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ALIENAÇÃO PARENTAL OFC BNT

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ALIENAÇÃO PARENTAL E SEU PREJUÍZO À SAÚDE MENTAL 
 
Isadora Wrublewski de Lásari1 
Angela Regina Binda da Silva de Jesus2 
 
 
RESUMO 
 
É de suma notoriedade contemporânea, a alteração constante e transformação que o 
Direito de Família vem passando ao longo do tempo para se habituar perante a reali-
dade de muitas famílias brasileiras. A alienação parental tomou grandes proporções 
pois se tornou algo comum, em que as crianças e adolescentes passam por experi-
ências nada agradáveis no seu âmbito familiar, que fora causado por seus pais ou 
familiares, gerando desconforto e uma espécie de interferência psicológica no indiví-
duo incapaz. Com objetivo de apresentar sobre o conceito, característica, lei e por fim, 
punição, apresentando as desvantagens do mesmo além de diferenciar a Síndrome a 
Pratica da Alienação Parental. Usando como fonte de pesquisa sites de revistas cien-
tíficas, livros, monografias e artigos publicados. Como resultado, conclui-se que a ali-
enação não pode ser aplicada pelos genitores e demais parentes em razão do prová-
vel prejuízo à saúde mental da criança ou adolescente além de prejudicar o convívio 
de todos os envolvidos. Por se tratar de um conflito familiar, estudos apresentam que 
a alienação parental demanda de muita cautela ao ser analisada, pois a maioria dos 
problemas relacionados não é de cunho jurídico, mas tratam antes de questões emo-
cionais. 
 
Palavras-chave: alienação, alienação parental, desvantagens, conflito familiar. 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho faz uma pesquisa básica acerca dos efeitos causados pela 
síndrome da Alienação Parental, trazendo seu conceito, identificação e suas 
consequências de acordo com a lei. 
A Alienação Parental vem a prejudicar ou dificultar o convívio dos pais com a 
criança, e é mais comum do que se parece, porém foi um assunto muito restrito por 
um longo tempo e ficando mais evidente nos tempos atuais devido ao maior número 
de separações existentes no Brasil e no mundo. Foi pouco abordado na sociedade
 
1 Acadêmico de Direito no Centro Universitário do Espirito Santo – UNESC 
2 Doutora em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, professora do Centro 
Universitário do Espírito Santo – UNESC 
2 
 
comum, entretanto a existência do assunto abordado vem acontecendo ao longo dos 
tempos. 
Sinais recorrentes que identificam a ocorrência de Alienação Parental ficam 
claros quando um pai ou mãe progenitor que está com a guarda da criança fala 
mal do pai ou da mãe, faz acusações infundadas, tenta colocar a criança contra o 
pai ou mãe, as vezes ocorre de forma inconsciente ou consciente sem saber que está 
cometendo um crime. 
 A Alienação Parental é uma forma de maltrato ou abuso, é um transtorno 
psicológico que se caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor, 
denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos, mediante 
diferentes formas e estratégias de atuação, com o objetivo de impedir, obstaculizar ou 
destruir seus vínculos com o outro genitor, denominado cônjuge alienado, sem que 
existam motivos reais que justifiquem essa condição. 
As causas da alienação Parental induzem ao afastamento da família da vítima 
sendo eles os avós, tios, primos no qual diminui o contato e a relação parental fica 
bem prejudicada, não formando vínculos familiares e quando adultos essa criança os 
vê como pessoas comuns perdendo o vínculo afetivo. 
Sintomas em muitas vezes de forma silenciosa e somente quando adultos 
aparecem as sequelas necessitando de ajuda terapêutica para melhor enfrentar a 
situação, portanto em meus estudos tive a percepção de que devemos como cidadão 
buscar compreender melhor essa problemática através de alguns referenciais teóricos 
considerando as questões subjetivas e os aspectos emocionais a qual os envolvidos 
estão inseridos e possíveis contribuições a cerca dessa temática. 
 
1 DEFINIÇÃO DA SAP E ALIENAÇÃO PARENTAL 
De acordo com Madaleno e Madaleno (2013), a primeira definição de Parental 
alienation syndrome (PAS) ou, síndrome da Alienação parental (SAP), surgiu no ano 
de 1985, por um professor de psiquiatria clínica nos Estados Unidos da América na 
Universidade de Columbia chamado Richard Gardner, falecido em 2003, a partir de 
suas experiências como perito judicial avaliando crianças de famílias em situações de 
divórcio. 
3 
 
A SAP, conforme descrita por Gardner no ano de 1985, diz respeito a um quadro 
patológico apresentado por uma criança que se torna psicologicamente afastada de 
um de seus genitores no contexto de separação conjugal ou de disputa de guarda. 
Segundo Gardner (1985), um distúrbio infantil, que surge, principalmente, em 
contextos de disputa pela posse e guarda de filhos, acaba se manifestando por meio 
de uma campanha de difamação que a criança realiza contra um dos genitores, sem 
que haja justificativa para isso. 
Destaca-se que há uma diferença entre a alienação parental e a síndrome da 
alienação parental. Fonseca (2006) bem ensina que enquanto a síndrome refere-se à 
conduta do filho que se recusa terminante e obstinadamente a ter contato com um dos 
progenitores, que já sofre as mazelas oriundas daquele rompimento, a alienação 
parental relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor que intenta 
arredar o outro genitor da vida do filho. 
Os autores Madaleno e Madaleno (2013), descrevem a Síndrome de forma que 
trata-se de uma atitude tomada pelo genitor que detém da guarda, no sentido de 
alienar a criança para que sinta repúdio e ódio, sem qualquer tipo de fundamento em 
relação ao outro genitor, por conseguinte transformando sua consciência com diversas 
estratégias diferentes, com a intenção de destruir sua imagem, ferir, impedir ou até 
mesmo acabar com aquele vínculo paterno ou materno com o menor incapaz, 
tentando causar uma forte dependência e a submissão do mesmo com aquele que 
obtém da guarda, o sujeito alienante. Desde que seja instaurado esse tipo de assédio, 
a própria criança acaba contribuindo com essa atitude. 
 
2 CONDUTA DO ALIENADOR 
Portanto, segundo Lagrasta Neto; Tartuce; Simão (2012), é a conduta doentia do 
genitor que dá início à alienação parental: 
 
“E será capaz de incutir tal comportamento aos alienados a partir da 
criança e do adolescente. A origem pode ser encontrada no desequilíbrio 
mental ou comportamental, uso de tóxicos ou bebida alcoólica, atavismos, 
herança genética etc” (LAGRASTA NETO; TARTUCE; SIMÃO, 2012, p. 196). 
 
Após ambas as partes terem sua autoimagem abalada, quem ficar com a guarda 
dos filhos pode usar de artimanhas e estratégias com o intuito de afastar os menores 
do outro cônjuge (TRINDADE, 2017). Trindade, destaca, comportamentos e 
4 
 
sentimentos além de outras características e condutas como a dependência, baixa 
estima. Falso interesse pelo tratamento, manipulação e sedução, história de 
desamparo ou de vitórias em relações amorosas, relutância a ser avaliado [...], embora 
seja difícil estabelecer o perfil de um genitor alienador. 
Na perspectiva de Dias (2010), o alienador, abusador, é um ladrão da infância, 
que acaba utilizando e roubando a inocência da criança alienada, sendo uma vez 
retirada da mesma; por via de fato, é uma fase que pode ser prejudicada pelo resto 
da vida, não há como voltar atrás. 
A autora Dias cita que pode ser considerada nada mais que uma “lavagem 
cerebral” feita pelo guardião, de modo a comprometer a imagem do outro genitor, 
narrando maliciosamente fatos que não ocorreram ou não aconteceram conforme a 
descrição feita pelo alienador (DIAS, 2011). 
Fonseca afirma que são inúmeras as condutas que ogenitor alienante pode 
utilizar para promover a alienação parental. A título de exemplificação, apresentam-se: 
denegrir a imagem da pessoa do outro genitor; organizar diversas atividades para a 
criança no dia de visitas a fim de burlar o encontro; não comunicar ao outro genitor 
fatos importantes relacionados à vida dos filhos (assuntos relacionados à saúde, à 
escola, etc.); tomar decisões importantes sobre a vida dos filhos sem prévia consulta 
ao outro genitor; apresentar o novo companheiro à criança como sendo seu novo pai 
ou mãe; obrigar a criança a optar entre a mãe ou o pai ameaçando-a das 
consequências caso a escolha recaia sobre o outro genitor; incutir na criança que o 
outro genitor é pessoa perigosa; em encontros casuais, ignorar a presença do outro 
progenitor levando a criança a também desconhecê-la; não permitir que a criança 
esteja com o genitor alienado em outras ocasiões que não aquelas prévia e 
expressamente estipuladas; recordar à criança, com insistência, motivos ou fatos 
ocorridos pelos quais fica aborrecida com o outro genitor; dar mais presentes à criança 
do que o outro genitor e fazer comentários desabonadores sobre presentes 
comprados por esse (FONSECA, 2006). 
 As sequelas da Síndrome da Alienação Parental são geradas por um (a) 
Alienador Parental com vulnerabilidade à perversão. Em relação a esse discernimento 
Jeammet, Neau&Roussillon discorrem acerca do tema sustentando que sobre uma 
perspectiva psicopatológica, a perversão é especifica de determinado ato, 
caracterizada por uma forma patológica de se relacionar com o objeto através da 
manipulação remetendo para os aspectos particulares de violência, com estreita 
5 
 
reação com a psicose e mais afastadas das estruturas neuróticas (JEAMMET, 
NEAU&ROUSSILLON, 2003). 
 
Nesses problemas de desmoralização, um cônjuge age num propósito 
de destruição do outro, mas, também, de si mesmo. Ou seja, age-se "visando 
assim a saciar o gozo, a despeito da lei. Para realizar a pulsão, o sujeito pode 
ir ao encontro não só da destruição do outro, como também de seu próprio 
aniquilamento" (QUINET, 2003, p. 56). 
 
Os psicólogos Silva e Resende (2008) argumentam que o alienador acredita, 
mesmo que inconscientemente, poder formar entre ele e o filho uma díade completa, 
onde nada falta, privando a criança do contato, até mesmo de manifestar sentimentos 
e percepções. Esta completude precisa ser quebrada, para que a criança possa 
desejar além do alienador, sob pena de cair numa psicose, pois se nada falta, o que 
buscar? 
 
3 EFEITOS PSICOLÓGICOS OCASIONADOS 
Segundo Guimarães (2016), a ocorrência de atos desse tipo de natureza afeta 
negativamente o filho, havendo a possibilidade de ocasionar traumas de cunho 
psicológico e emocional para a vida inteira, violando o melhor interesse da criança e 
adolescente, bem como o direito de ter um convívio saudável com sua família, previsto 
na constituição, além de outros princípios que regem as relações familiares, como a 
afetividade, a dignidade humana e a responsabilidade parental, motivo pelo qual se é 
necessário a aproximação e utilização de esforços da sociedade, do Estado e da 
família, para diminuir, amenizando os efeitos procedentes da conduta alienadora. 
Silva e Resende alertam que crianças vítimas de alienação parental apresentam 
sintomas, tais como constantes ansiedades, dificuldades de se relacionar 
afetivamente com outras pessoas, insegurança, depressão, sentimento de culpa, 
negativismo, inibição, queda do rendimento escolar, agressividade, dentre outros. 
Destaca-se que elas apresentam o discurso do alienante (SILVA & RESENDE, 2008). 
Brito (2008), em investigação que desenvolveu com filhos de pais separados, 
relata que, ao serem questionados a respeito de como era o contato com o genitor 
que não permaneceu com a guarda, foi expressiva a parcela dos entrevistados que 
considerou o contato insuficiente, com prejuízos para o relacionamento. Nas 
entrevistas realizadas, a autora observou que muitos filhos demonstravam não se 
6 
 
sentir à vontade para abordar uma série de questões como escolha profissional, 
futebol e namoros com o pai que não permaneceu com a guarda. Os jovens 
ressaltaram que não havia naturalidade no relacionamento com este, não existindo, 
por exemplo, o hábito de fazer ligações telefônicas para conversar ou comentar a 
respeito de qualquer assunto na medida em que, com a guarda unilateral, sentiam que 
o genitor não guardião deixava de acompanhar seu cotidiano. Não havia clareza, por 
parte dos filhos entrevistados, de que, embora separados, tanto o pai quanto a mãe 
continuavam responsáveis por sua educação. Não se pode desconsiderar o fato de 
que, por vezes, a guarda é atribuída às mães devido ao entendimento, ainda presente 
nos dias de hoje, de que estas seriam portadoras de instinto materno, ou de que 
mulheres seriam mais aptas e dedicadas nos cuidados dos filhos. 
A conjugalidade pode findar, mas a parentalidade não. Os pais não podem utilizar 
os filhos como instrumentos para saciar o seu ímpeto de desmoralização do ex- 
consorte. O propósito vingativo não permite visualizar as necessidades infantis de um 
ambiente familiar saudável em prol do seu pleno desenvolvimento psíquico. 
Groeninga (2003) diz que é na família que a criança faz a passagem do narcisismo 
para o altruísmo, ou seja, é na família que a criança desenvolve um comportamento 
menos individualista e egoísta e mais humano e ético. 
 
4 PUNIÇÃO DE ACORDO COM A LEI 
De acordo com Moraes (2015), a já citada lei da alienação parental traz as formas 
de punição do genitor alienador, que pode ser multa, alteração da guarda para guarda 
compartilhada ou sua inversão, a suspensão do poder familiar, sendo possível 
também a perda, na hipótese de repetidos atos de suspensão (mais de uma 
suspensão por exemplo) e dependendo da situação, poderá haver, ainda, a 
responsabilização civil ou criminal do genitor alienador, conforme dispõe o art. 6º da 
lei de alienação. Assevera ainda, o art. 6º, no seu parágrafo único que, caracterizado 
mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o 
juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou 
adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de 
convivência familiar. 
Segundo Figueiredo e Alexandridis, é de bom relevo destacar que as medidas 
postas à disposição do juiz são para atender o melhor interesse do menor; assim, 
7 
 
afastando os males causados pela alienação parental, ou seja, caso não mais exista 
a ocorrência da alienação, poderá o magistrado deixar de lado a restrição imposta, 
diante da dinâmica da vida (FIGUEIREDO e ALEXANDRIDIS, 2011). 
De acordo com a lei nº 12.318, em seu artigo 2º, publicada no ano de 2010: 
 
“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos 
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a 
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause 
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este” (BRASIL, 
2019, p. 1846). 
 
Ou seja, o artigo tem objetivo de apresentar medidas que vão desde o 
acompanhamento psicológico até a aplicação de multa, ou mesmo a perda da guarda 
da criança a pais que estiverem alienando os filhos. 
A questão do combate à Alienação Parental (SIMÃO, 2008), envolve questão de 
interesse público ante a necessidade de exigir uma paternidade/maternidade 
responsável, compromissada com as imposições constitucionais bem como 
salvaguardar a higidez mental das crianças. 
Morris apontaem 1997 que, na realidade norte-americana, a participação em 
avaliações de guarda pode gerar denúncias éticas contra os profissionais que o 
realizam (ou seja, pais que ficaram descontentes com o resultado final da guarda) e 
parcialmente em função do número de condutas éticas que têm relevância direta com 
este tipo de avaliação. Morris (apud WEINER &HESS, 2006, p.102) 
Uma constatação remetente à citação de Birman (2010, p. 28) de que “a 
vitimação, inclusive nos seus desdobramentos jurídicos (ELIACHEFF & SOULEZ, 
2007), se transformou numa das marcas da sociedade contemporânea, (...)”. Com 
isso, compreende-se que os componentes do grupo familiar tanto se veem quanto são 
percebidos no campo social como vítimas, desconsiderando-se a possibilidade de um 
exame aprofundado acerca das implicações e das responsabilidades em sua história 
familiar. 
 
5 MATERIAIS E MÉTODOS 
O artigo foi baseado no presente estudo de enfoque e fundamento em pesquisas 
de cunho bibliográfico, fazendo um recorte de tudo que já foi publicado a respeito da 
8 
 
alienação parental e seu prejuízo a saúde mental. Foram utilizados livros, teses, 
monografias, dissertações e artigos já publicados como base literária. 
Para Lakatos, o estudo bibliográfico colabora no discernimento e compreensão 
de assuntos já abordados, e a aqueles novos ou poucos explorados que dão margem 
a indagações. Lakatos (2001 apud MANZO, 1971, p.183) 
É importante salientar que a alienação parental (AP) não se confunde com a 
Síndrome da Alienação Parental (SAP), mesmo elas estando ligadas, sendo a SAP 
complemento da AP. Conforme sobre o tema Alienação Parental, segundo Fonseca 
(2006), a alienação parental é o afastamento do filho de uns dos genitores, provocado 
pelo outro, via de regra, o titular da custodia. E a síndrome da alienação parental, diz 
respeito às sequelas emocionais e comportamentais de que vem a padecer a criança 
vítima daquele alijamento. 
Em relação a Síndrome da Alienação Parental, de acordo com Moraes (2015) é 
indispensável se fazer mencionar a diferença entre alienação parental e síndrome da 
alienação parental. A alienação parental baseia-se na inquestionável atuação de um 
sujeito, na maioria das vezes o guardião, denominado alienador, na prática de atos 
que difamem e deturpe a imagem do genitor não guardião, de forma que a imagem 
que a criança ou o adolescente tenha do outro genitor torne-se equivocada. A criança 
é alienada e o genitor será vitimado na situação. 
Conforme Yin (1990) o estudo de caso é a melhor forma de saber questões, a 
compilação de textos sobre Alienação Parental e Síndrome da Alienação Parental e 
seus efeitos. O estudo busca por meio de análise e confronto de informações, 
contribuir com a prática da Psicologia no âmbito Jurídico considerando a importância 
da atuação do Psicólogo nas Varas de Família quanto a sua ética profissional, 
neutralidade, tratando de famílias de forma imparcial, sem prejudicar a criança e as 
partes envolvidas. Entendendo-se que a forma que o Psicólogo trabalha nas Varas de 
Família a produção do laudo psicológico não favorece nenhum dos lados e nem 
prejudica as partes envolvidas no processo judicial. 
 
CONCLUSÃO 
A alienação parental relaciona-se intrinsecamente com a instabilidade que a 
sociedade pós-moderna vive. Ela é uma questão que condiz com as mudanças 
drásticas ocorridas na sociedade nos últimos anos. Ao relatar sobre esse tema é 
9 
 
possível que o leitor tenha conhecimento desse problema no seu círculo de relações 
interpessoais, quais sejam, na família ou entre amigos. 
Para tanto, foi necessário estabelecer objetivos, os quais foram sendo satisfeitos 
com leituras doutrinarias, trabalhos acadêmicos, jurisprudências, artigos, leis. 
Conhecer a alienação parental implica no conhecimento dos mais diversos tipos de 
família no Brasil, bem como ter um conhecimento geral como o abordado neste artigo, 
de como ocorre o poder familiar, na busca de garantir o afeto e o melhor interesse das 
crianças e adolescentes. 
Com o presente estudo, conclui-se que a Alienação Parental nada mais é do que 
uma guerra estabelecida entre os genitores que não mais convivem entre si, na qual 
a principal arma é a prole. Ocorre que, na maioria das vezes, esta “guerra” causa 
sofrimento não somente no genitor alienado, mas também na própria prole, ocorrendo 
danos irreparáveis na sua formação psicológica. Este tema é atual e pertinente que 
ganhou papel de destaque nas últimas décadas. 
Constata-se, portanto, que na busca desenfreada de satisfações, o homem 
busca transformar tudo e adaptar ao seu desejo de domínio. Nesse objetivo, ele 
almeja a todos os meios para que as coisas se adéquem a ele. Entretanto, nesse 
caminhar, nem sempre o resultado é o esperado. Nesse sentido, o que era para 
proporcionar a plena satisfação, acaba por trazer contrariedades. Na ânsia de 
alcançar o desejo de liberdade e de domínio do mundo, ele acabou surpreendido com 
sua própria ação. É princípio do absurdo presente nos relacionamentos atuais. 
Muitos pais e mães sequer percebem que estão sendo vítimas ou alienadores, 
por tão somente entender ser normal determinadas atitudes. Portanto, o tema gera 
grande impacto, afinal somente conhecendo-o é possível evita-lo, combate-lo e 
remedia-lo. Com este mesmo intuito, existem movimentos, os quais há anos lutam 
pela institucionalização de fato, da guarda compartilhada, da diminuição dos atos de 
alienação parental e quaisquer outras prejudiciais aos direitos das crianças e 
adolescentes. 
Por fim, dada a pesquisa de informações e estudos sobre a alienação parental, 
conclui-se que o presente trabalho não esgotou todas as fontes existentes sobre o 
assunto. Não obstante, não foi possível discutir profundamente diversos temas, porém 
o leitor terá dimensão da importância de conhecer a problemática e instigar-se a 
continuar pesquisando sobre o tema. 
 
10 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL, Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Site da Presidência da República 
Federativa do Brasil. Acesso em: 06 de maio de 2019. 
 
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377. 
 
FIGUEIREDO, Fábio Vieira; ALEXANDRIDIS, Georgios. Alienação parental. 2ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2014. 
 
FONSECA, P. M. P. C. Síndrome de alienação parental. Pediatria, 28(3), 162-168, 
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GARDNER, Richard. O DSM-IV tem equivalente para o diagnóstico de Síndrome 
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito de família. 8ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
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LAGRASTA, Caetano. SIMÃO, José Fernando. Direito de Família: 
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QUINET, A. O gozo, a lei e as versões do pai. In G. C. Groeninga & R. C. Pereira 
(Coords.), Direito de família e psicanálise: Rumo a uma nova epistemologia (pp. 55-
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SILVA, E. L., & RESENDE, M. SAP: A exclusão de um terceiro. In Síndrome da 
alienação parental e a tirania do guardião: Aspectos psicológicos, sociais e 
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SIMÃO, R. B. C. Soluções judiciais concretas contra a perniciosa prática da 
alienação parental. In Síndrome da alienação parental e a tirania do guardião: 
Aspectos psicológicos, sociais e jurídicos (pp. 14-25). Porto Alegre, RS: Equilíbrio, 
2008. 
 
TEPEDINO, Gustavo. Temas de direito civil. Rio de janeiro:Renovar, 1999. 
 
TRINDADE, J. Síndrome de Alienação Parental (SAP). In: DIAS, Maria 
Berenice. Incesto e Alienação Parental. São Paulo: RT, 2008, p. 102. 
 
TRINDADE, J. Manual de psicologia jurídica para operadores do direito. Porto 
Alegre, RS: Livraria do Advogado, 2009.

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