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Trabalho de Historia Regional

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Trabalho de História Regional (AVA 2)
A partir do início do século XIX a cidade do rio de janeiro além de ser a capital do país e apenas por esse motivo já se justificariam os inúmeros aspectos únicos presentes em sua organização, de um momento para outro também passa a abrigar a corte real portuguesa em 1808.
Havia a necessidade de se aprimorar, enquanto capital de um país em crescimento a cidade cosmopolita agregou as demandas de acomodar e criar um ambiente propício à recém-chegada corte. Tendo de atender as reivindicações provenientes de seus membros como também as atualizações e o desenvolvimentos exigidos a uma localidade agora tão ilustre.
Grandes obras públicas, que agora não só eram necessárias neste novo momento, mas também feitas para mostrar inovações em arquitetura e modernidade, a cidade começava a ser refeita a moda europeia a fim de satisfazer os mais altos padrões da época, e mais do que nunca o Rio de Janeiro necessitou do seu capital mais valioso e insubstituível para satisfazer todas as suas necessidades: O trabalho escravo. 
Não seria exagero afirmar que homens e mulheres vindos de diferentes localidades do continente africano na condição de escravizados foram a mão-de-obra a viabilizar toda a transformação na malha urbana da cidade, fazendo com que a antiga capital do Vice-reino se transformasse na Corte do Império português. ( LOPES ,2021)
A escravidão era parte integrante e fundamental do Rio de Janeiro, geradora e mantenedora da sua estrutura social e econômica, o porto do rio de janeiro foi o maior porto escravista do mundo e o século XIX foi a época de maior incidência de escravizados chegando a cidade do rio de janeiro.
Ao longo de sua história, o Rio de Janeiro testemunhou uma transformação significativa. Com a chegada da família real em 1808 e o subsequente auge do café, a cidade se tornou o principal ponto de entrada do tráfico de escravizados no Atlântico e a maior cidade escravista nas Américas (CARVALHO, 2018).
O Rio de janeiro não teria como se manter, nem empreender um crescimento tão acelerado as proporções que foram executados no início e durante o século XIX sem lançar mão do trabalho escravo, lembrando que se não todas, as principais fontes de renda no Brasil e por conseguinte de sua Capital eram advindas diretamente da mão de obra escrava, seja na produção de açúcar, lavouras de café, na exploração da minas de metais preciosos ou mesmo o próprio comércio de escravizados, como ressalta Pinsky(2010) “O negro era cativo para que sua força de trabalho o fosse. Como consequência, o elemento predominante para a existência do negro era o trabalho”.
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Deste modo as ruas do Rio de janeiro conturbadas pelo constante movimento de mudança atualização e modernidade estavam constantemente povoadas de negros escravizados executando as mais variadas tarefas, de escravos pessoais a escravos executando trabalhos pesados em construção, carregadores de cargas, a vendedores ambulantes e tantos outros com suas mais diversas finalidades, tudo isso ao mesmo tempo e lugar onde passeavam senhoras distintas vestindo as últimas modas europeias e nobres da corte portuguesa em toda a sua pompa e gala. toda essa miscelânea conferia ao rio de janeiro uma paisagem social única e permeada principalmente pela presença do negro escravizado como principal força de trabalho em todas as suas relações, como destacam Schwartz e Starling(2015). “O modelo era a Paris burguesa, contudo a realidade local oscilava entre bairros elegantes e as ruas onde só se notava o trabalho escravo e dos libertos”.
Com suas peculiaridades únicas adquiridas pela forma como se construiu o Rio de Janeiro do século XIX, não poderia ser comparado a nenhum outro lugar. De apenas uma cidade na colônia portuguesa, a capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, fora o local escolhido para abrigar a corte portuguesa e transformado em um pedaço da Europa nas américas com toda sua modernidade, arte cultura e culinária rivalizando diretamente com o que havia de melhor do outro lado do mar e o profundo contraste de se encontrar uma população predominantemente negra que sustentava e possibilitava todos os outros aspectos existentes. Em nenhum outro lugar do mundo se tem evidenciado uma relação tão profunda e tão exposta do trabalho escravo e nem se encontra os mesmos aspectos nos quais a sociedade se encontrava tão entrelaçada e convivendo tão simbioticamente com a escravidão. 
Referencias:
https://www.geledes.org.br/um-rio-negro-escravidao-e-liberdade-no-rio-de-janeiro-do-seculo-xix/
CARVALHO, M. J. M. de. Cidades Escravistas. In: SCHWARCZ, L. M.; GOMES, Flávio (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. 21 ed. São Paulo: Contexto, 2010. Disponível na Biblioteca virtual.
SCHWARTZ, Lília, STARLING, Heloísa. Brasil, uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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