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ATUAÇÃO FISIOTERÁPICA EM RESPIRATÓRIA DA CRIANÇA AO ADULTO Letícia Gabriel Universidade Estadual de Minas Gerais Setembro/2019 Principais características do sistema respiratório POROS DE KÖHN, CANAIS de LAMBERT e MARTIN VENTILAÇÃO COLATERAL Difusão LEI DE FICK: a velocidade de transferência de uma gás através de uma lâmina de tecido é PROPORCIONAL a área do tecido (área que esta disponível para troca) e a diferença de pressão parcial de gás entre os dois lados, e INVERSAMENTE proporcional a espessura do tecido. VD α ∆P x A x S D x PM VD = Velocidade de difusão ∆P = diferença de pressão A = área disponível S = solubilidade interfere na passagem dos gases, quanto mais solúvel mais fácil a difusão D = espessura da membrana alvéolo-capilar PM = peso molecular Difusão Considerações: 1) Em termos de gradiente de pressão, ∆P, a difusão de oxigênio é mais favorecida, pois seu gradiente de pressão é maior que o gás carbônico. Ex.: PaO2 120 mmHg e PaCO2 40mmHg. 2) Área de secção transversa é a área disponível para troca, membrana alvéolo-capilar. Difusão Considerações: 3) O gás carbônico é mais solúvel que o oxigênio. O CO2 é 20x mais solúvel que O2,mesmo o ∆P do oxigênio sendo maior. 4) Quanto maior a distância entre a membrana do alvéolo com a membrana capilar, menor será a velocidade de difusão, e quanto menor a distância entre as membranas maior será a velocidade de difusão. Difusão Considerações: 5) Quanto maior a área de troca, maior será a velocidade de difusão, e quanto menor a área de troca gasosa menor a velocidade de difusão. O nitrogênio é um gás inerte, e não entra na troca e serve apenas como arcabouço, para dar volume ao alvéolo. Assim como os demais gases. Para cada litro que ofereço de oxigênio a mais para meu paciente, eu aumento 4% da minha fração inspirada de oxigênio. Mecânica Pulmonar A mecânica pulmonar consiste no estudo das propriedades mecânicas do pulmão e da caixa torácica. Durante a inspiração, a pressão alveolar tem um valor menor que a pressão atmosférica, permitindo que o gás flua para dentro dos pulmões. Na expiração, a pressão alveolar torna-se maior que a atmosférica. Na unidade alveolar (A), as vias aéreas não apresentam alterações em sua resistência e suas complacências são semelhantes. Na unidade alveolar (B), observamos a existência de obstrução em uma das unidades funcionais. Nomeclatura Moderna AUSCULTA Ruídos respiratórios Ruídos adventícios Normais Brônquico Estertores Síbilos - Broncoespasmo - Edema - Secreção SONS PULMONARES PRESERVADOS SEM RUÍDOS ADVENTÍCIOS Compreender a fisioterapia respiratória Escolher a técnica com base no AVALIAÇÃO/diária: Aprender a ausculta pulmonar; Decidir as indicações; Identificar as contraindicações das técnicas. Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas convencionais Percussões Torácicas Manuais - As ondas de energias mecânica geradas provocam o deslocamento das secreções. - Tapotagem/Percussão Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas convencionais Vibração Manual - Movimentos oscilatórios aplicados no tórax, preferencialmente no final da expiração. - Pode ser manual ou mecânica. Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas modernas Desobstrução Rinofaríngea Rétrograda + Instilação (DRRI) - Pode ser realizada de forma ativa ou passiva. De acordo com a idade e a cooperação da criança. - Postiaux Técnicas modernas Tosse provocada - Estimulação na criança pequena, incapaz de realizar a tosse ativa voluntária. Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas modernas Aceleração do fluxo expiratório - De caráter passivo, a desinsuflação é realizada através de uma compressão bimanual, que se inicia na inspiração e prolonga até o final da expiração. POSTIAUX É CONTRA!!!!! Técnicas de desobstrução brônquica Técnicas modernas Expiração Lenta e Prolongada (ELPr) - Uma pressão toracoabdominal lenta e simultânea é realizada, iniciando ao final da expiração espontânea, seguindo até VR, opondo-se a 2 ou 3 tentativas inspiratórias. DRENAGEM AUTÓGENA É uma técnica de desobstrução brônquica. Trata-se de um método de controle da respiração que mobiliza secreção de diferentes gerações brônquicas. Requer treinamento e cooperação paciente, por ser uma técnica ativa. DRENAGEM AUTÓGENA • Posição do paciente: - Assentado, ereto, relaxado e com a cabeça em neutro. • Fases da técnica: - Deve ser usado o bocal durante toda a técnica. DRENAGEM AUTÓGENA • Fases da técnica: 1) Fase do descolamento: Expiração oral e lenta até VRE --- Inspiração oral a baixo VC --- Pausa inspiratória --- Expiração lenta e oral até VRE. 2) Fase da coleta: Inspiração nasal a médio VC --- pausa inspiratória --- Expiração lenta e oral até VRE. DRENAGEM AUTÓGENA • Fases da técnica: 3) Fase de eliminação: Inspiração nasal a VRI --- Pausa inspiratória --- Expiração oral em nível de VC 4) Huffing DRENAGEM AUTÓGENA • Efeitos fisiológicos: - Auxilia na mobilização de secreção das vias aéreas periféricas; - Melhora da ventilação; - Melhora na hematose; - Ganhos na capacidade funcional. DRENAGEM AUTÓGENA • Indicações clínicas: - Adultos, adolescentes e crianças a partir dos 5 a 6 anos de idade apresentando enfermidades crônicas, hipersecretivos, com retenção de secreções em vias aéreas periféricas; - Cooperativos e motivados em realizar a técnica; - Pacientes hipersecretores e broncorreativos. DRENAGEM AUTÓGENA • Contraindicações: - Pacientes instáveis hemodinamicamente; - P.O. recente de toracotomia e/ou laparotomia; - Doença respiratória aguda; - Pacientes pouco cooperativos e que controlam mal sua respiração. EDIC – EXERCÍCIOS DE FLUXO INSPIRATÓRIO CONTROLADO • Consiste em duas modalidades de aplicação: posterolateral e anterolateral. • A região pulmonar a ser ventilada deve-se encontrar em posição supralateral. EDIC – EXERCÍCIOS DE FLUXO INSPIRATÓRIO CONTROLADO 1) Posterolateral: posicionar o paciente em DL com o tronco ligeiramente inclinado anteriormente e a pelve perpendicular ao plano de apoio. 2) Anterolateral: em DL, com membro superior fletido e a mão apoiada na região occipital para favorecer o alongamento da musculatura do peitoral. EDIC – EXERCÍCIOS DE FLUXO INSPIRATÓRIO CONTROLADO EDIC – EXERCÍCIOS DE FLUXO INSPIRATÓRIO CONTROLADO • Efeitos Fisiológicos: recuperação da CRF; melhora da ventilação com ausculta alterada (assemelha ao espirômetro); auxílio na mobilização de secreção. • Indicações clínicas: - Pacientes cooperativos, maiores de 4 anos; - Doenças respiratórias agudas, com ausculta abolida ou diminuída; - Pneumonia, atelectasias, condições clínicas que cursam com déficit ventilatório. EDIC – EXERCÍCIOS DE FLUXO INSPIRATÓRIO CONTROLADO • Contraindicações: - Pacientes não cooperativos; - Presença de dor; - Pós operatório de pneumectomia; - Hiper-reatividade brônquica. CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS • É uma técnica desobstrutiva com a finalidade de promover a perviedade das vias aéreas a partir da periferia pulmonar. • O paciente pode ser posicionado em todos os decúbitos. • É a combinação: controle da respiração, exercícios de expansão torácica e a técnica de expiração forçada. CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS • Como é realizado o ciclo ativo: 1) Controle da respiração: inspiração e expiração a VC, pode ser realizada de 3 a 4 vezes. 2) Exercícios de expansão torácica: inspiração nasal até VRI, faz pausarespiratória e expiração em nível de VC. Pode ser repetida de 3 a 4 vezes. 3) Técnica de expiração lenta: inspiração nasal a VC e expiração oral lenta com a glote aberta recrutando o VRE. CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS - Em seguida deve ser realizado um controle da respiração. - Pode ser executada esta última fase até duas vezes. - O término da técnica é com o Huffing. CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS CR EET CR TEL CR TEL CR HUFFIN G CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS • Efeitos fisiológicos: - Maximização da ventilação colateral; - Mobilização de secreção das vias aéreas médias. Indicações Contraindicações - Jovens, idosos, adolescentes que compreendam a técnica; - Pacientes hipersecretivos; - Pacientes com DPOC. - Pacientes não cooperativos; - Pacientes extremamente doentes. ELTGOL – EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA EM INFRALATERAL • Objetivo da técnica é deslocar secreção situadas em via aérea média; • O paciente em DL, com o pulmão a ser tratado em conato com o plano de apoio, ou seja infralateral. ELTGOL – EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA EM INFRALATERAL • Princípios fisiológicos: - Os fatores que auxilia na desobstrução brônquica do pulmão infralateral: oAção da gravidade sobre a pressão intrapleural; oO peso do mediastino sobre o pulmão infralateral; oA compressão das vísceras em direção cefálica. ELTGOL – EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA EM INFRALATERAL Indicações Contraindicações - Adolescentes a partir de 10 anos de idade e adultos, cooperativos e com secreções em vias aéreas média; - Pacientes broncorreativos; - Exacerbação aguda do DPOC - Patologias cavitárias, onde seria mais interessante a drenagem autógena; - Pacientes não cooperativos; - Pacientes com descompensação cardiorrespiratória. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Freno labial; Diafragmático; Suspiros inspiratórios; Inspiração em tempos; Expiração abreviada; Intercostal; Inspiração máxima sustentada. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Freno labial Denominada expiração labial, realizar uma expiração suave entre os dentes. Redução: VC e da FR, sem alterar os níveis de oxigenação e gás carbônico. Expiração mantendo uma relação I:E. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Diafragmático É realizado aplicando um estímulo manual na região abdominal, com leve compressão, solicitando a inspiração nasal de forma suave e profunda, com deslocamento anterior do conteúdo abdominal. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Suspiros inspiratórios Tem o objetivo de melhorar a força e a endurance muscular ventilatória. Consiste em inspirações nasais breves, sucessivas e rápidas até atingir a capacidade inspiratória máxima, com expiração lenta e suave, associada ao freno labial. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Inspiração em tempos Fraciona o tempo o inspiratório. Durante a inspiração se coloca pausas inspiratórias. A expiração deve ser lenta e suave associada ao freno labial. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Expiração abreviada Inspiração nasal de um pequeno volume, em seguida uma expiração lenta e suave contra resistência sendo breve, sem expirar o volume todo inspirado. Realiza uma nova inspiração a volume médio e uma expiração sem expirar o volume todo inspirado. Por ultimo realiza uma inspiração máxima e uma expiração lenta e suave associada ao freno labial. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Intercostal Inspirações máxima intercortadas sem pausas inspiratórias com expiração lenta e suave pelo nariz. Favorece a ventilação nas regiões não dependentes EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Inspiração máxima sustentada. É realizada com um esforço inspiratório máximo, de forma lenta, pela via nasal, até atingir a máxima capacidade inspiratória. Faz uma pausa inspiratória de 3 segundo e uma expiração lenta e suave associada ao freno labial.
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