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regime disciplinar diferenciado (RDD)

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FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Priscila Monteiro Bueno 40016796802 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2018
Priscila Monteiro Bueno 40016796802 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
Trabalho desenvolvido para a disciplina Leis Penais Especiais e Criminologia, apresentado a Anhanguera Educacional como exigência para a avaliação do presente trabalho do Prof.º Ayrton Ferreira Gabira.
 SÃO BERNARDO DO CAMPO
2018
ORIGEM:
A origem do Regime Disciplinar Diferenciado se deu com a LEP (Lei de Execuções Penais) que surgiu no final de um momento que deixou o Brasil bastante fragilizado, que foi a “Ditadura Militar”. A referida lei veio com o intuito de complementar o tratamento prisional que já é regulado em parte pelo Código Penal e Processual. 
A LEP trata dentre outros temas, como o regime inicial, direitos e deveres dos apenados, e sanções a ser aplicada em caso de falta de leve, media ou grave. 
Muito se discute sobre o surgimento da RDD, pois foi criada a partir de uma resolução a SAP 26/2001, tendo em vista que no cenário carcerário do ano 2000, ocorriam diversas mortes e rebeliões “intra muros”, mais especificamente no Estado de São Paulo, para tentar amenizar tais dissidências, foram feitas algumas medidas, tal como a resolução que deu origem ao Regime Disciplinar Diferenciado. 
No estado do Rio de Janeiro o regime foi incluído a partir de 2002, após a rebelião de Bangú I, liderado por Fernandinho Beira-Mar. Logo após o assassinato de dois juízes das varas criminais de São Paulo e Vitoria, a suposto mando de Fernandinho Beira-Mar, surgiu então a Lei 10.792/2003, para introduzir o Regime Disciplinar Diferenciado à LEP (Leis de Execuções Penais), com o intuito de alterar o artigo 52 da lei. 
CONCEITO:
Torna-se importante ressaltar desde logo que apesar do nome “regime”, não se trata do regime inicial que o apenado irá cumprir, mas sim uma sanção por cometimento de conduta dolosa, que possa causar dano a ordem interna, sem duvida que o legislador ao criar o regime disciplinar diferenciado, partiu da ideia de separar e isolar os lideres de organizações criminosas dos demais presos, para evitar o comando de ações delituosas de dentro para fora. 
O RDD é compreendido como a mais drástica sanção disciplinar, uma medida extrema, que deve ser excepcional, por se tratar de uma medida nas palavras do Prof. Luiz Flavio Gomes “regime super fechado/ fechadíssimo/ fechado plus”, o que nos leva a pensar ser um “bis in idem” já que o apenado já fora julgado uma vez. 
Todavia, o regime diferenciado, recairá também ao preso provisório, que apresentam risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade, deste modo, também estão sujeitos ao RDD os presos provisórios, sob o qual recaiam suspeitas de envolvimento ou participação em organizações criminosas, quadrilhas ou bando, conforme aduz o artigo 52, §§ 1º e 2º da Lei 7210/84. 
Trata-se de uma sanção disciplinar que consiste no recolhimento do preso em cela individual, pelo prazo máximo de 360 dias, tendo em vista que nesse período o preso terá direito a visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas e banho de sol diário de igual período. Não bastando, vale ressaltar que o regime diferenciado não é um acréscimo aos regimes fechado, semi-aberto e aberto, mas sim um novo regime de disciplina carcerária especial, caracterizado por maior grau de isolamento e de restrições ao contato com o mundo exterior. 
No que tange ao tempo, inicialmente tem-se em mente que o prazo máximo não poderá exceder o limite de 360 dias, porém, se o preso cometer nova falta grave o limite temporal do RDD é de 1/6 da pena efetivamente aplicada podendo ou não ser superior a 1 ano. 
Outro ponto importante, é a cerca da aplicabilidade da RDD, que não poderá ser arguido de oficio pelo magistrado, portanto caberá ao diretor do estabelecimento elaborar requerimento, conforme exposto no art. 68, II, a, da LEP, o ministério publico também será parte legitima para requerer o RDD, embora não seja autoridade administrativa. No entanto, caberá ao juiz a decisão acerca do regime disciplinar diferenciado, no qual deverá ser precedida do devido processo legal, com prévia manifestação do Ministério Público, conferindo-se direito de defesa ao condenado. 
 
VISÃO CONSTITUCIONAL AO RDD
Diante dos precedentes apontados, pode-se afirmar que a ideia do legislador ao criar o regime disciplinar diferenciado foi a separação dos lideres das facções com o restante da população carcerária, com o intuito de prevenir e aniquilar condução dos negócios delituosos de dentro para fora do cárcere. 
Dessa forma criou-se a ideia de que com a criação desse novo regime aumentaria a segurança nos estabelecimentos penais, devolvendo o controle interno nos presídios ao Governo. Desse modo, o legislador ao criar o RDD, achou que teria o apoio no cenário jurídico, o que foi um equívoco.
Deste modo, a maioria dos juristas brasileiros se opuseram ao RDD, elencando em diversos aspectos a inconstitucionalidade do regime, pois a respeito do principio da dignidade humana o referido regime banaliza, uma vez que antes da condição de criminoso este deveria ser tratado como pessoa humana, assegurado pelos dispositivos constitucionais. 
Vários são os questionamentos levantados a respeito da constitucionalidade do referido regime, em relação à integridade física e moral e garantindo-se ainda, que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante, conforme elencados no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. De fato os dispositivos constitucionais elencados visam tutelar o embasamento das garantias da dignidade e inviolabilidade física, moral e psíquica do condenado. No entanto, temos o entendimento do desembargador Marco Nahum da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que definiu em poucas palavras como sendo “o equilíbrio entre a segurança e a liberdade individual, de maneira a privilegiar, neste balanceamento de interesse, os valores fundamentais de liberdade do homem”. 
 Nesse mesmo sentido, podemos citar o artigo 24 das Regras Mínimas para o Tratamento do Preso no Brasil, que proíbem toda punição de natureza cruel, desumana ou degradante, conforme texto do artigo abaixo:
“Artigo 24. São proibidos, como sanções disciplinares, os castigos corporais, clausura em cela escura, sanções coletivas, bem como toda punição cruel, desumana, degradante e qualquer forma de tortura”. 
Vale ressaltar que nesse mesmo contexto, tem-se as Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros da Organização das Nações Unidas, que em seu artigo 31trata da proibição de detenção em cela escura, a redução de alimentação bem como as penas de isolamento configuram a aplicação de uma sanção desumana, cruel e degradante.
 
CONCLUSÃO
O Regime em questão trata de um regime inteiramente diferenciado, formulado com o intuito de afastar a possibilidade de o preso ter contato com o mundo exterior e cometer novos crimes através de terceiros, assim o regime RDD é caracterizado pelo maior grau de isolamento carcerário e restrições em contatos com o mundo exterior. O RDD independe do regime inicial fixado na sentença, sendo esta uma sanção por cometimento da conduta dolosa do réu, que constitui falta grave. 
No entanto, sob a égide dos maiores juristas brasileiros, encontram-se vários entendimentos no qual inferiorizam tal regime, considerando-o cruel e desumando, por não acatar os Direitos Humanos como forma de proteção ao réu condenado ou provisório, mantendo-os isolados dos demais presos, o que poderá causar nos presos submetidos a esse regime deterioração das faculdades mentais, podendo até dizer que o regime nãocontribui com o objetivo de recuperação social do condenado.
REFERENCIAS
https://canalcienciascriminais.com.br/regime-disciplinar-diferenciado/
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8147/Regime-disciplinar-diferenciado-aspectos-historicos-e-criticos
https://jus.com.br/artigos/12606/regime-disciplinar-diferenciado-rdd

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