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Nomenclatura da classificação da cavidade


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A cavidade preparada em um dente pode ser denominada de acordo com: 
 O número de faces em que ocorre: 
 
 Simples - uma só face 
 Composta - duas faces 
 Complexa - três ou mais faces 
 
 As faces do dente envolvidas, recebendo o nome das respectivas faces. Exemplos: 
 
 Cavidade preparada na face oclusal: cavidade oclusal 
 Cavidade que se estende da face oclusal à face mesial: cavidade mésio-oclusal 
 Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e distal: cavidade 
mésioocluso-distal 
 Quando a preparação envolve as faces mesial, oclusal e lingual: cavidade 
mésio-ocluso-lingua 
 
 A forma e extensão das cavidades: intracoronárias, intra-extracoronárias, 
extracoronárias parciais e extracoronárias totais. 
 
 Inlay (incrustação ou restauração intracoronária 
 
 Onlay (cobertura ou proteção parcial de cúspides) 
 
 Overlay (cobertura total das cúspides) 
 
 Esses termos em inglês são frequentemente empregados para definir cavidades 
ou restaurações indiretas, de diferentes tamanhos, independentemente do 
material restaurador (liga metálica, porcelana ou resina de laboratório) 
 
 lntracoronárias (ínlay) 
 
- São cavidades confinadas no interior da estrutura dentária, como se fosse uma 
caixa aberta superiormente (sem tampa) 
 
- Exemplos: cavidade de Classe I oclusal, Classe Vves- .tibular, Classe li 
composta MO ou DO, e complexas MOO, sem redução cúspide 
 
 
 lntra-extracoronárias 
 
- São preparos cavitários que podem apresentar cobertura parcial (onlay) ou total 
das cúspides (overlay) e/ou de outras faces do dente 
 
- Exemplos: cavidades MOO, com redução de uma, duas ou ma.is cúspides 
(onlay) ou cavidade MOO com redução de todas as cúspides (overlay) 
 
 Extracoronárias parciais 
 
- São preparos dentários que envolvem três faces axiais do dente (mesial, distal e 
lingual) e a face oclusal ou incisal 
 
- Exemplo: preparo dentário para coroa parcial 3/4 em dentes anteriores, e 
preparo dentário para coroa parcial 4/5 em dentes posteriores, com redução 
parcial (onlay) ou total ( overlay) das cúspides ou da borda incisal 
 
 Extracoronárias totais 
 
- São preparas dentários em que todas as faces axiais e oclusal ou incisai do 
dente são reduzidas e recobertas (overlay) pelo material restaurador 
 
- Exemplo: preparo dentário para coroa total 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Planos dentárias 
 Plano horizontal - É perpendicular ao eixo longitudinal do dente e corta-o em qualquer 
ponto de sua longitude, recebendo o nome da superfície por onde passa 
 
 Plano vestíbulo-lingual - Chamado também de áxio-buco-lingual, é o plano paralelo 
ao eixo longitudinal. Divide o dente em duas posições: uma mesial e outra distal e 
recebe o nome dessas faces, quando passa tangente a elas. Nos dentes anteriores 
recebe a denominação de plano labiolingual ou palatino 
 
 Plano mésio-distal - É vertical e paralelo ao eixo longitudinal. Divide o dente em duas 
partes, uma vestibular e outra lingual. Recebe o nome dessas faces quando passa 
tangente a elas. Também é denominado plano áxio-mésio-distal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nomenclatura das partes constituintes das cavidades . 
 
 A partes constituintes das cavidades são: 
 Paredes 
 Ângulos diedros 
 Ângulos triedros 
 Ângulos cavossuperficiais. 
 
Paredes 
 
 Paredes são os limites internos das cavidades e podem ser: 
 
 Circundantes: paredes laterais da cavidade que recebem o nome da face do 
dente à qual correspondem ou da qual estão mais próximas 
 
 De fundo: correspondem ao assoalho da cavidade e podem ser chamadas de 
axial, quando se apresentam paralelas ao eixo longitudinal do dente e pulpar, 
quando perpendiculares ao eixo longitudinal do dente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ângulos diedros 
 São formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados segundo a 
combinação de seus respectivos nomes 
 
 Os ângulos diedros, segundo Black, podem ser do primeiro grupo, formados pela 
junção das paredes circundantes 
 
 Exemplos: gengiva-lingual; vestíbulo-gengival, etc 
 
 Do segundo grupo, formados pela união de uma parede circundante com a parede de 
fundo da cavidade 
 
 Exemplos: línguo-pulpar; gengiva-axial, etc. Do terceiro grupo, formados pela união 
das paredes de fundo da cavidade. Exemplos: áxio-pulpar e áxio-axial 
 
Ângulos triedros 
 
 São formados pelo encontro de três paredes e denominados de acordo com as suas 
respectivas combinações 
 
 Exemplos: vestíbulo-pulpo-axial; língua-gengiva-axial etc 
 
 Observação: uma exceção às regras de nomenclatura dos ângulos diedros e triedros 
encontradas nas cavidades de Classe Ili, nas quais a junção das paredes constituintes 
forma ângulos diedros e triedros incisais, não recebendo, portanto, a denominação das 
paredes que os formam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ângulo cavossuperficial 
 
 É o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do 
dente 
 
 O termo cavossuperficial é usado especialmente para indicar a forma que se deve dar a 
este ângulo em determinada porção da margem do esmalte ou do contorno marginal 
externo da cavidade 
 
 O ângulo cavossuperficial também é denominado margem, embora este termo sirva 
para designar mais precisamente a linha de união da superfície externa do dente com a 
borda do material restaurador colocado na cavidade (também denominado interface 
dente/restauração) 
 
 
 
 
 
 
 Classificação das cavidades . 
 
 De modo geral, podem ser classificadas, de acordo com a finalidade, em terapêuticas e 
protéticas, e de acordo com a profundidade 
 
 As terapêuticas são aquelas realizadas em casos nos quais a lesão cariosa, abrasão, 
erosão, fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes-tenham comprometido a 
estrutura coronária parcial ou totalmente, cujo preparo cavitário é condicionado a uma 
restauração individual do dente, visando a reconstrução morfológica, funcional e 
estética 
 
 As protéticas são as preparadas para que as restaurações possam servir como 
retentores ou apoio para próteses fixas e removíveis, podendo ser realizadas tanto em 
dentes afetados quanto em dentes hígidos. 
 
 Quando realizadas em dentes com coroas clínicas parcial ou totalmente destruídas, não 
deixam de ser também terapêuticas, pois reconstroem o dente e funcionam como 
retentores ou apoio das próteses. 
 
 Segundo Mondelli, a profundidade das cavidades está relacionada com a espessura da 
dentina remanescente entre o seu assoalho e a polpa, na dependência do grau de 
penetração das lesões dentárias, o que condiciona prepares cavitários em várias 
profundidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Black propôs dois tipos de classificação: uma etiológica baseada nas áreas dos dentes 
suscetíveis à cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a 
localização anatômica: cavidades de cicatrículas e fissuras, cavidades de superfícies 
lisas e, outra, artificial, na qual reuniu cavidades em classes que requerem a mesma 
técnica de instrumentação e restauração 
Classe I 
 
 Cavidades preparadas em regiões de má coalescência de esmalte 
 Cicatrículas e fissuras 
 Na face oclusal de pré-molares e molares, 
 2/3 oclusais da face vestibular dos molares 
 Na face lingual dos incisivos superiores 
 Ocasionalmente, na face palatina dos molares superiores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classe ll 
 
 Cavidades preparadas nas faces proximais dos pré-molares e molaresClasse lll 
 
 Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do 
ângulo incisal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classe IV 
 
 Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e 
restauração do ângulo incisal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classe V 
 
 Cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e 
lingual de todos os dentes 
 
 Observação: as Classes ll , lll, IV e V ocorrem em superfícies lisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cavidades modernas – Classe Vl de Howard e Simon 
 
 Lesões de cárie/cavidades localizadas nas bodas incisais de dentes anteriores e/ou 
pontas de cúspides de dentes posteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classe l de Sockwell 
 
 Lesões de cárie/cavidades localizadas em região de cicatrículas e fissuras incipientes 
(de ponto), na vestibular de dentes anteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Princípios gerais do preparo cavitário . 
 
 A Dentística é a especialidade da Odontologia que estuda e aplica de forma integrada 
o conjunto de procedimentos semiológicos, operatórios, preventivos, terapêuticos e 
educativos com o objetivo de preservar e devolver ao dente, órgão do sistema 
estomatognático, sua integridade estrutural, funcional e estética 
 
 Black foi o primeiro a idealizar uma sequência lógica de procedimentos para o preparo 
de cavidades, muitos de seus conceitos são ainda relevantes; porém, em função da 
evolução técnico-científica torna-se necessário adequa- los às condições atuais, 
mantendo porém os seus princípios 
 
 Entre as evoluções ocorridas estão: o controle da incidência e gravidade da doença 
cárie, uma compreensão mais abrangente da lesão, seu processo evolutivo e 
possibilidade de detecção precoce da doença cárie, além dos progressos significativos 
da tecnologia e instrumentação e do aperfeiçoamento dos materiais existentes para 
restaurar a estrutura dentária. 
 
 Assim, os conceitos de Black foram aperfeiçoados, mas seus princípios preventivos 
continuam válidos. 
 
 Por exemplo, até 1970, fazia-se a "extensão preventiva", atualmente faz-se a 
"prevenção da extensão" durante a instrumentação de uma cavidade 
 
 A finalidade de uma ordem de procedimentos é que ela sirva de guia geral, que 
possibilite a racionalização dos prepares cavitários por etapas inter-relacionadas, que 
conduzam ao fim almejado; não constitui, portanto, um conjunto de regras inflexíveis. 
 
 Para desenvolver um procedimento ordenado e satisfazer os requisitos das diferentes 
formas cavitárias possíveis, devem ser seguidos princípios específicos para cada tipo 
de material restaurador 
 
 A ordem geral de procedimentos no preparo de uma cavidade, de acordo com Black é 
a seguinte: 
 
 Forma de contorno: define a área de superfície do dente a ser incluída no 
preparo cavitário 
 
 Forma de resistência: característica dada à cavidade para que as estruturas 
remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir às forças 
mastigatórias. 
 
 Forma de retenção: forma dada à cavidade para torná-la capaz de reter a 
restauração, evitando o seu deslocamento 
 
 Forma de conveniência: etapa que visa possibilitar a instrumentação adequada 
da cavidade e a inserção do material restaurador 
 
 Remoção da dentina cariada remanescente: procedimento para remover toda a 
dentina cariada que permaneça após as fases prévias do preparo 
 
 Acabamento das paredes e margens de esmalte: consiste na remoção dos 
prismas de esmalte fragilizados, pelo alisamento das paredes internas de 
esmalte da cavidade, ou no acabamento adequado do ângulo cavossuperficial 
 
 Limpeza da cavidade: remoção de partículas remanescentes das paredes 
cavitárias, possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade 
completamente limpa. 
 
obs: Em algumas circunstâncias, esta ordem de procedimentos pode ser 
alterada, como, por exemplo, no caso de cáries extensas, nas quais a remoção 
da dentina deve preceder às outras etapas do preparo. 
 
 
 
 
 
Formas de contorno 
Materiais permanentes 
 A forma de contorno deve englobar todo o tecido cariado e áreas suscetíveis à 
cárie a serem restauradas 
 
 Alguns princípios básicos devem ser considerados ao se determinar a forma de 
contorno de uma cavidade: 
 
1) Idealmente, todo esmalte sem suporte dentinário friável deve ser removido ou 
então, quando não friável, apoiado sobre um material adesivo calçador (resina 
composta ou cimento ionomérico) 
 
2) As margens do preparo (ângulo cavo-superficial) devem estar localizadas em 
áreas de “relativa imunidade à cárie” e possibilitem um correto acabamento das 
margens de restauração 
 
3) As margens de preparo (ângulo cavossuperficial) devem, sempre que 
possível, preservar as estruturas de reforço do dente 
 
4) Devem ser observadas as diferenças de procedimentos entre cavidades de 
cicatrículas e fissuras e cavidades de superfície lisa 
 
Cavidades de cicatrículas e fissuras 
 Para o correto planejamento da forma de contorno nessas áreas do dente, deve-se ter 
em mente vários fatores: 
 
Extensão da cárie 
 Considerando que a cárie se propaga como dois cones superpostos pelas bases1 , na 
junção amelo-dentinária, a forma de contorno deve englobar tanto a extensão 
superficial da cárie como a sua propagação ao longo dessa junção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Extensão de conveniência 
 
 A forma de contorno também deve englobar todas as cicatrículas, fissuras e sulcos 
muito profundos e próximos à cárie para permitir um bom acabamento das bordas da 
restauração. 
 
 Verifica-se, portanto, que a forma de contorno variará conforme os detalhes 
anatômicos de cada dente. As estruturas de reforço dos dentes, como as cristas 
marginais, pontes de esmalte, arestas e vertentes de cúspide, devem ser preservadas 
durante o preparo da cavidade, a menos que tenham sido envolvidas pela cárie 
 
 
 Quando duas cavidades distintas se encontram separadas por uma estrutura sadia de 
menos de 1 mm, elas devem ser unidas em uma única cavidade, a fim de eliminar essa 
estrutura dentária enfraquecida. Em caso contrário, essa estrutura deverá ser mantida, 
preparando-se duas cavidades distintas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Idade do paciente 
 
 Em pacientes idosos, nos quais as faces triturantes dos dentes apresentam desgaste 
oclusal funcional acentuado e os sulcos tenham praticamente desaparecido, a forma de 
contorno deve se limitar à remoção do tecido cariado e à determinação de paredes em 
dentina e esmalte hígidos 
 
Cavidades de superfícies lisas 
 O processo carioso em superfícies lisas propaga-se mais em extensão do que em 
profundidade. Alguns fatores já citados para o caso das cavidades de cicatrículas e 
fissuras devem ser observados também para a determinação da forma de contorno em 
cavidades de superfícies lisas: 
 
 A cárie, que nesses casos se propaga como dois cones superpostos, ápice contra base, 
na junção amelo-dentinária, deve ser totalmente incluída no delineamento do contorno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O ângulo cavossuperficial da cavidade deve ser estendido até que seja encontrada uma 
estrutura dental sadia e o preparo possibilite um bom acabamento da margem da 
restauração 
 
 O esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sã 
 
 Além dessas considerações, outros fatores influem na determinação da forma de 
contorno dessas superfícies: 
 
 Extensão para gengival: do ponto de vista clínico, a extensão ideal da parede 
gengival dos preparas cavitários seria aquela que pudesse ser determinada o 
mais distante possível do tecido gengival. Essa condição facilitaria todos os 
procedimentos operatórios, tais como acabamento de margem, isolamento do 
campo operatório, adaptação da matriz, remoção de possíveis excessos, 
moldagens etc. 
 
 Todavia, essasituação ideal não é atingida em todos os casos, uma vez que a extensão 
no sentido gengival é governada por uma série de fatores: 
 
 Estética: a estética, principalmente na região ântero-superior da boca, é muito 
importante e determina a localização subgengival do limite cervical das 
restaurações fundidas estéticas 
 
 Retenção: coroas clínicas curtas, pouca estrutura dentária remanescente ou 
cavidade com paredes axiais sem altura satisfatória, que impossibilitam a 
retenção friccional da restauração, algumas vezes determinam a extensão 
subgengival do limite cervical das restaurações fundidas. Nesses casos, este 
ultrapassa os limites da lesão cariosa, determinando o término cervical da 
restauração subgengivalmente. 
 
 
 
Forma de Resistência 
 A forma de resistência baseia-se em princípios mecânicos, pois os movimentos 
mandibulares dão origem a forças que podem provocar a fratura das paredes cavitárias 
ou do material restaurador 
 
 Assim, certos princípios relacionados com a estrutura dentária remanescente e com o 
material restaurador devem ser seguidos a fim de se determinar a forma de resistência 
 
 De acordo com os conceitos clássicos, as paredes circundantes da caixa oclusal para o 
material restaurador amálgama devem ser paralelas entre si e perpendiculares à parede 
pulpar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Paredes pulpar e gengival planas, paralelas entre si e perpendiculares ao eixo 
longitudinal do dente, possibilitam uma melhor distribuição dos esforços 
mastigatórios 
 
 Por outro lado, o estabelecimento de paredes circundantes da caixa oclusal paralelas 
entre si proporcionam bordas de restauração com espessura insuficiente para suportar 
as cargas mastigatórias, devendo-se, principalmente no caso de dentes com acentuado 
grau de inclinação das vertentes de cúspides, confeccionar paredes circundantes 
convergentes para oclusal, a fim de permitir um maior volume de borda para a 
restauração 
 
 O ângulo cavossuperficial ideal das cavidades para amálgama deve ser de 90º, para 
compensar a baixa resistência de borda desse material: Contudo, nem sempre a 
estrutura dentária permite essa angulação, sem que os prismas de esmalte marginais 
das vertentes de cúspides fiquem fragilizados; nesse caso são aceitáveis margens com 
pelo menos 70º 
 
 As paredes vestibular e lingual da caixa proximal, em cavidades para amálgama, 
devem ser convergentes para oclusal, pois, além de oferecerem uma forma auto-
retentiva à caixa proximal, no sentido gengivo-oclusal, essa convergência preserva 
maior quantidade de tecido da crista marginal e expõe em menor grau a restauração às 
forças mastigatórias nessa região, que são áreas de apoio dos contatos oclusais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para restaurações metálicas fundidas, as paredes vestibular e lingual da caixa 
proximal devem ser divergentes no sentido gengivo-oclusal e áxio-proximal, em 
função da resistência de borda que o material apresenta e, também, como forma de 
conveniência para o plano de inserção e remoção da peça 
 
 No caso de presença de concavidades nas paredes pulpar e axial, após a remoção da 
cárie, convém que elas sejam reconstruídas e/ ou regularizadas com bases protetoras 
adequadas, porém com o material restaurador sempre apoiado em dentina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Idealmente, o esmalte deve ficar apoiado em dentina hígida, a fim de evitar que fique 
sem suporte e consequentemente fragilizado, podendo se fraturar sob ação dos 
esforços mastigatórios. Quando o apoio da estrutura de esmalte sobre dentina sadia 
não for possível, o esmalte, quando não-friável, deverá ser calçado por material com 
características adesivas (resinas compostas e cimentos ionoméricos), ou reduzido e 
depois protegido por material restaurador que possua propriedades mecânicas 
satisfatórias para essa finalidade 
 
 A profundidade da cavidade deve ser adequada de modo a permitir uma espessura 
mínima de material, suficiente para sua resistência. Se tal princípio não for seguido, 
poderá haver fratura do corpo da restauração. Como se percebe, a forma de resistência 
também está diretamente relacionada com a própria resistência do material 
restaurador, sendo fator preponderante a sua indicação precisa para cada caso. 
 
 Materiais frágeis nas bordas, como o amálgama, exigem restaurações mais espessas, 
que não permitem acabamento marginal em forma de bisei e sim paredes terminando 
em ângulo reto com a superfície externa do dente. As restaurações metálicas fundidas 
oferecem a possibilidade de proteção às estruturas remanescentes e resistência às 
forças mastigatórias, e geralmente exigem bisei de acabamento 
 
 Deve-se dar atenção à obtenção da forma de resistência dos dentes despolpados, em 
virtude da estrutura dental remanescente apresentar-se enfraquecida e/ou quebradiça; 
assim, as cúspides devem ser reduzidas pelo preparo da cavidade e cobertas com 
material restaurador adequado, no caso, restauração fundida, a fim de evitar possíveis 
fraturas durante a mastigação 
 O ângulo áxio-pulpar deverá ser arredondado, para diminuir a concentração de 
esforços capazes de provocar a fratura do material restaurador, como por exemplo o 
caso de amálgama em cavidade de Classe ll 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forma de retenção 
 A forma de retenção é conseguida mecanicamente pela configuração interna da 
cavidade (inclinação das paredes), por retenções adicionais (sulcos, orifícios, 
canaletas, pinos metálicos) e pelo atrito friccionai do material restaurador com as 
paredes da cavidade, além de adesão micromecânica proporcionada pelos sistemas e 
materiais adesivos 
 
 A finalidade da forma de retenção é evitar o deslocamento da restauração por: 
 
 1) ação das forças mastigatórias 
 2) tração por alimentos pegajosos 
 3) diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e a 
estrutura dentária, especialmente nos casos das resinas restauradoras. 
 
Tipos de retenção 
 
 Os tipos de retenção incluem: 
 
1) retenção por atrito do material restaurador 
 
 2) retenções mecânicas adicionais, como cauda de andorinha, sulcos, canaletas, 
orifícios e pinos metálicos 
 
3) retenções micromecânicas, pelo condicionamento ácido do esmalte e da dentina 
para resinas restauradoras 
 
 A abordagem para obter formas de retenção adequadas difere conforme o tipo de 
cavidade a ser preparada e o sistema 
 
Cavidade simples 
 
 Nas cavidades tipo Black para amálgama, pode-se aplicar o princípio geral por ele 
enunciado: "quando a profundidade de uma cavidade for igual ou maior que sua 
largura vestíbulo-lingual, por si só ela será retentiva" 
 
 Contudo, se a abertura vestíbulo-lingual for maior que a profundidade, deverão ser 
providenciadas retenções mecânicas adicionais internas determinadas em dentina, na 
base das cúspides ou, como recomenda Markley, devem ser preparadas as paredes 
vestibular e lingual convergentes para oclusal, tornando a cavidade autoretentiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No caso da cavidade se apresentar estritamente de superfície lisa (Classe V), essas 
retenções adicionais deverão ser realizadas em dentina, nas paredes oclusal ou incisai 
e gengival 
 
 Cavidades compostas e complexas O problema da retenção nessas cavidades é mais 
complexo, pois, além das retenções individuais de cada caixa, existe uma 
interdependência entre elas 
 
 Assim, alguns procedimentos poderão ser adotados a fim de se conseguir a 
estabilidade da restauração, entre os quais: 
 
 CAUDA DE ANDORINHA OCLUSAL E SULCOS PROXIMAIS 
 
 A cauda de andorinha representada pela caixa oclusal auxilia a retenção de 
restaurações de cavidade próximo-oclusais, no entanto, do ponto de vista biológico e 
mesmo da resistência da estrutura dentária remanescente, não é vantajosa 
 Por outro lado, em cavidades de Classe ll, próximo-oclusais conservadoras, enquanto 
a cauda de andorinha aumenta em aproximadamente quatro vezes a retenção da 
restauraçãona cavidade no sentido áxio-proximal, a confecção de sulcos proximais, 
vestibular e lingual aumenta aproximadamente em dez vezes essa retenção, com a 
vantagem de economizar estrutura dentária constituindo um procedimento 
biomecânico mais recomendável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCLINAÇÃO DAS PAREDES VESTIBULAR E LINGUAL DA CAIXA PROXIMAL 
 
 Quando o material restaurador for direta (amálgama e resina composta), essas 
paredes podem ser convergentes para oclusal, de forma que na porção gengival 
as margens fiquem em zonas de autóclise e, na região oclusal, a restauração 
fique menos exposta às forças de mastigação 
 
 Nas cavidades para restaurações metálicas fundidas as paredes devem 
apresentar divergência mínima para oclusal, apenas o suficiente para possibilitar 
a moldagem e a remoção do padrão para fundição sem distorções, a 
retentividade para esse tipo de restauração é promovida pelo embricamento 
mecânico entre as paredes das incrustações, as paredes cavitárias e o agente 
cimentante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando houver necessidade de retenções adicionais, estas poderão ser feitas em 
forma de sulcos ou canaletas nas paredes vestibular e lingual da caixa proximal , 
ou pela inclinação da parede gengival no sentido áxio-pulpar 
 
SULCOS PROXIMAIS 
 
 Recurso retentivo confeccionado à custa das paredes vestibular e lingual da 
caixa proximal, com o objetivo de se evitar o deslocamento lateral da 
restauração quando da incidência de uma carga oclusal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 De forma geral, essas retenções são confeccionadas com brocas tronco-cônicas 
e são efetivas espacialmente para as restaurações de amálgama próximooclusais 
(MO ou MOD) 
 
PINOS METÁLICOS 
 
 Outro recurso para aumentar a retenção e estabilidade das restaurações feitas 
em cavidades muito extensas, tanto para amálgama como para incrustação 
fundida, é o uso de pinos ancorados em dentina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forma de Conveniência 
 Esse ato operatório depende das propriedades do material restaurador, dos métodos 
empregados para a confecção da restauração e da localização e extensão da lesão 
 
 Assim, para restaurações de dentes anteriores, certos passos prévios ao preparo da 
cavidade, como isolamento absoluto do campo operatório e separação dos dentes, são 
formas de conveniência para se obter o controle da saliva e/ou do sangramento 
gengival, e/a retração da-gengiva para melhor visibilidade e acesso ao campo a ser 
operado 
 
 Quando houver necessidade de aumentar a extensão da cavidade, para facilitar a 
instrumentação, esse acesso, sempre que possível e por motivos estéticos, deve ser 
feito por lingual 
 
 Nas cavidades para ouro em folha são confeccionados pontos de início para a 
condensação do material 
 
 Esta é uma forma de conveniência especial que consiste na confecção de retenções 
adicionais internas feitas com pequenas brocas esféricas nos ângulos triedros da 
cavidade 
 
 Nos casos de cárie incipiente em cavidades de Classe ll , o acesso à lesão proximal 
para instrumentação por meio das faces oclusal ou vestibular, mesmo que estas não 
estejam cariadas, é considerado uma forma de conveniência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A confecção da parede pulpar inclinada de vestibular para lingual, em pré-molares 
inferiores, e da parede axial convexa, em preparas de Classe V, acompanhando a 
superfície externa do dente, constitui forma de conveniência biológica, pois evita a 
exposição pulpar e preservam estrutura dentária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Remoção da Dentina Cariada Remanescente . 
 
 Quando a cárie é incipiente, a remoção da dentina cariada é concomitante com as 
outras fases do preparo cavitário. No entanto, se permanecer cárie após as fases 
prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão 
no assoalho cavitário. 
 
 Essa depressão deverá ser preenchida com uma base protetora adequada até atingir o 
nível da parede de fundo, possibilitando uma distribuição uniforme das forças que 
incidem sobre a restauração. 
 
 Por outro lado, quando a cárie for extensa e profunda, a remoção poderá ser feita antes 
da delimitação da forma de contorno externa. 
 
 A progressão da cárie em dentina é caracterizada por duas áreas, segundo Sturdevant 
e Mondei : 
 
1) Área de dentina profunda afetada: é a dentina desmineralizada mas não infectada, 
sem presença de microrganismo essa dentina pode ser preservada e protegida no ato 
operatório 
 
2) Área da dentina infectada: é a dentina mais superficial e significantemente invadida 
por microrganismos e que deve ser removida. 
Acabamento das Paredes e Margens de Esmalte 
 A finalidade do acabamento das paredes e margens de esmalte é promover à. 
remoção das suas irregularidades e prismas de esmalte sem suporte, friáveis e 
fragilizados deixados pela instrumentação inicial, de forma a proporcionar a 
melhor adaptação marginal possível entre o material restaurador e a estrutura 
dental 
 
 Para tanto, as paredes internas de esmalte são alisadas e o ângulo cavossuperficial 
recebe um tratamento de acordo com o material restaurador a ser empregado; 
poderá ser biselado ou vivo; porém, deverá ser sempre nítido, liso e uniforme. Esse 
acabamento pode ser realizado com instrumentos manuais cortantes ou 
instrumentos rotatórios, como brocas multilaminadas, discos, pontas diamantadas e 
pedras montadas para acabamento 
 
Limpeza da Cavidade 
 Tendo como base o princípio de que todo dente, antes de ser restaurado, deve 
apresentar-se devidamente limpo e seco, a limpeza da cavidade, último tempo 
operatório de um preparo cavitário, é a remoção de detritos deixados durante a 
instrumentação, tais como raspas de dentina e esmalte, bactérias, pequenos 
fragmentos abrasivos dos instrumentos rotatórios, óleo proveniente dos aparelhos 
de alta e baixa velocidades.

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