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Prof. Dr. Flávio Buratti UNIDADE II Fisiopatologia e Anatomia Patológica Distúrbios circulatórios: Edema: é o acúmulo de líquido no interstício ou em cavidades pré- formadas do organismo. Introdução à Patologia Especial: distúrbios circulatórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Pressão hidrostática A. Normal B. Transudato C. Exsudato Pressão hidrostática aumentada (obstrução ao fluxo venoso, por exemplo, insuficiência cardíaca congestiva) Pressão osmótica coloidal Proteínas plasmáticas Extravasamento de líquido Pressão oncótica coloidal diminuída (síntese proteica diminuída, por exemplo, doença hepática, perda aumentada de proteínas, por exemplo, doença renal) Extravasamento de líquido e proteínas Vasodilatação e estase Espaços interendoteliais aumentados In fla m a ç ã o A patogênese do edema está relacionada às forças que regulam o transporte de líquidos entre os vasos e o interstício e, em princípio: O edema resulta de quatro mecanismos: aumento da pressão hidrostática vascular; redução da pressão oncótica do plasma; elevação da permeabilidade vascular; bloqueio da circulação linfática. Distúrbios circulatórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 52 – Sinal do cacifo para identificar edema: A) Compressão rápida com o polegar que provoca deslocamento do líquido intersticial; B) Após a retirada do dedo, permanece uma depressão (sinal do cacifo) Hiperemia e congestão: é o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. A hiperemia pode ser ativa ou passiva, aguda ou crônica. A hiperemia ativa consiste em dilatação arteriolar com aumento do fluxo sanguíneo local. A vasodilatação leva à abertura de capilares “inativos”, o que resulta na coloração rósea intensa ou vermelha do local atingido e em aumento da temperatura. Fisiológica: quando há necessidade de maior irrigação, como ocorre nos músculos esqueléticos durante o exercício. Patológica: acompanha inúmeros processos patológicos, principalmente as inflamações agudas. A congestão (hiperemia passiva) pode ser causada por obstrução extrínseca ou intrínseca de uma veia (compressão do vaso, trombose etc.). Distúrbios circulatórios Trombose: É o processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração no indivíduo vivo. Trombo é a massa sólida formada pela coagulação do sangue. Coágulo, por outro lado, significa massa não estruturada de sangue fora dos vasos ou do coração. A trombose resulta da ativação patológica do processo normal da coagulação sanguínea que pode ocorrer quando existem os sinais da chamada tríade de Virchow, a saber: lesão endotelial; alteração do fluxo sanguíneo (estase ou turbulência); hipercoagulabilidade do sangue. Distúrbios circulatórios Lesão endotelial: Ocorre em inúmeras circunstâncias, especialmente sobre placas ateromatosas, por agressão direta de bactérias ou fungos, pela presença de leucócitos ativados em inflamações agudas (vasculite), por traumatismos e por invasão vascular por neoplasias malignas. Deve ser ressaltado que o endotélio não precisa estar lesionado para contribuir para o desenvolvimento da trombose, qualquer desequilíbrio das atividades pró e antitrombótica do endotélio pode influenciar os eventos de coagulação local. Distúrbios circulatórios Duas situações favorecem a trombose por alteração do fluxo sanguíneo: Retardamento do fluxo: redução da velocidade do sangue é um fator importante na gênese de trombos venosos. Insuficiência cardíaca, dilatação vascular. Aceleração do fluxo e turbulência: aumento da velocidade do sangue modifica o fluxo laminar, permitindo o contato das plaquetas com a superfície interna dos vasos. A turbulência provocada promove lesão do endotélio e diminui a velocidade do sangue. Distúrbios circulatórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 54 – À esquerda, fluxo laminar com elementos celulares (inclusive plaquetas) no eixo central do vaso, na região marginal flui predominantemente o plasma; turbulência de fluxo lesa o endotélio e aumenta o contato das plaquetas com a parede. A hipercoagulabilidade pode ser provocada por: Aumento do número (trombocitose) ou modificações funcionais das plaquetas, como variações dos receptores da superfície plaquetária. Alterações dos fatores pró ou anticoagulantes, que podem ser congênitos ou adquiridos. A importância de um componente genético na patogênese da trombose tem sido cada vez mais reconhecida nos últimos anos. Entre as alterações congênitas, a mais importante é uma mutação pontual na molécula do fator V (denominada fator V de Leiden). Nos indivíduos com essa mutação, o risco de desenvolver trombose venosa é muito alto. Introdistúrbios circulatórios Embolia: Consiste na presença de um corpo sólido, líquido ou gasoso (êmbolo) transportado pelo sangue e capaz de obstruir um vaso; a obstrução ocorre geralmente após uma ramificação, quando o diâmetro vascular fica menor do que o do êmbolo. Tromboembolia pulmonar: na maioria dos casos, origina-se de trombos formados nas veias iliofemorais profundas ou veias profundas da panturrilha, especialmente em indivíduos acamados após cirurgias ou fraturas. Tromboembolia arterial: na maioria dos casos, os êmbolos se originam de trombos formados no coração (infarto do miocárdio, fibrilação atrial, doença de Chagas). Distúrbios circulatórios Embolia: Introdistúrbios circulatórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Tromboembolia pulmonar: A) Embolia maciça causando obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar e sobrecarga ventricular direita; B) Tromboembolia em ramo de médio calibre em paciente com insuficiência cardíaca causando infarto pulmonar; C) Múltiplos pequenos êmbolos provocando hipertensão pulmonar Hemorragia: É a saída do sangue do espaço vascular (vasos ou coração) para o compartimento extravascular (cavidades ou interstício) ou para fora do organismo. A hemorragia pode ser interna ou externa e recebe nomes específicos segundo sua localização. Alguns tipos de hemorragia: Hematoma: a hemorragia para o interior do tecido mole pode ser de pouca importância (como em uma contusão muscular) ou fatal (se localizada no cérebro). Hemotórax: hemorragia para o interior da cavidade pleural. Hemopericárdio: hemorragia para o interior do espaço pericárdico. Púrpura: hemorragia superficial difusa na pele, até 1 cm de diâmetro. Petéquias: hemorragias puntiformes, em geral na pele ou na conjuntiva; representam o rompimento de capilares ou arteríolas. Distúrbios circulatórios Hipertensão: Uma elevação da pressão arterial sistólica ou diastólica ocorre em dois tipos principais: hipertensão primária, também denominada de hipertensão essencial, e a hipertensão secundária, resultante principalmente de doenças renais. Fatores de risco para hipertensão incluem histórico familiar, idade avançada e problemas associados à apneia do sono, além de obesidade, tabagismo, alta ingestão de sódio e de gorduras saturadas, estilo de vida sedentário e estresse. Distúrbios circulatórios Infarto: É uma área localizada de necrose isquêmica por interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso. De acordo com o aspecto morfológico, o infarto pode ser branco ou vermelho (hemorrágico). No infarto do miocárdio (IM), popularmente conhecido como ataque cardíaco, a diminuição do fluxo sanguíneo em uma das artérias coronárias resulta em isquemia e necrose do miocárdio. Os sinais e os sintomas do IM incluem, entre outros,a dor e aperto, persistente e que pode irradiar para o braço esquerdo, mandíbula, pescoço ou escápulas; por diminuição do aporte de oxigênio para as células do miocárdio. Distúrbios circulatórios É o processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração no indivíduo vivo: a) Trombose. b) Embolia. c) Hipertensão. d) Hipercoagulabilidade. e) Hematoma. Interatividade É o processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração no indivíduo vivo: a) Trombose. b) Embolia. c) Hipertensão. d) Hipercoagulabilidade. e) Hematoma. Resposta Principais doenças respiratórias: Interdistúrbios respiratórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Asbestose Asma Bronquite aguda e crônica Derrame pleural Doença pulmonar obstrutiva crônica Enfisema Fibrose cística Insuficiência respiratória aguda Pleurisia e pneumotórax Pneumonia Asma ocorre devido a um estreitamento das vias aéreas, pois a hiper-reatividade a determinados estímulos produz inflamação. O estreitamento pode ser desencadeado por muitos estímulos como pólen, ácaros da poeira, resíduos da descamação animal, fumaça, ar frio e prática de exercícios. Os mastócitos, localizados ao longo dos brônquios, liberam substâncias como a histamina e os leucotrienos, que promovem a contração da musculatura lisa, o aumento da secreção e a migração de determinados leucócitos para a área. Distúrbios respiratórios Bronquite aguda e crônica: A bronquite crônica é a inflamação dos brônquios causada geralmente por irritantes ou por uma infecção. A bronquite, uma forma de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), pode ser classificada como aguda ou crônica. A bronquite irritativa pode ser causada por diversos tipos de pós, vapores de ácidos fortes, amônia, alguns solventes orgânicos, cloro, sulfeto de hidrogênio, dióxido de enxofre e brometo, poluentes aéreos como o ozônio e o dióxido de nitrogênio, a fumaça de tabaco e outras fumaças. Interdistúrbios respiratórios Enfisema: Enfisema é uma DPOC caracterizada pela dilatação excessiva dos alvéolos pulmonares, o que causa a perda de capacidade respiratória e uma oxigenação insuficiente. Quatro tipos principais: 1. centroacinar, 2. pan-acinar, 3. parasseptal 4. irregular Distúrbios respiratórios Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Ácido normal Bronquíolo respiratórioA) Ducto alveolar Alvéolo Alvéolo Ducto alveolar Bronquíolo respiratório Enfisema centroacinar Enfisema pan-acinar C) B) Figura 64 – Principais padrões de enfisema. A) Estrutura normal no interior do ácino; B) Enfisema centroacinar com dilatação que afeta inicialmente os bronquíolos respiratórios; C) Enfisema pan-acinar com distensão inicial do alvéolo e do ducto alveolar Pneumonias: as infecções do trato respiratório são mais frequentes que as infecções de qualquer outro órgão. As pneumonias são classificadas pelo agente etiológico específico, que determina o tratamento, ou, se nenhum agente patogênico puder ser isolado, pelo contexto clínico. Distúrbios respiratórios Cálculos renais: Os cálculos, ou pedras, como são popularmente conhecidas, podem se formar em qualquer parte do trato urinário, apesar de serem percebidos de forma mais comum na pelve e nos cálices renais. Quatro tipos principais de cálculos: 1. cálculos de cálcio; 2. cálculos de fosfato triplo; 3. cálculos de ácido úrico; 4. cálculos de cistina. Os cálculos são importantes quando obstruem o fluxo urinário ou produzem ulcerações e sangramento. Interdistúrbios do sistema renal Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 67 – Nefrolitiase: cálculo localizado na pelve renal Glomerulonefrite: Glomerulonefrite é uma inflamação bilateral dos glomérulos a qual ocorre tipicamente após processo infeccioso por Streptococcus spp. Sinais e sintomas da glomerulonefrite incluem a diminuição da micção, ou oligúria, em função da diminuição do ritmo de filtração glomerular, urina enegrecida em decorrência da presença de hematúria, dispneia e edema periorbital por hipervolemia. Distúrbios do sistema renal Insuficiência renal aguda (IRA) e insuficiência renal crônica (IRC): A IRA, como é conhecida a insuficiência renal aguda, é uma interrupção rápida da função renal, a qual pode ser associada a processos obstrutivos, má circulação ou doença renal subjacente. A IRA pode, se deflagrada, estar associada a um processo pré-renal, intrarrenal ou pós-renal, e entre as possíveis causas, incluem-se: arritmias; desidaratação; sépsis. Introdistúrbios do sistema renal Insuficiência renal aguda (IRA) e insuficiência renal crônica (IRC): A IRC, como é conhecida, também pode ser originada de doenças com evolução rápida e progressiva que acabam por destruir néfrons, causando lesões irreversíveis. Pode ser decorrente de doenças glomerulares crônicas, infecções crônicas como a tuberculose renal, hipertensão e agentes nefrotóxicos. Distúrbios do sistema renal Pielonefrite: A pielonefrite é um distúrbio renal que afeta os túbulos, interstício e pelve renal. Trata-se de uma das doenças mais comuns dos rins. Ocorre de duas formas: pielonefrite aguda e pielonefrite crônica. A pielonefrite aguda é uma inflamação supurativa aguda do rim causada por infecções bacterianas e algumas vezes virais (por exemplo: poliomavírus). A pielonefrite crônica é um distúrbio no qual a inflamação túbulo-intersticial crônica e a cicatrização renal estão associadas ao envolvimento patológico dos cálices e da pelve. Distúrbios do sistema renal Infecções do trato urinário (ITU): Entre os processos de infecção do trato urinário (ITU), a mais comum é conhecida como cistite (infecção da bexiga urinária) e o outro tipo de ITU é a pielonefrite. Os principais sintomas da cistite são dor ou ardor ao urinar, necessidade frequente de urinar com pouca eliminação de urina, dor na uretra e dor na pélvis, algumas vezes podendo apresentar febre baixa e a presença de sangue na urina. São descritos inúmeros fatores de risco associados a gênero masculino ou feminino, hábitos higiênicos, gestação, dentre outros. Distúrbios do sistema renal Distúrbios de desequilíbrios hídrico e eletrolítico: Um desequilíbrio eletrolítico ocorre sobretudo por um desequilíbrio entre a ingesta de substâncias ricas em eletrólitos e sua eliminação através da urina, do suor e das fezes. Os principais eletrólitos que devem ser mantidos em equilíbrio nos líquidos intra e extracelulares, a fim de garantir o pleno funcionamento dos sistemas corporais são: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fosfato e bicarbonato. Distúrbios do sistema renal Distúrbios de desequilíbrios hídrico e eletrolítico: Exemplo: As hiponatremias definidas pela diminuição do nível sérico de sódio (valores abaixo de 135 mmol/L) estão associadas ao aparecimento de letargia, confusão mental, hipotensão, taquicardia, náuseas, vômitos, contrações musculares. Nas hipernatremias associadas ao aumento do nível sérico de sódio, com valores acima de 145 mmol/L, notam-se situações de agitação, febre, hipertensão, taquicardia, edema, sede, dispneia, parada respiratória. Distúrbios do sistema renal Caracterizada por uma interrupção rápida da função renal, a qual pode ser associada a processos obstrutivos, má-circulação ou doença renal subjacente: a) Insuficiência renal crônica. b) Pielonefrite. c) Cistite. d) Insuficiência renal aguda. e) Glomerulonefrite. Interatividade Caracterizada por uma interrupção rápida da função renal, a qual pode ser associada a processos obstrutivos, má-circulação ou doença renal subjacente: a) Insuficiênciarenal crônica. b) Pielonefrite. c) Cistite. d) Insuficiência renal aguda. e) Glomerulonefrite. Resposta Esofagite: Processo inflamatório multifatorial que atinge o esôfago de forma direta e compromete sobretudo a deglutição e o transporte do alimento até o estômago. As esofagites infecciosas são mais comumente observadas em indivíduos imunocomprometidos ou debilitados por alguma doença de base. Distúrbios do sistema digestório Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 70 – Esofagite viral. Amostra pós-morte com múltiplas úlceras herpéticas no esôfago distal Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): Causas mais prováveis para DRGE: incontinência do esfíncter esofagiano inferior, aumento da pressão abdominal resultante da gravidez ou estados de obesidade mórbida, hérnia de hiato, etilismo e tabagismo. O Esôfago de Barrett é uma complicação da DRGE crônica, caracterizada por metaplasia intestinal dentro da mucosa escamosa esofágica. Distúrbios do sistema digestório Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. A gastrite aguda é uma inflamação da mucosa transitória, a qual pode se estabelecer de forma assintomática ou até mesmo vir a causar graus variáveis de dor epigástrica, náusea e vômito. Em muitos casos graves, pode haver erosão da mucosa, ulceração, hemorragia, hematêmese, melena ou, raramente, perda sanguínea massiva. A gastrite aguda ou crônica pode ocorrer como consequência do rompimento de um desses mecanismos protetores e são vários os fatores implicados diretamente no desenvolvimento da gastrite aguda, entre eles: síntese reduzida de mucina nos idosos; drogas anti-inflamatórias não esferoidais (Daines); lesão gástrica que ocorre nos pacientes infectados com Helicobacter pylori. Distúrbios do sistema digestório Úlcera péptica: As úlceras pépticas são descritas como lesões circunscritas da membrana mucosa que avançam para abaixo do epitélio, podendo projetar-se a porção inferior do esôfago, estômago, piloro, duodeno e jejuno. As úlceras pépticas são classicamente lesões crônicas, em geral com muito mais morbidade do que mortalidade e, após um período de semanas a meses de doença ativa, a cicatrização pode ocorrer com ou sem terapia, mas a tendência de desenvolvê-las é recorrente. Distúrbios do sistema digestório Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 72 - Gastrite por Helicobacter pylori. Os Helicobacter pylori espiralados estão realçados nesta coloração argênica de Warthin-Starry Doença celíaca: A doença celíaca é uma patologia manifesta pela ingestão de cereais à base de glúten, tais como trigo, centeio ou cevada, por indivíduos geneticamente predispostos. Os pacientes que apresentam os sintomas clássicos da doença celíaca podem ser identificados pela manifestação de distensão abdominal, anorexia, diarreia crônica, insuficiência no crescimento, perda de peso ou danos musculares. Doenca de Crohn: A doença de Crohn pode atingir qualquer parte do trato gastrintestinal, porém é comum uma maior manifestação no íleo, sobretudo na porção terminal e no ceco. Como complicação, anemia carência do tipo ferropriva, inclusive com a possibilidade de evoluir para hipoalbuminemia, deficiência de proteínas séricas e má absorção de vitaminas, em especial, B12. Distúrbios do sistema digestório Cirrose: É o estágio final comum de uma grande variedade de doenças de causas diversas, sobretudo alcoolismo, hepatites virais (sendo hepatite B e C as mais comuns) e autoimunes, além de processos de natureza metabólica e vascular. O estágio final da doença hepática crônica é definido por três características morfológicas principais: a) fibrose em ponte dos septos; b) nódulos parenquimatosos; c) desorganização da arquitetura de todo o fígado. Distúrbios do sistema digestório Figura 73 – Fígado cirrótico Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Nódulo de hepatocarcinoma Fígado cirrótico Icterícia: Icterícia é definida como coloração amarelada da pele, das mucosas e dos fluidos corporais, devido ao aumento dos níveis plasmáticos de bilirrubina no organismo (hiperbilirrubinemia). A detecção da icterícia possui importante valor semiológico, pois é resultado de distúrbio em um ou mais níveis da via metabólica da bilirrubina, que é o produto final da degradação do heme. A excreção da bilirrubina é manifestação clínica de inúmeras doenças hepáticas e não hepáticas, podendo ser o primeiro ou o único sintoma de hepatopatias. Distúrbios do sistema digestório Colestase: Coletase é a condição patológica resultante da redução da síntese dos ácidos biliares ou da interrupção do fluxo biliar ao intestino, com fluxo retrógrado ou refluxo de todos os componentes da bile para a corrente sanguínea, levando à retenção e/ou ao acúmulo de pigmento biliar e de outras substâncias excretadas na bile no parênquima hepático. Pancreatite aguda: A pancreatite aguda é uma lesão reversível do parênquima pancreático associada à inflamação. As doenças dos tratos biliares e o alcoolismo são responsáveis por, aproximadamente, 80% dos casos da doença. Os cálculos estão presentes de 35 a 60% dos eventos de pancreatite aguda, e cerca de 5% dos pacientes com cálculos biliares desenvolvem pancreatite. Distúrbios do sistema digestório Pancreatite crônica: Definida como uma inflamação do pâncreas com destruição irreversível do parênquima exócrino, presença de fibrose e, na fase tardia, destruição do parênquima endócrino. De acordo com a extensão das lesões, pode ser classificada como discreta, moderada ou grave. A doença pode se desenvolver totalmente silenciosa, até que a insuficiência pancreática e o diabetes melito sejam notados; este último devido à destruição das ilhotas de Langherans. Distúrbios do sistema digestório Hipopituitarismo: O hipopituitarismo corresponde a uma secreção menor dos hormônios produzidos pela hipófise e que pode resultar em doenças tanto no nível hipotalâmico quanto no hipofisário. Sabe-se que a grande maioria dos casos que acarretam diminuição na função decorre de processos lesivos, destrutivos. Hipertireoidismo: O hipertireoidismo é caracterizado pela elevação sanguínea de T3 e T4 livres, indicando um hiperfuncionamento da tireoide. Exemplos: doença de Graves e o bócio multinodular. Complicações incluem-se desgaste muscular, atrofia e paralisia, perda visual, insuficiência cardíaca e arritmias e ainda hipoparatireoidismo após remoção cirúrgica da tireoide. Distúrbios do sistema endócrino Hipotireoidismo: O hipotireoidismo é causado por qualquer alteração estrutural ou funcional que interfira na produção de níveis adequados do hormônio tireoidiano. As principais causas associadas são a tireoidite de Hashimoto, doença autoimune, deficiência de iodo, disgenesia tireoidiana e falência hipofisária. A tireoidite de Hashimoto é considerada a forma mais comum de hipotireoidismo, nesse caso, anticorpos circulantes sobretudo anticromossomais, antiperoxidase tireoidiana e antitiroglobulina, são produzidos e direcionados contra a tireoide, normalmente associando- se ao aparecimento do bócio. Distúrbios do sistema endócrino Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Diabetes melito (pâncreas exócrino): Não se trata de uma simples patologia, mas em um grupo de distúrbios de origem metabólito-regulatórias associadas à elevação dos níveis glicêmicos, conhecido como hiperglicemia. O diabetes do tipo 1 é caracterizado como uma doença autoimune, na qual ocorre a destruição das células β de Langerhanse uma deficiência absoluta de insulina. O diabetes do tipo 2, por sua vez, é causado por uma associação de fatores, entre os quais: a resistência periférica à ação da insulina e uma secreção também diminuída da insulina pelas células β pancreáticas. Distúrbios do sistema endócrino Diabetes melito (pâncreas exócrino): A resistência à insulina é uma incapacidade dos órgãos e dos tecidos-alvo de responder à ação da insulina, acabando por acarretar uma diluição da captação da glicose no músculo, glicólise, além de não conseguir suprimir a gliconeogênese. Distúrbios do sistema endócrino Diabetes melito (pâncreas exócrino): Distúrbios do sistema endócrino Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0004- 27302002000100004 TIPO 1 TIPO 2 GESTACIONAL Características Início súbito; sede e fome acentuadas; micção frequente; fadiga; náuseas e vômitos; perda de peso Início lento, difícil de detectar; sede acentuada; micção frequente; fadiga; cicatrização difícil de feridas; formigamento nas mãos ou nos pés; infecções frequentes; perda de peso Sede acentuada; micção frequente; fadiga e outros sintomas semelhantes aos do tipo 2 Idade de início Em geral aos 20 anos, ou menos Em geral aos 40 anos ou mais, embora o número de casos esteja aumentando entre os jovens Faixa etária reprodutiva Condição física Em geral, pessoa magra ou de peso normal Em geral, pessoa com excesso de peso Gestante Causa O sistema imune destrói as células do pâncreas que produzem insulina Falta de exercício, alimentação inadequada e consequente obesidade; genética Hormônios produzidos pela placenta impedem a ação da insulina Base do tratamento Injeções de insulina Mudanças no estilo de vida, possivelmente complementadas por insulina e fármacos Mudanças no estilo de vida, possivelmente complementadas com injeções de insulina Diabetes melito (pâncreas exócrino): Distúrbios do sistema endócrino Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000100004 Tabela 1. Diagnóstico do diabetes melito e alterações da tolerância à glicose de acordo com valores de glicose plasmática (mg/dl) CATEGORIA Jejum Totg 75g – 2h Casual Normal <110 <140 Glicose plasmática de jejum alterada ≥ 110 e <126 Tolerância à glicose diminuída <126 ≥ 140 e <200 ≥ 200 Diabetes melito ≥ 126 ≥ 200 ≥200 com sintomas Diabetes gestacional ≥ 110 ≥ 140 Dentre os sinais e os sintomas da tireoidite de Hashimoto, o mais marcante e frequente é: a) Dificuldade de concentração. b) Taquicardia. c) Agitação. d) Bócio. e) Emagrecimento extremo. Interatividade Resposta Dentre os sinais e os sintomas da tireoidite de Hashimoto, o mais marcante e frequente é: a) Dificuldade de concentração. b) Taquicardia. c) Agitação. d) Bócio. e) Emagrecimento extremo. O sistema nervoso central (SNC) é formado pelo encéfalo e pela medula espinal, os quais juntos são responsáveis por controlar a homeostasia, o movimento e muitas outras funções corporais. Eles são constituídos por uma rede de bilhões de células nervosas que se comunicam de modo extremamente organizado para formar o sistema de controle rápido do corpo Distúrbios do sistema nervoso Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Figura 75 – Organização geral do sistema nervoso. A) Ilustração de algumas regiões anatômicas do sistema nervoso. B) Secção transversal do cérebro, mostrando as substâncias branca (mais central) e cinzenta (mais periférica ou cortical) Nervos cranianos Ventral (motora) Dorsal (sensorial) Bulbo Ponte Cerebelo Cérebro A) B) Doenças neurodegenerativas: As doenças neurodegenerativas (DNEs) afetam os movimentos, a cognição e a memória. Os distúrbios neurodegenerativos abrangem uma série de condições que afetam o SNC nas quais alterações no sistema neuronal levam à deterioração progressiva na estrutura e na função celular. Distúrbios do sistema nervoso Sistema imune (neuroinflamação versus neurodegeneração): Distúrbios do sistema nervoso Fonte: autoria própria IL-1 IL-6 TNFα- Diferenciação em mirogliócitos Patogênese de diversas doenças Fatores dinâmicos/norteadores Variações entre linhagens de camundongos Diferenças genéticas X ativação imune Interação dinâmica Citocinas /Micróglia Fonte: (MULLER, 2012; DREXHAGE., 2010; QUAN., 2002) Principais mediadores de inflamação no SNC Ativação de astrócitos Parkinson Tremor essencial Alzheimer Esclerose múltipla Doença de Alzheimer (DA): A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência. Ela é caracterizada patologicamente pela formação de placas senis compostas de peptídeo β-amiloide-β (Aβ). Ocorre uma deterioração lenta e gradual da memória que afeta a linguagem, a personalidade e o controle cognitivo. Distúrbios do sistema nervoso Doença de Parkinson: A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico altamente complexo caracterizado pelas alterações motoras clássicas do parkinsonismo associadas à presença de corpos de Lewy e à perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra. Distúrbios do sistema nervoso Doença de Parkinson Rigidez muscular Bradicinesia Instabilidade postural Tremor em repouso Fonte: autoria própria Esclerose múltipla (EM): A esclerose múltipla (EM) é a doença inflamatória crônica, desmielinizante e neurodegenerativa crônica mais comum do SNC em adultos jovens. Esse distúrbio é uma doença heterogênea, multifatorial e imunomediada, influenciada por fatores genéticos e ambientais. Distúrbios do sistema nervoso Distúrbios do sistema nervoso Fonte: http://neuroimunologia.com.br/imunopatogenia-da-esclerose-multipla/ Acidente vascular cerebral (AVC): Também conhecido como derrame, o acidente vascular se configura como uma interrupção súbita da circulação cerebral em uma ou mais áreas. O AVC resulta fundamentalmente de três causas: Trombose das artérias: as quais são responsáveis por nutrir o cérebro e os vasos intracranianos, obstruindo o fluxo sanguíneo. Embolia por trombos exteriores ao cérebro: como os que podem surgir no coração, aorta ou carótida. Por processos hemorrágicos de artéria ou veia intracraniana: os quais surgem em decorrência de aumento da pressão intracraniana, ruptura de aneurisma, trauma, entre outros. Vasos sanguíneos. Distúrbios do sistema nervoso Acidente vascular cerebral (AVC): Os acidentes vasculares cerebrais podem ser classificados como hemorrágicos ou isquêmicos. O AVC hemorrágico ocorre tipicamente por aneurisma ou hipertensão, com consequente diminuição do aporte de sangue para a área a ser suprida pela artéria rompida e pressão pelo acúmulo de sangue no local. O AVC isquêmico, por sua vez, pode ser subdividido em: embólico, lacunar e trombótico. Distúrbios do sistema nervoso Acidente vascular cerebral (AVC): AVC isquêmico embólico: normalmente formado a partir de êmbolos oriundos sobretudo no coração. AVC isquêmico lacunar: configura-se em um subtipo do AVC trombótico gerado pela formação de cavidades na substância branca em decorrência de hipertensão. AVC isquêmico trombótico: é a causa mais comum de AVC, resultante normalmente de um quadro pregresso de arteriosclerose e também por conseguinte associação com obesidade, hipertensão e tabagismo. Distúrbios do sistema nervoso Reações anafiláticas sistêmicas. Hipersensibilidade Fonte: GONÇALVES, F. B.; MESSIAS, S. H. N. Fisiopatologia e Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Sol, 2020. Antígeno Recrutamento de eosinófilos Mastócito IL-3, IL-5 CD4 IL-4TH2 Célula B Sensibilização de mastócito Plasmócito secretor de IgE Anticorpo Liberação de citocinas Recrutamento e ativação de células inflamatórias Fosfolipídeios da membrana Ácido araquidônico Desgranulação e liberaçãode mediadores Resposta inicial primária Vasodilatação Lesão vascular Espasmo de músculo liso Resposta tardia secundária Edema de mucosa Secreção de muco Infiltração de leucócitos Lesão epitelial Broncoespasmo Prostaglandinas Leucotrienos Configura-se em um subtipo do AVC trombótico gerado pela formação de cavidades na substância branca em decorrência de hipertensão. A essa situação damos o nome de: a) AVC hemorrágico. b) AVC isquêmico. c) AVC isquêmico embólico. d) AVC isquêmico lacunar. e) AVC isquêmico trombótico. Interatividade Resposta Configura-se em um subtipo do AVC trombótico gerado pela formação de cavidades na substância branca em decorrência de hipertensão. A essa situação damos o nome de: a) AVC hemorrágico. b) AVC isquêmico. c) AVC isquêmico embólico. d) AVC isquêmico lacunar. e) AVC isquêmico trombótico. ATÉ A PRÓXIMA!
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