pelo canal de transmissão Na transmissão digital o ruído não acumula. O sinal recebido é igual ao transmitido. 12 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais Por volta de 1947, os problemas de transmissão digital já estavam totalmente resolvidos, mas somente 15 anos após apareceu o primeiro sistema comercial; Isto ocorreu pela falta de necessidade e pela falta de um dispositivo der baixa potência de chaveamento; As válvulas termiônicas não se prestavam para chaveamento e consumiam muita potência. 13 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais Por volta de 1947, foi inventado o transistor e por volta de 1957 ele já estava suficientemente desenvolvido para ser utilizado como chave praticamente perfeita: pequena, rápida, confiável e com baixo consumo. Nesta época surge também a necessidade de um sistema digital em função da grande utilização do telefone, principalmente nas grandes cidades. 14 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais Saturação dos cabos telefônicos, exigindo uma solução que acomodasse a necessidade de novas linhas. Solução: Instalação de novas linhas ou Aumentar a capacidade das linhas existentes Esta conjuntura motivou o desenvolvimento do primeiro sistema multiplexador digital, o qual surgiu nos E.U.A. no início da década de 60 e ficou conhecido como T1. 15 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais O sistema T1 da Bell coletava 24 canais telefônicos, amostrava cada um deles, codificava as amostras e as multiplexava no tempo, gerando um sinal de 1,544 Mbit/s. Este sinal era transmitido através de cabos a intervalos de no máximo 2 km e, a seguir, era regenerado através de repetidores. Este sistema foi denominado PCM (Pulse Code Modulation) 16 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais A seguir, os europeus desenvolveram o PCM de 30 canais, conhecido como E1, com taxa de 2,048 Mbit/s. O sucesso fez com que sua utilização se difundisse e motivou os estudos de sistemas de maior capacidade para transmissão via cabo coaxiais e via rádio em microondas nas taxas de 8 Mbit/s, 34 Mbit/s, 140 Mbit/s, etc.. 17 Evolução dos Sistemas de Transmissão Digitais Mais recentemente tem-se o desenvolvimento das fibras ópticas que representam o próximo grande passo em termos de meio de transmissão e que se mostram totalmente adequadas à técnica digital. Desenvolvimento dos sistemas SONET (Synchronous Optical Network) e SDH (Synchronous Digital Hierarchy) nas taxas de 155 Mbits/s, 622 Mbits/s, 2, 5 Gbit/s, 10 Gbit/s, etc. 18 Esquemático de um Sistema de Transmissão Digital para 30 canais de voz Filtro Passa-baixas Amostrador Quantizador Multiplexador e Codificador (8 bits) Código de Linha + Interface Sinal analógico de voz 3 kHz – 3,5 kHz PAM (256 Níveis) 2,048 Mbit/s Filtro Passa-baixas Amostrador Quantizador Sinal analógico de voz 3 kHz – 3,5 kHz PAM (256 Níveis) 30 canais Terminal Transmissor 19 Esquemático de um Sistema de Transmissão Digital para 30 canais de voz Filtro Passa-baixas Demultiplexador e decodificador (8 bits) Repetidor + Código de Linha Filtro Passa-baixas Terminal Receptor Sinal analógico de voz Sinal analógico de voz 20 Amostragem 21 Amostragem PAM: Pulse Amplitude Modulation 22 Teorema de Nyquist Taxa de amostragem deve se pelo menos 2 vezes maior que a freqüência que se deseja registrar. Caso o teorema não seja obedecido há distorção do sinal. 23 Exemplos Sinal de voz: freqüência máxima 4 kHz A taxa de amostragem deve ser pelo menos 8 kHz para que todas as freqüências do sinal de voz possam ser recuperadas; Tempo de amostragem = Ta = 1 / 8000 Hz = 125 μs (ms = 10-6 segundos) A chave eletrônica retira do sinal de voz uma amostra a cada 125 μs. CD: ouvimos sons de 20 Hz a 20 kHz A taxa de amostragem deve ser pelo menos 40 kHz para que todas as freqüências sejam registradas. 24 Espectro do Sinal Amostrado 25 Teorema de Nyquist Utilizando o teorema de Nyquist pode-se escolher a melhor freqüência de amostragem de forma a economizar banda pois para que o sinal possa ser reconstituído basta atender ao teorema. 26 Fenômeno de Aliasing Ocorre quando a freqüência de amostragem é menor que 2 x f máxima 27 Quantização Representação dos valores amostrados em uma quantidade finita de bits; Quanto maior a quantidade de bits mais precisa a representação do sinal. 28 Exemplo de Quantização Linear com 16 valores (4 bits) 29 Quantização Utilizando 8 bits é possível representar 256 valores (0-255). Supondo que os valores dos pulsos variem de 0 a 255V. Digamos queum pulso tenha valor de 147,39V. Ele terá de ser quantizado como 147V ou 148V pois não existe valor intermediário 100100112 = 14710 100101002 = 14810 30 Erro de quantização Se um pulso tem valor de 147,39V, ele terá de ser quantizado como 147V ou 148V pois não existe valor intermediário. Ocorrerá então um erro de -0,39V ou +0,61V chamado erro de quantização. 31 Codificação 32 Cálculo do Tamanho de Arquivos O tamanho de um arquivo é diretamente proporcional à taxa de amostragem e número de bits da quantização. TA * R/8 * C * t TA = Taxa de amostragem R = Resolução em bits C = Numero de canais t = tempo em segundos 33 Tamanho de Arquivo – Exemplo CD (44100Hz)x(16bits/8)x(2 canais)x(60s) = 1058400 bytes ~ 10Mbytes 34 Quantização não linear Neste caso teremos pequenos intervalos de quantização para sinais de pequeno valor e intervalos maiores para sinais de maior valor. Desta forma a relação entre o sinal de entrada e o erro de quantização é aproximadamente igual para toda a faixa de amplitude do sinal de entrada. 35 Quantização Não Linear Os detalhes de quantização não-linear são fixados pela curva característica definida pelo ITU-T: A curva de 13 segmentos (padrão G711, lei A, para o sistema PCM-30); A curva de 15 segmentos (padrão G711, lei μ, para o sistema PCM-24). 36 Lei A 37 Quantização Não Linear Curva de Compressão Lei m y = 1/(loge (1+ m). Loge (1 + mx) para x >= 0 y = - 1/(loge (1+ m). Loge (1 + mx) para x < 0 Curva de Compressão Lei A y = Ax/(1 + loge A) para -1/A <= x <= 1/A y = 1 + loge A [x] / 1 + loge A para 1/A < x <= 1 y = - [1 + loge A [x] / 1 + loge A] para -1 < x <= -1/A 38 Quantização Não Linear A relação sinal/ruído (S/N) melhora para sinais fracos (menor amplitude) e piora um pouco para sinais fortes quando se utiliza a compressão não linear. Isto significa que para maiores valores de A, tem-se um melhor desempenho na compressão. Na prática, não se consegue obter circuitos físicos compatíveis com os valores teóricos. O valor de A padronizado pelo ITU-T é 87,6 e m = 100. 39 Comparação entre a Lei A e Lei m 40 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL (DPCM) A correlação visa estabelecer relações entre as amostras adjacentes (próximas) de um dado sinal. Quando sinais analógicos são amostrados a taxas ligeiramente maiores do que a taxa de Nyquist, o sinal amostrado resultante poderá apresentar uma característica de alta correlação. 41 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL (DPCM) A Modulação por Código de Pulso Diferencial (DPCM - Differential Pulse-Code Modulation), foi desenvolvida para minimizar a redundância de informações na codificação de sinais discretos cujas amostras possuam alta correlação. Modifica-se o processo de quantização do modulador a fim de reduzir a redundância na saída codificada. 42 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL (DPCM) Nos sistemas DPCM é realizada a quantização de um sinal de erro denominado erro de predição. O erro de predição (ep(t)) é a diferença entre o sinal amostrado de entrada xa(t) e o sinal estimado pelo preditor linear xe(t). O preditor linear é um filtro que estima o comportamento de um sinal a partir da combinação linear das últimas N amostras deste mesmo sinal. 43 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL (DPCM) 44 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL ADAPTATIVA (ADPCM) A Modulação por Código de Pulso Diferencial Adaptativa (ADPCM –Adaptive Differential Pulse-Code Modulation), tem por objetivo alcançar melhor desempenho do que os sistemas PCM e DPCM e emprega as técnicas de quantização e predição adaptativas. 45 MODULAÇÃO POR CÓDIGO DE PULSO DIFERENCIAL ADAPTATIVA (ADPCM) Na quantização adaptativa, o passo de quantização varia com base na amplitude das amostras passadas. Existem vários padrões de codificadores de voz (CODECs), definidos pelo ITU-T, que utilizam a técnica ADPCM. Um dos padrões mais conhecido é o G.726. 46 ADPCM – G.726 - Transmissor 47 ADPCM – G.726 - Receptor
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