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Aula 5: Comportamento Reprodutivo Profª Dra.Cláudia Leite/2018 Disciplina: Psicobiologia do Comportamento Introdução Comportamento Sexual Comportamento Reprodutivo 2 CURIOSIDADES DO COMPORTAMENTO REPRODUTIVO EM ANIMAIS: não humanos 3 Feromônios • Substâncias químicas secretadas por um animal e que permitem a sua comunicação com outros indivíduos da mesma espécie. • A mensagem química transmitida pelos feromônios tem por objetivo estimular determinado comportamento, que pode ser de alarme, agregação, contribuição na produção de alimentos, defesa, ataque, acasalamento, etc. 4 Feromônios • Cada espécie animal produz um feromônio diferente que é reconhecido somente pelos membros de sua própria espécie. • O feromônio liberado por uma cadela, quando está no cio, para atrair cães machos para o acasalamento, não atrai animais de outras espécies, como os porcos. • Mas também não há seleção de raças, sendo que essa cadela atrairá os cães de qualquer raça por perto. 5 Feromônios • No caso dos insetos, essa linguagem é ainda mais intraespecífica. Por exemplo, as formigas lava-pé não irão entender a linguagem de formigas-limão e vice-versa. • As abelhas, quando ocorre algum perigo, exalam no ar um feromônio que serve de alerta para as outras abelhas fugirem. 6 Alteram a morfologia, atividade fisiológica ou função de neuro- transmissores do SNC. Exemplo: pássaro Taeniopygia guttata Diferença no canto entre os sexos Diferenças morfológicas na região do cérebro que controla o canto Diferenças estabelecidas pela ação de hormônio logo após nascimento. Influência dos hormônios sexuais 7 Alteram neurônios motores e músculos Exemplo: sapo Xenopus laevis Influência dos hormônios sexuais 8 - O comportamento de corte, construção de ninhos, postura de ovos e comportamento de acasalamento em alguns pássaros são determinados por uma sequência de estímulos hormonais e sensoriais. Liberação de hormônio masculino Comportamento de corte e cópula Comportamento de corte e cópula Liberação de hormônio feminino Comportamento de construção do ninho Comportamento de oviposição Influência dos hormônios sexuais 9 Maior sensibilidade dos ratos machos ao estresse que das fêmeas Defecam mais e exploram menos no teste do campo aberto Exploram menos ambientes novos Mais reações de congelamento frente a estímulos desconhecidos Úlceras de estresse Influência dos hormônios sexuais 10 Ciclo menstrual ou estral • O ciclo menstrual não é exclusividade da espécie humana. Outros grandes primatas também têm que lidar com o sangramento, como por exemplo, orangotango,gorilas e chimpanzés. 11 Ciclo menstrual ou estral • Já outros mamíferos não têm um ciclo menstrual, mas um ciclo estral, onde o hormônio estrógeno estimula as células sanguíneas a saírem dos vasos e entrarem no útero, está ligado aos períodos do cio. 12 Ciclo menstrual ou estral • Já na gata, não ocorre o sangramento, Sua ovulação é estimulada pelo coito. Ela chama os parceiros (é comum ter mais de um) através da vocalização, usando miados característicos e bem altos. 13 (#) Comportamento de corte do macho para a cópula: aproximar, abanar orelhas, cheirar a face e os genitais da fêmea; atividade locomotora aumentada. Comportamento reprodutivo dos ratos Liberação de feromônios do macho (urina) Comportamento de Corte Liberação de feromônios da fêmea (cio) Fêmea em imobilidade dorsal Fêmea faz lordose e move cauda. Fêmea permite a monta e penetração do macho. 14 COMPORTAMENTO REPRODUTIVO DOS HUMANOS 15 Controle hormonal da reprodução Tálamo Hipotálamo 16 17 Controle hormonal da reprodução O Hipotálamo libera o GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofina GnRH, do inglês Gonadotropin-Releasing Hormone), que se move através da corrente sanguínea para a Hipófise Anterior. Lá, ele se liga a certos receptores, os quais sinalizam à Hipófise Anterior para sintetizar mais dois hormônios: o Hormônio Luteinizante (LH) e o Hormônio Folículo-Estimulante (FSH). 18 Controle hormonal da reprodução Fêmeas: Hormônio Folículo Estimulante (FSH): crescimento e desenvolvimento folicular. 19 Controle hormonal da reprodução Fêmeas: 20 Controle hormonal da reprodução Hormônio Luteinizante (LH): ovulação e formação do corpo lúteo nas fêmeas. 21 Controle hormonal da reprodução • O Corpo Lúteo: • Forma-se em todos os ciclos menstruais, • Produz progesterona após ovulação, • Permanece produzindo progesterona no ovário e caso não ocorra gravidez, dura cerca de 14 dias (fase lútea) até começar a degenerar. • É substituído por tecido cicatricial branco, deixando uma pequena cicatriz no ovário designada por Corpo Albicans. 22 Controle hormonal da reprodução Estrogênio • Secretado pelos folículos na eminência da ovulação. • Apresenta dois efeitos sobre a Hipófise Anterior: • 1) Inibe a secreção de FSH e • 2) Ativa a liberação de LH. • Logo após a ovulação, o LH é o hormônio mais importante na manutenção do corpo lúteo, enquanto que o FSH declina e leva a uma atrofia dos demais folículos. 23 Controle hormonal da reprodução Progesterona • Produzido pelo corpo lúteo; • Assegura que a menstruação seja breve e essencialmente fisiológica; • “Hormônio da Menstruação” ou “Hormônio da Gravidez”; • Estudos mostram que podem ser receptores para o esperma; • Desenvolvimento do feto: prepara o endométrio;estimula a proliferação do embrioblasto e formação da placenta; • Inibe contração uterina e lactação durante a gestação. 24 Controle hormonal da reprodução Anticoncepção • 1) Uso do estrogênio: inibi a liberação do FSH e, consequentemente, inibirá o crescimento dos folículos. Responsável pela maioria dos efeitos colaterais. • 2) Uso da progesterona inibe a liberação de LH e, daí, inibe o estímulo ovulatório. Se já existe progesterona no sangue o hipotálamo entende que não precisa produzir LH. 25 Controle hormonal da reprodução Anticoncepção • 3) + comum: administração combinada dos hormônios (estrogênio + progesterona) durante o ciclo menstrual. • Obs: Minipílula (doses baixas somente de progesterona): • a) inibi ovulação; • b) torna muco cervical mais espesso, dificultando a vida dos espermatozoides, que não conseguem chegar às trompas para encontrar o óvulo; • c) mesmo que a fecundação ocorra ela age tornando a parede interna do útero mais fina, dificultando a implantação deste possível óvulo fecundado. 26 Controle hormonal - Na gestação • A função hipofisária é dispensável durante a gravidez. • A manutenção do corpo lúteo ocorre sob o controle da luteotrofina (gonadotrofina coriônica) liberada pela placenta. • Ela é sintetizada pela placenta já a partir da primeira semana após a fertilização e é absorvida na circulação sanguínea em quantidade suficiente para manter o corpo lúteo e inibir a ocorrência do próximo ciclo menstrual. 27 Controle hormonal - Na gestação • A sua detecção na urina durante as primeiras semanas da formação placentária serve como teste de gravidez. • Por volta do terceiro mês de gestação, a crescente secreção de progesterona pela placenta determina que o corpo lúteo torne-se desnecessário para a manutenção da gestação quando, então, ele começa a regredir. Hormônio Gonadotrofina Coriônica 28 Controle hormonal da reprodução Nos machos: 29 Controle hormonal da reprodução Nos machos: O FSH estimula a espermatogênese. 30 Controle hormonal da reprodução Nos machos: O LH ativa as células de Leydig:localizam-se nos testículos e secretam testosterona. A testosterona age sobre os túbulos seminíferos, contribuindo para o crescimento e o aumento do peso testicular. 31 Controle hormonal da reprodução 32 Controle hormonal da reprodução 33 • Células de Sertóli: atividade regulada pelo FSH. • Protegem os espermatozóides em desenvolvimento de ataque imunológico. • Realizam a fagocitose dos excessos de fragmentos de citoplasma liberados durante a espermiogênese. Controle hormonal da reprodução 34 Controle hormonal da reprodução 35 Proteção ADENOIPÓFISE FSH LH Crescimento Desenvolvimento folicular Ovulação e formação do Corpo Lúteo Fêmeas ADENOIPÓFISE FSH LH Espermatogênese e ativa células de Sertoli Ativa as células de Leydig Machos Controle hormonal da reprodução 36 Hormônios e puberdade • Estrogênio: • Crescimento e desenvolvimento da vagina, do útero, das trompas e das mamas; • Mudança nos contornos do corpo (aumento da gordura subcutânea); • Crescimento dos pêlos pubianos e axilares e • Pigmentação regional dos mamilos e aréolas. 37 Hormônios e puberdade • Testosterona: • Desenvolvimento do pênis; • Ereções penianas; • Rápido aumento da altura e no desenvolvimento da musculatura esquelética e no vigor físico; • Pele torna-se espessa e oleosa devido à proliferação das glândulas; • A gordura subcutânea se reduz e as veias tornam-se salientes sob a pele; • Pêlos axilares, pubis, barba, do tronco e pernas desenvolvem-se em um padrão típico dos machos; • Crescimento da laringe: voz grossa. 38 • O ato de acasalamento compreende ajustes posturais e reflexos genitais mútuos que resultam na inseminação. • O ato de montar exibido pelos machos (subir nas fêmeas por trás e agarrar-se ao dorso do pescoço) e a lordose nas fêmeas (aumento da curvatura lombar com elevação dos flancos) constituem-se nos ajustes posturais característicos do comportamento sexual dos vertebrados. 39 Hormônios e libido • Nos homens, os níveis plasmáticos de testosterona elevam-se durante a observação de um filme erótico ou em face da perspectiva de sexo. • Nas mulheres, os estrogênios e a progesterona parecem exercer um papel mais significativo na feminilidade, do que propriamente sobre o desejo sexual. • Neste sentido, a ovariectomia e a menopausa não parecem reduzir a libido. 40 Substrato Neural APOM 41 • Organização do Comportamento sexual em Machos APOM Estimulação Lesão Implante de pellets de testosterona Induz copulação Recuperação de comp. sexual em ratos castrados Redução acentuada do comp. sexual 42 Hipotálamo lateral Estimulação Lesão Implante de pellets de estrógeno Induz lordose Aumenta excitação e receptividade sexual Resposta de gatas castradas Organização do Comportamento sexual em Fêmeas 43 hiperssexualidade Lesão Amígdala Organização do Comportamento sexual em Fêmeas e Machos 44 Perda da auto-preservação Afetivamente descaracterizado Estimulação Elétrica Agressividade extrema Separação materna x filhote • Animais quando submetidos a estímulos apresentam ativação do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal. • Em ratos, durante as duas primeiras semanas de vida, essa resposta é diminuída. • Dessa forma, esse período é denominado “período hiporresponsivo ao estresse”. 45 Separação materna x filhote • A manutenção de uma baixa concentração de corticosterona durante o desenvolvimento do rato é essencial para sua normal maturação. • Altas concentrações glicocorticoides em neonatos causam diminuição de mitose, mielinização e neuromorfogênese, como também alterações neuroendócrinas quando adulto. • Assim é de grande importância que o animal mantenha o eixo HPA sob certa supressão durante o período neonatal, sendo essa, uma característica padrão durante o período de desenvolvimento dos ratos. 46 Separação materna x filhote • O comportamento maternal é responsável por inibir as respostas endócrinas ao estresse dos filhotes após o nascimento. • Após 24 horas de separação maternal, ratos neonatos apresentam concentrações plasmáticas de corticosterona basais aumentadas. 47 Manipulação Neonatal • Ratos manipulados no período neonatal apresentam atenuação do medo em ambientes novos. • São mais ativos, explorando as áreas centrais do campo aberto. • Exploram ativamente a área quando um gato é colocado no campo aberto. 48 Manipulação Neonatal • Animais adultos manipulados durante as primeiras semanas de vida apresentaram uma forte atenuação da ansiedade induzida pelo estresse. • No labirinto em cruz elevado, os animais permanecem significativamente mais tempo nos braços abertos, o que é indicativo de menos ansiedade. 49 Manipulação Neonatal • Logo após o nascimento, quando a mãe lambe o filhote (estimulação tátil) ela promove liberação de noradrenalina que age no bulbo olfatório e promove o aprendizado olfatório, fazendo com que o filhote tenha preferência pelo cheiro da mãe. 50 51 Manipulação Neonatal • As ratas manipuladas mostraram uma redução no número de neurônios da APOM. • Ratas manipuladas apresentaram uma redução do número de lordoses em resposta à monta do macho. 51 Aprendizagem olfatória neonatal 52 Via noradrenérgia da aprendizagem olfatória. Aprendizagem olfatória neonatal 53
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