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relatorio sergio

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Introdução 
A organização corporal dos seres vivos diz respeito ás manifestações através das quais os seres vivos exibem a integridade dos seus corpos. É a forma de expressão e ocorrência de seus corpos.
Os corpos podem ser exibidos de maneira unicelular ou multicelular
 Unicelularidade
 Corpos formados por apenas uma célula, que realizam todas as funções vitais que viabilizam sua existência. É coerente assumir que as primeiras formas de vida eram seres unicelulares, por sua simplicidade. Essa é a forma mais comum de organização corporal que existe na natureza, a maioria das linhagens dos seres vivos é unicelular, estando presente em todos os procariontes, e em algumas linhagens de protistas. Existem algumas variações entre as células unicelulares, como por exemplo, a delimitação por membrana plasmática ou por parede celular, além de poderem ser diferenciados em seres procariontes e eucariontes, por exemplo.
Procariontes- Apresentam citoesqueleto rudimentar, ausência de membrana nuclear e sistema de endomembranas. Seres mais simples
Eucariontes- Presença de sistema de endomembranas, membrana nuclear e citoesqueleto verdadeiro. Seres mais complexos.
Delimitação por membrana plasmática – Não possui nenhuma estrutura rígida delimitando a célula, considerada célula nua. É bem frágil por não possuir nenhuma estrutura de proteção.
Delimitação por parede celular – Estrutura intimamente associada com a membrana plasmática que possui como função a delimitação da célula, dar forma, controlar a entrada e saída de substâncias e também serve como proteção. 
Estruturas que podem ser encontradas em células unicelulares.
Flagelo – Possui função locomotora. São longos e geralmente poucos numerosos.
Cílios- Possuem função locomotora. São curtos e em maior quantidade na superfície da célula.
Imagem representando os cílios e flagelos.
Fonte: Conceptos.com (2019)
 Chifres - Projeções da parede celular com preenchimento do citoplasma, contribuindo para defesa, dificultando a fagocitose de pequenos predadores.
Cisto – Atribuído a formas de resistências que não se alimentam, geralmente não se movimentam, formados sob condições ambientais adversas e ficam a espera da normalização dessas condições. Um envoltório rígido é secretado para formar o cisto. Pode ocorrer multiplicação celular dentro de um cisto.
Imagem representando um cisto
Fonte: Denner Santos dos Anjos (2013)
 
Abrigo externo – Utilizado por células que não possuem parede celular (por eles compartilharem a mesma função). Diferente da parede celular o abrigo externo não faz parte da célula, pois ele é sintetizado pela célula, se consolidando em sua volta. Pode existir raras situações em que a célula pode abandonar seu abrigo externo, como ficar atolada ou presa em algum substrato, por exemplo, e assim sintetizar outro. O abrigo externo só tem função de proteção, diferente da parede celular, que possui outras funções, como o controle de entrada e saída de substâncias, por exemplo.
O abrigo externo pode ser diferenciado em:
Lórica – Abrigo transparente, podendo ser de origem calcária, quitinosa, pseudoquitinosa, proteica ou siliosa, geralmente atribuído a abrigos de células flageladas e ciliadas. Característico da Favella SP.
Imagem representando uma lorica
Fonte : Inácio Domingos da Silva Neto (2007)
Testa- Abrigo de estrutura oca e grande (podendo ser visto a olho nu), é sintetizado de carbonato de cálcio, possuindo natureza mineral (inorgânico), sendo muito bem conservado no registro geológico. Possui uma grande abertura denominada forâmen. Esse abrigo possui pequenas aberturas da onde saem pseudópodes, que servem para alimentação e locomoção da célula. Abrigo externo muito bem conservado no registro geológico. Característico de um protozoário chamado foraminífero. 
Imagem representando uma testa.
Fonte : Miracle (2019)
Teca – Presente em seres amebóides, algas clorófitas, diatomácitas, coanoflagelados e dinoflagelados. As estruturas podem variar de acordo com os táxons, podendo ser de natureza orgânica ou mineral.
Imagem representando uma Teca.
Fonte: Knoow (2015)
 Plasmódio multinucleado 
 É um tipo de organiação ameboide gigante unicelular formada por células multinucleadas,além de ser formado por uma massa do citoplasma . É composto pelos mixogástricos . São incluidos neste grupo os organismos possuidores de fase vegetativa diploide, multinucleados e desprovido de parede celular.
Imagem representando um plasmódio multinucleado
Fonte: Paulo Eduardo (2017)
 Formação de colônias
Colônias são aglomerações de células que permanecem unidas alcançando algum tipo de benefício que pode variar naturalmente, como aumento das dimensões da célula, dificultando algumas fagocitoses de predadores pequenos, por exemplo. Em uma colônia todos os indivíduos são geneticamente iguais, são formadas através da divisão celular em que as células filhas não se separam da célula que as originou, permanecendo aglomeradas. 
 Podem ser:
Filamentosas - Formato de fio em que as células se comunicam por parede celular.
Globosas – Possuem formato de esfera. Esse tipo de formato confere as células um tamanho muito grande.
Achatadas – Normalmente só possuem uma camada de células e também pode possuir indivíduos diferenciados, que seriam a presença de chifres ou espinhos,a assumindo a função de proteção da colônia
Algumas colônias podem apresentar algumas células diferenciadas com funções especiais. Alguns exemplos citados em sala foram:
Acineto 
Célula de resistência formada quando células vegetativas espessam fortemente suas paredes celulares e tornam-se latentes.
Heterocistos
 Células especializadas na fixação de nitrogênio gasoso, elemento mais demandado dos seres vivos, muito não conseguem aproveitar por não conseguirem quebrar suas ligações. Porém, alguns procariontes possuem uma enzima anaeróbica chamada nitrogenase que separada as três ligações covalentes da molécula de nitrogênio. A nitrogenase é inibida pelo oxigênio, então através da seleção natural ao longo do tempo, os hetorocistos perderam a capacidade fotossintética. O nitrogênio fixado é transformado em aminoácido e partilhado com as células vizinhas e as células vizinhas que fazem fotossíntese partilham seus produtos fotossintéticos com os heterocistos. Isso é um exemplo de especializações de função, pois os heterocistos só existem em forma colonial.
Espinhos 
Projeções da celulose da parede celular que não é preenchido por material citoplasmático.
 Mucilagem
Em algumas colônias as células apenas se mantém juntas pela mucilagem, que são carboidratos sintetizados pela célula que possuem propriedades adesivas. As células coloniais caso sejam separadas, conseguem sobreviver e formar outras colônias, diferente dos organismos multicelulares, que a interdependência é tão grande, que a separação é fatal. 
Geralmente em cultivo as células deixam de formar colônias, pois tem nutrientes em abundancia, temperatura agradável, sem predadores, sem perturbação, logo, não há necessidade da formação de colônias, diferente da natureza em que as condições são muito menos favoráveis. Consequentemente, em condições naturais de existências o melhor caminho é a formação de colônias, por viabilizar as trocas de substâncias e pela proteção contra os predadores.
 Multicelularidade 
A multicelularidade é a forma mais comum de organização no mundo visível, porém é minoritária na natureza. Seu surgimento ocorreu mais de uma vez na história evolutiva, não tendo nada a ver com parentesco, surgiu de maneira espontânea em tempos desiguais, provavelmente a partir de células que foram se especializando. Algumas multicelularidades apresentadas em sala foram:
Multicelularidade em fungos:
Corpos filamentosos,ou seja, sequência linear de células, em que as células compartilham parede de quitina.
Multicelaridade em plantas:
É baseada na formação de tecidos verdadeiros e órgãos com funções altamente especializadas e com divisões em vários planos. Compartilham parede celular de celulose, ajudando na sustentação
Multicelularidade em estrela do mar:
Tecidos parenquimatosos, altamente complexos e especializados, verdadeiros e possuindo divisões em vários planos. Possui membrana aderida à membrana por duas moléculas especiais, chamadas caderina e colágeno, que não existem em outros linhagens de seres vivos, que permitem a adesão da célula
A seguir serão apresentados alguns organismos observados na aula prática que ilustram diferentes formas de organização corporal:
Anabaena flos-aquae
Cianobactérias formadoras de colônias filamentosas. Existem como plâncton e estão presentes em água doce. É um dos quatro gêneros de cianobactérias capazes de produzir neurotoxina (toxinas que atuam especificamente no tecido nervoso). São unidas por mucilagem e possuem heterócitos intercalares (células diferenciadas capazes de fixar nitrogênio).
Eucapis sp
Cianobactéria colônial globosa de coloração verde, ocorre no plâncton, são unidas por mucilagem (formando um envoltório incolor) e algumas células podem apresentar certa fragilidade de dissolução devido ao fato da mucilagem ser gelatinosa. Não possuem células diferenciadas. Vivem em ambientes aquáticos, as células são homogenias, possuem coloração verde e formato esférico.
Micrasterias pinnatifida 
São algas clorófitas unicelulares de coloração verde, que exibem uma simetria bilaterial e são característicos de água doce, ocorrendo em lagos com água limpa. Essa espécie apresenta duas metades com simetria perfeita, chamadas semicélulas que são quase totalmente preenchidas com cloropastos, com um núcleo que fica no centro, onde as duas semicélulas são unidas. 
Pediastrum SP
Colônia plana de hábito planctônico de coloração esverdeada, que habitam na água ou em locais úmidos. Sua formação ajuda na flutuabilidade, aumentando o tempo de afundamento em ambientes aquáticos, sendo um ponto positivo para a realização da fotossíntese. Possuem chifres, que são células periféricas da colônia, que são projeções da membrana plasmática e do citoplasma, possuindo função protetora e defensiva. Possui células morfologicamente diferenciadas, embora todas sejam geneticamente idênticas, além de possuírem um número certo de organismos por colônia (cenóbio) em que o número de constituintes é sempre par, podendo chegar a 128. 
Scenedesmus quadricauda
Colônia plana e filamentosa em que as células compartilham parede celular, de habito planctônico e coloração verde. Também é composto por células morfologicamente diferenciadas com número definidos de indivíduos (sempre quatro), apresentando presença de espinho na periferia da célula, que são projeções com função de proteção e defesa, pois dificulta a fagocitose de pequenos predadores, embora todas sejam geneticamente iguais. Cada organismo possui um cloroplastídio que preenche toda superfície interna de sua célula. Os scenedesmus é um dos gêneros mais comuns das algas verdes e está presente em quase todas as coletas de água. 
Rhizopus
Gênero que inclui fungos filamentosos. São dotados de hifas não septadas (cenocídicos), ou seja, paredes transversais derivadas das paredes dos filamentos. A maioria das espécies de Rhizopus são sapróbicas (decompositoras) comum, se alimentando de matéria orgânica morta, ou parasita facultativo de frutos e vegetais maduros. Muitos membros do Rhizopus são comumente usados em processos industriais, é útil para produção de ácido lático e cortiona, para fermentação alcoólica e para biossorção (adsorção passiva de contaminantes químicos por um organismo) de metais pesados.
Vorticella 
Protozoários ciliados com formato cônico, geralmente são ancorados a um substrato pelo pedúnculo contrátil, mas podem se desprender e nadar por toda coluna d’água. Estes organismos solitários tem corpos globulosos que são ovais quando contraídos. As condições desfavoráveis tendem a fazer com que a Vorticella mude de longa e magra para curta e larga. São dotadas de lorica bem fina e transparente. São mais comuns em água doce, mas seus habitats podem incluir solo úmido, lama e raízes de plantas. Crescem em locais com grande abundância de matéria orgânica, consome microalgas e procariontes como alimento. O organismo é apropriadamente chamado de “Vorticella” devido aos cílios de espancamento que criam redemoinhos ou vórtices. 
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Euplotes SP 
Prototozoários ciliados, achatados e assimétricos. O Euplotes tem cílios maiores e mais grossos na parte inferior da célula, denominados cirros. São também criaturas bentônicas, ovóides e com células muito especializadas. Ocorre em fundos de lagos, geralmente associados a sedimentos, cresce em locais com grande abundância de matéria orgânica e é comum em sistema ativo de lamas. O gênero como um todo é utilizado em pesquisas medicinais, biológicas e industriais.
Stynychia SP
Ciliado altamente móvel. Apresenta a presença de células nuas, ou seja, sem qualquer tipo de proteção rígida (parede celular ou abrigo externo). Muito comem em águas frescas e no solo, encontrado principalmente em algas filamentosas. Apresentam os cílios agrupados em membranas ao redor da boca e os cirros sobre o corpo. Distinguem-se principalmente por possuírem cirros longos na parte posterior, geralmente um conjunto de três.
Paramecium SP
Protozoários ciliados altamente móveis e numerosos. Seu corpo é coberto por cílios simples, mas o sulco oral (a “boca”) contém pequenos cílios orais compostos. Habitam em ambientes de água doce, salobra e marinha, e também são facilmente encontradas em poças d’água e em locais com água paradas. Células com conteúdo heterogênio, plenas de vacúolos digestivos em diferentes estágios de digestão. O paramecium, como protozoário ciliado tem características peculiares a serem definidas. Por exemplo, além de os cílios ajudarem na sua locomoção, são também usados para trazer alimentos para de do citostoma onde serão fagocitados.
Asterina SP
Conhecida como estrela do mar, é um exemplo de organização multicelular complexa, eucariótico, possuindo órgãos e tecidos diferenciados. Além disso, suas células possuem muitas diferenciações de funções. A presença de colágeno permite a união das células, não apresentam parede celular. É formada por vários membros que se assemelha a pernas. Possuem capacidade regenerativa, ou seja, as células dos organismos se dividirão e formarão outro no mesmo lugar. As estrelas do mar vivem no fundo dos oceanos e conseguem se movimentar, porém através de um processo lento. Gênero com ampla distribuição geográfica no mundo.
Morus SP
Exemplo de organismos multicelulares complexos. São árvores caducifólicas que são conhecidas por amoreiras. Possuem grande diferenciação de tecidos e órgãos. Produz frutos comestíveis, as amoras, que são frutos pendentes de coloração vermelho-escura, quase preta, quando madurar, com polpa vermelho-escura comestível. A coloração de seus frutos varia de acordo com a espécie à qual pertencem e conforme seu grau de maturação.
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