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TÉCNICA HISTOLÓGICA APLICADA EM ANATOMIA PATOLÓGICA INTRODUÇÃO Técnica histológica é o conjunto de operações que tem por finalidade transformar células e tecidos em preparações destinadas ao exame microscópico, mantendo as mesmas características quando em seu estado natural PROCESSAMENTOS DOS TECIDOS PROCESSO [Do lat. processu] Ato de proceder, de ir por diante; seguimento, curso, marcha. Sucessão de estados e de mudanças. Sequência de estados de um sistema que se transforma; evolução Operações que desenvolvem-se em fases sucessivas, sem modificação do seu ordenamento. CONSERVAÇÃO DOS TECIDOS: MÉTODOS FÍSICOS Frio; Calor . MÉTODOS QUÍMICOS Substâncias químicas (perfusão e imersão). ETAPAS: 1 - FIXAÇÃO É a operação destinada a parar o metabolismo das células, e ao mesmo tempo, conservar a forma e a estrutura que elas tinham quando vivas. → SÉRIE COMPLEXA DE EVENTOS QUÍMICOS - REAÇÃO COM OS ELEMENTOS DOS TECIDOS. → LIGAÇÃO CRUZADA COM AS PROTEÍNAS ESTRUTURAIS E ENZIMÁTICAS. → REPERCUSSÃO DIRETA NAS TÉCNICAS A SEREM UTILIZADAS FINALIDADES: Prevenir as alterações “post-mortem”, preservando as células e os tecidos; Dano intrínseco - autólise e Dano extrínseco - proliferação de microorganismos; Converter a consistência semi-fluida das células em semi-sólida, protegegendo os tecidos pelo endurecimento; Ajudar na diferenciação visual das estruturas. NORMAS GERAIS: 1. Intervalo entre a colheita do material e a fixação: Colocar o mais rápidamente possível na solução fixadora ou colocar na geladeira (por no máximo 24 horas) após sua colheita. 2. Volume do líquido fixador: Deverá ser no mínimo 10 vezes maior que o volume da peça . 3. Espessura da peça: 6 a 15 milímetros. 4. Contato das superfícies da peça com o líquido fixador: Para se conseguir um contato total e imediato da peça com o líquido fixador, deve-se: a) Colocar as peças em recipientes bem maiores que seu volume, e que já contenham o líquido fixador. → Evitar recipientes com gargalo estreito. b) Agitar de vez em quando o recipiente para renovar o líquido fixador em contato com a peça. TIPOS DE FIXADORES: Pode-se empregar vários tipos de fixadores num laboratório de anatomia patológica, os mais usuais são: formol, líquido de Bouin, e Zenker-formol. 1. Formol O formol é o aldeído fórmico, corpo gasoso, em solução aquosa 37 - 40%. É um líquido cristalino e incolor que libera vapores irritantes, decompondo-se facilmente pela ação da luz em ácido fórmico (prejudicial às colorações). A) Preparação: Formol para uso: formol puro (40%) é empregado em solução aquosa a 10% B) Tempo ideal de fixação: Fixador lento. Fixa entre 6 e 48 horas. A cada 8 horas fixa 1 milímetro de espessura da peça. C) Tempo máximo de fixação: Indeterminado, porém, depois de alguns meses, as colorações tornam-se deficientes. D) Indicações: Devido seu baixo custo, o formol é o fixador mais usado num laboratório de anatomia patológica e indicado principalmente para peças de grande volume e material proveniente de necrópsias. E) Contra-indicações: É um fixador lento e forma um precipitado artificial chamado pigmento de formol (pode ser eliminado), especialmente em lesões hemorrágicas ou em órgãos muito vascularizados como o baço. 2. Líquido de Bouin É uma mistura de substâncias fixadoras. A) Tempo ideal de fixação: Fixador rápido. Fixa entre 4 e 24 horas. A cada 4 horas fixa 1 milímetro de espessura da peça. B) Tempo máximo de fixação: Oito dias. C) Indicações: É um dos melhores fixadores conhecidos e indicado especialmente para os exames histopatológicos. Por causa do ácido pícrico que tinge de amarelo os tecidos, é indicado também para evitar a perda de peças diminutas como biópsias de fígado ou rim por punção e de brônquio, esôfago ou estômago por endoscopia. D) Contra-indicações: desvantajoso para os órgãos hematopoiéticos, lesões hemorrágicas (porque deforma as hemácias) e para coloração dos bacilos álcool-ácido resistentes. FIXAÇÃO DESCALCIFICAÇÃO Os tecidos calcificados não podem ser cortados por terem consistência pétrea, é necessário usar substâncias capazes de dissolver o cálcio que impregna as peças. Esta operação é chamada de descalcificação. 2- DESIDRATAÇÃO É feita pelo álcool etílico, até hoje o reagente mais vantajoso para este fim. Durante a desidratação as peças diminuem de tamanho (retração) e readquirem sua cor natural. 3- DIAFANIZAÇÃO É a operação pela qual o álcool da peça é substituído por um solvente da parafina. Os diafanizadores mais usados são xilol, benzeno e toluol. Os diafanizadores têm densidade maior que o álcool. 4 - IMPREGNAÇÃO É a penetração da parafina nos espaços celulares. Utiliza-se parafina aquecida acima de seu ponto de fusão, entre 58º a 60º C. 5 – INCLUSÃO EM PARAFINA Depois de impregnadas, as peças precisam ser incluídas num bloco de parafina. Para se preparar o bloco, é necessário ter moldes destinados a conter a parafina líquida. Os moldes são variáveis e podem ser de metal ou de papel. 6 - MICROTOMIA Micrótomo: aparelho destinado ao corte dos blocos incluídos em parafina, em espessuras finíssimas (3 a20µm). Cortes na rotina: Quanto mais finos, mais perfeitas serão as colorações. Espessura ideal do corte entre 4 a 6µm. 1 micrômetro corresponde a 1 milésimo de 1 milímetro. CONGELAÇÃO Técnica utilizada em materiais a fresco ou fixados que não possam ser processados. Cortes de congelação são utilizados para diagnósticos imediatos. Criostato 7 - COLORAÇÃO É a operação pela qual os tecidos são submetidos à ação de substâncias capazes de tingir seus constituintes. • COLORAÇÃO DE ROTINA. • COLORAÇÃO ESPECIAL OU ESPECÍFICA. COLORAÇÃO DE ROTINA OU HEMATOXILINA - EOSINA (HE) É a mais antiga coloração combinada (1863) e a mais difundida em todos os laboratórios de anatomia patológica. O HE constitui a coloração básica geral. COLORAÇÕES ESPECIAIS: 1. Gomori ou Reticulina: cora as fibras reticulares em negro. 2. Tricrômico: cora o colágeno em azul. 3. PAS (Periodic Acid-Schiff): cora fungo, membrana basal e glicogênio em rosa.44 4. FITE-Faraco, Ziehl-Neelsen: cora os bacilos álcool-ácido resistentes (B.A.A.R) de Hansen e Koch) em vermelho vivo; núcleos em azul intenso e citoplasma em azul celeste. 5. Brown-Hopps ou Gram: Cora bactérias Gram + (estafilococo, clostrídio, etc.) em azul intenso. Bactéria Gram – (gonococo, salmonela, etc.) em vermelho. 6. Giemsa: Método mais eficiente para a pesquisa de protozoários (leishmaniose, moléstia de Chagas, toxoplasmose, malária), bactérias (H.Pylori), riquétsias cora em azul negro. 7. GMS: Cora fungos em preto. 8. Verhoeff: Fibras elásticas em preto. 9. Levaditi: Cora treponemas em negro em fundo amarelado. 10. Perl’s: Cora ferro em azul. 11. Vermelho Congo: Cora amilóide em vermelho. 10. Mucicarmin: Cora muco ácido em rosa. 3.8-MONTAGEM OU COBERTURA É a operação pela qual as secções coradas são protegidas através da utilização de lamínula e meio de montagem (cola). • PERMANENTE. • AQUOSO. COLORAÇÕES ESPECIAIS COLORAÇÕES ESPECIAIS COLORAÇÕES ESPECIAIS COLORAÇÕES ESPECIAIS TÉCNICA CITOLÓGICA APLICADA À ANATOMIA PATOLÓGICA A técnica citológica aplicada à anatomia patológica é aquela destinada ao estudo morfológico de células livres ou isoladas dos tecidos, constituindo a citopatologia, exame citológico ou citopatológico ou ainda citologia diagnóstica. MODALIDADES DE TÉCNICA CITOLÓGICA A) Esfregaços de secreções e líquidos orgânicos (citologia esfoliativa); B) Esfregaços de biópsias por aspiração; C) Decalque (imprint) da superfície de corte de peças cirúrgicas. FIXAÇÃO Qualquer célula isolada fora do organismo sofre autólise, de forma mais rápida que nos tecidos.Portanto a fixação deverá ser imediata. A fixação do exame citológico pode ser feito de duas maneiras: pela dessecação (hematologia) ou pela ação de líquidos fixadores (o álcool é o fixador mais adequado e econômico), pode-se utilizar mistura de álcool-éter, acetona, álcool metílico ou isopropílico, mas não oferecem maiores vantagens. IMUNO-HISTOQUÍMICA Método relativamente recente de técnica histológica, a imunoistoquímica (IHQ) consiste no uso de anticorpos selecionados para identificar antígenos específicos. Estas reações são muito sensíveis, podendo detectar pequeníssimas quantidades das substâncias em amostras fixadas e incluídas de modo rotineiro. Antígenos Substância que ao ser introduzida no organismo, estimula uma resposta imune, com a produção de anticorpos. O antígeno é a substância que se quer demonstrar. Anticorpos São proteínas séricas (imunoglobulinas) produzidas em resposta a substâncias específicas, os antígenos. Num preparado imuno-histoquímico, essa ligação do anticorpo com o antígeno traduz-se por marcador colorido no local da reação. INDICAÇÕES: Visualizar componentes celulares ou microorganismos préviamente não identificáveis. O patologista experiente só lança mão de IHQ quando esgota todas as técnicas histológicas clássicas. 2. EXEMPLOS DE MARCADORES IMUNO-HISTOQUÍMICOS: #Ki-67 (Mib1): Marca uma proteína presente em todas as fases do ciclo celular, menos na fase G0. #CD 34: Marcador de células hematopoiéticas primitivas e de células endoteliais. #EMA (Antígeno de membrana epitelial) : Marcador de diferenciação epitelial, presente em grande parte dos adenocarcinomas. ACABOU!
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