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Apostila - Evolução Pensamento Administrativo - unicarioca

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EVOLUÇÃO DO 
PENSAMENTO 
ADMINISTRATIVO
EVOLUÇÃO DO 
PENSAMENTO 
ADMINISTRATIVO
Ana Paula Cortat Zambrotti Gomes
Kelly Aparecida Torres
Priscila Aparecida Sousa
© Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB)
G631e 
Gomes, Ana Paula Cortat Zambrotti. 
Evolução do pensamento administrativo / Ana Paula Cortat Zambrotti Gomes, 
Kelly Aparecida Torres, Priscila Aparecida Sousa. – Curitiba: Dtcom, 2017.
152 p. 
ISBN: 978-859-368-520-0
1. 1. Historia da administração. 2. Administração. 3. Empresas.
CDD 658
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Ana Paula Cortat Zambrotti Gomes, Kelly Aparecida Torres e 
Priscila Aparecida Sousa
Validação da Disciplina Pedro Sérgio de Souza
Designer instrucional Milena Rettondini Noboa
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
Sumário
01 A origem histórica do pensamento administrativo ............................................................ 7
02 A revolução industrial ............................................................................................................15
03 Da revolução industrial a contemporaneidade .................................................................22
04 Os processos administrativos e as funções da administração ....................................29
05 O administrador e seu papel ................................................................................................36
06 Administração Científica .......................................................................................................44
07 Teoria clássica da administração........................................................................................51
08 Mudanças na estrutura organizacional para os clássicos da administração ............58
09 Evolução da Escola Clássica da Administração ...............................................................64
10 Teoria Burocrática ..................................................................................................................71
11 A escola de relações humanas ............................................................................................79
12 A escola comportamentalista ..............................................................................................87
13 As Teorias Motivacionais ......................................................................................................94
14 Aspectos Sobre Liderança ................................................................................................. 101
15 A Teoria Estruturalista ........................................................................................................ 108
16 A Tecnologia e a Abordagem Quantitativa ..................................................................... 116
17 Teoria dos Sistemas ........................................................................................................... 123
18 Teoria do Desenvolvimento Organizacional ................................................................... 130
19 Teoria Contingencial ........................................................................................................... 137
20 Teorias contemporâneas ................................................................................................... 145
Introdução
Para alcançar o sucesso organizacional as empresas precisam ser bem administradas frente 
à competitividade do mercado. Para isso o administrador deve conhecer tanto a prática, quanto os 
modelos teóricos da profissão. Nesta aula vamos estudar a formação do pensamento administra-
tivo e entender como a administração se consolidou como área de saber. Pronto para começar? 
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender a evolução histórica do pensamento administrativo e como a administração 
se consolidou como área de saber;
 • compreender a formação do pensamento administrativo como um processo multidis-
ciplinar por meio das contribuições de diversas áreas.
1 Antecedentes históricos do pensamento 
administrativo
Você sabia que a administração é considerada uma ciência nova? Formalizada a pouco mais 
de 100 anos, a administração é considerada um campo de estudo jovem, principalmente se com-
pararmos com a medicina, direito e contabilidade. No entanto, historicamente, podemos identificar 
práticas administrativas rudimentares praticadas há milhares de anos.
EXEMPLO
Indícios históricos indicam que desde a Antiguidade, por volta de 3.000 a.C., os su-
mérios já exerciam atividades administrativas rudimentares de controle e registro 
de atividades, assim como a gestão de seus recursos e servidores.
A origem histórica do pensamento 
administrativo
Priscila Aparecida Sousa
 – 7 – 
TEMA 1
FIQUE ATENTO!
Antes do surgimento das primeiras teorias da administração, nossos antepassados 
já praticavam atividades administrativas de forma amadora.
O estabelecimento do capitalismo, a partir do surgimento da Revolução Industrial, a moder-
nização das cidades e a mudança nas estruturas de autoridade foram fatores cruciais para a con-
solidação do pensamento administrativo. É importante perceber que a partir da modernização 
das cidades a estrutura de autoridade racional-legal, baseada em normas e regras legitimadas, 
substituiu a antiga estrutura social de autoridade tradicional, onde o poder era considerado uma 
tradição ligada a costumes e aspectos religiosos. Foi assim que emergiu a sociedade industrial e 
a necessidade de estudar maneiras de lidar com a complexidade das organizações. (SOBRAL e 
PECI, 2008; MOTTA e VASCONCELOS, 2006).
SAIBA MAIS!
O sociólogo e economista alemão Max Weber foi um dos fundadores da sociologia 
moderna, e sua obra “Economia e Sociedade”, de 1922, trata dos três tipos de 
autoridade: tradicional, carismática e racional-legal.
2 As contribuições dos filósofos, 
da igreja e dos militares
Você saberia dizer o que influenciou a formação do pensamento administrativo? Vamos 
conhecer agora as contribuições dos filósofos, da igreja e dos militares. Vale a pena prosseguir!
2.1 A contribuição da filosofia
A filosofia e, em especial, seus principais estudiosos, como Sócrates (470-399 a.C.), Platão 
(429-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), exerceram influência na administração. A princípio os 
preceitos destes filósofos eram voltados à administração pública, política e democracia, pois eles 
se preocupavam com a administração das cidades.
Outra contribuição importante da filosofia para o pensamento administrativo foi o método 
cartesiano, desenvolvido por René Descartes, com intensa atuação até a década de 1990. (CHIA-
VENATO, 2011)
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 8 – 
Figura 1 – Filósofos da Grécia Antiga: Platão e Sócrates
Fonte: Pan_Media/ Shutterstock.com
2.2 A influência da igreja
Após a queda do Império Romano, em 476 d.C., a igreja tornou-se a maior instituição da 
época. A forma de organização deste templo cristão contribuiu para sua expansão geográfica, 
sem perder normas e mantendo a autoridade, além de colaborar com a disseminação de seus 
ensinamentos e preservação da doutrina. Este modelo também participou daformação do pensa-
mento administrativo. (CHIAVENATO, 2011; MAXIMIANO, 2012).
2.3 Organizações militares
Os modelos tático-estratégicos, disciplinares, hierárquicos e de delegação, utilizados nos 
campos de combate para auxiliar a condução de muitos soldados, também influenciaram a for-
mação do pensamento administrativo. Como destaque da contribuição militar podemos citar a 
obra de Sun Tzu, do século IV a.C., intitulada “A arte da guerra”, que apresenta princípios de planeja-
mento, comando e doutrina utilizados na administração e que ainda serviram de base para outras 
obras contemporâneas na área. (CHIAVENATO, 2011; MAXIMIANO, 2012).
FIQUE ATENTO!
As contribuições militares mais importantes para a formação do pensamento ad-
ministrativo foram os princípios de unidade de comando, direção, hierarquia, dele-
gação de autoridade, centralização de comando e descentralização de execução.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 9 – 
3 Os primeiros estudos sobre administração
Após a Revolução Industrial, o desenvolvimento das sociedades e o surgimento das primei-
ras organizações, além do consequente aumento da produção e da concorrência, o amadorismo 
começou a ceder lugar a modelos mais estruturados de gestão e tornaram-se necessários estu-
dos detalhados de como administrar e manter duradouras estas empresas.
Você sabia que os primeiros estudos sobre administração foram desenvolvidos por autores 
que buscavam soluções gerenciais de racionalizar as formas de trabalho, tornando as mais efi-
cientes? Neste sentido, podemos destacar a contribuição de Frederick Taylor, com os estudos de 
racionalização do trabalho, e Max Weber, com a definição de burocracia (SOBRAL e PECI, 2008). 
3.1 O que é administração?
Se tentarmos entender a administração do ponto de vista da etimologia teremos: ad (direção, 
tendência para) e minister (subordinação ou obediência), ou seja, “aquele que realiza uma função 
sob o comando de outrem” (CHIAVENATO, 2011, p.12).
Porém, é preciso destacar que, com o decorrer dos anos, este significado original passou por 
uma grande mudança, sendo a administração, hoje, entendida como a tarefa de definir os objetivos 
organizacionais transformando-os em ação por meio dos processos de planejar, organizar, dirigir e 
controlar recursos em prol de objetivos organizacionais. (CHIAVENATO, 2011)
FIQUE ATENTO!
A administração é uma ciência secular que trata da gestão de recursos de uma 
organização, seja ela pública ou privada, por meio dos processos administrativos, 
visando alcançar objetivos pré-definidos de forma eficiente e eficaz.
4 Administração como ciência multidisciplinar e a 
influência dos economistas e empreendedores
Estudaremos a seguir a contribuição dos economistas e empreendedores para a formação do 
pensamento administrativo e como a administração se consolidou como ciência multidisciplinar.
4.1 Os estudos dos economistas liberais 
e suas contribuições
É importante destacar que a economia foi uma das ciências que mais contribuiu para a forma-
ção do pensamento administrativo. Você saberia dizer porquê? Os economistas liberais pregavam 
a livre concorrência de mercado e suas ideias serviram de base para a formação do pensamento 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 10 – 
administrativo. Porém, com a acumulação de riqueza e o aumento das desigualdades este modelo 
começou a declinar a partir da segunda metade do século XIX. Uma influência importante da eco-
nomia para os estudos em administração foram os trabalhos de Adam Smith. Na obra “A riqueza 
das organizações”, de 1776, Adam Smith já trazia os princípios da especialização e divisão do tra-
balho, mais tarde utilizados por Frederick Taylor na administração científica. (CHIAVENATO, 2011).
Figura 2 – Adam Smith (1723 - 1790)
Fonte: Heartland Arts/ Shutterstock.com
4.2 O pioneirismo empreendedor e a necessidade dos 
estudos em administração 
No século XIX diversos empreendimentos surgiram, entre eles, a criação das estradas de 
ferro, as indústria de aço, cobre e alumínio, entre outras. Com a expansão das indústrias, que pas-
saram a integrar toda a cadeia de produção, desde o controle da matéria-prima, produção de bens 
e distribuição, a necessidade de reduzir custos e maximizar lucros passou a ser um ponto de inte-
resse crucial. A gestão que antes era feita pelo proprietário, encarregado de gerenciar estas partes, 
cedeu lugar à gestão profissional e divisão da empresa em áreas funcionais devido ao grande 
volume de recursos gerenciáveis. Com o aumento da concorrência e os graves problemas geren-
ciais, devido à falta de profissionalização, que culminaram na falência de muitas organizações, 
os estudos sobre as melhores formas de administrar estas empresas começaram a despontar e 
contribuíram para o surgimento das teorias administrativas. (CHIAVENATO, 2011)
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 11 – 
4.3 A administração e as diversas áreas do saber
A administração é considerada uma ciência multidisciplinar, pois teve a influência de diversas 
áreas do saber, como a psicologia, antropologia, sociologia, economia, matemática, contabilidade, 
engenharia, entre outras. 
Mas, preste atenção, pois, a administração também pode ser considerada ciência, tecnologia 
e arte (CHIAVENATO, 2011). Observe a Figura “Administração como ciência, tecnologia e arte”, que 
demostra esta interação.
Figura 3 – Administração como ciência, tecnologia e arte
Ciência
(análise metódica e
 sistematizada de
fatos e evidências)
Arte
(visão, intuição, 
abordagem criativa 
e inovadora)
Tecnologia
(aplicação prática e 
metódica de princípios 
de teorias significativas)
Administração
Fonte: CHIAVENATO, 2011, p.14.
SAIBA MAIS!
No artigo “Administração é ciência ou arte? O que podemos aprender com este mal-
entendido?” Pedro Lincoln C. L. de Mattos (2009) discute sobre esta dicotomia que 
por muito tempo foi polêmica na área. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rae/v49n3/v49n3a09.pdf>.
Como ciência, temos a consolidação dos conhecimentos teóricos na área. Como tecnologia, 
temos os sistemas e ferramentas tecnológicas desenvolvidos por especialistas para auxiliar na 
tomada de decisão. E, como arte, temos o desenvolvimento e a aprendizagem das técnicas admi-
nistrativas por meio da prática cotidiana.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 12 – 
Figura 4 – Construções do Egito Antigo
Fonte: cobalt88/Shutterstock.com
EXEMPLO
Na Antiguidade, antes da administração se consolidar como ciência, nossos an-
tepassados já administravam de forma rudimentar e como arte. Como exemplo 
temos as construções das pirâmides do Egito, onde um contingente de pessoas 
e materiais foram alocados e organizados. Caso eles conhecessem as teorias da 
administração, talvez, este processo fosse menos demorado e trabalhoso. 
5 A consolidação da administração 
como área de estudo
Para Sobral e Peci (2008), a importância da consolidação da administração como área de 
estudo está diretamente relacionada à relevância das organizações para a sociedade. 
Perceba que a administração como área de estudos se estabelece a partir do surgimento da 
administração científica, no início do século XX, que teve como precursor Frederick Taylor. Os prin-
cípios pregados por Taylor, como a racionalização do trabalho, o estudo dos tempos e movimentos 
e a divisão e especialização do trabalho deram origem ao que conhecemos como escola clássica 
da administração hoje.
Posteriormente, em 1881, surgiu o primeiro curso de administração, ministrado pela Wharton 
School, nos Estados Unidos. No Brasil este processo foi mais tardio, sendo que o primeiro curso 
foi criado em 1938, pela Fundação Getúlio Vargas. (SOBRAL e PECI, 2008). 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 13 – 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:• conhecer os antecedentes históricos do pensamento administrativo;
 • aprender sobre a contribuição dos filósofos, da igreja, dos militares, dos economistas e 
dos empreendedores para a formação do pensamento administrativo.
Referências 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. São Paulo: Elsevier - 
Campus, 2011.
MATTOS, Pedro Lincoln C. L. “Administração é ciência ou arte?” O que podemos aprender com 
este mal-entendido? Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 49, n. 3, jul./set. 2009. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v49n3/v49n3a09.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolu-
ção digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabela. Teoria Geral da Administração. 3. ed. São Paulo: 
Thomson, 2006.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: 
Person Prentice Hall, 2008. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 14 – 
A revolução industrial
Priscila Aparecida Sousa
Introdução
A Revolução Industrial surgiu a partir da modernização das cidades e trouxe diversas mudan-
ças no cenário político, econômico, social e tecnológico do século XIX. Estas mudanças foram 
essenciais para a formação do pensamento administrativo e surgimento dos primeiros estudos na 
área. Vamos conhecer mais sobre a Revolução Industrial e suas contribuições para a Administração?
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer os antecedentes da Revolução Industrial;
 • compreender como a Revolução Industrial contribuiu para a evolução do pensamento 
administrativo;
 • entender o que são as organizações e como surgiram a partir da Revolução Industrial.
1 A estruturação urbana
As primeiras cidades surgiram na Antiguidade, por volta de 4000 a.C., período em que a revo-
lução agrícola cedeu espaço para a revolução urbana (MAXIMIANO, 2012). 
Na Idade Média predominava o sistema feudal em que o senhor, proprietário das terras, exer-
cia a autoridade tradicional sobre os servos, que sediam a força de trabalho de forma gratuita. 
A agricultura ainda predominava e a separação entre cidade e campo era bem definida. Com o 
processo de modernização das cidades, a mudança na estrutura de autoridade que passava a ser 
racional-legal, e a epidemia de peste negra que dizimou metade da população da cidade e valorizou 
a mão de obra do campo, o sistema feudal lentamente começou a declinar a partir do século XVI.
2 Do artesanal ao industrial
Os agricultores que abandonaram os campos conseguiram, por meio do trabalho artesanal, 
manter-se nas cidades abrindo pequenos comércios, sobrevivendo da habilidade técnica. O arte-
são era proprietário dos meios de produção, se encarregava de produzir e vender as mercadorias. 
Para conter o avanço da concorrência, formaram as corporações de ofício e vedavam a entrada de 
estrangeiros. Com o tempo, essas corporações monopolizaram o trabalho e a indústria manufatu-
reira de determinadas regiões. 
 – 15 – 
TEMA 2
EXEMPLO
Um artesão ensinava as técnicas para seus aprendizes, que futuramente passavam 
esses ensinamentos para os próximos e assim por diante. Desta forma foram au-
mentando a quantidade de artesãos que resolveram se juntar e formaram peque-
nos empreendimentos.
Esse tipo de comércio não visava o lucro, pois segundo valores religiosos da época, isto era 
visto como usura. A economia era baseada em trocas e o bem era vendido pelo “preço justo”. A 
situação predominou até a ampliação do comércio e da exportação de manufaturas, que inviabi-
lizava o preço justo, então substituído pelo preço de mercado. Assim o comércio passou a visar 
lucro (MOTTA e VASCONCELOS, 2006).
3 As mudanças econômicas e a Revolução Industrial
Com as mudanças mencionadas, o capitalismo consolidou-se a partir de dois fatores: a 
alta inflação e o cercamento das terras. Isto fez com que os nobres aumentassem os preços 
dos arrendamentos das terras para os camponeses, que não tinham mais condições de pagar. 
Os nobres então cercaram as terras e os camponeses tiveram que deixá-las ou foram expulsos 
(MOTTA e VASCONCELOS, 2006).
O capitalismo fez emergir uma nova classe social conhecida como proletariado, composta 
pela mão-de-obra advinda do campo. Os proprietários das fábricas visavam somente o lucro, não 
se importando com condições de trabalho e enxergando os trabalhadores como mais um meio de 
produção. Ficava clara a divisão entre proletariado e proprietários das indústrias. 
SAIBA MAIS!
O artigo “Capitalismo e as transformações no processo de trabalho”, da autora Caroline 
Goerck, aborda o capitalismo e as mudanças causadas no processo de trabalho. Disponí-
vel em: <http://revistas.unicentro.br/index.php/capitalcientifico/article/view/731/1274>.
3.1 A Revolução Industrial
A Revolução Industrial surgiu no final do século XVIII, na Inglaterra, tendo como marco a inven-
ção e utilização das máquinas no processo de produção, modificando a estrutura vigente na época. 
Trouxe consigo diversas alterações nas áreas econômicas, sociais, comerciais e políticas. Nesse 
período as mudanças aconteceram de forma acelerada, acompanhado o progresso das indústrias.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 16 – 
Figura 1 – Revolução Industrial
Fonte: Stacey Newman/Shutterstock.com
Por Revolução Industrial temos a definição de Viera et al (2012):
Entende-se por Revolução Industrial um conjunto de transformações profundas ocorridas 
na estrutura socioeconômica da Europa a partir de 1750, quando se verificou a transição 
de um sistema feudal agrário para o sistema capitalista industrial, o que consolidou um 
novo período histórico, caracterizado pela ascensão de uma classe burguesa capitalista, 
baseada na igualdade entre os homens, a livre iniciativa e na empresa privada, bem como 
pelas forças produtivas, pelas relações sociais de produção e por um novo formato de or-
ganização produtiva do trabalho: a fábrica. (VIERA et al, 2012, p.19)
Figura 2 – Máquinas têxteis
Fonte: Everett Historical/Shutterstock.com
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 17 – 
A Revolução Industrial passou por duas fases distintas. A primeira, de 1780 a 1860, é mar-
cada pela mecanização da indústria, aplicação da força motriz com a criação da máquina a vapor, 
desenvolvimento do sistema fabril e avanço nos meios de transporte e comunicação, como a 
criação do telefone. Já a segunda fase, de 1860 a 1914, é marcada pela substituição do vapor pela 
eletricidade, automatização do maquinário, especialização do trabalhador, transformações radi-
cais nos meios de transporte e comunicação (criação do automóvel), desenvolvimento de novas 
formas de organização capitalista, surgimento das instituições financeiras, separação entre pro-
priedade particular e privada, grandes fusões e expansão das indústrias. (CHIAVENATO, 2011)
3.2 A precariedade no trabalho e a luta de classes
O processo de migração de trabalhadores do campo para a cidade ocasionou um cresci-
mento populacional desorganizado, além de sérios problemas sociais devido às más condições 
de moradia, higiene e saúde.
A jornada nas fábricas era exaustiva e os salários eram baixos. Os operários trabalhavam cerca 
de 16h nas fábricas, sendo que mulheres e crianças (contratadas a partir de 5 anos) ganhavam 
menos que homens. Diferente do artesanal, esse trabalho era fragmentado e repetitivo podendo ser 
exercido por qualquer pessoa sem qualificação.
FIQUE ATENTO!
A modernização das fábricas trazida pela automatização fez com que parte da mão 
de obra operária fosse substituída por máquinas.
Com o tempo os trabalhadores manifestaram sua insatisfação reivindicando melhores con-
dições de trabalho. Começaram os conflitos de classe entre proletariadoe proprietários, surgindo 
os primeiros sindicatos, que lutavam pela garantia dos direitos dos trabalhadores. Durante muito 
tempo a ação dos sindicatos era restrita e considerada ilegal em países como a Alemanha, por 
exemplo. Aos poucos os sindicatos foram sendo aceitos e suas reinvindicações escutadas, porém 
só foram legalizados em 1890.
Um pequeno grupo de proprietários da época, que tinha visão diferenciada das relações de 
trabalho, entendia que, com melhores condições, os trabalhadores não teriam motivos para se 
rebelar e lutar por seus direitos. 
EXEMPLO
Robert Owen foi um exemplo de proprietário que adotou esta postura mais humani-
zada e proporcionou melhores condições de trabalho a seus operários, reduzindo a 
jornada para 12 horas e aumentando a idade mínima das crianças que trabalhavam 
em sua fábrica para mais de 10 anos. Com isso, a qualidade do produto final au-
mentou e consequentemente as taxas de lucro.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 18 – 
Figura 3 – Trabalhadores nas fábricas
Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com
Os diversos conflitos entre proletariado e proprietários, a acumulação de riqueza pelos 
donos de indústrias e o aumento das desigualdades sociais provocadas pelo capitalismo 
deram início a uma corrente de pensadores que questionava o capitalismo e pregava um novo 
modelo político chamado socialismo. 
Figura 4 – Karl Marx
Fonte: ID1974/Shutterstock.com
Um dos expoentes do socialismo foi Karl Marx, que baseava sua crítica à sociedade capita-
lista no que chamou de materialismo histórico. Marx defendia que os proprietários formavam uma 
classe dominante que explorava a classe dominada composta pelos trabalhadores das fábricas. 
De acordo com ele, o poder era detido por quem possuía riquezas e o governo servia aos inte-
resses desse grupo. Já o trabalhador produzia e gerava renda que não era distribuída de forma 
igualitária, ficando com uma parte ínfima. Marx afirmava que a lógica de mercado dominava todas 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 19 – 
as relações humanas e era responsável pelo aumento das desigualdades sociais. Ele propunha a 
queda do capitalismo e a instauração da sociedade socialista livre de classes sociais (MOTTA e 
VASCONCELOS, 2006; CHIAVENATO, 2011).
SAIBA MAIS!
Karl Marx, sociólogo alemão, desenvolveu teorias sobre sociedade, economia e política 
e seus estudos tiveram grande influência em sua época. Suas obras mais conhecidas 
são “O Manifesto Comunista”, publicada em 1848, e “O Capital”, publicada em 1867.
4 O surgimento das primeiras organizações
As pequenas oficinas de artesãos aos poucos fundiram-se e deram origem às fábricas. As 
indústrias manufatureiras operando no sistema fabril passaram a possuir a propriedade dos meios 
de produção, substituindo o trabalho artesão pelo assalariado. Os artesãos passaram de proprietá-
rios a empregados e o sistema econômico, antes baseado no trabalho artesanal movido a trocas e 
preço justo, foi substituído pelas fábricas que buscavam lucro e eficiência. Com o tempo os operá-
rios foram sendo substituídos por máquinas automatizadas que aceleravam o processo produtivo. 
A divisão do trabalho e a simplificação de tarefas foram legados da Revolução Industrial que 
contribuíram para a formação do pensamento administrativo. Com os novos modelos de produ-
ção, tecnologia e relações trabalhistas, os proprietários das grandes empresas passaram a preo-
cupar-se mais com aspectos de gestão e não somente com a produção. Os conflitos trabalhistas 
também serviram de base para os estudos posteriores da escola de Relações Humanas.
4.1 O que são Organizações?
Organizações podem ser entendidas como o conjunto de pessoas associadas a fim de reali-
zar um objetivo. 
FIQUE ATENTO!
As organizações privadas têm como objetivo a obtenção de lucro, diferente das 
organizações públicas, cujo objetivo é promover o bem estar social.
Tanto as organizações privadas quanto as organizações públicas devem realizar esses obje-
tivos de maneira eficiente e eficaz. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 20 – 
FIQUE ATENTO!
Eficiência, neste caso, refere-se à maneira correta de produzir bens ou de prestar 
serviços sem desperdícios. Já eficácia diz respeito ao alcance dos resultados fa-
zendo as coisas certas.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender como ocorreu a revolução industrial;
 • identificar os fatores gerados pela revolução industrial que contribuíram para a evolu-
ção do pensamento administrativo;
 • compreender o que são organizações;
 • entender como ocorreu a formação das primeiras organizações indústrias a partir da 
Revolução Industrial.
Referências 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. São Paulo: Elsevier, 
Campus, 2011.
GOERCK, Caroline. Capitalismo e as transformações no processo de trabalho. Revista Capital 
Científico - Eletrônica, v. 7, n. 1, p. 11-20, 2009. Disponível em: <http://revistas.unicentro.br/index.
php/capitalcientifico/article/view/731/1274 >. Acesso em: 21 dez. 2016.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolu-
ção digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MOTTA, Fernando C. P e VASCONCELOS, Isabela. Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: 
Thomson, 2006.
VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; KNOPP, Glauco da Costa; ROLIM, Hygino Lima; SIMÕES, Jana-
ína Machado; DARBILLY, Leonardo Vasconcelos Cavalier. Teoria geral da administração. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2012.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 21 – 
Da revolução industrial a 
contemporaneidade
Priscila Aparecida Sousa
Introdução
Vamos conhecer melhor o objeto de estudo da Administração, que são as organizações. Nesta 
aula conheceremos o ambiente organizacional que é dividido em: ambiente interno, ambiente tarefa 
e ambiente geral. Veremos também a interação da organização com as variáveis que compõe estes 
ambientes. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender os novos métodos de trabalho;
 • identificar o ambiente no qual a organização está inserida e como este a influencia;
 • entender o relacionamento da organização com seu ambiente e com os seus stakeholders.
1 A organização do trabalho
A forma de organização do trabalho mudou muito ao longo dos tempos. Na Antiguidade 
prevalecia a força braçal dos homens nas atividades de plantio. Ainda nesse período novas ferra-
mentas e técnicas foram desenvolvidas para auxiliar na agricultura, que era a principal atividade. 
Na Idade Média predominou o trabalho artesanal, que demandava técnica e habilidades manu-
ais. Com a Revolução Industrial veio a substituição do trabalho braçal pelas máquinas. O trabalho 
do homem passou a ser especializado e repetitivo, cabendo ao mesmo saber operar as máquinas. 
Na chamada Era do Conhecimento, a ciência e o capital intelectual começaram a prevalecer 
sobre o trabalho mecânico e repetitivo. Junto surgiu a necessidade dos indivíduos se capacitarem 
e buscarem níveis de formação mais altos. 
Todas essas mudanças contribuíram paraa evolução dos estudos em Administração e para 
o desenvolvimento das organizações. Hoje em dia saber lidar com a complexidade, com a concor-
rência acirrada, com as tecnologias avançadas e com as necessidades de clientes cada vez mais 
exigentes, são fatores vitais para as organizações. 
SAIBA MAIS!
As pessoas ou grupos que afetam ou são afetados pelas organizações constituem 
o que chamamos de stakeholders. Os stakeholders podem ser internos (acionistas 
e colaboradores) ou externos à organização (clientes, fornecedores, sindicatos, 
etc.). Os stakeholders fazem parte do ambiente organizacional.
 – 22 – 
TEMA 3
2 O ambiente organizacional
As organizações são sistemas que interagem com as diversasforças de seu ambiente de 
forma interdependente. O ambiente organizacional é composto pelo ambiente interno, ambiente 
tarefa e ambiente geral. 
Figura 1 – Ambiente organizacional
Político-legal
TecnológicoEconômico
Demográfico Sociocultural
Clientes
Fornecedores
Concorrentes
InvestidoresGrupos
de
interesse
Meios 
de 
Comunicação
Organização
Ambiente 
Tarefa
Ambiente
Geral
Ambiente
Interno
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
2.1 Ambiente interno
O ambiente interno inclui todos os fatores que compõe a organização, ficando sob seu con-
trole e responsabilidade. Neste ambiente estão os recursos organizacionais: humanos, materiais, 
financeiros, informacionais, assim como os elementos simbólicos, como a cultura organizacional. 
Juntos, eles atribuem uma identidade a cada organização. 
2.2 Ambiente externo
O ambiente externo é aquele no qual a organização está inserida e que vai além de suas fron-
teiras. As organizações interagem com as diversas forças existentes em seu ambiente externo de 
forma interdependente. Este divide-se em ambiente tarefa e ambiente geral. 
FIQUE ATENTO!
O ambiente tarefa pode ser chamado de ambiente operacional, ambiente específico 
ou micro ambiente. Já o ambiente geral também é conhecido como ambiente con-
textual ou macro ambiente.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 23 – 
O ambiente tarefa é aquele em que estão as forças externas mais próximas da organização. 
Elas também são conhecidas como variáveis controláveis, pois podem influenciar a organização ou 
sofrer influências desta de maneira positiva ou negativa. As principais variáveis do ambiente tarefa 
são: clientes, fornecedores, concorrente, grupos de interesse, meios de comunicação e investidores. 
FIQUE ATENTO!
Cada variável do ambiente tarefa influencia em maior ou menor grau a organização, 
dependendo da sua importância e interdependência. Desta forma, cada organiza-
ção sofrerá a influência destas forças de maneira diferente.
 • Clientes: podem ser considerados todos os indivíduos que compram ou possam vir a 
comprar os produtos e/ou serviços oferecidos pela organização. Os clientes são res-
ponsáveis pela geração de demanda e rentabilidade da organização. 
 • Fornecedores: são todos os responsáveis por fornecer matéria-prima para a produção 
de bens ou prestação de serviços. Boas relações com fornecedores podem influenciar 
positivamente as organizações na aquisição de matéria-prima a preços reduzidos, com 
maior qualidade e rapidez na entrega. As questões contratuais também devem ser obser-
vadas, pois o não cumprimento por uma das partes pode ocasionar multas contratuais.
 • Concorrentes: são todas as empresas que atuam no mesmo ramo ou oferecem produ-
tos substitutos. Os concorrentes podem corroer parte dos lucros da organização, pois 
dividem uma parcela significativa do mercado consumidor. Impactam positivamente na 
organização ao realizarem parcerias ou estimularem o melhoramento de produtos por 
meio das inovações; mas afetam negativamente quando forçam os preços de todo setor 
para baixo ou quando utilizam práticas abusivas e desleais como cartéis, trustes etc...
 • Grupos de interesse e/ou órgãos reguladores: são todas as entidades reguladoras que 
se relacionam com a organização e desenvolvem algum controle social. Alguns exem-
plos são os sindicatos, associações de moradores, associações de defesa do consumi-
dor, entidades religiosas, ONGs etc.
 • Meios de comunicação: envolvem todos os formadores de opinião como televisão, 
internet, rádio, além de outros que servem como ponte de informações entre a empresa 
e o público-alvo, pois divulgam o produto e relatam notícias sobre as organizações. 
FIQUE ATENTO!
Atualmente a utilização das redes sociais pelas organizações vem alcançando um 
grande número de pessoas, estreitando o relacionamento entre empresas e clientes.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 24 – 
Figura 2 – Redes sociais
Fonte: rvlsoft/Shutterstock.com
 • Investidores e financiadores: além do capital próprio, as empresas também precisam 
de capital de terceiros para realizar investimentos e se expandir. Instituições como ban-
cos, seguradoras, agências de concessão de empréstimos, consócios, além de investi-
dores, fazem parte deste grupo. 
O ambiente geral também faz parte do ambiente externo. Ele diz respeito a todas as variáveis 
incontroláveis que influenciam de forma indireta a organização e as empresas que atuam no setor. 
A organização sozinha não tem influência sobre esses fatores. Fazem parte do ambiente geral as 
seguintes variáveis: político-legais, econômicas, socioculturais, tecnológicas e demográficas.
 • Político-legais: dizem respeito a todas as políticas de governo e legislações vigentes 
que afetam as atividades das empresas. As leis federais, estaduais e municipais, as 
legislações trabalhistas, as regulamentações, os programas de incentivo do governo 
são exemplos desta variável. 
 • Econômicas: a situação do país, assim como a economia de países estrangeiros, inter-
ligadas devido à globalização, afetam as organizações, pois tanto as vendas quanto a 
aquisição de matéria-prima e equipamentos dependem do mercado interno e externo. 
Fatores como recessão ou crescimento econômico, inflação, variação cambial, taxas 
de juros e o Produto Interno Bruto (PIB) fazem parte desta variável.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 25 – 
Figura 3 – Crescimento econômico
Fonte: Bakhtiar Zein/Shutterstock.com
 • Socioculturais: os costumes, valores e tradições de uma sociedade dizem muito sobre 
seus hábitos. As diferenças socioculturais podem ser percebidas dentro da própria 
nação, como no caso do Brasil, em que cada estado têm suas crenças e hábitos. Estão 
incluídos nesta variável fatores como estilo de vida, mudança de hábitos e consumo, 
a forma como se lida com as diversidades, questões éticas e religiosas, a relação do 
homem com o meio ambiente, dentre outros. As organizações que se atentam a estes 
fatores têm mais sucesso ao atender mercados regionais.
 • Tecnológicas: a tecnologia presta grande auxílio às organizações na gestão da informa-
ção e da complexidade, tomada de decisão, agilidade na execução de tarefas, desenvol-
vimento de novas técnicas de produção, inovações nos produtos e serviços, facilidade 
na comunicação com clientes e fornecedores, dentre outros benefícios. 
EXEMPLO
A Internet é um bom exemplo de como os avanços tecnológicos facilitaram as 
transações comerciais. Hoje em dia as barreiras físicas não são empecilhos para 
realização dessas transações. Uma empresa que está na China pode vender um 
produto para clientes de vários lugares do mundo com apenas um clique.
 • Demográficas: segundo Sobral e Peci (2008), a demografia diz respeito à composição de 
uma determinada população. Esta variável é importante para análise de mercado, pois 
diz respeito às características da população como faixa etária, gênero, taxa de cresci-
mento populacional, distribuição geográfica, distribuição de renda, ocupação etc...
SAIBA MAIS!
No site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) você encontra várias 
informações demográficas sobre o nosso país. Disponível em: <http://www.ibge.
gov.br/home/>.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 26 – 
3 A relação da organização com seus clientes
São vários os stakeholders que interagem com a organização, porém destacaremos dois 
que têm grande relevância para as empresas: os clientes e os colaboradores.
A organização deve conhecer bem seus clientes e estar atenta à suas necessidades para 
oferecer produtos e/ou serviços que atendam suas expectativas.
A satisfação dos clientes pode influenciar positivamente a organização aumentando o 
volume de vendas e melhorando a reputação da empresa, pois um cliente satisfeito indica os 
produtose/ou serviços para outros clientes. Já a insatisfação dos clientes pode influenciar negati-
vamente a organização, pois diminui a participação de mercado e impacta negativamente na ima-
gem da empresa, já que o cliente pode manifestar sua insatisfação pelas redes sociais atingindo 
um grande número de pessoas.
EXEMPLO
Joaquim comprou um notebook de uma marca nova no mercado, porém quando foi 
utilizar notou que este não ligava. Ele solicitou a troca, mas quando recebeu um novo 
aparelho este apresentou o mesmo problema. Joaquim, insatisfeito com o produto 
adquirido, postou nas redes sociais o caso e verificou a insatisfação de outros clien-
tes que passaram pelo mesmo. Esta situação teve grande repercussão na mídia e 
acabou por denegrir a imagem da empresa, devido à má qualidade do produto. 
4 A relação da organização com seus colaboradores
Para que a organização consiga atingir seus objetivos, além dos recursos materiais e finan-
ceiros e da sua interação com o ambiente organizacional, ela também deve contar com um de 
seus ativos mais valiosos que são seus colaboradores. Sem eles não há quem opere as máquinas, 
execute as tarefas ou pense em soluções. 
Figura 4 – Colaboradores
Fonte: bikeriderlondon/Shutterstock.com
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 27 – 
A organização é feita de pessoas e estas pessoas, quando valorizadas e capacitadas, exer-
cem melhor sua função e trazem melhores resultados. Investir em seus colaboradores, oferecer 
bons salários e benefícios, oferecer planos de carreiras e programas de capacitação são fatores 
essenciais para que as organizações consigam alcançar sucesso e interagir de forma proativa 
com seu ambiente. 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender as mudanças na organização do trabalho;
 • conhecer o ambiente organizacional;
 • entender a relação da empresa com seus clientes e colaboradores.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. São Paulo: Elsevier - 
Campus, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. Home Page IBGE. Disponível em: 
<http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 03 jan. 2017.
HITT, Michael; IRELAND, Duane; HOSKISSON, Robert. Administração Estratégica: competitividade 
e globalização. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
JONES, Gareth. Teoria das Organizações. 6. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: 
Person Prentice Hall, 2008.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 28 – 
Os processos administrativos e 
as funções da administração
Priscila Aparecida Sousa
Introdução
Para atingir os objetivos organizacionais de forma eficiente e eficaz e obter bom desempenho, o 
administrador deve ser capaz de executar os quatro processos administrativos de planejar, organizar, 
dirigir e controlar. Assim como ter conhecimento das áreas funcionais que compõe a organização. 
Vamos entender o que são os processos administrativos e como é a interrelação entre as 
áreas funcionais da empresa?
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender os processos administrativos de planejar, organizar, dirigir e controlar;
 • conhecer as principais funções administrativas.
1 Processo de planejar
A Administração é a ciência que trata da gestão dos recursos organizacionais por meio 
dos processos de planejar, organizar, dirigir e controlar, para alcançar resultados de forma efi-
ciente e eficaz. Estas quatro atividades correspondem ao que conhecemos como funções ou 
processos administrativos.
FIQUE ATENTO!
Os quatro processos administrativos são: planejar, organizar, dirigir e controlar. Al-
guns autores também utilizam a nomenclatura funções administrativas ou funções 
da administração para denominar os processo administrativos. 
Os processos administrativos são interdependentes e geralmente ocorrem de forma cíclica 
e dinâmica (CHIAVENATO, 2011). Segundo Sobral e Peci (2008, p.8) “na prática todas as funções 
da administração são executadas de forma inter-relacionadas e não sequencial.” A figura a seguir 
ilustra a interrelação destes processos.
 – 29 – 
TEMA 4
Figura 1 – Processos administrativos
Controlar Organizar
Planejar
Dirigir
Fonte: elaborada pela autora, 2017
SAIBA MAIS!
Os processos administrativos de planejar, organizar, dirigir e controlar são resultados 
de adaptações e aprimoramentos da proposta desenvolvida por Henry Fayol em 
1916, segundo autores como Sobral e Peci (2008), Oliveira (2009) e Chiavenato (2011) 
Em princípio os processos seriam cinco: planejar, organizar, comandar, coordenar 
e controlar. A partir da contribuição de outros autores, comandar e coordenar 
somaram-se, sendo transformados em dirigir. Podemos notar que, apesar de ser um 
conceito do início do século XX, ainda é válido e aplicável às organizações modernas. 
Figura 2 – Atingir metas e objetivos
Fonte: Vintage Tone/Shutterstock.com 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 30 – 
O processo de planejar está relacionado à elaboração de metas, planos e objetivos de curto, 
médio e longo prazo, que servem de norteadores para a organização.
Ao traçar metas, o administrador define os caminhos que deve seguir para alcançar os objeti-
vos organizacionais. Ao planejar, o administrador define estratégias e ações para se anteceder aos 
acontecimentos, não ficando à mercê do acaso, e para alcançar os objetivos traçados.
2 Processo de organizar
O processo de organizar está relacionado a reunir, ordenar e alocar recursos organizacio-
nais. Faz parte também a distribuição das tarefas, definição de responsabilidades e de relações 
de autoridade. Estas atividades têm como resultado a criação de uma estrutura organizacional, 
que segundo Jones e George (2012, p.7-8), trata de “um sistema formal de tarefas e relações entre 
superiores e subordinados que coordena e motiva os membros de uma organização, de modo que 
eles trabalhem juntos para atingir seus objetivos.”
Figura 3 – Estrutura organizacional
Fonte: tkemot/Shutterstock.com 
3 Processo de dirigir
O processo de dirigir ou liderar diz respeito a motivar, supervisionar e coordenar pessoas e 
equipes. Trata de estabelecer comunicação com os colaboradores e coordenar esforços pessoais 
para que os objetivos organizacionais sejam concretizados. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 31 – 
SAIBA MAIS!
O artigo de Maria Tereza Flores-Pereira publicado em 2009 no XXXIII Encontro 
da ANPAD mostra como os livros didáticos sobre Administração denominam o 
processo administrativo ora como dirigir, ora como liderar, apontando as diferenças 
de abordagens utilizadas nestas denominações. Disponível em: <http://www.anpad.
org.br/admin/pdf/GPR1485.pdf>.
4 Processo de controlar
Controlar corresponde a checar, monitorar e avaliar se os objetivos traçados estão sendo atin-
gidos conforme os padrões pré-estabelecidos. Neste processo, caso sejam identificadas divergên-
cias entre os objetivos planejados e os resultados alcançados, ações corretivas devem ser realiza-
das. Para a verificação da conformidade entre as ações executadas e os resultados alcançados, 
são utilizados indicadores que aferem o grau de atendimento das metas e dos objetivos traçados.
EXEMPLO
Agora vamos ver um exemplo de como os quatro processos administrativos se 
inter-relacionam? Uma pequena empresa de informática que vende produtos no 
mercado regional deseja expandir e começar a vender seus produtos no merca-
do nacional. Para isso os administradores da empresa deverão exercer os quatro 
processos administrativos. O diretor de vendas, por exemplo, deverá identificar as 
característicase a demanda de cada mercado e planejar como o produto deve in-
gressar nestes mercados definindo metas e prazos para cada tipo de mercado. 
Deverá organizar e alocar os recursos financeiros, humanos, materiais e informa-
cionais para ajustar a produção de acordo com a nova demanda. Após alocar os re-
cursos que serão utilizados deve comunicar aos colaboradores qual a importância 
do papel de cada um para a concretização deste objetivo, motivá-los e coordenar 
os esforços de todos para que o objetivo seja atingido. E, por último, deve realizar 
o controle de todas as etapas supervisionando e checando se as atividades estão 
sendo realizadas da maneira prevista e se deve ser realizada alguma alteração du-
rante o percurso. Depois de realizar todas estas etapas, com certeza as chances da 
empresa obter sucesso e atingir os objetivos será maior.
5 Funções da administração
As funções da Administração ou áreas funcionais correspondem à divisão da organização 
em áreas ou departamentos especializados que se relacionam de forma interdependente. A orga-
nização pode estar dividida em várias áreas funcionais, porém as principais são: produção ou 
operações, marketing, finanças, gestão de pessoas e gestão da tecnologia e informação. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 32 – 
FIQUE ATENTO!
As funções da administração também são chamadas de áreas funcionais. As orga-
nizações podem ter várias áreas funcionais, sendo as principais: produção, marke-
ting, finanças, pessoas e tecnologia. 
A coordenação destas áreas faz parte das reponsabilidades do administrador e em cada uma 
das áreas funcionais são praticados os quatro processos administrativos de planejar, organizar, 
dirigir e controlar. (SOBRAL e PECI, 2008; OLIVEIRA, 2009; MAXIMIANO, 2015). A figura abaixo 
ilustra as principais áreas funcionais.
Figura 4 – Funções da administração
Gestão da 
Tecnologia e 
Informação
Finanças
Produção e 
Operações
Gestão de 
Pessoas
Marketing
Funções da 
Administração
Fonte: elaborada pela autora, 2017
FIQUE ATENTO!
As áreas funcionais estão relacionadas aos processos administrativos, pois os ad-
ministradores de cada área devem exercer os processos administrativos de plane-
jar, organizar, dirigir e controlar.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 33 – 
5.1 Produção ou operações
A função produção é considerada o coração da empresa (SOBRAL e PECI, 2008; MAXIMIANO, 
2015). Trata-se do conjunto de atividades que fazem parte do processo de transformação dos 
insumos em produtos e serviços. Oliveira (2009) apresenta a diferença entre produção e opera-
ções, sendo a primeira relacionada à fabricação de produtos e a segunda à prestação de serviços. 
Atualmente a maioria das empresas trabalha com produção e operação, pois fabricam produtos e 
prestam serviços a seus clientes como assistência técnica, por exemplo.
5.2 Marketing
A função marketing funciona como elo entre a empresa e os clientes, pois é responsável por 
identificar as necessidade dos consumidores e satisfazê-las, gerando e mantendo a demanda. As 
estratégias de produto, preço, promoção e ponto também fazem parte das atribuições desta área.
5.3 Finanças
Apesar de sua importância, finanças é vista como uma função de apoio, pois não está dire-
tamente relacionada à atividade principal da organização, embora o objetivo organizacional seja 
gerar lucro. A função finanças é responsável pelas atividades de captar e gerir os recursos finan-
ceiros tratando da saúde da empresa para que esta possa saldar suas obrigações frente aos cre-
dores, investir e gerar lucro.
5.4 Gestão de pessoas
A função de gestão de pessoas está relacionada às atividades atrair, manter, motivar e desenvol-
ver os recursos humanos da organização, a fim de alcançar os objetivos. Isto inclui manter um clima 
agradável a fim de evitar a rotatividade de pessoal e aumentar a produtividade dos colaboradores.
5.5 Gestão da tecnologia e informação
Atualmente as empresas contam com diversos recursos tecnológicos que as auxiliam no 
processo de gestão. A área de tecnologia e informação também é considerada uma função de 
apoio organizacional que dá suporte a tomada de decisões gerenciais. Esta área desenvolve ati-
vidades referentes à utilização e manutenção de software e hardware para o tratamento de infor-
mações, gerenciamento de grandes volumes de dados, otimização das atividades organizacionais 
por meio da utilização de tecnologias, integração de sistemas informacionais das diversas áreas 
funcionais, armazenamento e acesso a informações internas e externas.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 34 – 
EXEMPLO
As áreas funcionais se relacionam de forma interdependente. Para que a área de pro-
dução produza a quantidade necessária de produtos para o mercado consumidor, ela 
deve contar com a quantidade de demanda gerada pela área de marketing por meio 
da publicidade e divulgação do produto. A produção conta ainda com a gestão de pes-
soas para disponibilizar a quantidade suficiente de pessoal treinado e capacitado para 
fabricar o produto. A função produção também deve contar com finanças, responsável 
por liberar os recursos financeiros necessários para investir em máquina, equipamentos, 
insumos e mão de obra, afim de que o produto seja fabricado. Por último, produção 
também conta com gestão de tecnologia e informação, que fornece os dados gerados 
por meio de seus sistemas integrados, para facilitar a tomada de decisão, assim como a 
disponibilidade de tecnologias avançadas para a fabricação e otimização dos produtos.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender como ocorrem os processos administrativos de planejar, organizar, dirigir 
e controlar;
 • conhecer as principais áreas funcionais de uma empresa;
 • conhecer as atividades desenvolvidas por cada área funcional. 
Referências 
BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração novo cenário competitivo. 2.ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. São Paulo: Elsevier - 
Campus, 2011.
FLORES-PEREIRA, Maria Tereza. Repensando a função dirigir e a temática da liderança: uma aná-
lise a partir de livros introdutórios de administração. In: XXXIII Encontro da ANPAD. Anais... São 
Paulo: ANPAD, p. 1 a 16. 2009. Disponível em: < http://www.anpad.org.br/admin/pdf/GPR1485.pdf > 
Acesso em: 03 jan. 2017.
JONES, Gareth R.; GEORGE, Jennifer M. Fundamentos da administração contemporânea. 4. ed. 
Porto Alegre: AMGH, 2012.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Fundamentos da administração: introdução à teoria geral e 
aos processos da administração. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Introdução à administração: edição compacta. São 
Paulo: Atlas, 2009.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: 
Person Prentice Hall, 2008.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 35 – 
O administrador e seu papel
Priscila Aparecida Sousa
Introdução
Os responsáveis por conduzir as organizações e administrar os recursos para obter alto 
desempenho são os administradores. Em sua função, eles desempenham papéis específicos. 
Também necessitam desenvolver certas habilidades para administrar e estão alocados em vários 
níveis organizacionais. Vamos conhecer mais sobre os administradores?
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender o papel do administrador nas organizações;
 • identificar as habilidades que o administrador deve desenvolver para um bom desem-
penho organizacional;
 • conhecer os níveis organizacionais e suas inter-relações.
1 O administrador
Toda empresa precisa de pessoas que tomem decisões, gerenciem os recursos, se relacio-
nem com o ambiente externo e tracem estratégias para alcançar os objetivosorganizacionais. Os 
administradores são responsáveis por executar estas e outras tarefas.
Figura 1 – O administrador e a coordenação de atividades
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
 – 36 – 
TEMA 5
Segundo Sobral e Peci (2008, p. 6) “os administradores ou gestores são membros que têm 
como função guiar as organizações de forma a alcançar seu propósito”. Porém, eles não conse-
guem tudo isto sozinho. Eles dependem da colaboração dos demais membros da organização 
para que os objetivos sejam alcançados. Esta é justamente a distinção entre os administradores 
e os outros membros da organização, eles coordenam as atividades de outras pessoas, que lhes 
devem satisfação sobre a execução do trabalho (SOBRAL e PECI, 2008).
Todas as organizações precisam de administradores e eles exercem suas funções de acordo 
com o nível que ocupam. 
2 Papéis do administrador
Para administrar uma empresa e alcançar os objetivos organizacionais, o gestor precisa exe-
cutar determinadas tarefas e exercer alguns papéis. Por papéis do administrador, podemos enten-
der que são: “os conjuntos de expectativas de comportamento de um indivíduo, em situações 
específicas” (SILVA, 2008, p.15).
Vários são os papéis do administrador; porém segundo Sobral e Peci (2008), Silva (2009); 
Chiavenato (2011) e Jones e George (2012), o autor Henry Mintzberg, a partir de suas pesquisas, 
definiu dez papéis específicos que estes realizam frequentemente durante os processos de plane-
jar, organizar, dirigir e controlar. Os dez papéis organizacionais estão divididos em três categorias: 
interpessoais, informacionais e decisórios.
O quadro abaixo apresenta as três categorias e suas subdivisões.
Tabela 1 – Os dez papéis do administrador 
Papel Descrição Exemplo de atividades
In
te
rp
es
so
ai
s
Símbolo
Representação simbólica do grupo ou da 
organização, atuando como uma referência. 
Representação da organização em cerimô-
nias e solenidades; assinatura de documentos 
legais; acompanhamentos de visitantes.
Líder 
Direção das atividades dos subordinados, 
levando-os à realização dos objetivos.
Realização de todas as atividades que envol-
vam as relações com os subordinados 
(persuasão, motivação, orientação etc.)
Elemento 
de 
 ligação
Desenvolvimento de uma teia de relações 
que permitia o intercâmbio de informação. 
Manutenção de redes de contatos com exte-
rior; acompanhamento da correspondência; 
construção de coalizões e alianças.
In
fo
rm
ac
io
na
is
Monitor 
Coleta e análise da informação sobre a orga-
nização e seu ambiente.
Leitura de periódicos e de relatório; manuten-
ção de contatos pessoais; participação em 
eventos e conferências.
Disseminador
Partilha de informação com os subordinados 
por meio de redes de comunicação interna.
Reuniões formais ou informais com o grupo; 
telefonemas e e-mails informativos; divulga-
ção de memorandos e newsletters.
Porta-voz
Transmissão para o exterior das estratégias, po-
líticas, atividades e resultados da organização.
Comunicados de imprensa; entrevistas a 
mídia; participação em reuniões de acionistas 
ou com outros grupos de interesse externo.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 37 – 
Papel Descrição Exemplo de atividades
De
ci
só
rio
s
Empreendedor
Identificação de oportunidades que potencia-
lizem o desenvolvimento da organização.
Reuniões de brainstorming com os subordina-
dos; implementação de projetos; desenvolvi-
mento de novas iniciativas empresariais.
Solucionador 
 de 
conflitos
Resolução de conflitos ou de problemas 
que impeçam o desenvolvimento normal da 
atividade.
Ações corretivas em disputas ou crises; 
resolução de conflitos entre subordinados; 
auxílio aos subordinados durante processos 
de mudança ou crise.
Administrador 
de 
 recursos
Alocação dos recursos organizacionais em 
função dos objetivos e necessidades.
Realização de todos as atividades que 
envolvam o orçamento e a programação do 
trabalho dos subordinados.
Negociador 
Representação da organização ou grupo nas 
principais negociações.
Negociação com sindicatos de condições 
de trabalho; negociação com fornecedores, 
clientes ou instituições financeiras. 
Fonte: SOBRAL e PECI, 2008, p.13.
2.1 Papéis interpessoais
Os papéis interpessoais referem-se à maneira como os administradores se relacionam, 
influenciam e interagem com outras pessoas, tanto internas quanto externas à organização. 
O papel interpessoal é dividido em símbolo, líder e ligação.
 • Símbolo: representa simbolicamente a organização em eventos e cerimônias, traduz a 
imagem da organização.
 • Líder: coordena os esforços da equipe para a realização dos objetivos organizacionais. 
Dá comandos, decide sobre recursos, motiva, desenvolve e orienta seus colaboradores. 
É visto como um exemplo a ser seguido. 
 • Ligação: constitui uma rede de relações permitindo o intercâmbio de informações den-
tro e fora da empresa, ainda estabelece alianças e parcerias. 
2.2 Papéis informacionais
Envolvem o processo de obter, processar e transmitir informações. Fazem parte deles os 
papéis de monitor, disseminador e porta-voz.
 • Monitor: obtém e acompanha as informações sobre a organização e seu ambiente.
 • Disseminador: transmite as informações para seus colaboradores pelas redes internas 
de comunicação da empresa.
 • Porta-voz: transmite as informações da organização para o ambiente externo.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 38 – 
2.3 Papéis decisórios
Estão relacionados às atividades que envolvem a tomada de decisão por parte do adminis-
trador, o que ocorre a todo o momento. Fazem parte os papéis de empreendedor, solucionador de 
conflitos, administrador de recursos e negociador.
 • Empreendedor: desenvolvimento de inovações e novos projetos, assim como a identi-
ficação de oportunidades. 
 • Solucionador de conflitos: resolução de conflitos, agilidade ao lidar com problemas 
inesperados e tomar ações corretivas.
 • Administrador de recursos: alocação de recursos, definição de prioridades e realização 
de orçamentos.
 • Negociador: representação dos interesses da organização, realização de acordos e 
negociação com as partes interessadas (stakeholders).
FIQUE ATENTO!
Os papéis do administrador são divididos em três categorias principais: interpesso-
ais (símbolo, líder e ligação), informacionais (monitor, disseminador e porta-voz) e 
decisórios (empreendedor, solucionador de conflitos, administrador de recursos e 
negociador)
3 Habilidades do administrador
Além dos papéis que o administrador tem, ele também deve desenvolver certas habilidades 
para alcançar um alto desempenho organizacional. Segundo Bateman e Snell (2009, p.19): “habili-
dades são conhecimentos específicos que resultam de entendimento, informação, prática e apti-
dão”. Estas habilidades podem ser adquiridas pela experiência ou pela educação formal.
Segundo Sobral e Peci (2008), Chiavenato (2011) e Maximiano (2012), o pesquisador Robert 
Katz, em seus estudos, identificou três tipos de habilidades gerenciais necessárias para o alto 
desempenho de um administrador. Conforme identificado por Katz elas são divididas em técnica, 
humana e conceitual.
3.1 Habilidade técnica
Está relacionada à execução de tarefas especializadas por meio de conhecimentos téc-
nicos específicos a cada função. Conhecer as técnicas, métodos e procedimentos faz parte 
desta habilidade. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 39 – 
3.2 Habilidade humana
A habilidade humana ou interpessoal compreende a facilidade de se relacionar e trabalhar 
com pessoas e atingir resultados a partir delas, assim como saber comunicar, motivar, liderar e 
cooperar para o alcance dos resultados.
Figura 2 – Habilidade interpessoalFonte: Jirsak/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
No artigo “A importância da aplicação das habilidades humanas no trabalho do 
administrador”, Ighor Santos destaca aspectos que devem ser considerados ao 
desempenhar a aptidão interpessoal. Disponível em: <http://www.cfa.org.br/acoes-
cfa/artigos/usuarios/a-importancia-da-aplicacao-das-habilidades-humanas-no-
trabalho-do-administrador>.
3.3 Habilidade conceitual
Está relacionada às capacidades cognitivas, pensar criticamente, trabalhar com teorias e 
abstrações, lidar com as complexidades, diagnosticar e propor soluções para os problemas e ter 
uma visão da organização como um todo.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 40 – 
EXEMPLO
Uma empresa de telecomunicações, preocupada em desenvolver gestores do nível 
intermediário para atuarem em cargos de alto escalão, pode criar sua própria uni-
versidade corporativa para ministrar cursos específicos de formação continuada 
com temas avançados sobre liderança e estratégia, buscando desenvolver as habi-
lidades conceituais destes gestores a fim de prepará-los para ocupar altos cargos e 
manter a posição de destaque da empresa frente a um cenário competitivo. 
FIQUE ATENTO!
As três habilidades do administrador são técnica (relacionada aos conhecimentos 
específicos), humana (relacionada com as interações pessoais) e conceitual (rela-
cionadas a capacidade cognitiva e visão global).
4 Os níveis organizacionais
Os administradores ocupam funções na organização de acordo com os níveis organizacio-
nais e suas habilidades. As empresas são divididas em três níveis: estratégico, tático e operacio-
nal. Estes níveis podem ter outras denominações, como alta gerência, média gerência e supervi-
são, respectivamente. 
Os níveis organizacionais ou gerenciais estão relacionados às funções daqueles que exercem 
atividades de comando sobre outros indivíduos. Os integrantes da organização que são responsá-
veis pelas atividades de execução e não possuem pessoas sob sua supervisão fazem parte das 
funções não gerenciais ou não administrativas.
Figura 3 – Níveis gerenciais
Nível
estratégico
Nível tático
Nível operacional
Execução - Trabalhadores e
operários
Administradores
de topo
Gerentes
Supervisores
Atuação estratégica, abrange toda
a organização
Atuação tática, com foco em uma
unidade ou área funcional
Atuação operacional, específica
de uma operação ou tarefa
Fonte: SOBRAL e PECI, 2008, p.6.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 41 – 
4.1 Nível estratégico
No nível estratégico estão os administradores que fazem parte do alto escalão da empresa. 
Eles têm autoridade sobre os demais integrantes da empresa e são responsáveis por definir as 
estratégias para a organização, tomar decisões que envolvem a organização como um todo e 
manter a interação da organização com o seu ambiente. Devem estar focados em questões de 
longo prazo e respondem pelo sucesso ou fracasso organizacional. Neste nível estão o presidente, 
o vice-presidente e os membros do conselho diretor.
4.2 Nível tático
No nível tático estão os administradores da média gerência, responsáveis por desmembrar 
os objetivos gerais definidos pelo nível estratégico em objetivos específicos para cada área funcio-
nal. Os administradores fazem a ponte entre o nível estratégico e o operacional. Fazem parte deste 
nível os gerentes dos vários departamentos e áreas funcionais.
EXEMPLO
Um exemplo de atividades gerenciais que fazem parte do nível tático são as princi-
pais funções da administração: produção, marketing, gestão de pessoas, finanças e 
gestão de tecnologia. O gerente de cada área é responsável por traduzir os objetivos 
gerais definidos pelo nível estratégico, transformando-os em objetivos específicos, 
e criar planos que devem ser executados pelos supervisores do nível operacional.
4.3 Nível operacional
No nível operacional estão os administradores da linha de frente, ou seja, aqueles em contato 
direto com os colaboradores de funções não gerenciais. Os integrantes deste nível são respon-
sáveis por supervisionar as atividades executadas pelas funções não gerenciais. Geralmente, o 
primeiro nível organizacional pelo qual um administrador passa é o operacional. Fazem parte deste 
nível os supervisores e líderes de equipe.
FIQUE ATENTO!
Os três níveis organizacionais são estratégico (no qual estão os administradores de 
topo como os diretores), tático (no qual estão as gerencias) e operacional (no qual 
estão os administradores de linha de frente como os supervisores).
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 42 – 
SAIBA MAIS!
As habilidades gerenciais requeridas do administrador vão mudando à medida 
que este vai subindo de nível. No estratégico, as habilidades conceituais são 
mais requeridas; enquanto no operacional, as técnicas são mais importantes. As 
habilidades interpessoais devem estar presentes em todos os níveis, porém são 
mais relevantes no nível tático.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • conhecer os dez papéis que o administrador pode desempenhar;
 • conhecer as três habilidades gerenciais que o administrador deve desenvolver;
 • conhecer os três níveis organizacionais nos quais o administrador pode atuar.
Referências
BATEMAN, Thomas Scott; SNELL, S. A. Administração novo cenário competitivo. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. São Paulo: Elsevier - 
Campus, 2011.
JONES, Gareth R.; GEORGE, Jennifer M. Fundamentos da administração contemporânea. 4. ed. 
Porto Alegre: AMGH, 2012.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolu-
ção digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Introdução à administração: edição compacta. São 
Paulo: Atlas, 2009.
SANTOS, Ighor Érico Flora dos. A importância da aplicação das habilidades humanas no trabalho 
do administrador. 2015. Disponível em: <http://www.cfa.org.br/acoes-cfa/artigos/usuarios/a-
importancia-da-aplicacao-das-habilidades-humanas-no-trabalho-do-administrador>. Acesso em: 
09 jan. 2017.
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: 
Person Prentice Hall, 2008.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 43 – 
Administração Científica
Kelly Aparecida Torres
Introdução 
Nesta aula estudaremos a administração científica. Para isso, conheceremos suas principais 
características, que foram muito importantes para o desenvolvimento da teoria da administração.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar as principais contribuições de Taylor para a administração científica;
 • identificar as principais contribuições de Ford para a administração científica;
 • identificar as contribuições da administração científica para a evolução do pensamento 
administrativo e as principais críticas a este modelo.
1 Os princípios de Taylor
Frederick W. Taylor é considerado o precursor da administração científica. Ele iniciou sua car-
reira como operário, foi promovido a moldador, supervisor e, por fim, engenheiro chefe. 
Figura 1 – Controle do tempo
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
EXEMPLO
Para aumentar a eficiência da produção industrial, Taylor propôs a divisão das tare-
fas. Ainda hoje, as montadoras de veículos empregam esse princípio.
 – 44 – 
TEMA 6
Vamos conhecer os quatro princípios da administração científica desenvolvidos por Taylor. 
 • Princípio de planejamento: era necessário substituir no trabalho a improvisação dos 
operários por métodos cientificamente comprovados.
 • Princípio de preparo: os trabalhadores deveriam ser selecionados de acordocom suas 
aptidões e, posteriormente, preparados e treinados para atingir suas metas.
 • Princípio do controle: para Taylor, o trabalho deveria ser controlado a fim de garantir 
que sua execução estivesse de acordo com os métodos estabelecidos.
 • Princípio da execução: visava a distribuição de atribuições e responsabilidades para 
que a execução do trabalho fosse disciplinada.
FIQUE ATENTO!
A administração evoluiu das pesquisas de Taylor e, por isso, é importante conhecer-
mos os princípios que nortearam a Escola da Teoria científica. 
2 Ford e a linha de montagem
Henry Ford teve seu primeiro trabalho como mecânico. Posteriormente, projetou um modelo 
de carro e fundou a sua fábrica de automóveis. Em 1903 foi fundada a Ford Motor Co.
Figura 2 – Projetos de fábricas
Fonte: Axsimen/Shutterstock.com
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 45 – 
A principal inovação de Ford foi a produção em massa, cuja ideia era produzir o maior número 
de carros com a máxima qualidade e com o menor preço.
Por isso, o fordismo é um modelo de produção que revolucionou a indústria automo-
bilística, com a implementação das linhas de montagem que permitiram a produção em série 
(CHIAVENATO, 2011).
EXEMPLO
Anos depois, mesmo os japoneses desenvolvendo novas técnicas de produção, o 
trabalho desenvolvido por Ford (produção em massa, redução de estoque e outros) 
nunca foram deixados de lado.
Ford aplicou três princípios que objetivaram o desenvolvimento de uma forma de trabalho 
ritmada, coordenada e econômica. 
 • Princípio de intensificação: tinha por objetivo a diminuição do tempo de produção por 
meio da utilização imediata de matéria-prima e equipamentos, além da rápida coloca-
ção do produto no mercado.
 • Princípio de economicidade: era voltado para a redução do volume do estoque de 
matéria-prima de forma que o pagamento do automóvel produzido ocorresse antes do 
vencimento dos salários e da matéria-prima.
 • Princípios de produtividade: buscava o aumento da produtividade dos trabalhadores 
por meio da especialização - ou seja, cada trabalhador tinha uma função específica - e 
da organização da linha de montagem.
Desta forma, Ford foi o homem que popularizou a fabricação do automóvel com o seu modelo 
T, colocando em prática os projetos de padronização e simplificação desenvolvidos por Taylor. 
FIQUE ATENTO!
Ford foi um empresário à frente do seu tempo e seus princípios foram difundidos 
em todo o mundo e não somente nos EUA. O Fordismo é a base da organização do 
processo de produção.
3 Outros teóricos e suas abordagens
O casal Frank e Lillian Gilbreth (1912), assim como Taylor, elaborou o estudo dos movimen-
tos. Eles desenvolveram técnicas para evitar desperdícios de tempo e movimentos por meio da 
racionalização das tarefas de produção. Também estavam preocupados com a minimização da 
fadiga (ANDRADE e AMBONI, 2011).
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 46 – 
Henry Gantt (1861-1919) desenvolveu o controle gráfico da produção, objetivando o acom-
panhamento diário dos fluxos de produtividade. Atualmente, os gráficos de Gantt ainda são muito 
importantes para a gestão de operações das empresas (MOTTA e VASCONCELOS, 2013).
Figura 3 – Modelo de Gráfico
Fonte: ankomando/Shutterstock.com
Já Hugo Munsterberg é considerado o criador da psicologia industrial, pois seus estudos 
contribuíram para o processo de contratação de homens mais capacitados para o trabalho. O 
pesquisador definiu as condições psicológicas necessárias para o aumento da produtividade 
(BERNARDES e MARCONDES, 2006).
FIQUE ATENTO!
Existem muitas publicações a respeito das contribuições dos pensadores da ad-
ministração científica. Suas ideias revolucionaram as organizações e, mesmo que 
eles não concordassem em alguns pontos, trabalhavam com aspectos em comum, 
como o planejamento e a organização.
4 Contribuições da administração científica
Frederick Taylor implantou a utilização de métodos e procedimentos diversificados ao se 
executar uma mesma tarefa. 
Taylor passou a separar as atividades de planejamento das atividades de execução e desen-
volveu a Organização Racional do Trabalho (ORT) abordando diferentes aspectos, descritos a seguir.
 • Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos: por meio da análise do traba-
lho, foi possível decompor cada tarefa em uma série ordenada de movimentos simples. 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
 – 47 – 
Com essa ação pode-se determinar o tempo médio que um operário comum levava 
para executar uma determinada tarefa. 
 • Estudo da fadiga humana: por meio da adoção de métodos científicos, a administração 
de Taylor passou a eliminar os movimentos inúteis e os úteis foram racionalizados para 
proporcionar economia de tempo e de esforço ao operário.
 • Divisão do trabalho e especialização do operário: com a divisão das tarefas, cada ope-
rário passou a ser um especialista na execução de atividades simples. Taylor defendia 
que a eficiência humana aumentava com a especialização.
 • Desenho de cargos e tarefas: o desenho do cargo envolvia a descrição das tarefas/
atividades desempenhadas pelo operário, assim como os métodos necessários para a 
execução das mesmas. 
 • Incentivos salariais: para aqueles trabalhadores que desenvolvessem suas tarefas den-
tro dos padrões de tempo determinados, Taylor estabeleceu a remuneração de acordo 
com a quantidade produzida.
 • Condições de trabalho: para Taylor, a eficiência era alcançada de acordo com a aplica-
ção dos métodos científicos e o incentivo salarial. 
 • Padronização: consistia em selecionar os métodos mais condizentes para a execução 
de determinada tarefa.
 • Supervisão funcional: cada supervisor era especializado na sua área e exercia autori-
dade sobre os operários subordinados (ANDRADE e AMBONI, 2011).
SAIBA MAIS!
O artigo “Administração científica: uma análise da organização racional do trabalho e 
sua correlação com o setor de produção em empresas na atualidade”, traz, a partir de 
estudos práticos, a relação da gestão da produção e a organização racional do trabalho 
proposta por Taylor. Disponível em: <http://cac-php.unioeste.br/eventos/conape/anais/
iii_conape/Arquivos/Artigos/Artigoscompletos/ADMINISTRACAO/7.pdf>.
5 Críticas à administração científica
Dentre os vários estudos sobre a administração científica, um dos mais importantes foi do 
pesquisador Robert Hoxie, indicado pela Câmara dos Deputados norte-americanos para realizar 
uma investigação aprofundada sobre os métodos de trabalho propostos por Taylor. O pesquisador 
visitou fábricas e realizou uma série de entrevistas com operários e dirigentes de organizações que 
adotavam as técnicas desenvolvidas por Taylor (MOTTA e VASCONCELOS, 2013).
 • Recompensas salariais: para o engenheiro Frederick Taylor, o empregado era influen-
ciado e incentivado a produzir mais graças às recompensas econômicas. Ele acredi-
tava que os operários somente desenvolveriam o que precisava ser feito se houvessem 
recompensas financeiras pelo trabalho desenvolvido (homo economicus). 
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO
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Figura 4 – Pagamento
Fonte: ian Johnston / Shutterstock.com
 • Enfoque mecanicista do homem: para Taylor, o homem era considerado como uma 
peça de uma máquina. O empregado tinha de executar as atividades sem questiona-
mentos. Ele não considerava o lado social e humano do trabalhador.
 • Abordagem fechada: a administração científica de Taylor não faz referência ao 
ambiente externo da organização. Taylor limitou-se a estudar apenas os aspectos inter-
nos focando principalmente naqueles relacionados diretamente com o chão de fábrica, 
que afetasse diretamente o aumento da produtividade.
 • Superespecialização do operário: com a divisão das tarefas, o operário tornou-se um 
especialista, passando a desenvolver tarefas

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