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PEÇA CIVIL - CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

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MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA CIDADE DE RIO DE JANEIRO/RJ
Autos originários nº 0000000-00.000.0.00.0000
JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, mecânico, portador da cédula de Identidade RG nº. xx.xxxx.xxx-x SSP/PR, e inscrito no CPF/MF nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na Rua/Avenida, nº x, Bairro, CEP nº x, na Cidade de Campo Mourão - PR, por meio do seu Procurador Judicial, que ao final subscreve, com escritório profissional localizado na Rua Clotário Portugal, nº 265, Centro, na Cidade de Engenheiro Beltrão – PR, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 335, do Código de Processo Civil, apresentar CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO, C/C TUTELA DE EVIDÊNCIA 
Nos autos de ação de Cobrança já supramencionados, que lhe move BETA COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS S.A, pessoa jurídica de direito privado, já devidamente qualificado nos autos em epigrafe, com supedâneo nos argumentos fáticos e jurídicos que a seguir, passa a aduzir:
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
	Considerando-se a falta de condições financeiras, por parte da Autora da presente ação, de arcar com as despesas e custas processuais, temos que a Constituição Federal assegura às pessoas o acesso ao Judiciário, in verbis:
Art. 5º – LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Neste caminho, a Lei nº 1.060/50 garante a assistência judiciária a parte processual. Vejamos:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.”
Desta forma, requer o demandante o deferimento dos benefícios da assistência judiciária gratuita, pois como atesta a declaração de hipossuficiência anexo, este, não tem condições de arcar com a custa e despesas processuais sem o comprometimento do sustento próprio e de sua família.
2. DA AUTOCOMPOSIÇÃO
Visando a celeridade processual, na solução do conflito, o Autor da presente demanda, demonstra total interesse na conciliação, considerando ser a melhor medida a ser realizada.
Diante disso, o autor da presente ação, requer a realização da audiência de conciliação, obedecendo inteiramente o previsto no artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil.
RESUMO DA INICIAL
O Requerente propôs ação de cobrança em face do Requerido, sob o argumento de que o Requerido havia contratado serviços telefônicos da sua empresa BETA COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS S.A, o que estaria em dívida, devendo o valor de R$50.200,00 (cinqüenta mil e duzentos reais) referentes à prestação de serviços telefônicos. 
DOS FATOS VERDADEIROS
Como já mencionado, o Requerente propôs ação de cobrança em face do Requerido, alegando que o segundo, estaria em débito com a empresa BETA COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS S.A, referente a serviços telefônicos contratados por ele. 
Ocorre que, o Requerido jamais contratou serviços da referida empresa, nunca tendo se deslocado até a Cidade de Rio de Janeiro, e que toda documentação juntada na referida Ação de Cobrança não são deles, havendo inclusive assinatura e foto diversa da dele.
Inobstante, o contrato juntado como prova na Petição Inicial, tinha o seu endereço inexistente, além de conter uma assinatura totalmente diferente da carteira de identidade apresentada pela empresa.
PRELIMINAR DE MERITO 
COISA JULGADA MATERIAL
Preliminarmente, conforme comprova a documentação em anexo, tem-se que a presente demanda é mera repetição de uma ação idêntica, com as mesmas partes, o mesmo objeto, e as mesmas causas de pedir, que já foi ajuizada, e julgada improcedente nos autos nº 0000000 -00.000.0.00.0000, caracterizando, pois, coisa julgada material prevista no art. 337, do CPC.
Diante do exposto, comprovada existência de coisa julgada, requer que Vossa Excelência digne-se de decretar a extinção do processo, sem a resolução do mérito, com a consequente condenação do demandante nas custas e nos honorários do advogado do demandado.
DO MERITO
O requerido nega todos os fatos narrados na inicial, pois jamais contratou os serviços da referida empresa, sendo assim não realizou contrato com a requerente para realização de nem um tipo de serviço, nunca esteve na cidade de rio de Janeiro e que os documentos juntados na inicial demonstram claramente que a foto e assinatura do RG não são dele, no caso em tela quem é vítima de toda situação é o requerido, pois teve seu nome negativado indevidamente.
DA RECONVENÇÃO
Conforme vimos acima, o requerido não tem relação contratual alguma com a reclamada, e sim foi vitima de uma cobrança indevida, cobrança que lhe causou vários constrangimentos, como o cadastro de seu nome no S.P.C, diante de tais constrangimentos cabe ao requerido o pedido de reconvenção com fulcro no art. 343, do CPC.
Sendo assim, diante dos constrangimentos sofridos pelo requerido, cabe ao mesmo o pedido de reconvenção, conforme acima disposto.
Pedido de Tutela Provisória de Urgência Para Retirar o Nome do S.P.C
Conforme exposto acima, o reconvindo não contratou os serviços da re..., tendo em vista que o autor nada deve, razão pela qual a negativação no cadastro de inadimplentes é totalmente descabida, fazendo por necessário a concessão do pedido de tutela provisória de urgência com fundamento no art. 300 do CPC, para evitar um dano ao reconvindo.
Temos por concluir que a atitude da Requerida, de negativar o nome do reconvindo, não passa de uma arbitrariedade, que deverá por isso, ao final, ser declarada insubsistente, em caráter definitivo.
Diante exposto requer a concessão de ordem judicial para sustação dos efeitos de negativação de seu nome junto ao Serasa e demais órgãos de proteção ao crédito; para tanto, requer-se de Vossa Excelência, se digne determinar a expedição de Ofício à empresa reconvinte, nesse sentido.
 Dano Moral Pela Inclusão Indevida do Nome no S.P.C
O reconvindo teve seu nome posto no cadastro de inadimplentes de forma erronia, pois já mais teve qualquer tipo de ligação contratual com a reconvinte, sendo assim a reconvinte praticou um ato ilícito que gerou danos morais ao reconvindo, pois o mesmo ao ir ao banco para contratar um empréstimo para comprar a casa própria foi surpreendido quando seu credito foi negado porque seu nome estava sujo, o reconvindo ficou extremamente abalado, pois o mesmo é cumpridor dos seus deveres e nunca passou por qualquer constrangimento sobre seu caráter e sua honra, sendo assim, segue alinha do artigo 186, CC.
O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome da Autora nos cadastros de inadimplentes, por decorrência de dívida inexistente.
Segue decisão do Tribunal de Justiça do RS, ao determinar que a inscrição indevida junto ao cadastro de inadimplentes caracteriza dano moral in re ipsa, ou seja, independe de prova para sua configuração;
DANO MORAL. INSCRIÇÃO NO SERASA. INDENIZAÇÃO. FIXAÇÃO DO QUANTUM. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. O registro no cadastro de maus pagadores da SERASA, de forma indevida, gera o direito à indenização ao ofendido. A fixação do quantum deve, tão-somente, atender a uma satisfação pecuniária para minimizar os transtornos pelos quais passou a vítima, atendendo aos pressupostos inseridos no caráter subjetivo do dano para servir de expiação ao ofensor, sem, no entanto, gerar enriquecimento sem causa. Apelação provida. (Apelação Cível nº 70000183723, 6ª Câmara Cível do TJRS, Passo Fundo, Rel. Des. João Pedro Freire. j. 30.08.2000).
Conforme exposto, requer-se a condenação do reconvinte no pagamento de danos morais pelo constrangimento e perdas sofridas por ataque à moral e à dignidade, caracterizados como uma ofensa à reputação da vítima.
 Da Perda de Uma Chance
Conforme já narrado nos fatos o requerente pretendia a concessão de um empréstimo parasair do aluguel, pretensão esta que foi frustrada pelo motivo de seu nome estar negativado, o artigo 402 do CC. 
O presente artigo citado acima, estabelece que “as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar, neste caso, se a perda da chance for vista como uma terceira modalidade de dano, a indenização decorrente estará enquadrada na segunda parte deste artigo.
Nesse sentido, requer a indenização no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) pela chance perdida de adquirir sua casa apropria.
8. DOS PEDIDOS
a) os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita por ser o Requerido pobre na acepção jurídica e não ter condições de arcar com a custa processual e honorários advocatícios sem prejuízo seu e de sua família.
b) a extinção da presente Ação sem julgamento do mérito tendo em vista o julgamento Ação nos autos número (0000000-00.000.0.00.0000), incidindo assim os efeitos da Coisa Julgada material. 
c) não atendendo ao pedido anterior, o que se admite por amor ao debate, que seja julgado totalmente improcedente os pedidos do Autor, determinando conseguintemente o não pagamento da quantia pleiteada na inicial.
d) a condenação da autora ao pagamento de custas e honorários advocatícios, assim como demais ônus da sucumbência;
e) em razão da reconvenção, cujas razões foram lançadas acima requer a concessão dos benefícios da tutela antecipada acima requerida para a imediata exclusão do nome do Requerido do S.P.C (Serviço de Proteção de Crédito).
e.2) a condenação do Requerente ao pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos morais. 
e.3) a condenação do Requerente ao pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) referente à perda de uma chance;
f) requer-se, outrossim, a condenação do autor reconvindo nas custas e honorários (CPC, art. 85, § 1º);
Dá-se à presente reconvenção, nos termos do art. 292 do Código de Processo Civil, o valor de R$ 
 Termos em que 
 Pede e espera deferimento.
 Campo Mourão 19 de outubro de 2017
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Halyson Mera
OAB/PR 90.189
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