Buscar

Direito de Família

Prévia do material em texto

Aula 01 (18-07-2017)
Direito Parental
Parentesco
Parentesco é a relação de vinculação existente entre indivíduos que descendem uns dos outros ou de um tronco comum, bem como entre um cônjuge e os parentes do outro consorte, além de entre adotante e adotado.
Adota-se um conceito de parentesco baseado na afetividade entre pessoas integrantes do mesmo grupo familiar, seja pela ascendência, descendência ou colateralidade, independentemente da natureza (natural, civil ou por afinidade).
De acordo com a natureza, podem ser natural, que se refere ao vínculo consaguíneo, mas com a ressalva de que a filiação adotiva possui o mesmo tratamento do parentesco natural; civil, oriundo do vínculo jurídico, decorrente da socioafetividade; ou por afinidade, liame jurídico que se estabelece entre cada cônjuge ou companheiro e os parentes do outro.
Conceito
A pessoa relaciona-se a uma família, de três formas, pelo vinculo de parentesco, pelo vinculo conjugal e pelo vinculo de afinidade. 
 
Vinculo
	- Parentesco: É a relação que vincula entre si as pessoas que descendem uma da outra, ou, de um ancestral comum, podem ser ligadas pelo sangue
	- Conjugal: O parentesco matrimonial e extramatrimoinal não é o vínculo conjugal entre marido mulher. Uniao estável também tem vinculo conjugal, 
- Afinidade: parentes do cônjuge
IPC; o parentesco em linha reta é infinito | o parentesco coletaral é até o 4 grau.
Espécies
Natural
1. Matrimonial ou extramatrimonial 
		- Duplo: quando forem irmãos ou parentes dos mesmos pais. 
		- Simples Ou unilateral quando for irmão por parte de pai ou de mãe. Unilateral, se forem irmãos nascidos do mesmo pai, são irmãos germanos, se for da mesma mãe, uterinos.
2. Linha reta: todos os ascendentes e descendentes (Bisavô – vô, pai –filho – neto – bisneto)
3. Colateral ou transversal: são os que precisa ir ao ascendente comum, para ai chegar nele. Não existe parente colateral em primeiro grau. (Irmão – tio – primo) 
4. Afim
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
Fihos do marido, pais do marido, vó e vô, 
5. Civel
Contagem de graus c/ parentesco
	- linha reta (1591 e 1594) 
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
	- colateral (1592 e 1594)
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Aula 02 (19-07-17)
Filiação
o modo ou os modos por que uma e outra se estabelecem, convertendo-se de vínculos biológicos em relações jurídicas, e os efeitos que produzem, uma vez estabelecidas, em relação e aos bens dos filhos.
					Não natural 
		Biológica		natural		homóloga
Filiação						DTU
Não biológica		Substituição	- técnica de reprodução assistida - DTU
			Sócio afetiva – adotiva
 Matrimonial – presunção 1579 CC
Filiação 
 Não matrimonial
Biológica pelo método natural – homem e mulher
Biológica não natural pelo método de inseminação artificial homologa, que é o ovulo da mãe com o semem do pai. Nesse caso um dos cônjuges tem problemas na fecundação. Só há a utilização de uma clinica para introduzir o embrião no útero da mae.
Biológica não natural pelo método DTU – doadora temporária de útero: nesse caso o semem é de pai, o ovulo é da mãe, mas utiliza-se o útero de terc[eira pessoa. No brasil é proibido esse método. No brasil pode ocorrer o DTU até a 4º geração.
Até os primos. Não pode ter remuneração. NA índia e nos EUA pode.
Hoje o que está em vigor, depois do reconhecimento do STF da união homoafetiva é a resolução 2121/2015 do CFN
Filiação não biológica por substituição em inseminação artificial heteróloga: Vão adquirir ou o semem ou ou ovulo de uma terceira pessoa que não é nem do pai nem da mãe. Nesse compra o semem, não pode escolher o sexo, a cor dos olhos etc.. só pode tentar escolher o sexo se tiver problema genético. O doador e a doadora são anônimos. Tem autorização previa do marido para a mulher fazer inseminação heterologa com semem de terceiro.
Filiação não biológica por DTU – compra o ovulo de uma pessoa, e semem, e ingere no útero de um terceiro.
Filiação não biologoica socioafetiva
 
Pilares constitucionais 
Plena igualdade entre filhos
Desvinculação
Proteção integral
“Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
A Constituição Federal/88 deixou de classificar filhos pela maior ou menor pureza das relações sexuais, legais e afetivas de seus pais, quando então, os filhos eram vistos e classificados por uma escala social e jurídica direcionada a discriminar o descendente e a sua inocência, por conta dos equívocos ou pela cupidez de seus pais”.
	
	Matrimonial
Presunção	art.1597
		 Não matrimonial 
Um filho havido fora do casamento por exemplo, Uniao Estável, não é presumido.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Explicação
I, Se a criança nascer 180 dias após o casamento, presume-se que o filho seja do marido.
II, nascidos 300 dias após a separação ou fim da dossolução, presume que é filho do marido anterior
III – havidos por fecundação artificial homologa mesmo que falecido o marido. Semem do pai com ovulo da mãe – introduz o embrião numa clínica.
Embriões excedetarios: o embrião fica há anos na clinica. Tem câncer. O Homem morre. Se tiver a autorização de quando o homem era vivo, pode fazer a fecundação.
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
O filho se presume do morte, ou do ex marido se esta vier a se casar entre os 10 meses de fim do relacionamento.
1523 - Não devem se casar (causa suspensiva) II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
Se na época o homem não podia gerar filhos, ilide a presunção de pai.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
Não basta a confissão da mulher de ter cometido o adultério, e dizer que o filho não é do marido,ainda assim o filho será seu, até prova em contrario.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
A família não pode constestar a paternidade. A ação é imprescritível. O prazo vai contra a filiação socioafetiva.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
Do Reconhecimento dos Filhos
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;	
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
Não pode por condições no reconhecimento da paternidade: reconheço mais não me peça herança.;
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
Art. 1.617. A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
Sumula 301 STJ - 
Provimento 16/2012 CNJ – programa pai presente.
Se a mae não quiser dizer o nome do pai, o cartório registra com o nome da mãe; e encaminha ao MP, investigação de paternidade oficiosa ou averiguação de paternidade. Chama o suposto pai, e se ele confirmar finish.
Volta pro cartório e coloca o nome do pai.
Lei 8560/92 – ação de paternidade lei - 
Cooparentalidade. Pesquisar.
Aula 03 (01-08-2017)
Alimentos 
Os alimentos em direito de família são prestações dadas por uma pessoa à outra com a finalidade de satisfazer necessidades vitais para sua sobrevivência, quando aquele que os recebe não tem condições de, por si, obtê-los. São devidos em razão de relações de parentesco por consanguinidade ou afinidade. Abrangem, na forma do art. 1.920, Código Civil, o indispensável ao sustento, vestuário, habitação e assistência médica e instrução.
Conceito 
Alimentos, segundo Orlando Gomes, são prestações para a satisfação das necessidades vitais de quem não pode prove-las por si.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Finalidade
Pressupostos 
Provar companheirismo, parentesco ou vinculo conjugal
Necessidade do alimentando
Possibilidade do alimentante
Proporcionalidade
Possibilidade de prestar alimentos mais dever de sustento
Explicação: Primeiro pressuposto, é provar o vínculo de parentesco.
Provar a necessidade – até os 18 anos a necessidade é presumida. Após os 18 deve provar a total necessidade de quem vai receber os alimentos. Prestar alimentos é diferente de dever de sustento.
O dever de sustento finda aos 18 anos com o poder familiar e maioridade civil. 
A obrigação de prestar alimentos é reciproca entre todos os parentes, independente da idade.
Deve provar o Trinômio: Necessidade- possibilidade e proporcionalidade.
1º componente do trinômio:
Pessoa X: 24 anos, cursa direito, tem fies, ganha 1 salário mínimo.
O pai é um grande empresário que ganha 30 mil reais.
Real necessidade x Real possibilidade.
Quando o alimentando é funcionário publico, pode descontar em folha de pagamento.
Nessa fase processual é proc de conhecimento.
Características
Direito Personalíssimo 
Transmissível (artigo 1700 do Código Civil)	
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Se o devedor de alimentos morre, seus herdeiros pagarão alimentos ao alimentando.
X, filho de Y, tem dois filhos. X morre. Y entram com ação de alimentos em face do avô, o que foi definido em sentença. Os filhos do avo devem pagar os alimentos.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
O TRANSITO EM JULADO DE AÇÃO DE ALIMENTOS, É FORMAL E NÃO MATERIAL, POIS A AÇÃO PODE SER REVISTA.
Para acabar com o pagamento, propõe ação de exoneração de alimentos.
Cessão
Proibido cessão de alimentos. Não pode ceder para terceiros. Alimentando (criança)é probibido ceder o direito.
Irrenunciável (artigo 1707 do Código Civil)
Pode ter escritura pública e dez testemunhas. Se houver filhos não pode renunciar aos alimentos. “Por ora, os requerentes não necessitam de ajudar alimentar reciprocamente”. 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Imprescritivel
Alimentos sempre será devido a partir da citação. A cobrança, execução é prescritível ou não? A execução e cumprimento de sentença, só pode cobrar os últimos dois anos.
Ex. a sentença sai em 2006, e o alimentante só executa em 2016. Sò poderá cobrar os últimos dois anos.
206§2º cpc - § 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
Impenhoravel
Os alimentos não podem ser pehorados.
Intransacionavel
Não pode fazer negociação.
Atual
Tem direito a partir do momento em que se pleiteia.
Irrestituível 	
Não pode ser restituído.
Obs. No caso de alimentos gravídicos, se descobrir depois do nascimento que o pai que pagava alimentos não era o pai, esse homem pode entrar com uma ação na esfera cível de indenizaçãopor danos morais e materiais. Alguns tribunais concordam
Pessoas obrigadas 
(Pai - Mãe – demais ascendentes todos – os mais próximos excluem os mais remotos)
Descendentes
Colaterais de segundo grau (irmão) 
Cônjuge ou companheiro.
A obrigação alimentar decorre de um dever familiar, próprio das relações de parentesco. Limita-se aos ascendentes, descendentes, e colaterais até o segundo grau (irmãos unilaterais ou bilaterais, sem distinção). O rol (listagem) dos artigos 1.696 e 1.697 é taxativo, e não admite interpretação extensiva, de modo que não inclui parentes por afinidade.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Causas de extinção
Morte do alimentando: criança.
Desaparecimento de um dos pressupostos do artigo 1795
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
O direito de prestar alimentos é imprescritível, independente da idade do alimentante. No entanto corre a prescrição, depois que tem um valor fixo prederterminado, arbitrado pelo juiz, para ser pago a titulo de alimentos. Esse valor, prescreve em dois anos.
Saiu a sentença, e ele foi intimado, começa a correr o prazo para pagar os alimentos. Se houver recurso, este so é recebido e seu efeito devolutivo. O Alimentando desde já pode pedir o cumprimento de sentença. Suponha que o pai começa a pagar e de repente para de pagar. Passa cinco anos que não paga mais. O alimentante, só pode cobrar os últimos dois anos.
\Se do primeiro mês o pai paga, e no segundo não paga mais. O alimentante executa desde o ultimo pagamento.
Ex. 3. O pai não é citado pessoalmente, simplesmente por edital. A prescrição não corre.
Só corre a prescrição se as partes ficarem inerte. 
O direito de pleitear alimentos é imprescritível. O direito de executar alimentos, é somente os últimos dois anos.
Para pedir a execução do alimentante, só pode pleitear as 3 ultimas, que será caso de decretação de prisão civil. Todas as demais parcelas vencidas depois das tres ultimas, integram a prisão.
As demais, devera procurar bens a penhora. Perde o caráter de imediatividade.
Lei 5478/68 Lei de alimentos
Aula 04 (02-08-2017)
Adoção
Fundamento legal: Lei 12.010/2009 | Código Civil, artigo 1618, 1619 | ECA Lei 8069/90
- Conceito: É o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece irrevogavelmente e independente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe era estranha.
A adoção se dá através de processo judicial. Hoje no Brasil tem um cadastro nacional de adoção. A adoção tem por finalidade dar filhos aos pais que não podem gerar filhos. Hoje a finalidade é total no interesse da criança. Na Constituição Federal de 88 igualou-se os direitos dos filhos adotados e biológicos. A adoção cria um vínculo de filiação entre adotante e adotado.
1º objetivo é trazer a criança a família natural – 2º objetivo é inserir a criança na família extensiva (tios e parentes) – e por fim, o 3º, é a família substitutiva.
Requisitos para adoção:
1º. O adotante tenha mais de 18 anos; não precisa ser casado. Pode ser solteiro.
2º. Diferença mínima de 16 anos entre adotante e adotado;
3º. Consentimento do adotado ou de seu representante legal;
4º Intervenção do poder público em qualquer adoção, seja enquanto maiores e menores;
5º Irrevogabilidade 
6º Estagio de convivência – o estágio de convivência com o adolescente deve ter iniciado antes do divórcio. Se o casal deu o nome quando era casado, e se divorcia, só pode adotar em nome de um, e não do casal.
7º Comprovação da estabilidade familiar – se for casado apresenta Certidão de casamento, se for U. estável, comprovar
8º maior de 12 anos, obrigatório a anuência do adolescente 
Art. 1.618 do CC.  A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Art. 1.619 do CC.  A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Quando tiver irmãos a serem adotados, de preferencia, serão todos adotados pelo mesmo adotante.
IPC: O filho mais velho, completa 18 anos, 20, tem uma diferença de 16 anos dos demais irmãos. Esse irmão pode adotar os irmãos menores? Não pode. É proibido pela lei, adoção pro ascendentes e irmãos do adotante.
Fundamento: Confusão patrimonial. O irmão pode requerer a guarda.
A avó não pode adotar o neto.
*Irrevogabilidade: A mãe adotiva a partir de 5 anos, começa a querer matar a criança. Pode ser revogado ou destituído.
Aula 05 (08-08-2017)
Poder Familiar
Conceito
É o conjunto de direitos e obrigações quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido pelos pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e proteção do filho.
Segundo Tartuce e Simão o poder familiar pode ser “conceituado como sendo o poder exercido pelos pais em relação aos filhos, dentro da ideia de família democrática, do regime de colaboração familiar e se relações baseadas, sobretudo, no afeto”.
Explicação: O poder familiar nasce juntamente com o nascimento da criança com vida com o reconhecimento da filiação(adoção). O múnus público, autoridade sobre a criança, nasce, ou seja, automaticamente, a mãe deve preservar a vida do filho. Não precisa de ordem judicial.
Finalidade
Características
Munus público: é automático, não precisa nenhuma declaração arbitrando o poder familiar aos pais biológicos.
Irrenunciável: O poder familiar é irrenunciável, no entanto deve ser preservado o melhor para a criança e o adolescente. 
Inalienável: Não pode vender ou comercializar o poder familiar.
Imprescritível: Qualquer pessoa pode requerer o poder familiar, antes doa 18 anos.
Incompatível com tutela: uma pessoa menor de 18 anos não tem pai nem mãe, ou seja, ninguém para representa-lá. Se um dos pais tiver com o poder familiar, não se fala em tutela.
IPC: Mesmo sem a certidão de nascimento lavrada com o nome dos pais, o poder familiar se origina com o nascimento, independente do nascimento. A criança nesse caso precisa de um representante legal. Os pais devem pedir um alvará judicial em nome do menor, e comprar outro. Através de testamento um pai e uma mae podem nomear um tutor, o qual o juiz não é obrigado a acatar.
Relação de autoridade: Os pais têm obrigação de autoridade e devem exigir obrigação e respeito de seus filhos.
Poder familiar fora do casamento: Se o filho nasce de uma relação extraconjugal, ou de um casamento declarado nulo, em nada altera em nada o poder familiar. O que pode ser alterado é a guarda.
Pessoas sujeitas ao poder familiar – 
Art. 1.630, do CC. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não forconhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
Obrigação dos pais aos filhos
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;    
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município;
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.  
Suspensao, Destituição e Extinção
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
IPC.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
Aula 05 – faltei 09-08-17
Guarda
Aula 06 (15-08-17)
Tutela
Artigos 1728 a 1766 do Código Civil 
Conceito “é um complexo de direitos e obrigações conferidos pela lei a um terceiro, para que proteja a pessoa de um menor, que não se acha sob o poder familiar, e administre seus bens”. Maria Helena Diniz.
A criança não precisa morar com os pais para estes terem poder familiar.
A tutela é um instituto de Direito Civil, no qual é designado em juízo ou pelos pais, pessoa a qual incumbirá a tutela (cuidados, responsabilidades) dos menores aos quais foram os pais destituídos do poder familiar ou que foram julgados como ausentes, desta forma, os tutores exercem o poder familiar sempre que os pais estiverem ausentes ou incapacitados de o fazê-lo. No caso de um dos pais falecer, o poder familiar se concentrará no outro cônjuge sobrevivente, contudo, se ambos os pais falecerem, o poder familiar recairá sobre um terceiro, este chamado de tutor.
Art. 1.734.  As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Natureza Jurídica – múnus público: A partir do momento que o juiz decide judicialmente, o tutor tem obrigações com aquela criança.
Há duas figuras:
Tutor: é o representante do menor
Tutelado ou pupilo: e o menor
A tutela se dá através de ordem judicial.
Espécies de tutela:
A doutrina elege que há três espécies de tutelas que serão aqui abordadas. São as seguintes: Tutela testamentária, tutela legítima e tutela dativa.
Tutela testamentaria (artigo 1729, 1730 e 1733 do Código Civil)
A tutela testamentária se caracteriza pela indicação do tutor em testamento ou documento autêntico, qual seja, todo aquele do qual não haja sombra de dúvidas quanto à nomeação de tutor e quanto a identidade daquele que exprime a vontade, os pais. O testamento deve ser feito separado, não pode os pais fazer em conjunto.
Existe, contudo, requisitos para que o testamento tenha eficácia. Primeiramente, o outro cônjuge deve estar impossibilitado de exercer o poder familiar; posteriormente, aquele que nomeia tutor em testamento ou documento idôneo deve estar no pleno exercício do seu poder familiar ao tempo de sua morte. Neste sentido, o art. 1730 do Código Civil disciplina que: É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar.
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar.
Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento.
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela.
Ex. A pessoa não é herdeira, mas recebe uma casa de um parente.
Tutela legitima (artigo 1731 do Código Civil)
Quanto a Tutela Legítima, essa se define pela falta de testamento ou de documento idôneo que caracterize a falta de nomeação de tutor pelos pais, portanto, sendo legítimos para assumir a tutoria, aqueles que são parentes consanguíneos ao tutelado. Neste sentido, o artigo 1.731 do Código Civil é claro:
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.
Tutela dativa (arts. 1732 e 1734 Código Civil)
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário.
Tutela irregular (protutor 1742)
Fiscalização – artigo. 1744 Código Civil 
Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será:
I - direta e pessoal, quando não tiver nomeado o tutor, ou não o houver feito oportunamente;
II - subsidiária, quando não tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito.
Pega um bem em garantia do tutor pra preservar o interesse do menor.
Impedimento – artigo 735 do Código Civil
O Código Civil enumera também, aqueles que não podem exercer a tutela sobre menores. Como exemplo, aqueles que não podem administrar seus próprios bens não podem ser designados como tutores, por razões obvias, pois como poderão administrar bens de terceiros, se não podem administrar seus próprios bens? O legislador buscou proteger os menores bem como seus bens, impedindo que pessoas que sejam consideradas desonestas, por ostentarem contrasi condenação por crimes infamantes sejam tutores, ou ainda devido a uma relação com o menor, como por exemplo, o menor seja devedor do tutor, ou vice-versa, seja tutor desse menor. Contudo, nesta última hipótese, nada impede que o maior seja tutor de outros menores com o qual não tenha uma determinada relação que pode ser de cunho econômico ou até mesmo criminal, hipóteses em que o candidato a tutor é declaradamente inimigo do menor.
Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos da tutela;
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
Escusa – artigo 1736 Código Civil 
A tutela é um encargo, um munus público, portanto, não deve, em regra, haver possibilidade de escusa, contudo, a lei permite a algumas pessoas, que em razão de situações de ordem pessoal, não possam assumir a tutela, e sendo nomeadas, a estas caberá a escusa de tutoria.
A lei permite que mulheres casadas se escusem de assumir a tutoria, pois em 2002, o legislador acreditava que estas já tinham muitos afazeres em relação à casa de família e aos próprios filhos, hoje já é uma situação bastante discutível. A lei também permite que pessoas com mais de sessenta anos não precisem assumir a tutoria, pois considera-se uma idade avançada e que impossibilitaria o pleno exercício da tutoria. As pessoas que também possuem mais de três filhos seriam lícito se escusarem de assumir a tutela, aqueles que sofrem de alguma enfermidade e aqueles que já exercem tutela ou curatela, entre outros casos que são abrangidos pelo art. 1736 do Código Civil:
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela:
I – mulheres casadas;
II – maiores de sessenta anos;
III – aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV – os impossibilitados por enfermidade;
V – aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a    tutela;
VI – aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII – militares em serviço.
Prestação de contas
Ao tutor não cabe exercer o munus como se estivesse no exercício do pleno poder pátrio. Seu exercício dependerá da supervisão judicial no que concerne aos atos de aquisição e dispêndio de bens e demais patrimônios que o menor, por ventura seja possuidor. A dependência existente entre a tutela e o poder familiar reside nos limites impostos pela supervisão judicial, como por exemplo, a obrigação de prestar contas, portanto, considera-se como o responsável pelo exercício da tutela, o próprio juiz que a concede.
O art. 1.741 do Código Civil diz que:
Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.
Neste sentido, ainda disciplina o artigo 1.747 e o artigo 1748 sobre a competência do tutor e as ações que o tutor pode tomar, desde que autorizadas judicialmente:
Art. 1.747. Compete mais ao tutor:
I – representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte;
II – receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas;
III – fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração, conservação e melhoramentos de seus bens;
IV – alienar os bens do menor destinados a venda;
V – promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de bens de raiz.
Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:
I – pagar as dívidas do menor;
II – aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
III – transigir;
IV – vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido;
V – propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.
O TUTOR NÃO PODE CASAR COM O TUTELADO ANTES DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Cessação da tutela 1736 CC 
A tutela é temporária, portanto, não sendo mais necessária a proteção a que ela se incube, seu exercício termina. Seu término pode se dar por causas naturais ou de natureza judicial, em relação ao pupilo e em relação ao próprio tutor. Em relação ao tutelado, quando este completa a maioridade civil, ou enquanto menor, é emancipado; quando o menor cai sob o poder familiar, seja por adoção ou reconhecimento. 
Essas hipóteses estão previstas no artigo 1.763 do Código Civil:
Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:
I – com a maioridade ou a emancipação do menor;
II – ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.
Em relação ao tutor, pode cessar a tutoria, mas nem sempre a necessidade de tutela por parte do menor, portanto, deve ser nomeado outro tutor que continue o exercício da tutela.
A lei disciplina que a tutoria termina quando expira-se o tempo que o tutor era obrigado a servir; quando sobrevêm escusa legítima, quando este é removido judicialmente. A morte do tutelado também é hipótese que extingue a obrigação de tutela para o tutor.
(Aula 07 – 22-08-2017)
Curatela artigos 1767 a 1783 do Código Civil.
Estatuto da pessoa com deficiência - Lei de inclusão nº. 13.146/2015
A curatela é um encargo deferido a alguém capaz, para que passe a reger a pessoa e administrar os bens de outra pessoa que não pode fazê-lo por si mesmo, em razão de incapacidade. Pela questão assistencial, a curatela torna-se semelhante à tutela.
A curatela é parcial.
O Código Civil, em sua Lei 10.406, de janeiro de 2002, dispõe sobre as normas de curatela no Brasil. E apresenta os mais diversos aspectos em que podem ser nomeados esses curadores.
Em regra, a curatela é deferida a maiores de idade, no entanto, não se destina somente à pessoas incapazes. O Código Civil trata da curatela de nascituros e pessoas maiores de 16 anos e menores de 18, que não possam praticar nenhum ato da vida civil, por problemas mentais.
A lei 13.146 de 2015, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, alterou algumas regras relativas à curatela antes previstas apenas no Código Civil. O objetivo da lei é garantir mais autonomia e dignidade às pessoas com deficiência, para que possam exercer a cidadania conforme suas condições pessoais.
Pessoas sujeitas – artigo 1767 do Código Civil
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
V - os pródigos.
Nomeação do curador - Quem pode ser curador:
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito, curador do outro, quando interdito.
§1o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.
Subsidiariedade – artigo 1774 do Código Civil 
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as modificações dos artigos seguintes.
- Art. 1.775-A.  Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.   
Art. 1.777.  As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência familiar e comunitária,sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste desse convívio. 
Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5o. ex. Heterley
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.
Do Exercício da Curatela
Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da tutela aplicam-se ao da curatela, com a restrição do art. 1.772 e as desta Seção.
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o regime de bens do casamento for de comunhão universal, não será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judicial.
Tomada de decisão apoiada – artigo 1783-A
Art. 1.783-A.  A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
§ 1o  Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. 
§ 2o  O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
§ 3o  Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.  
§ 4o  A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.  
§ 5o  Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.   
§ 6o  Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.  
§ 7o  Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8o  Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.
§ 9o  A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10.  O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11.  Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.  
Aula 08 (23-08-2017)
Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões, é o conjunto de normas e princípios que disciplinam e tratam da transmissão ou transferência do patrimônio de alguém que morreu aos sucessores, seja por força da lei ou por testamento. O direito à sucessão é garantida pela constituição e implica no sujeito – herdeiro, que assumirá os direitos e obrigações de seu antigo titular; isto é, não se trata da extinção da relação jurídica do falecido, e sim da substituição de direitos, não vigorando o princípio de que “a morte dissolve tudo”.
Conteúdo
Sucessão em geral
Sucessão legitima
Sucessão testamentaria
Inventario e partilha
Formas de sucessão
Gratuita 
Onerosa
Inter vivos
Causa mortis 
Sucessão
	Universal: Sucessão universal quando pela morte se transmite uma universalidade, ou seja, a totalidade de um patrimônio dá-se a sucessão hereditária. Tem-se a herança que é uma universalidade, pouco importando o número de herdeiros a que seja distribuída.
	Singular: só pode ser testamentaria. A sucessão a titulo singular, ocorre, por via de testamento, quando o testador no ato de ultima vontade, aquinhoa uma pessoa com um bem certo e determinado de seu patrimônio.
Sucessores
Herdeiro – é o sucessor universal do de cujus, com a abertura da sucessão tem a posse direta.
Legatário – é o sucessor singular, tem que pedir ao herdeiro a entrega da coisa legada.
Se fizer o testamento em vida e os bens se desfizerem, e a pessoa morre, o testamento não tem validade. Com a morte do de cujus a posse dos bens passa-se aos herdeiros.
Herança: é o conjunto de direitos e obrigações que se transmite em razão da morte a uma pessoa ou a um conjunto de pessoas que sobreviveram ao falecido.
De cujus: é o falecido
Conjuge supérstite: o cônjuge vivo, o sobrevivente.
Espólio: É a pessoa que vai figurar nos processos, a pessoa legitima. É um grupo personificado anômalo, que pode figurar no polo ativo ou passivo de qualquer ação.
Abertura de sucessão: Dá-se no mesmo instante da morte do de cujus, transmitindo-se automaticamente a herança aos seus herdeiros legítimos e testamentários (CC, art. 1.784). Nisso consiste o princípio da saisine, segundo o qual o próprio defunto transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança (le mort saisit le vif ).
Efeitos do princípio da saisine
a) regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela (CC, art. 1.787);
b) o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor, com os mesmos caracteres (art. 1.206);
c) o herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida;
d) abre-se a sucessão no lugar do último domicílio do falecido (art. 1.785), que é o foro competente para o processamento do inventário.
Tempo e lugar – Comoriencia: No direito de sucessões é importante o minuto que a pessoa morreu.
Aula 09 (29-08-2017)
Transmissão: da herança se da no momento da morte.
Lei a ser aplicada: A que estiver em vigência na data da morte do autor da herança, lei material da vocação hereditária. Se a pessoa morreu em 1997, e não foi feito o inventario, aplica-se a lei daquela época. No Código Civil de 1926 o cônjuge supérstite não era herdeiro, atualmente é.
Local: Qual o local que tramitará o processo? Estrangeiros? Aplica-se a lei brasileira. 
Se a pessoa tiver bens em dois países, faz-se dois inventários. O inventario será ajuizado no domicilio do morto, se tiver mais de um domicilio, será no que mais reside.
Sistema Droit de Saisine – transmissão dos bens aos herdeiros legais.
Aceitação da herança:
Expressa
Tácita: É a mais usada, o herdeiro fica em silencio e começa a praticar os atos de herdeiro.
Presumido: Começa a praticar atos de herdeiros. Usa os bens como se dele fosse.
Renúncia da herança: A qualquer momento pode renunciar o quinhão hereditário, o qual será feito mediante Escritura pública. O herdeiro para renunciar a herança, não pode ter dividas.
A herança só será dividida com a partilha do patrimônio. Não pode ter condição para renunciar, e não pode renunciar de forma parcial.
Renuncia translativa: renúncia a herança e indica alguém para receber. Paga 2 ITCMD
Renuncia abdicativa: renuncia a herança em favor dos demais, sem indicar alguém.
Efeitos:
Retroativos
Parte renunciada
Representação não se renúncia – herdeiros por estirpe, não estão indo receber a herança em nome próprio, mas sim estão representandoo herdeiro pré-morto. Quando o pai já é falecido e o avô morre. A herança vai para o neto.
A renúncia, passa aos herdeiros. É irretratável. Não pode fazer renúncia da renúncia.
Quando concorre com herdeiro na mesma linha, divide-se por cabeça;
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça.
Em linha reta não há limite de parentesco. (ascendentes e descendentes)
Herdeiros necessários: Ascendentes, descendentes e cônjuges. Artigo 1.845 do Código Civil. No entanto o STF equiparou o companheiro e companheira a cônjuge.
Herança Jacente e Herança Vacante

Continue navegando