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HISTÓRIA DO CEARÁ A Conquista do Litoral Cearense 1.1. O Quase abandono do Siará No século XVI, o Siará ficou praticamente abandonado por Portugal, devido a falta de ouro, prata, especiarias e etc, e suas riquezas não eram muito lucrativas. Foi apenas no século XVII que Portugal decidiu colonizar o Siará por estratégia para defender o litoral da colônia (que estava sendo ameaçada de invasão de estrangeiros, - principalmente os franceses, que chegaram a fundar uma colônia no Maranhão, a ‘França Equinocial’) e criar no Ceará uma base de apoio logístico que facilitasse a conquista na região norte da colônia (daí a história do Ceará incialmente girar em torno de ‘fortes’). 1.2. As tentativas de conquista A primeira tentativa de colonizar o Ceará foi em 1603, com Pero Coelho que organizou uma expedição para explorar essas terras, combater piratas, fazer a ‘paz’ com os índios e tentar encontrar metas preciosos. Depois de combater os franceses e os nativos na Ibiapaba, Pero Coelho e seus homens se instalaram nas margens do rio Ceará, onde foi erguido o forte de São Tiago. Não encontrando riquezas, Pero passou a escravizar os índios, mas como estes reagiram, Pero recuou e ergueu o forte de São Lourenço nas ribeiras do rio Jaguaribe. Como as “hostilidades” dos indígenas continuavam e com a seca de 1605-07, Pero Coelho fugiu para o Rio Grande do Norte. A segunda tentativa (1607), foi pelos padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Filgueira, com objetivo de catequizar os nativos. Mas os índios ainda lembravam dos maus-tratos de Pero Coelho e atacaram os padres jesuítas. Francisco Pinto morreu, mas Luís Filgueira escapou para o Rio Grande do Norte. 1.3. Martim Soares Moreno Outra tentativa de colonização do Ceará foi por Martim Soares Moreno. A primeira vez de Moreno no Ceará, foi na fracassada bandeira de Pero Coelho em 1603. Seis anos depois, em 1609, na condição de Tenente do Forte dos Reis Magos, já dava combate a traficantes franceses no litoral cearense. Em 1611, com a ajuda de nativos liderados por Jacaúna, fundou o forte de São Sebastião. No ano seguinte, foi mandado para combater os franceses que haviam fundado a França Equinocial no Maranhão. Martim Moreno só retornou ao Ceará em 1621, encontrando seu forte praticamente destruído, fez o possível para reconstruí-lo, incentivando também, sem sucesso, a pecuária e a cana-de-açúcar. A falta de recursos e atenção de Portugal, fizeram com que Moreno se retirasse do Ceará, em 1631, se dirigindo para Pernambuco, onde foi combater os holandeses que estavam invadindo o Brasil. Na visão tradicional, tem-se Moreno como “fundador” do Ceará, tanto que é homenageado pelo escritor José de Alencar no livro Iracema. 1.4. Tempos flamengos Em 1637, os holandeses invadiram o Ceará e com a ajuda de nativos conquistaram o forte de São Sebastião. Contudo, essa “aliança” acabou porque os holandeses não eram muito diferentes dos portugueses nos maus tratos com os índios. Em 1644, os nativos se revoltaram e trucidaram os holandeses. Tropas flamengas retornaram em 1649, sob o comando de capitão Matias Beck, em busca de minas de prata. Erguem no monte Majaraitiba, nas margens do rio Pajeú, o forte Schoomenborch, em torno do qual anos depois iria surgir a atual cidade de Fortaleza. Os holandeses ficaram no Ceará até 1654, devido sua derrota em Pernambuco, sendo expulsos do Brasil. Os portugueses retornam ao Siará chefiados pelo capitão-mor Alvares de Azevedo, conquistando o “fortim” e renomeando de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. ➢ Vale lembrar que todos esses anos, a capitania do Siará, era submissa a outras entidades administrativas. De 1621 a 1656, o Siará era gerenciado pelo Maranhão. De 1656 até 1799, esteve submetido a Pernambuco, isso atrapalhou o crescimento material da capitania. ➢ Por anos, o Siará dos invasores europeus, se resumia somente ao litoral, coisa que mudou a partir da segunda metade do século XVII com a conquista dos sertões em função da pecuária.
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