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Projeto de Estágio III

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SUMÁRIO
1 PARTE I: PESQUISA ..................................................................................................................03
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA.........03
1.2 OBJETIVOS ..............................................................................................................................03
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................03
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO .......................................................................05
2.1 METODOLOGIA.......................................................................................................................05
2.2 CRONOGRAMA........................................................................................................................06
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................07
ANEXOS...........................................................................................................................................08
�
1 PARTE I: PESQUISA
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA 
O tema escolhido foi a história do Povo Negro no Brasil, pois este país, nasceu a partir do encontro das diversidades étnicas e culturais. E, ensinar a história deles, que a princípio, na construção historiográfica, foi desprezada e trocada por uma história de outro continente, como sendo principal, calando assim, uma rica história com uma incrível diversidade cultural. Isso mostra o quão importante é ter uma educação multicultural dentro da grade escolar para mostrar aos alunos, a importância não só desse povo, como de outros que aqui já habitavam ou os que pouco a pouco foram chegando e trazendo suas culturas e costumes para a construção da nossa própria história.
1.2 OBJETIVO
Analisar as dificuldades enfrentadas pelos africanos cativos no tráfico de escravos;
Entender a participação de africanos no tráfico de escravos;
Identificar as principais rotas do tráfico de escravos e os principais grupos de africanos trazidos para as américas;
Observar as justificativas para a prática comercial de humanos.
Reconhecer as péssimas condições de transporte dos africanos para o Brasil.
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA
A cultura africana por décadas foi difundida de forma errônea, principalmente, no campo educacional, pois o ensino da história da África e dos africanos, sempre foram passados colocando-os como inferiores e sem cultura. Por isso, se fez necessário a criação da Lei 10.639/03, tornando obrigatório o ensino em sala, já que, essa cultura tem fundamental importância na formação do povo brasileiro e precisa de uma atenção especializada e competente para ajudar a corrigir esses erros. Contudo, SANTOS (2015) expõe que ainda é muito complexo o ensino da cultura africanas, pois exigem muita agilidade dos docentes para superar “as barreiras da resistência dos pais e alunos, do racismo e em como lidar com ele no âmbito educacional, dos estigmas e em como desenvolver trabalhos gradativos que mudem a visão, a percepção e a ação dos seus alunos perante as temáticas que envolvam tal cultura.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) 
Justifica-se, portanto, a necessidade do aprofundamento do estudo que trata da história da África e da cultura africana e de sua difusão em sala de aula, abrangendo ações pedagógicas que viabilizem a realização de um trabalho eficiente e que proporcione aos discentes uma aprendizagem qualitativa. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015)
É visto que, o ensino da África e dos africanos, durante décadas foi fracionado, o que acaba arruinando o conhecimento mais aprofundado deste continente. Para a disciplina de geografia, é abordado somente a “extensão territorial deste continente, a população, os conflitos políticos, ressaltando o alto índice de pobreza e doenças como ebola, AIDS e cólera.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) E na disciplina de história focaram somente no Egito e no deserto do Saara, porém é obvio lembrar que o que foi citado acima pertence ao continente africano. A África é considerada o berço da humanidade, foi lá que teve início de várias atividades importantes, como a fusão do ferro e a agricultura.
[...] Os botânicos afirmam que muitos dos grãos alimentícios africanos evoluíram a partir de plantas locais, o que contradiz a ideia antiga de historiadores de uma difusão da agricultura a partir de um único lugar, o crescente fértil do Oriente Médio. Ou seja, a agricultura nasceu na África [...] O cultivo de vegetais surgiu quando as populações descobriram que tubérculos, como o inhame, poderiam se renovar caso fossem cultivados. A palmeira de dendê, de onde se extrai o óleo, era cultivada tanto nas zonas de florestas como nas savanas [...] A história da produção do peixe seco ocupa grande espaço na história de muitas das sociedades africanas, processo iniciado há mais de 10 mil anos [...] Há cerca de 6 mil anos, a região da África Central passou por um processo
de domesticação de animais que incluíam cabras, ovelhas, porcos, galinhas e, nas zonas mais propícias com pasto adequado, o gado selvagem se transforma em rebanhos domesticados. Por meio dos traçados das pinturas rupestres e dos ossos pré-históricos, é possível reconstruir essa trajetória. (PANTOJA, 2011, p. 21 E 22).
Segundo SANTOS (2015), é assustador como o continente africano ficou de fora por muito tempo da grade escolar e de como alguns educadores se quer deram atenção a isso. Como pode, um continente que disseminou uma série de informações e conhecimentos importantes para a sobrevivência das sociedades atuais, ter ficado omissa por tanto tempo? É deveras, injusta, pelo fato de que lhe foi negado o reconhecimento verdadeiramente correto a um continente que beneficiou e beneficia a humanidade até os dias de hoje. Uma vez que, isso veio acontecendo durante décadas, nada mais justo que combater esta visão deturpada sobre a cultura africana, valorizando-os com o devido respeito em cada peculiaridade existente neste continente, desfazendo a ênfase dada na educação eurocêntrica ensinada nas escolas.
Nas décadas de 70, 80 e 90, a imagem que se tinha do trabalho realizado pelos jesuítas era de bondade, docilidade, conversão à religião cristã, respeito pelo ser humano. Contudo, a história foi difundida por um único ângulo, através do qual se percebia o trabalho que foi feito com os indígenas. No entanto, a pessoa caridosa e respeitosa, cheia de instruções e boas intenções, representada no papel do catequizador jesuíta, logo é transformada, quando surge a possibilidade de observar outro ângulo, através do qual o jesuíta faz acepção do negro escravizado no direito ao estudo, não os considerando sequer humanos. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015)
A autora continua,
Outra imagem a ser transformada é a da princesa Isabel, a qual protagonizava, nos livros de história, a heroína que libertou os escravos. Até o início da década de 90, o ato da assinatura da Lei Áurea, ecoava como uma indignação à escravatura, por parte da família real e como um presente dado aos negros: a sua liberdade. Inúmeros estudantes foram ludibriados por esta forma de difusão da história e focavam mais no ato de benevolência real, do que na própria abolição da escravatura. Por isso mesmo é de extrema importância que a informação seja passada de forma completa e verdadeira, na qual o Brasil resistiu ao máximo em libertar os negros escravizados e que só o fez após décadas de pressão. (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015)
Pode-se perceber que algumas décadas atrás o ensino sobre os negros no Brasil e a forma como foram trazidos e tratados, não recebiam muita importância e aprofundamento que mereciam. Ou seja, o ensinosobre a história África sempre foi diminuto, em que “os capítulos nos livros de história eram extremamente reduzidos, escondendo a complexidade de informações que poderia ter a respeito desse continente, o qual o berço da humanidade.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015) Em virtude disso, foi traçado um perfil de continente envolto “por pobreza, miséria, fome, guerras civis, vida selvagem e doenças. É como se desse continente só viessem coisas negativas aos olhos do restante do mundo.” (SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz, 2015). Mediante o exposto, nota-se a necessidade de uma educação sobre a história da África, muito mais aprofundada, em que docentes se aprofundem mais, participando de formação continuada, cursos que os levem a um conhecimento mais extenso e detalhado, para que possam e saibam como trabalhar uma didática que viabilizem o ensino aprendizagem e que otimizem o tempo para tais aplicações.
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO
2.1 METODOLOGIA
A proposta da aula está estruturada em cinco momentos distintos e consecutivos. As atividades propostas têm como objetivos, entender a participação de africanos no tráfico de escravos, analisar as dificuldades enfrentadas pelos africanos cativos no tráfico de escravos e identificar as principais rotas do tráfico de escravos e os principais grupos de africanos trazidos para as Américas. Lembrando que, a professora regente já trabalhou assuntos como mercantilismo, expansão ultramarina europeia e Brasil pré-colonial, fundamentos da colonização portuguesa, escravidão indígena e que a cada aula ministrada, os alunos estarão sendo avaliados por suas participações em sala.
Atividade 1 – A África e o tráfico de escravos
Neste primeiro momento, será explicado aos alunos que o tráfico de africanos para as Américas é considerado a maior migração forçada da história da humanidade, e em paralelo debater junto aos alunos a crueldade dessa migração forçada e as dificuldades enfrentadas pelos escravos entre os séculos XVI e XIX, propondo o entendimento da participação dos próprios africanos no tráfico. Para tal, será trabalhado um trecho do filme Amistad (direção de Steven Spielberg, EUA, 1997) e o poema O Navio Negreiro (Castro Alves), narrado pelo ator Paulo Autran, que está inserido no vídeo, de forma impressa. Deixando claro que o poema será transcrito conforme foi narrado no vídeo. Logo após a analise do vídeo junto ao poema, será realizado uma atividade de análise sobre o vídeo. 
Atividade 2 – O mercado de escravos
Propor aos alunos uma leitura sucinta do texto “Magnatas do Tráfico Negreiro”, disponível no site Portal São Francisco, mostrando-os como que o tráfico de escravos gerou muitos lucros aos mercadores europeus e de como esse mercado lucrativo acabava sendo totalmente desumano com os africanos tomados como cativos. Após a análise e debate do texto, realizar atividade em sala.
Atividade 3 – Rotas do tráfico negreiro
Mostrar aos alunos por meio de texto e mapa impressos, a existência de diversas rotas que os navios negreiros usavam da África para as Américas. Após, realização de atividade em sala de aula.
Atividade 4 – Pesquisando
Nesta aula será proposto uma pesquisa sobre as origens, diferenças e influência dos Bantos e Sudaneses no Brasil e nas Américas, com a turma sendo dividida em duplas. A tarefa de pesquisa será feita em sala de aula e entregue como trabalho.
	Data
	Turno e horário
	Atividade
	20/05/2019
	Noite/1ªAula
	Explicando a história do tráfico negreiro para as Américas mais atividade em sala de aula.
	22/05/2019
	Noite/3ªAula
	Entendendo como funcionava o mercado de escravos mais atividade em sala de aula.
	27/05/2019
	Noite/1ªAula
	Conhecendo como eram feitas as rotas do tráfico negreiro da África para as Américas mais atividade em sala de aula.
	29/05/2019
	Noite/3ªAula
	Pesquisa em dupla sobre as origens, diferenças e influência dos Bantos e Sudaneses no Brasil e nas Américas.
	03/06/2019
	Noite/1ªAula
	Continuação da pesquisa em dupla sobre as origens, diferenças e influência dos Bantos e Sudaneses no Brasil e nas Américas mais a entrega do trabalho escrito.
2.2 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
"Rotas da escravidão" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019. Disponível em https://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p5.php. Acessado em 09 de maio de 2019.
MUNANGA, Kabengele. Por que ensinar a história da África e do negro no Brasil de hoje? Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 62, p. 20–31, dez. 2015.http://www.scielo.br/pdf/rieb/n62/2316-901X-rieb-62-00020.pdf. Acessado em 08 de maio de 2019.
PANTOJA, Selma. Uma antiga civilização africana: História da África Central Ocidental. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2011.
SANTOS, Ana Paula Borges dos Reis Queiroz. Africanidades: Um olhar pedagógico para o ensino da cultura africana em sala na aula. 2016. 41 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Africanidades e Cultura Afro Brasileira) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2015. Disponível em https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/africanidades-um-olhar-pedagogico-para-ensino-cultura-africana-sala-de-aula.htm. Acessado em 08 de maio de 2019.
SILVA, Daniel Neves. “Tráfico negreiro”; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/historiab/trafico-negreiro.htm>. Acesso em 08 de maio de 2019.
ANEXOS 
ATIVIDADE 1
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 20/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 1
O Navio Negreiro
�
I
‘Stamos em pleno mar...
Doido no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após eles correrem... cansam
Com turba de infantes inquieta.
(...)
‘Stamos em pleno mar...
Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? Qual o oceano?
‘Stamos em pleno mar...
Abrindo as velas ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
‘Stamos em pleno mar...
Donde vem? Onde vai?
Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
(...)
Por que foges assim, braço ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! Quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar – doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! Águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! Dá-me estas asas
II
(...)
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar
humano
Como o teu mergulhar no brigue voador! 
Mas que vejo eu aí... Que quadro
d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu
Deus! Que horror!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho   
Que das luzernas avermelha o brilho.  
Em sangue a se banhar.  
Tinir de ferros... estalar de açoite...   
Legiões de homens negros como a noite,  
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas   
Magras crianças, cujas bocas pretas   
Rega o sangue das mães:   
Outras moças, mas nuas e espantadas,  
No turbilhão de espectros arrastadas,  
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...  
E da ronda fantástica a serpente   
Faz doudas espirais ...  
Se o velho arqueja, se no chão resvala,  
Ouvem-se gritos... o chicote estala.  
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,  
A multidão faminta cambaleia,  
E chora e dança ali!  
Um de raiva delira, outro enlouquece,  
Outro, que martírios embrutece,  
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,E após fitando o céu que se desdobra,  
Tão puro sobre o mar,  
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:  
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!  
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .  
E da ronda fantástica a serpente  
Faz doudas espirais...  
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...  
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!  
E ri-se Satanás!... 
V
Senhor Deus dos desgraçados!  
Dizei-me vós, Senhor Deus!  
Se é loucura... se é verdade  
Tanto horror perante os céus?!  
Ó mar, por que não apagas  
Co'a esponja de tuas vagas  
De teu manto este borrão?...  
Astros! noites! tempestades!  
Rolai das imensidades!  
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados  
Que não encontram em vós  
Mais que o rir calmo da turba  
Que excita a fúria do algoz?  
Quem são?   Se a estrela se cala,  
Se a vaga à pressa resvala  
Como um cúmplice fugaz,  
Perante a noite confusa...  
Dize-o tu, severa Musa,  
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,  
Onde a terra esposa a luz.  
Onde vive em campo aberto  
A tribo dos homens nus...  
São os guerreiros ousados  
Que com os tigres mosqueados  
Combatem na solidão.  
Ontem simples, fortes, bravos.  
Hoje míseros escravos,  
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
(...)
Ontem a Serra Leoa,  
A guerra, a caça ao leão,  
O sono dormido à toa  
Sob as tendas d'amplidão!  
Hoje... o porão negro, fundo,  
Infecto, apertado, imundo,  
Tendo a peste por jaguar...  
E o sono sempre cortado  
Pelo arranco de um finado,  
E o baque de um corpo ao mar...
Ontem plena liberdade,  
A vontade por poder...  
Hoje... cúm'lo de maldade,  
Nem são livres p'ra morrer.  
Prende-os a mesma corrente  
— Férrea, lúgubre serpente —  
Nas roscas da escravidão.  
E assim zombando da morte,  
Dança a lúgubre coorte  
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!  
Dizei-me vós, Senhor Deus,  
Se eu deliro... ou se é verdade  
Tanto horror perante os céus?!...  
Ó mar, por que não apagas  
Co'a esponja de tuas vagas  
Do teu manto este borrão?  
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!  
Varrei os mares, tufão! ... 
VI
Existe um povo que a bandeira empresta  
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...  
E deixa-a transformar-se nessa festa  
Em manto impuro de bacante fria!...  
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,  
Que impudente na gávea tripudia?  
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto  
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,  
Que a brisa do Brasil beija e balança,  
Estandarte que a luz do sol encerra  
E as promessas divinas da esperança...  
Tu que, da liberdade após a guerra,  
Foste hasteado dos heróis na lança  
Antes te houvessem roto na batalha,  
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!  
Extingue nesta hora o brigue imundo  
O trilho que Colombo abriu nas vagas,  
Como um íris no pélago profundo!  
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga  
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!  
Andrada! arranca esse pendão dos ares!  
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
�
ATIVIDADE 1
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 20/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 1
Questões sobre o vídeo apresentado para análise:
Como se percebe a participação dos próprios africanos no tráfico de escravos?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
De que maneira os prisioneiros são conduzidos/tratados aos entrarem no navio?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Que tipos de castigos são impostos aos africanos no navio?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Como os escravos são alimentados durante a viagem?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Por que será que, ao final, os escravos são bem tratados pelos mercadores?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
ATIVIDADE 2
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 22/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 2
Magnatas do Tráfico Negreiro
De meados do século XVII em diante os grandes veleiros da época passaram a alojar homens, mulheres e crianças em distintos patamares. Assim, na seção inferior do navio, ficavam os moleques, os rapazes e os machos adultos; no repartimento intermediário, as mulheres, e no superior, em divisões apartadas, as grávidas e as crianças menores. Os espaços restantes, anexos aos costados da proa e da popa, eram reservados exclusivamente para as sentinelas e para as utilidades, respectivamente. Guardas, em todos os casos, vigiavam durante a noite impondo a disciplina. Sabe-se, igualmente, que os cativos viajavam assentados em filas paralelas, de uma à outra extremidade de cada cobertura. Ao se deitarem para dormir, curvavam-se para trás, depondo a cabeça sobre o colo dos que os seguiam imediatamente. É a isso, portanto, que certos missivistas aludem ao afirmarem que os negros navegavam amontoados uns por cima dos outros. Os esforços no sentido de obter “peças de escravos”, selecioná-las por estatura, idade, sexo e vigor, marcá-las com o ferrete e mantê-las com saúde até aos embarques via Novo Mundo. Na marcação das “peças”, como se tratasse de animais ou de simples objetos, untavam-lhe primeiro com sebo o local a receber o ferrete, geralmente no braço, no estômago e mesmo no rosto. Para marranos e cristãos-novos o ato poderia comparar-se ao dos antigos hebreus, os quais furavam uma das orelhas ao escravo e nela punham minúscula argola de metal como prova de senhorio. O que interessava (para os judeus) era o montante de “produtos” (negros) carregados… Nada menos que três naus conduziram cada uma acima de 1000 cabeças. Só a de nome Na. Sra. do Popolo levou 1079. Mas as desvantagens também se fizeram sentir, porque o veículo (navio) ficou mais pesado, menos controlável, menos obediente ao leme, mais sujeito aos vendavais e mais atingível pelos corsários. Nestas ocasiões imprevisíveis, o recurso consistia em atirar ao oceano valiosas porções do carregamento (dos escravos). Somente João Soeiro empregava no tráfico legal, como no sub-reptício, mais de 30 navios transportadores.
ATIVIDADE 2
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 22/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 2
Questões para análise do texto:
Como eram as acomodações dos africanos nos navios negreiros? Em que se baseavam essas acomodações?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Quais os critérios eram usados para classificar os africanos feitos cativos?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Qual a origem dos mercadores mencionados no texto?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Em quais circunstancias os africanos eram atirados ao mar?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ATIVIDADE 3
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 27/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 3
Rotas do Tráfico Negreiro
�
É difícil saber quantos africanos foram trazidos para o Brasil ao longo de três séculos de tráfico negreiro. Muitos registros que poderiam tornar os dados mais precisos foram perdidos ou destruídos. As estimativas indicam que entre 3.300.000 e oito milhões de pessoas desembarcaram nos portos brasileiros para serem vendidas como escravas, de meados do século XVI até 1850, quando o tráfico foi efetivamente abolido pela Lei Eusébio de Queiroz. As quatro principais rotas dos navios negreiros que ligaram o continente africano ao Brasil foram as da Guiné, Mina, Angola e Moçambique. Elas concentravam o comércio de seres humanos que, na maioria dos casos, eram aprisionados em guerras feitas por chefes tribais, reis ou sobas africanos para esse fim. Os traficantes, principalmente portugueses, mas também de outras nações europeias e posteriormente brasileiros, obtinham os prisioneiros em troca de armas de fogo, tecidos, espelhos, utensílios de vidro, de ferro, tabaco e aguardente, entre outros. Os navios, dependendo do tipo, traziam de 300 a 600 cativos por vez. Entre 10% e 20% deles morriam na viagem.
Rota da Guiné
No século XVI, a Alta Guiné foi o principal núcleo de obtenção de africanos para serem escravizados pelos traficantes portugueses. De Cabo Verde, saíam navios com cativos vindos principalmente da região onde hoje se situam Guiné-Bissau, Senegal, Mauritânia, Gâmbia, Serra Leoa, Libéria e Costa do Marfim. Essa área era habitada por diferentes povos, entre os quais os balantas, fulas, mandingas, manjacos, diolas, uolofes e sereres. O destino desses prisioneiros, no Brasil, eram as regiões Nordeste e Norte. Mas a Rota da Guiné teve menor impacto sobre a formação da população brasileira do que as outras rotas, pois a necessidade de mão-de-obra nas Américas ainda era pequena no primeiro século da colonização.
Rota da Mina
A fortaleza de São Jorge da Mina foi erguida pelos portugueses por volta de 1482 na costa da atual Gana, para proteger o comércio de ouro na região. Embora tomada pelos holandeses em 1632, ela se tornaria, ainda no século XVII, um importante entreposto do tráfico de africanos escravizados para o Brasil e outros países. Os africanos embarcados na Mina (ou Elmina) e nos outros portos do Golfo da Guiné eram principalmente dos grupos axanti, fanti, iorubá, hauçá, ibô, fon, ewe-fon, bariba e adjá. Além de Gana, eles eram trazidos dos atuais territórios de Burkina Faso, Benim, Togo, Nigéria, sul do Níger, Chad, norte do Congo e norte do Gabão, para atender à crescente demanda por mão-de-obra ocasionada pelo desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar no Brasil e no Caribe. Os portos brasileiros, do Maranhão ao Rio de Janeiro, com destaque para Salvador, foram abastecidos por essa rota até a primeira metade do século XIX.
Rota de Angola
Essa rota forneceu cerca de 40% dos 10 milhões de africanos trazidos para as Américas. No caso do Brasil, os navios que partiam da costa dos atuais territórios do Congo e de Angola se destinavam principalmente aos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Os povos da África Central Atlântica, como os ovimbundos, bacongos, ambundos e muxicongos, pertenciam ao chamado grupo linguístico banto, que reúne cerca de 450 línguas. O tráfico dessa região para o Brasil começou ainda no século XVI. Foi inicialmente marcado pela aliança entre os portugueses e o reino do Congo. Mas, para escapar do monopólio do rei congolês no fornecimento de africanos escravizados, Portugal passou a concentrar esforços na região mais ao sul, onde hoje se situa Angola. De lá, veio a maior parte dos africanos que entraram no Brasil, principalmente pelo Rio de Janeiro, no período colonial.
Rota de Moçambique
No início do século XIX, a Inglaterra passou a pressionar Portugal no sentido de acabar com o tráfico negreiro, o que resultou nos tratados de 1810 entre os dois países. Para escapar ao controle britânico na maior parte do Atlântico, muitos traficantes se voltaram para uma rota até então pouco explorada, que partia da África Oriental. Os navios saíam principalmente dos portos de Lourenço Marques (atual Maputo), Inhambane e Quelimane, em Moçambique, e se dirigiam ao Rio de Janeiro. Africanos embarcados nesses portos pertenciam a uma diversidade de povos, entre os quais os macuas, swazis, macondes e ngunis, e ganhavam no Brasil a designação geral de "moçambiques". Entre 18% a 27% da população africana no Rio do século XIX era de moçambiques. No entanto, nem todos vinham da colônia portuguesa e, sim, de regiões vizinhas – onde hoje estão Quênia, Tanzânia, Malauí, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e Madagascar. O grupo linguístico majoritário era o banto.
"Rotas da escravidão" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019. Consultado em 09/04/2019 às 18:07. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p5.php�
ATIVIDADE 3
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 27/05/2019
Disciplina: História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 3
 
Questões para análise do mapa acima:
Quais eram as principais rotas utilizadas pelos mercadores de escravos?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Quais os principais grupos de africanos cativos encontram-se divididos no mapa?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Para quais regiões do Brasil cada grupo foi trazido?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Quais outras regiões da América também receberam escravos? Esses pertenciam a qual(ais) grupo(os)?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ATIVIDADE 4
	
	Aluno(a):____________________________________________Nº:_____
Turma: 2º C Turno: Noite Data: 29/05 e 03/06/2019
Disciplina:História Professor(a): Marcelle Carmona
ATIVIDADE 4
Esta aula propõe aos alunos uma pesquisa em dupla para que pesquisem em sala de aula sobre as origens, diferenças e influência dos Bantos e Sudaneses no Brasil e nas Américas. Esta pesquisa terá apoio do Programa Escola Conectada, que disponibiliza wifi em todas as salas de aula e netbooks para os alunos e para o professor. 
		
Centro Universitário Leonardo Da Vinci
Educacional Leonardo Da Vinci
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MARCELLE CARMONA DE FIGUEIREDO GOMES
(HISTÓRIA - FLX0539)
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PROJETO DE ESTÁGIO III
CURITIBA
2019
CIDADE
ANO
MARCELLE CARMONA DE FIGUEIREDO GOMES
(HISTÓRIA - FLX0539)
� EMBED Word.Picture.8 ���
PROJETO DE ESTÁGIO II
CURITIBA
2019
CIDADE
ANO
� EMBED MSPhotoEd.3 ���
� EMBED MSPhotoEd.3 ���
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