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Introdução: A Dentística Restauradora é a especialidade que trata da recuperação de dentes com alteração morfológica, estética e funcional. Na realidade, hoje, o preparo cavitário sofreu significativas mudanças graças ao surgimento de novos materiais protetores e restauradores culminando em novas concepções. Porém, o amálgama continua a ocupar um espaço importante na área da restauração dental. Quanto aos preparos cavitários, estes foram executados de forma empírica até o final do século passado. Em 1908, Black elaborou as primeiras normas para se confeccionar um preparo cavitário, denominando de Princípios Gerais do Preparo Cavitário. Segundo Mondelli et al, Nomenclatura é o conjunto de termos peculiares a uma arte ou ciência pelos quais indivíduos de mesma profissão são capazes de se entenderem mutuamente, portanto, é necessário o conhecimento das nomenclaturas das cavidades para o entendimento e informações entre os profissionais da área odontológica em como realizar o preparo de uma cavidade. 1) Desta forma, podemos classificar as cavidades em patológicas e preparadas: a) Cavidade Patológica é a cavidade provocada por processo de destruição das estruturas duras do dente. Cavidade Patológica b) Cavidade Terapêutica é são realizadas nos casos em que a lesão cariosa, abrasão, erosão, abfração,fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometimento a estruturas coronárias parcial ou totalmente. Cavidade Terapêutica c) Cavidades Protéticas: São preparadas para servir como retentores ou apoio para próteses fixas e removíveis 2- A Profundidade, de acordo com a profundidade de um preparo cavitário será colocado um material para proteção do complexo dentino- pulpar, para que o dente não tenha sensibilidade ou mesmo dor após o tratamento restaurador executado. É fundamental visualizar radiograficamente a profundidade de uma lesão cariosa antes de se iniciar o tratamento. Estas podem ser classificadas em: 1- Superficial, 2- Rasa, 3- Média, 4- Profunda 5- Bastante profunda. NOMENCLATURA DAS CAVIDADES 1. Partes que constituem uma cavidade: A) Paredes B) Ângulos A) Paredes 1) Circundantes: são as paredes laterais da cavidade e recebem o nome da face do dente a que correspondem ou da qual estão mais próximas. 2) De fundo: correspondem ao soalha da cavidade e podem ser chamadas de: - Axial: quando for paralela ao longo eixo do dente. - Pulpar: quando for perpendicular ao longo eixo do dente. B) Ângulos: São formados pela união de paredes da cavidade e recebem o nome da combinação dos nomes das mesmas. - Ângulos Diedros :São formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os respectivos nomes. Podem ser de: a. Ângulos Diedros de 1° grupo- encontro de duas paredes circundantes.b. Ângulos Diedros de 2° grupo- encontro de duas paredes, uma de fundo com uma circundante. c. Ângulos Diedros de 3° grupo- encontro de duas paredes de fundo. - Ângulos Triedros: Encontro de 3 paredes, uma circundante e duas de fundo ou duas circundantes e uma de fundo. - Ângulo Cavossuperficial: Ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente. CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES Uma cavidade pode ser denominada de acordo com: 1) Número de faces que serão envolvidas no preparo cavitário. - SIMPLES: quando apenas uma face é envolvida no preparo cavitário - COMPOSTA: Quando duas faces são envolvidas no preparo cavitário. - COMPLEXA: Quanto três ou mais faces são envolvidas no preparo cavitário. 2) Nome das faces que serão envolvidas no preparo cavitário. Face M ou Mesia Face O ou Oclusal Faces MOD ou Mésio ocluso distal Quanto a forma e extensão do preparo cavitário. Intracoronárias : INLAY: É também conhecida como intracoronaria, esta dentro da coroa e não tem envolvimento de nenhuma cúspide. Extracoronárias parciais: ONLAY e OVERLAY: é quando uma cúspide foi perdida ou pela carie ou fratura dentaria (aqui há reconstrução de sulco, forma, função e etc.. Extracoronárias Totais: Aqui todas as cúspides foram perdidas (é também conhecida como coroa total), aqui utilizamos coroas de metal, cerâmica, ouro, resina e etc... para reparar a função, mastigação, estética e etc... . INLAY ONLAY OVERLAY COROA Classificação de Black: De acordo com essa classificação de Black os preparos são divididos em classificação etiológica de Black e classificação artificial de Black. a) Classificação Etiológica de Black, é baseada nas regiões dos dentes suscetíveis à cárie, sendo regiões de cicatrículas e fissuras e regiões de superfícies lisas. - Cavidades de Cicatrículas e fissuras: são todas as regiões do dente que apresentam nestas regiões: Oclusal de Molares e Pré-Molares, Palatina de anteriores superiores, 2/3 da face vestibular de molares inferiores e 2/3 da face palatina de molares superiores. - cavidades de Superfície Lisas são as outras regiões do dente que não apresentam cicatrículas e fissuras. b) Classificação Artificial de Black, São cavidades reunidas em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração. São estas, classe I, classe II, classe III, classe IV, classe V. - Cavidades de CLASSE I: Acomete a região de cicatrículas e fissuras normalmente dos posteriores pode também acometer a face palatina dos dentes anteriores.(cíngulo de incisivos e caninos). - Cavidades de CLASSE II: São cavidades preparadas nas faces proximais de dentes posteriores, molares e Pré-Molares. - Cavidades de CLASSE III: são cavidades preparadas nas faces proximais de dentes anteriores sem comprometimento do ângulo incisal. - Cavidades de CLASSE IV: São cavidades preparadas nas faces proximais de dentes anteriores com comprometimento do ângulo incisal. - Cavidades de CLASSE V: São cavidades preparadas no terço cervical das faces vestibular e lingual de todos os dentes. MODIFICACOES DA CLASSIFICACAO ARTICICIAL BLACK SÃO DUAS: RESTAURAÇÕES ATÍPICAS: Fraturas: colagem única do fragmento, colagem do fragmento + resina composta, restauração total com resina composta. Planejamento: diagnostico, avaliação, orientação preventivas, profilaxia, exame clinico e radiografia, tipos de fraturas. Sequência operatória: profilaxia, escolha da cor, proteção pulpar, acabamento, polimento e pode-se utilizar moldagem de silicona. Diastema: não há desgaste dentário, utiliza-se condicionamento ácido com sistema adesivo. Classe VI de Howard e Simom: são cavidades preparadas na ponta de cúspides de dente posterior ou bem na incisal dos incisivos. Class I e de Sockwell: classe I ("de ponto") Cavidades preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes (de ponto) na face vestibular dos dentes anteriores. OBS: um outro tipo de cavidade que iremos encontrar é o : Slot vertical de Markley: faz se o movimento com a broca que acessa somente a carie que esta na proximal, mantendo a integridade da oclusal. Slot horizontal: entra com a broca horizontalmente ; É muito mais conservador; Não precisa retirar a crista marginal; retira a carie fazendo a limpeza no ponto de contato. Aqui para fazer o acesso você precisa de duas situações para acessar a horizontal: 1. O paciente precisa ter um diastema e 2.O paciente precisa ter uma ausência de um elemento dentário próximo ao dente que será trabalhado. Cavidade tipo túneo: faz- se um acesso por baixo da carie, mantendo a crista marginal. OBS: A crista marginal é uma estrutura de reforço do dente e devemos tentar mante-la quando for possível Ainda nas classificações complementares a de Black, Conceição Leite desenvolveu uma pequena alteração à classificação original. Sendo, a) Cavidade Tipo I : SEM envolvimento de cúspide e COM envolvimento de cúspide b) Cavidade Tipo II: SEM envolvimento decrista marginal e COM envolvimento de crista marginal. E as demais segue o definido por Black. E Galan subdividiu a classe IV de Black de acordo com sua extensão em tipos, como o esquema abaixo. Referências Bibliográficas: 1. http://www.dicionarioinformal.com.br/nomenclatura/ 2. MONDELLI, José. Fundamentos de dentística operatória. São Paulo: Santos Livraria Ed, 2010. 3. BLACK, G. V. Operative Dentistry. CHICAGO: Medico Dental, 1908. 4. MONDELLI, José. Fundamentos de dentística operatória. São Paulo: Santos Livraria Ed, 2002. 5. BUSATO, A L S et al. Dentística Filosofia, Conceitos e Prática clínica- GBPD, São Paulo. Ed. Artes Médicas, cap. 3 Nomenclatura e Classificação das cavidades e princípios gerais do preparo cavitário. 2005, pag. 65:94.