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TCC - Karina 01 04 19

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53
Sistema de Ensino Presencial Conectado
bacharelado em serviço social
KARINA ROCHA
A
ssistÊ
ncia social para famílias beneficiadas com o projeto Minha Casa Minha Vida da COOTRAHAB na cidade de Rio Grande
Rio Grande
2019
KARINA ROCHA
Assistencia social para famílias beneficiadas com o projeto Minha Casa Minha Vida da COOTRAHAB na cidade de Rio Grande
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a UNOPAR - 
Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do titulo de bacharel em Serviço Social.
Prof.: Amanda Boza Gonçalves Carvalho.
Rio Grande
2019
Dedico ao MNLM-Movimento Nacional de Luta pela Moradia, movimento social no qual eu milito e que me fez escolher o curso do Serviço Social, para a luta continuar até que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária a todos!
agradecimentos
Primeiramente as Deusas que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha vida, e não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer;
Á Cooperativa COOTRAHAB por confiar em mim e no meu trabalho diante do Projeto Técnico Social juntamente com a Assistente Social Luana Lima.
ROCHA, Karina. Assistência Social para Famílias Beneficiadas com o Projeto Minha Casa Minha Vida na COOTRAHAB na Cidade do Rio Grande. 2018. 53 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Rio Grande, 2018.
RESUMO
O objetivo da presente pesquisa a realização de um estudo sobre o direito à moradia como um direito social de do Estado, levantando uma reflexão sobre o uso das políticas habitacionais para a efetivação deste direito, que é direcionado a todos. O aumento das moradias inadequadas é uma evidencia de que esse é um direito fundamental, e deve ser considerado como prioridade pelo interesse social. Foi desenvolvido um estudo sobre o programa Minha Casa Minha vida que beneficia um grupo de pessoas na cidade de Rio grande através do Movimento Nacional da Luta pela Moradia. Este movimento fica responsável por levar as políticas públicas de atendimento socioassistencial às famílias beneficiadas, através de ações instrumentadas condizentes com o projeto ético-político profissional. Ao final deste estudo foram evidenciadas ações do empreendimento Junção, onde estão sendo construídas casas e apartamentos para as famílias beneficiadas pelo programa Minha Casa Minha vida, buscando contribuir para o entendimento da importância do programa para a cidade e comunidade. 
Palavras-chave: Direito à Moradia, Políticas Públicas Habitacionais, Direitos Sociais. 
ROCHA, Karina. Social Assistance for Families Benefited from the My Home My Life Project at COOTRAHAB in the City of Rio Grande. 2018. 53 p. Graduation in Social Work - Center for Business and Applied Social Sciences, Pitágoras Unopar University, Rio Grande, 2018. 
ABSTRACT
The purpose of this research is to carry out a study on the right to housing as a social right of the State, raising a reflection on the use of housing policies for the realization of this right, which is addressed to all. The increase in inadequate housing is evidence that this is a fundamental right, and should be considered a priority by the social interest. A study on the My Home My Life program was developed that benefits a group of people in the city of Rio Grande through the National Movement for Struggle for Housing. This movement is responsible for taking the public policies of social assistance assistance to the beneficiary families, through instrumental actions consistent with the professional ethical-political project. At the end of this study, actions of the Junction project were evidenced, where houses and apartments are being built for the families benefited by the Minha Casa Minha vida program, seeking to contribute to the understanding of the importance of the program to the city and community.
Key-words: Right to Housing. Public Housing Policies. Social Rights.
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	8
2	O DIREITO À MORADIA	10
2.1	Desigualdades Sociais e Direito a Moradia	14
3	POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS: PROGRAMAS SOCIOASSISTENCIAIS DO GOVERNO	17
3.2	Programa Minha Casa Minha Vida	23
4	A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL	26
4.1	Atuação do Assistente Social Frente às Políticas Públicas	31
4.2 O Profissional e Sua Atuação na Política de Assistência Social	35
5	COOTRAHAB	38
5.1	Implementação na Cidade do Rio Grande	40
5.2	Assistência Social e Projetos Habitacionais	43
6	CONCLUSÃO	47
REFERÊNCIAS	Erro! Indicador não definido.
INTRODUÇÃO
Essas novas mudanças do cenário mundial exigem da sociedade novas formas de articulações de grupos sociais. Com respostas que são decorrentes das demandas sociais e movimentos. Portanto o contexto das organizações tem caracterizado uma ligação do Estado, Municípios e Órgãos não Governamentais, objetivando lucros como se espera das empresas, no atendimento as demandas sociais, vêm se recebendo a denominação de terceiro setor (espaço composto por organizações), privadas, sem fins lucrativos, com atenção e finalidades dirigidas a coletividade ou públicas. Esse campo de estudos foi marcado pela heterogeneidade de abordagens, conceitos e classificações que refletem a diversidade das organizações que compõe o setor.
As desigualdades sociais através do intenso processo de precarização das condições de vida, com o crescimento do desemprego e do trabalho informal, a presença da violência, a fragilização dos vínculos sociais, que somados há maneira como as cidades foram constituídas, expõe as famílias e indivíduos a situações de riscos e vulnerabilidades sociais.
A atuação do Assistente Social na Política da Habitação do Programa Minha Casa Minha Vida como tema desta pesquisa torna-se relevante por compreender que as profundas mudanças sócio econômicas com o avanço do capitalismo e o crescimento da desigualdade social impactaram em diferentes em diferentes áreas a falta de acesso aos direitos sociais necessários para sobrevivência da população, a grande maioria privada do acesso a saúde, educação e moradia. Sem desmerecer a importância dos direitos na garantia dos mínimos sociais. A moradia é um dos mais importantes direitos a serem cumpridos e, ao mesmo tempo, um dos mais difíceis devido a sua complexidade.
Visto as falhas na redistribuição de renda e da posse de terra do país, a expansão urbana com favelas e periferias tornam-se única alternativa de habitação da população vulnerável e precárias condições de habitações excluídas socialmente e isentas de equipamentos e serviços urbanos. 
Os questionamentos levantados neste estudo ressaltam como essa população tem acesso à moradia digna? A política de habitação tem garantido o direito à moradia a população de baixa renda? Como têm sido desenvolvido os programas habitacionais? Diante do aporte de questionamentos, o interesse em realizar esta pesquisa soma-se ao enfrentamento dos problemas que envolvem a moradia e habitação onde se insere o profissional de serviço social na execução da política habitacional na execução dos projetos e programas sociais na viabilidade de acesso da população ao direito a moradia digna e cidadania.
O problema confrontado é: como atua o assistente social na execução da política de habitação no que se refere ao acesso moradia? Buscando como objetivo geral analisar a atuação do profissional de Serviço Social na política de habitação no acesso ao direito. E como objetivos específicos: conhecer quais os instrumentos utilizados pelo profissional da Assistência Social junto ao usuários do Programa Minha Casa Minha Vida conhecer a verdadeira atuação do Assistente Social dentro do programa minha casa minha vidaconhecer como a política de habitação é organizada no município de Rio Grande.
A Cooperativa de Trabalho, Habitação e Consumo - COOTRAHAB é uma cooperativa cuja finalidade é subsidiar moradia a famílias de baixa renda, com recursos do programa federal Minha Casa Minha Vida – Entidades. Possui matriz em São Leopoldo e firma parcerias com a Caixa Econômica Federal para a construção das casas do programa, tendo como contrapartida ações que beneficiem a população da cidade de sua execução.
É uma pesquisa bibliográfica tendo como objetivo pesquisar um material já elaborado que corresponde a artigos científicos, livros técnicos e consulta a publicações com temas relacionados à atuação do assistente social junto as famílias beneficiadas com o projeto Minha Casa Minha Vida, que estão disponíveis na internet bem como em bibliotecas para à elaboração de um estudo científico. Foram utilizadas como estratégias de busca as bases de dados indexados na Bireme, SciELO, LILACS, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), onde serão procurados artigos originais e revisões sobre o tema, publicados de 1990 à 2018. A metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade).
O DIREITO À MORADIA
O direito à moradia é parte do direito a um padrão de vida adequado. Ou seja, não se resume a apenas um teto e quatro paredes, mas o direito de toda mulher, homem, jovem e criança de ter acesso a um lar e a uma vivencia segura para viver em paz, com dignidade, saúde física e mental. 
Portanto, todos têm direito a garantia de uma existência digna, onde podemos dizer que, o direito de moradia é um pressuposto para a vivência da dignidade, pois contribui para o combate à pobreza, para a ausência de dignidade, visando uma melhor autonomia humana.
No ano de 2000 foi criada a relatoria da ONU, sua função é examinar, monitorar, aconselhar e relatar a situação do direito à moradia no mundo, promover assistência a governos e a cooperação para garantir o melhoramento nas condições de moradias e estimular o diálogo com os outros órgãos da ONU e organizações internacionais com o objetivo de cria condições de moradias dignas.
O direito à moradia digna está descrito na Constituição Federal de 1988, sendo um pressuposto para a dignidade humana, além de ser a concretização de um sonho para muitos brasileiros. Essa questão é historicamente tratada por governos, representados por seus Estados e Municípios, através de estratégias que buscam minimizar o problema dos sem moradia. Pensando nesta problemática, foram desenvolvidos programas específicos, como Minha Casa Minha Vida, que visa facilitar o acesso à moradia digna, por milhares de famílias em situação de baixa renda e pobreza (LUCA; LEÃO, 2016). 
Esse direito à propriedade é um dos direitos fundamentais do cidadão, estabelecido pela Declaração dos Direitos Humanos (art. 17 nº 1). Nessa Declaração encontra-se firmado que direito à propriedade deixa de ser exclusivo de alguns, passando a abranger toda a pessoa humana. A Constituição Federal de 1988 também menciona o direito à propriedade privada equiparando-a com o cumprimento da sua função social, condicionando-a ao bem-estar social. (MATIAS; SANTOS, 2009). 
Como direito norteador da moradia e propriedade privada está o da dignidade, que é voltada a todos os seres humanos. Tendo previsto direito iguais a todos, a liberdade, a paz e o bem-estar social, que só são possíveis onde a família estiver amparada legalmente, sendo capaz de proporcionar aos seus membros ambiente saudável para o seu desenvolvimento. 
Nesse sentido, a moradia se torna uma variável bastante significativa para o desenvolvimento dos indivíduos, tendo como pressuposto o acesso a terra, e sento também um intermediador para a saúde, renda e educação. É, portanto, um elemento básico para que a família alcance o mínimo social que os grupos sociais necessitam para desenvolverem suas capacidades (BRAGA et al, 2007).
Os direitos sociais são aqueles que buscam a garantia do bem-estar social do cidadão, demandando prestações por parte do Estado, estando estreitamente ligados ao postulado da igualdade. A finalidade destes direitos é a proteção dos que não são autossuficientes, fomentando a promoção de uma justiça equitativa, já que tais direitos auxiliam os cidadãos mais carentes de recursos mínimos para sua subsistência, ou os que caíram na marginalidade social. 
Os direitos sociais foram objeto da Declaração da ONU de 1948, influenciando o surgimento das diretrizes jurídicas dos direitos fundamentais. O direito à moradia é constante nos textos relacionados aos Direitos Humanos No plano nacional, sendo em 2010 explicitado no artigo 6º da Constituição Federal.
Os direitos humanos têm vigência universal e coexistem independentemente de seu reconhecimento pela Constituição, pois os direitos fundamentais representam as bases éticas do sistema jurídico nacional. 
Conforme Osório (2014, p. 67): 
O direito à moradia é um direito de todos de ter acesso a alguma forma de acomodação segura, acessível e habitável para viver em paz, com segurança e dignidade. A pessoa não pode viver uma vida digna sem uma moradia digna onde possa se proteger e desenvolver-se pessoal e familiarmente (OSÓRIO, 2014, p. 67). 
O conceito de moradia está vinculado ao direito à dignidade da pessoa humana, sendo também composto por outros direitos que se inter-relacionam. Assim Junior (2012, p. 49) afirma que “Há uma relação de interdependência entre a moradia adequada e outros bens juridicamente protegidos como direitos essenciais da pessoa humana: a vida, a saúde, a integridade física, psíquica e moral, a intimidade, a liberdade, entre outros”. 
Portanto, o direito à moradia encontra-se vinculado a outros direitos humanos, porque sem a moradia digna, o direito de viver fica prejudicado, assim como o acesso à educação, emprego, segurança higiene e à saúde. (PAGANI, 2009).
A moradia então, não pode ser separada do contexto geral dos direitos econômicos, sociais e culturais, nem de outros direitos fundamentais, como a vida privada e a personalidade, entre outros. De fato, há que se conceber o direito à moradia como elemento primacial do reconhecimento da dignidade da pessoa humana, já que a questão da dignidade, não obstante trata-se de um valor espiritual e moral (aceito pela doutrina como um princípio e para outros como postulado), também é instituto de proteção jurídica, daí o direito à moradia estar intimamente relacionado a outros direitos, já que, pelo fato de se morar sob um teto, em um local determinado, tem-se também direito a outros direitos, como o direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem, ao sigilo de correspondência de sua residência, ao segredo doméstico, ao sossego, à educação, à saúde, pois não há como admitir o exercício de um direito sem o outro, porquanto são tão essenciais que se unem em um só indivíduo, de forma que não se pode separá-los integralmente ou definitivamente. Não há como obter vida digna, dentro de situações subumanas, como aquelas em que falta, por exemplo, saneamento básico.
Dessa forma, o direito à moradia é formado por vários direitos não significando apenas um abrigo, mas uma forma digna de plena proteção e desenvolvimento da dignidade da pessoa humana. O déficit habitacional vem perdurando por entre os anos, cujos problemas encontram-se relacionados às questões urbanas e à falta de políticas públicas. (BRAGA et al, 2007). Diante dessa problemática, o profissional de serviço social busca intervir na questão social através da formulação e implementação de propostas de enfrentamento.
 Suas ações ficam dispostas a garantia do direito, construindo práticas criativas para a superação das dificuldades expressadas na falta de moradia, ineficácia de políticas sociais e equipamentos/serviços públicos, exposição a áreas de risco e condições ambientais inadequadas e ausência de participaçãosocial na gestão das cidades. 
O processo de urbanização no Brasil começou durante o período colonial e se intensificou com a industrialização. Esse processo contribuiu para o redimensionando urbano no país, o que gerou grandes transformações na esfera econômica, social, política e demográfica. 
Até 1930 o Brasil se mantinha com uma estrutura rural, em sua maioria, tendo uma economia quase que totalmente voltada ao setor agrário. Era caracterizado por cidades pequenas, que ficam dispostas pela região litorânea para facilitar a circulação de mercadoria. 
Com a crise econômica mundial que se instaurou em 1930, o país embora estivesse no auge do ciclo do café paulista, foi atingido consideravelmente, o que fez com que parte da população migrasse em direção as suas fronteiras internas, enquanto que a outra parte passou a se dirigir para as cidades (SINGER, 1987).
Segundo Singer (1987), neste período foi fomentada a urbanização no Brasil, pois o sítio urbano passou a atrair as populações pertencentes às áreas mais próximas, com o objetivo de melhorar de vida. Esse cenário as fábricas passaram a ser consideradas como unidades produtivas e com isso atraíram muita força de trabalho. 
Esse fato se deve às transformações estruturais que ocorreram na econômica com o desenvolvimento de atividades industriais e serviços, que aceleraram inclusive a urbanização. Esse processo foi fortalecido na década de 1940 com a criação do mercado de mão de obra e instauração de salários mínimos regionais, havendo aumento no fluxo migratório nacional de pessoas que foram atraídas pelas oportunidades no trabalho, conforme explana Singer (1987 p. 186). 
A criação de desigualdades regionais pode representar o principal fator das migrações internas que acompanham a industrialização nos moldes capitalistas, sendo que os fatores de expulsão definem as áreas de origem dos fluxos migratórios, enquanto os fatores de atração determinam a orientação desses fluxos para determinadas áreas. Como fator de atração mais importante destaca-se a demanda por força de trabalho, tanto a gerada por empresas industriais quanto pela expansão dos serviços.
Mas a mão de obra que se instaurava nas cidades não era aproveitada na sua totalidade, fazendo com que houvesse um agravamento na questão social da época, já que mesmo sem trabalho estes novos moradores precisavam ter garantidos as suas necessidades básicas como habitação, alimentação, transporte, energia, assistência à saúde, lazer, e outras.
A escassez de moradia já era identifica, assim como a falta de planejamento para receber e manter esses novos habitantes, o que contribuiu ara a instauração de uma problemática urbana caracterizada por condições precárias de habitação, além de riscos ambientais e sociais a que ficavam expostos (WÜSTH, 2012).
Nesse sentido, as cidades passaram a crescer marcadas por uma falta de planejamento urbano, enquanto que havia um favorecimento dos interesses das classes dominantes. A representação dos espaços reprodutivos capitalistas influenciaram as relações sociais, através de conflitos de classes, dominação e poder; onde passaram a se reproduzir as desigualdades sociais, pobreza e segregação social. 
Esse crescimento acelerado ocorreu em todas as regiões do país, ficando o espaço urbano brasileiro estruturado de forma desigual, onde é possível observar regiões com muito pouco investimento público com grande concentração de população, empobrecida, e sujeita à degradação ambiental. Nesse cenário é estabelecida uma relação entre as condições de moradia e as dificuldades enfrentadas pelas famílias devido à falta de acesso aos serviços públicos.
Essa situação perdura até a atualidade com a incidência de uma grande parcela da população brasileira vivendo em espaços urbanos desestruturados. Aqui a questão social encontra suas expressões instauradas na falta de moradia, instabilidade e precarização do trabalho, pobreza e desigualdades sociais. 
Desigualdades Sociais e Direito a Moradia
As desigualdades sociais através do intenso processo de precarização das condições de vida, com o crescimento do desemprego e do trabalho informal, a presença da violência, a fragilização dos vínculos sociais, que somados há maneira como as cidades foram constituídas, expõe as famílias e indivíduos a situações de riscos e vulnerabilidades sociais.
A noção de desigualdade social é inerente ao sistema capitalista e está fundamentada numa leitura da sociedade de classes, em que os diferentes segmentos sociais possuem diferentes possibilidades e oportunidades, conforme a posição que ocupam e pelas relações sociais que se estabelecem nos diferentes períodos históricos. 
A pobreza é urbana não apenas porque a maioria dos pobres vive nas cidades e zonas metropolitanas, ou porque a reprodução da pobreza é mediada pela reprodução do modo urbano das condições de vida, através da dinâmica do mercado de trabalho, da natureza do sistema de proteção social e do pacto de coesão social que é, na verdade, o que estrutura o conjunto relações e interações entre a sociedade civil, o Estado e o mercado. Ela também é urbana porque desafia a governabilidade urbana, exige dos governantes locais soluções rápidas e efetivas inscrevem no território da cidade marcas indeléveis das contradições sociais que a reconfiguram e recontextualizam a cada momento. Ela é urbana porque cada vez mais as formas de regulação de pobreza são mediadas por compromissos instituídos no processo de construção da cidadania urbana (MONNERAT, 2011, p. 2).
A pobreza é assim, produzida e reproduzida no interior das relações sociais e não se caracteriza apenas pela ausência de renda, mas pela impossibilidade de usufruir de bens e serviços da sociedade e pela sociedade e pela falta de acessos a cidade e a espaços de participação e ao poder. Nesse sentido, a pobreza é multidimensional. 
Observa-se que há uma estreita relação entre as péssimas condições de moradia, o acesso a serviços públicos e os riscos ambientais, como se ocorresse nos territórios um encontro, perverso, de vulnerabilidades – urbana, social e ambiental. Assim os territórios com pouco ou nenhum investimento publico, concentram população em situação de maior pobreza e são áreas com grande degradação ambiental. Os locais de moradia podem exercer um papel central sobre as condições de vida e sobre o grau de vulnerabilidade destes indivíduos. Assim é preciso articular a noção de risco e vulnerabilidade social com a de segregação sócio espacial. 
É importante olhar para a produção que acessa os programas habitacionais e perceber a diversidade de situações, as diferenciações internas, as formas de sociabilidade e pertencimento, os percursos individuais e coletivos, os padrões de mobilidade cotidiana e o repertório de acesso à cidade. Somente a partir desse olhar é possível evitar estigmatizações, identidades negativas e segregações. 
Conforme Raichelis, Oliveira e Paz (2006), a população moradora em assentamentos precários geralmente é, Constituída por indivíduos e grupos sociais pobres, inseridos socialmente através do trabalho precário, dos serviços de curta duração, do trabalho doméstico e de limpeza ( quase sempre não regularizado e de baixa remuneração), do bico e do trambique, do setor de serviços mal pagos ou até mesmo, escusos. Trata-se cada vez menos de situações provisórias e transitórias, e cada vez mais de uma condição social que se estabiliza para transformar-se num modo de vida (RAICHELIS, OLIVEIRA e PAZ, 2006, p. 16) 
A grande maioria da população convive com a insegurança social, de renda, a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos e com moradias precárias. Diante desses fatos existentes em nossa sociedade, se faz necessário a implantação de ações para diminuir ou solucionar os problemas sociais onde o governo pode criar ações que visem atender aos princípios constitucionais em que almejem a melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem em situação de risco.
Neste sentido, nota-se a importância da prática profissional do AssistenteSocial em programas de habitação de interesse social o qual deve ser pensada dentro do contexto urbano/territorial, compromissado com os interesses da população, no atendimento de suas necessidades sociais e afinado com as diretrizes, princípios e objetivos da política nacional de habitação bem como seus princípios. 
Portanto, tende-se haver alguns cuidados como: políticas e ações públicas que focalizem o atendimento às famílias. Um primeiro cuidado é o de não responsabilizar as famílias pelos seus problemas e dificuldades, sem relacionar com os fatores estruturantes que estão na raiz da sociedade e das cidades, como se a responsabilidade fosse dos indivíduos e não do próprio sistema. Um segundo cuidado a ser tomado é o de achar que as soluções dos problemas são individualizadas (das pessoas e das famílias) e não coletivas. Essas são posturas conservadoras que não contribuem para a organização da população para reivindicar e lutar por direitos e melhores condições de vida. 
POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS: PROGRAMAS SOCIOASSISTENCIAIS DO GOVERNO
As políticas públicas visam realizar atividades, relacionadas ao diagnóstico e planejamento, à execução e avaliação das ações e políticas estabelecidas pelo governo, nas esferas federal, estadual e municipal, de prestação de serviços para a sociedade em geral.
A padronização técnica para execução dos serviços socioassistenciais no território nacional é estabelecida pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, que determina as diretrizes para a rede socioassistencial, que se organizam por meio da oferta integrada de serviços, programas, projetos e benefícios, objetivando cobrir os riscos e as vulnerabilidades da comunidade.
Esta normativa estabelece as atribuições para a prestação de serviços, assim como o propósito para cada um deles como o público atendido e os resultados esperados para a garantia dos direitos socioassistenciais. Determinam também as provisões, as condições e as formas de acesso, as unidades de referência para sua realização, abrangência, e o impacto esperado, entre outras. 
Para se adequar a essa realidade, os estados e municípios precisaram estabelecer uma gestão integrada, havendo maior conexão de cada serviço ofertado, articulando com outros programas e projetos. Portanto se fez necessário que os serviços socioassistenciais passassem a receber orientações do poder público, ao Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
O planejamento destes serviços deve ser realizado por meio da integração com o Cadastro Único para os Programas Sociais do Governo Federal, o que facilita o acesso da assistência social aos serviços que necessitam para ofertar a população. Essa consolidação de informações em um único banco de dados, beneficia o trabalho da equipe de profissionais na atualização e para a busca de histórico de atendimentos. 
Os dados e informações compreendem os serviços prestados nos Centro de Referência da Assistência Social - Cras, Centro de Referência Especializado da Assistência Social- Creas e Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua - Centro POP, servindo para aprimorar os serviços de assistência social no País e estipular critérios na distribuição de recursos federais. Através da efetiva distribuição dos benefícios, é priorizado o direcionamento de políticas públicas de acordo com as necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade e riscos social. 
O Cadastro Único para os programas sociais também possuem informações sobre o domicílio e a situação social de cada família. O compartilhamento das informações, por meio de um único banco de dados disponível a todos os servidores agiliza a execução dos atendimentos, e facilita o acesso aos programas socioassistenciais, como: 
As políticas sociais vêm sendo objeto de um processo de reordenamento, subordinado às políticas de estabilização da economia, em que a opção neoliberal na área social passa pelo apelo à filantropia e a solidariedade da sociedade civil e por programas seletivos e focalizados de combate a pobreza no âmbito do Estado (apesar da Constituição de 1988), novas questões se colocam ao Serviço Social, quer do ponto de vista de sua intervenção, quer do ponto de vista da constituição do seu corpo de conhecimentos.
Assim, no pós Constituição de 1988 os profissionais de serviço social, iniciam o processo de ultrapassagem da condição de executores de políticas sociais, para assumir posições de planejamento e gestão das políticas publicas social, e a profissão passou a enfrentar dificuldades para decifrar relação às mudanças no mundo do trabalho engendradas pela lógica do capitalista de desestruturação do sistema de proteção social e da política social. Agravando a questão social nos anos 90, com a restrição dos direitos conquistados via introdução do neoliberalismo no país, a chamada exclusão social, expandiu novos espaços para a pratica interventiva do serviço Social no enfrentamento da pobreza caracterizado por políticas imediatistas.
Ao assistente social neste contexto, no posicionamento político, catalisava tensões, conflitos entre diferentes interesses na tentativa de incorporar um pensar coletivo sobre a problemática vivenciada. (RAICHELIS, 2000). Assim o desafio de intervenção profissional consistia em construir condições de acesso aos direitos através da execução das políticas de atendimentos a educação, saúde, habitação entre outras.
A prática profissional tratava de compensar os efeitos da perspectiva globalizante na busca de garantir direitos aos excluídos. Deste modo a identidade da profissão, segundo Iamamoto (2012, p. 86), “cumpre funções de controle e legitimação do poder dominante. Sendo construído como instrumento do capital, pode tornar-se instrumento a serviço dos trabalhadores”.
O caráter profissional no cotidiano estabelece os interesses e necessidades das camadas populares, norteado pela busca da transformação social dos usuários no enfrentamento das correlações de forças. Para tanto, o profissional para definir o objeto de intervenção apropria-se de métodos de trabalho que desvende a realidade dos sujeitos sociais, em diferentes áreas sociais dispondo de informações opinativas e fundamentadas para subsidiar decisões e atendimento a demanda. 
Na perspectiva de Amaro (2003), tratava-se de uma prática profissional realizada no ambiente ou meio familiar e social dos indivíduos como forma de investigar podendo ser realizada por um ou mais profissionais.
Deste modo, o agir profissional afirma seu compromisso ético de construção de um ser capaz de agir conscientemente gestando condições para o exercício de liberdade de uma ação que contempla assessorar os movimentos organizados da população, como também suas entidades representativas, apreendendo suas dificuldades e procurando soluções, revelando estratégias do encaminhamento aos movimentos sociais, partindo de ações individuais para a coletividade, podendo ter ainda como referencia famílias e indivíduos envolvidos em todo processo de luta por direitos e cidadania.
Dessa forma, observa-se que apesar da criação de uma política global, está ainda não conseguia atender as classes menos favorecida que por sua vez, continuava com sérios problemas habitacionais, uma vez que, não dispunham de condições para financiamentos.
Portanto, em busca de solução para a questão habitacional, alterações e resoluções vêm marcando a história da Política de Habitação até sua última e mais atual versão formulada em 2004. Com um discurso participativo e democrático, essa nova Política buscou a participação de movimentos populares de forma a integrar a sociedade ao tema.
Ademais, vários setores da sociedade foram chamados à participar da elaboração desse novo texto que, almeja concretizar o recomendado pela constituição no que concerne à moradia digna, sob esse aspecto, Brasil (2004) enfatiza:
Coerente com a Constituição Federal, que considera a habitação um direito do cidadão, com o Estatuto da Cidade, que estabelece a função social da propriedade e com as diretrizesdo atual governo, que preconiza a inclusão social, a gestão participativa e democrática, a Política Nacional de Habitação visa promover as condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da população, especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a inclusão social (BRASIL, 2004).
Nessa perspectiva, observa-se que a Política de habitação traz em seus princípios e diretrizes a moradia digna para as classes menos favorecidas. Pode ser observada também, uma integração entre e Política Nacional e mecanismos das cidades fato esse que objetiva a eficácia da Política no que se propõe.
Para tal, a Política Nacional de Habitação conta com um conjunto de instrumentos que conforme enfatiza, Brasil (2004) são o Sistema Nacional de Habitação, o Desenvolvimento Institucional, o Sistema de Informação, Avaliação e Monitoramento da Habitação, e o Plano Nacional de Habitação, estes, fazem parte da nova roupagem atribuída a esta Política.
Dessa forma, o Sistema Nacional de Habitação seria o instrumento responsável pela integração entre governo Federal, Estadual e Municipal em consonância com agentes públicos e privados que segundo Brasil (2004), contariam ainda com dois subsistemas denominados de Habitação de Interesse Social e o de Habitação de mercado.
3.1 Aspectos da Política Nacional De Habitação
A constituição Federal prevê, dentre os vários direitos e garantias sociais básicas, direito à dignidade da pessoa humana e à moradia, este ultimo Expressamente inserido no texto constitucional por meio da Emenda Constitucional nº 26/2000 (BRASIL, 1988).
O direito a moradia passou a ser tratado constitucionalmente como um dos direitos do trabalhador.  Nota-se, inclusive que o direito à moradia já se encontrava previsto no artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal, como direito do trabalhador urbano e rural a um “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim” (BRASIL, 1988). 
Constitui competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios promoverem programas de construção de moradias e melhorias das condições habitacionais, nos termos do artigo 23, inciso IX, da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
Percebe-se que o direito à moradia é um direito essencial, já há muito tempo fazendo parte do texto constitucional, agora robustecido com sua expressa menção no elenco do artigo 6º; proporcionando, no mínimo, a facilitação da exigência de sua concretização (BRASIL, 1988).
A Emenda Constitucional nº 26/2000, veio a expandir esse direito, alterando a redação do art. 6º da constituição Federal, o qual originalmente tutelava o direito social, acrescentando o direito à moradia, incluindo-o dentre os direitos sociais a serem fomentados pelo Estado e pela coletividade. É neste aspecto que a política de habitação no Brasil merece reflexão, eis que os cidadãos residem nos Municípios, sendo nestes antes federados a necessidade de adoção de políticas públicas efetivas que garantam o acesso a esse direito (BRASIL, 1988).
Com a ausência de projetos habitacionais suficientes para atender à demanda de pessoas que necessitam de moradia acarreta gravíssimos transtornos ao município e à coletividade, como por exemplo, a tão conhecida invasão de áreas publica e particulares, das quais muitas sem qualquer planejamento urbanístico e ambiental, e acabam por se tornar áreas habitacionais sem as mínimas condições estruturais, sem saneamento básico e de forma desordenada, o que contribui para reduzir o índice de desenvolvimento humano local.
Todavia, quando se trata de um projeto urbanístico regulamente apresentado e aprovado pelas autoridades ambientais e urbanísticas competentes, há solar diferença de realidade da condição social experimentada pela população. Nestes, diferentemente do que ocorre nas malsinadas invasões, existem planos prevendo estrutura urbana, social, sanitária, de lazer, comercial, ambiental, enfim, assegurando-se o atendimento dos direitos básicos ao meio ambiente sadio, a moradia e a dignidade da pessoa humana.
O art. 6º da Constituição Federal de 1988 não trouxe o direito à moradia como direito social. Essa omissão acerca do direito à moradia no texto constitucional, tal direito já podia ser inferido por meio da menção expressa por outros dispositivos legais. Assim Junior (2012) explica que o direito à moradia já podia ser percebido na Constituição Federal, pois este é um dever imposto ao Estado. Isso porque na referida Lei Maior estar distinto que é direito de todos a dignidade da pessoa humana, construindo uma sociedade, justa, livre e solidária. 
Em 1996, alguns programas municipais e estaduais foram selecionados para serem incluídos no relatório brasileiro para a Conferência das Nações Unidas para os assentamentos Humanos – Habitat II. Tais práticas foram selecionadas pelos impactos positivos descritos na qualidade de vida e no meio ambiente construído. 
Este evento foi realizado na Turquia, sendo que após a sua realização, foi proposto no senado brasileiro a Emenda a CF/88 nº 28/199622, buscando acrescentar o direito à moradia nos direitos sociais. Naquele período a emenda não foi aprovada, mas pelo intenso debate público sobre as precariedades das moradias e da difícil situação habitacional do país, os movimentos sociais passaram a fazer cobranças mais intensas para melhoria nas condições de vida (GOMES apud MARÇAL, 2011). 
Assim, no final da década de 90, houve o fortalecimento de movimentos e fóruns, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e o Fórum Social Mundial (MORAES; VIVAS, 2014). Estes movimentos passaram a pressionar continuamente os grupos sociais, até que em 14 de fevereiro de 2000 por intermédio da Emenda Constitucional nº 26, o direito à moradia foi incluído como um direito social na Constituição de 1988. 
No ano de 2001, com o fim do governo FHC, houve a regulamentação do capítulo referente à Política Urbana, pela Lei nº 10.257/2001 que criou o Estatuto da Cidade. Este estabeleceu as normas de ordem pública e interesse social regulamentando o uso da propriedade urbana em benefício do bem coletivo, segurança e bem-estar dos cidadãos, assim como do equilíbrio ambiental, além da obrigatoriedade do plano diretor para cidades com população acima de 20 mil habitantes.
No governo do presidente Lula, em 2003, foi criado o Ministério das Cidades, buscando articular as políticas setoriais, integrar as políticas públicas e enfrentar a questão urbana. Com equipe comprometida com a agenda da reforma urbana tinha o objetivo de “Combater as desigualdades sociais, transformando as cidades em espaços mais humanizados e ampliar o acesso da população a moradia, saneamento e transporte” (IPEA, 2009, p. 2).
 Segundo Pagani (2009 p. 36) a finalidade deste órgão era de unificar as forças para por fim a cidade partida, proporcionando a criação de espaços humanizados e ampliando da acessibilidade das pessoas à regularização fundiária, moradia e saneamento, além da mobilidade pelo sistema de transporte.
Programa Minha Casa Minha Vida
O programa Minha Casa, Minha Vida é um programa especial do Sistema Financeiro de Habitação - SFH, criado pelo governo federal, através da Lei nº 11.977/2009, beneficiando milhares de brasileiros pois possibilita o acesso facilitado na aquisição da casa própria. 
Segundo Silva (2012) a finalidade é a redução do déficit habitacional brasileiro através da construção de unidades habitacionais direcionadas às camadas da população que não conseguem adquirir sua asa própria, por motivos variados mas que tenham relação com o baixo rendimento. 
A política habitacional desenvolvida pelo governo atendeu à população carente, incentivando uma grande oferta de imóveis no mercado, ao mesmo tempo em que concedeu crédito mais facilitado. ParaAndrade (2006), o programa Minha Casa, Minha Vida é um dos maiores programa de casas populares do país, pois promove o aquecimento da construção civil de baixo custo, além do aumento de empregos e a acesso à moradia adequada para uma extensa parcela da população.
O programa contribuiu para amenizar o déficit habitacional e para a melhoria das condições de moradia das camadas mais pobres da sociedade brasileira. O programa estabelece que após preenchidos os critérios nacionais, o Município pode estabelecer parâmetros próprios de acordo com a realidade demográfica da cidade. 
Tais critérios devem ser permeados pelos princípios constitucionais previstos no artigo 37 da Constituição Federal, a fim de não se desviar dos propósitos do programa e, ao mesmo tempo, atender as peculiaridades de cada município.
A trajetória da política habitacional no país foi marcada por tentativas frustradas de suprir as necessidades por moradia instaurada nos diferentes períodos históricos. Foi estabelecido um cenário de desigualdade que favorece a contraditoriedade de interesses no espaço urbano, onde os interesses da luta pelo acesso à moradia se chocam com os interesses que consideram a moradia como um território destinado aos que detém maior poder econômico. 
Nesse sentido, os movimentos sociais passaram a ser muito importantes no Brasil, pois se caracterizam por ações voltadas a busca por direitos e ações contrárias ao sistema capitalista e excludente (LOJKINE, 1981). Estes movimentos sociais tiveram início no período pré-ditatorial buscando a reformas de base nas áreas agrária, urbana e tributária, com a inclusão do proletariado urbano e rural (WANDERLEY, 1993). 
O período da ditadura militar conseguiu manter esses movimentos sob controle por meio de formas de repressivas, tortura e cerceamento de direitos políticos, mas com o inicio do movimento pelas eleições diretas para presidente, em 1983, foram canalizadas as insatisfações populares, em comícios e passeatas, onde milhares de brasileiros participavam ativamente pela representação, liberdade e participação coletiva. Com relação à urbanização, as tentativas de mudanças ganharam ênfase com os governos de Lula e Dilma, onde passou a ser mantida a tutela da sociedade civil, não havendo espaço para as ações de controle social (RICCI, 2010). 
 Atualmente, estes movimentos assumiram um papel oposicionista mediante as ações excludentes que envolvem a organização das cidades, enfatizada pela globalização e transformações econômicas, onde a precarização dos níveis de vida é favorecida necessitando ações voltadas à novas configurações da questão urbana.
É um fato perceptível que a desorganização fundiária favorece outras formas de desequilíbrio que abrangem o aumento dos sem-teto, elevação dos índices de criminalidade, aumento do tráfico e uso de drogas, elevação das situações de violência (GOMES; PELEGRINO, 2005). 
Nesse sentido verifica-se que há muito que avançar nas questões que envolvem a moradia e os direitos sociais, principalmente nas formas de pensar o trabalho social na política habitacional no Brasil. O trabalho social é muito importante nas ações interventivas habitacionais que auxilia na forma de pensar a cidade como um todo, além de priorizar formas de ela se manter acessível a todos. Este trabalho é capaz de auxiliar às famílias a se organizar no território que habitam, num trabalho voltado a equiparação com direito e acesso à moradia, buscando desenvolver o protagonismo social na representação política. 
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
O atual contexto brasileiro tem proporcionado reflexões e possibilidades para a construção de caminhos para o enfrentamento da questão social tendo em vista situações de vulnerabilidade, risco pessoal e social, desigualdade, pobreza, dentre outros. As conquistas presentes na Constituição Federal de 1988 transformam os modelos de proteção social, que passam a basear-se na lógica do direito do cidadão e sob a responsabilidade do Estado.
Torna-se muito difícil, com esse modelo de operação fragmentado, promover condições de inclusão social que não passem por itens isolados, mas por um conjunto de direitos relacionados entre si. O alcance de uma condição isolada, além de mais difícil, não promove a inclusão dos indivíduos e, frequentemente, perde até o seu próprio impacto (JUNQUEIRA, 1997).
A Constituição de 1988 empreende uma grande novidade ao delinear seu conceito de “Seguridade Social”. Esse bojo conceitual pressupõe que os direitos sociais universais sejam entendidos enquanto condição de cidadania (MONNERAT; SOUZA, 2011). 
A política de Assistência Social faz parte deste contexto de conquistas legislativas e institucionais, focalizando suas ações na garantia de direitos sócio assistencial e de condições dignas de vida para os cidadãos brasileiros, priorizando aqueles em situação de vulnerabilidade, risco social e/ou pessoal, pobreza e pobreza extrema. Através de suas instituições, esta política tem conseguido atingir uma maior resolutividades para as necessidades da população usuária.
Desta forma, estudar estratégias de trabalho que viabilizem cada vez mais a redução dos impactos das expressões da questão social, visando o atendimento integral das famílias e indivíduos de acordo com suas especificidades, vislumbrando o futuro destes seres humanos com mais autonomia, emancipados, imponderados e capazes de superar suas fragilidades e vulnerabilidades. 
A chamada área social constitui-se no terreno mais conflitivo e exposto da nossa sociedade, na medida em que é particularmente sensível às condições econômicas de restrição financeiras impostas pelas políticas de ajuste neoliberal. Esta desigualdade social gerada pela restrição na distribuição de renda conduz à pobreza, que por sua vez, está relacionada também a restrição à educação, moradia, serviços de saúde, acesso ao emprego, abastecimento de água, entre outros elementos básicos que esta população é incapaz de gerar para garantir uma vida digna (SOARES, 2000).
Apesar de ainda muito aquém no cotidiano de sua execução, tal preceito entende que para alcançar melhores resultados em saúde faz-se necessário investir na integração das políticas sociais (MONNERAT; SOUZA, 2011). No sentido da micropolítica deste termo, ainda há muito que se avançar dentro do que costumamos chamar de “ponta da assistência.” Já que os setores acabam se conformando na tentativa de abarcar e solucionar problemas de grande complexidade fechados dentro de si próprios ou delegando ao outro, gerando pouca movimentação em tentativas de intervenções de forma integrada. (BORYSOW; FURTADO, 2013).
No Brasil, a discussão da intersetorialidade obtendo repercussão no campo das políticas sociais. A Seguridade Social brasileira contém na sua formulação a idéia da intersetorialidade. Todavia, até o momento, esta não se concretizou. O contexto em que se institui a Seguridade Social, é marcado por descontinuidades. Há um desmantelamento dos preceitos constitucionais que estabelecem a universalização e a integralidade das políticas de Assistência Social, Saúde e Previdência, sobretudo com a adoção do ideário neoliberal (IAMAMOTO, 2012). 
Portanto, a configuração social contraditória do país demonstra que a concretização de um sistema Seguridade Social, informado pela concepção de proteção integral não foi estabelecido e, logo, representa um desafio no campo da política pública. Neste âmbito, situa-se a necessidade de qualificar estas políticas sociais, na contramão da sua desarticulação e retração.
A expansão da Política de Assistência Social vem demandando cada vez mais a inserção de Assistentes Sociais comprometidos com a consolidação do Estado democrático de direitos, a universalização da seguridade social e das políticas públicas e o fortalecimento dos espaços de controle social democrático. Isso requer fortalecer uma intervenção profissional crítica, autônoma, ética e politicamente comprometida com a classe trabalhadora e organizações populares de defesa de direitos das classes subalternizadas.Esses parâmetros têm como pressuposto que a definição de estratégias e procedimentos no exercício do trabalho deve prerrogativa dos assistentes sociais, de acordo com sua competência e autonomia profissional. Isso significa que não cabe ao órgão gestor estabelecer padronização de rotinas e procedimentos de intervenção, pois o trabalho profissional requer, dentro dos aparatos legais, inventividade, inteligência e talento para criar, inventar, inovar, de modo a responder dinamicamente ao movimento da realidade.
Os profissionais devem ter assegurado o seu direito à autonomia no planejamento e exercício de seu trabalho, por isso, esse documento não pretende estabelecer um “manual” de procedimentos e nem um conjunto de “receitas” para orientar o exercício do trabalho, mas objetiva contribuir para fortalecer a intervenção profissional, em consonância com as competências e atribuições privativas asseguradas na Lei 8662/1993.
A perspectiva da intersetorialidade, em movimento com a articulação, se insere em vários âmbitos do atual contexto político, econômico e social. Contudo, a presente análise está voltada, principalmente, para o âmbito das políticas de saúde e de assistência social, cujas literaturas e debates têm envolvido continuamente este tema.
	A política de Assistência Social, legalmente reconhecida como direito social e dever estatal pela Constituição de 1988 e pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), vem sendo regulamentada intensivamente pelo Governo Federal, com aprovação pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), por meio da Política Nacional de Assistência Social - PNAS (2004) e do Sistema Único de Assistência Social - SUAS (2005). 
O objetivo com esse processo é consolidar a Assistência Social como política de Estado; para estabelecer critérios objetivos de partilha de recursos entre os serviços sócio assistenciais e entre estados, Distrito Federal e municípios, para estabelecer uma relação sistemática e interdependente entre programas, projetos, serviços e benefícios, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Programa Bolsa Família (PBF), para fortalecer a relação democrática entre planos, fundos, conselhos e órgão gestor; para garantir repasse automático e regular de recursos fundo a fundo e para instituir um sistema informatizado de acompanhamento e monitoramento, até então inexistente.
A integração entre as políticas públicas é um imperativo para a materialização dos direitos sociais dos cidadãos. Estes se referem pela provisão das necessidades sociais por um sistema de proteção social por parte do Estado. Os direitos sociais contêm, portanto, a “[...] idéia de que as dificuldades enfrentadas pelos homens serão assumidas coletivamente pela sociedade, com supremacia da responsabilidade de cobertura do Estado, que deverá criar um sistema institucional capaz de dar conta dessas demandas” (COUTO, 2004).
Para garanti-los, as necessidades sociais devem ser contempladas por estas políticas de forma integral, ou seja, em sua totalidade, por esta razão, o atendimento dessas necessidades por estruturas institucionais e posturas profissionais estanques é ineficiente. Não é possível garantir o direito a saúde, sem que sejam contempladas necessidades relacionadas ao lazer, educação, saneamento básico, entre outras, no entanto, as políticas públicas e dos serviços públicos se configuram de forma setorizada. 
Nestes moldes, no que diz respeito à materialização das políticas públicas, no aparato estatal encontra-se marcado por estruturas fragmentadas, excessiva burocratização, paralelismo de ações, endógena de departamentos, entre outros. Tais obstáculos estão presentes na realidade institucional dos serviços públicos, desarticulando as demandas da população. Alguns autores têm abordado esta temática.
A política de Saúde vem ao encontro com o que Andrade (2006) denomina, de dilema da intersetorialidade, uma vez que esta proposta deve ser concretizada em um ambiente historicamente setorial, é um desafio que a literatura tem discutido, a partir da perspectiva da integralidade em Saúde. A integralidade, demarcada no Sistema Único de Saúde (SUS) como uma diretriz (BRASIL, 2006), demanda o reordenamento das práticas profissionais, da organização do processo de trabalho e das políticas, de modo que as necessidades de saúde da população sejam pensadas e atendidas em sua totalidade (MATTOS, 2001).
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é o sistema que operacionaliza e dá concretude a política de Assistência Social, possuindo como eixos estruturantes de gestão a descentralização político-administrativa; a participação da população na formulação e no controle da política, por meio dos conselhos e conferências nos três níveis governamentais; e a centralidade de suas ações na família.
A organização acontece pela presença de espaços institucionais que garantam a prevenção, proteção e adoção de medidas em casos de risco social e/ou violação de direitos, sempre no sentido de apoio às famílias e indivíduos, assegurando aos mesmos o direito à convivência familiar e comunitária. Tais medidas e procedimentos devem acontecer via rede hierarquizada e territorializada, numa perspectiva intersetorial. 
As ações no SUAS acontecem por meio de uma rede socioassistencial, que caracteriza-se como um conjunto de projetos, programas, serviços e benefícios, devendo ser realizados de forma articulada e complementar, a fim de assegurar à população uma gama de serviços continuados com eficácia e efetividade. As ações da Assistência Social são classificadas por níveis de proteção, que são: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, com média e alta complexidade (BRASIL, 2004).
A Proteção Social Básica, escopo deste projeto, destina-se a cidadãos que se encontram em contexto de pobreza, privação, e/ou fragilização dos vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento social, visando, prioritariamente, prevenir situações de risco e violação de direitos, por meio de ações que desenvolvam potencialidades e aquisições dos indivíduos, no sentido de fortalecer seus vínculos familiares e comunitários (BRASIL, 2004).
Pensar nos limites das políticas sociais no contexto atual nos faz também refletir sobre o ajuste neoliberal e sua concepção de Estado Mínimo assumida pelos governos brasileiros, que, tendencialmente, mas com exceções, vêm propondo uma atuação reduzida no campo social, seja pelas privatizações dos serviços, seja pela focalização das ações nos grupos em situação de extrema pobreza. 
Essas estratégias são formas assistemáticas e desarticuladas de o Estado tratar as demandas das classes sociais que necessitam dos serviços públicos, na medida em que transfere para outro setor a responsabilidade de suprir, minimamente, as necessidades dos cidadãos. Além disso, tais estratégias possibilitam acesso a esses espaços, prioritariamente às classes em situação de vulnerabilidade, pobreza e/ou extrema pobreza, realizando, em sua grande maioria, ações de cunho emergencial, com medidas paliativas, não atingindo o atendimento à população de forma efetiva e integral.
No campo da política social, a proposta da intersetorialidade está especialmente na postulação da Seguridade Social e é reafirmada, atualmente, nas agendas de algumas políticas, tais como a Assistência Social e a Saúde. Ao compor a agenda de formulação da política pública, a consecução da intersetorialidade incide sobre os campos da gestão das políticas públicas e dos serviços. 
Os assistentes sociais historicamente trabalham no campo das políticas públicas atuando essencialmente nos serviços disponibilizados para a população usuária. Portanto, esta temática da intersetorialidade recai também sobre o exercício profissional do assistente social. 
Os assistentes sociais destacam que o Serviço Social é uma profissão que tem competência para trabalhar com a intersetorialidade, pela formação profissional e pela sua compreensão de política pública. Embora os textos das políticas públicas sejam consensuais sobre a relevância da intersetorialidade,os assistentes sociais demonstram que sua concretização ainda é desafiadora, uma vez que esbarra num ambiente contraditório marcado por disputas de campos profissionais e pela fragmentação e burocratização dos serviços.
Frente a estas postulações, ressalta-se aqui que a intersetorialidade é uma proposta ousada, revelando-se ainda em construção, há um consenso sobre sua importância, todavia, as políticas sociais ainda não construíram canais permeáveis às ações intersetoriais. Demonstram estar atreladas a uma organização compartimentada, não viabilizando canais efetivos de comunicação e articulação intersetorial. 
Neste aspecto, a construção da intersetorialidade é também um embate político. Um embate que os profissionais, muitas vezes, assumem mobilizando a campo da gestão da política e acionando a própria gestão dos serviços, no intuito de alcançar respostas que atendam as necessidades da população na sua integralidade.
 Atuação do Assistente Social Frente às Políticas Públicas
A análise sobre a origem do Serviço Social como profissão decorre dos estudos desenvolvidos por vários autores e tem sido discutida sob diversos pontos de vista teóricos e filosóficos.  O início da profissão data do fim do século XIX na Europa e nos EUA, e da década de 1930 no Brasil, o reconhecimento da profissão passa pela necessidade de dotar as práticas de filantropia de um caráter técnico e científico. 
Nesse sentido, o Serviço Social era identificado como profissão de ajuda, como um processo de ajuste moral de comportamentos dos indivíduos, desenvolvendo suas potencialidades a fim de ajustá-los à sociedade em que viviam. A ajuda era compreendida sob dois aspectos fundamentais: ajuda material, dirigida à subsistência humana e ajuda de caráter assistencial, preventivo, corretivo e promocional, necessária para o ajustamento do indivíduo, como instrumento de prevenção dos males sociais com vistas ao alcance do bem-estar social.
Em síntese, entende-se que o início do Serviço Social se articula às relações de ajuda, com enfoque assistencialista e sob influência da Igreja Católica, em especial do humanismo cristão, como um braço da ação católica. Na análise, a posição e resposta profissional recaem sobre a vida dos usuários, e o profissional é reconhecido como:
[...] profissional da ajuda, do auxílio, da assistência, desenvolvendo uma ação pedagógica, distribuindo recursos materiais, atestando carências, realizando triagens, conferindo méritos, orientando e esclarecendo a população quanto aos seus direitos, aos serviços, aos benefícios disponíveis, administrando recursos institucionais, numa mediação da relação Estado, instituição e classes subalternas (YASBEK, 1999).
Já nos dias de hoje o assistente social tem suas atribuições e competências sejam aquelas realizadas na política de Assistência Social ou em outro espaço sócio ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos/as profissionais, quanto pelas instituições empregadoras.
Pois dentro da gestão de políticas públicas o Serviço Social tem como objeto de trabalho profissional a questão social e suas múltiplas manifestações, apresentando-se em diferentes expressões, a saber, em relação à criança, ao adolescente, à família, ao idoso, à fome, à saúde, à educação, ao desemprego, à luta pela terra, pela cidadania, pelos direitos sociais, entre outras. Dessa forma, a questão social não pode ser entendida de forma isolada, pois a sociedade está repleta de expressões da questão social, independentes ou até mesmo, interligadas entre si. 
Neste sentido, destaca-se a definição construída por Iamamoto (2012) que a questão social pode ser vista como: 
O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 2012). 
A falta de eficiência nas políticas públicas repercute na precariedade das condições socioeconômicas da população, o que coloca a sociedade em condições vulnerabilidade de risco social, a partir do não suprimento das suas necessidades básicas, tais como alimentação, moradia adequada, ensino de qualidade, acesso aos serviços de saúde, lazer, entre outras. 
Apenas nos últimos vinte anos podemos falar de uma Política Nacional de Assistência Social com um mínimo de objetivos e recursos. Infelizmente, o que podemos perceber é que o Brasil é um país vítima da falta de recursos e mau desempenho nos programas assistenciais, por isso os gastos com a área social sempre foram bastante reduzidos, mas o que mais nos impressiona são os resultados ineficazes devidos principalmente a distorções existentes nesses programas.
A partir da Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), a Assistência Social foi definida como política voltada para a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. Tais políticas devem ser pautadas pelos princípios da universalidade de direitos e da cobertura de atendimento e distribuição na prestação dos benefícios e serviços.
Tornou-se uma política de responsabilidade do Estado, direito do cidadão e, portanto, uma política estratégica na defesa dos direitos dos cidadãos, no combate às expressões da questão social e para a constituição da cidadania das classes subalternas. Ao mesmo tempo, assim como em outras áreas de política pública, a sua gestão deve ser efetivada por um sistema descentralizado, cujos municípios têm uma grande parcela de responsabilidade na sua formulação e execução.
Dessa forma, abriu-se para a Assistência Social a possibilidade de se constituir como política pública de seguridade social, direito do cidadão e dever do Estado. No artigo 1º da LOAS, a Assistência Social é assim definida: 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993).
Durante muito tempo esta foi atribuída a uma função das primeiras-damas, colocando o usuário em uma condição de favorecido e não como cidadão, usuário de um serviço que é seu direito, além de ser confundida com caridades da igreja e ajuda aos necessitados, é preciso diferenciar os conceitos de assistência e assistencialismo.
Mas, segundo a análise de Sposati (2003), o que podemos perceber sobre as políticas sociais, incluindo a Assistência Social, é que: Não se nega que a política social é um mecanismo que o Estado utiliza para intervir no controle das contradições que a relação capital-trabalho gera no campo da reprodução e reposição da força de trabalho, ou, ainda, que cumpre uma função ideológica na busca do consenso a fim de garantir a relação dominação-subalternidade e, intrinsecamente a esta, a função política de alivio, neutralização das tensões existentes nessa relação.
É ela uma forma de gestão estatal da força de trabalho e, nessa gestão, não só conforma o trabalhador às exigências da reprodução, valorização e expansão do capital, mas também é o espaço de articulação das pressões e movimentos sociais dos trabalhadores pela ampliação do atendimento de suas necessidades e reivindicações.
Ou seja, a Assistência Social faz parte também dessa estratégia do Estado, uma forma de amenizar os conflitos causados pelas classes antagônicas, um meio de demonstrar que algo está sendo feito em favor da população que necessita do seu “apoio”, para que estes não se revoltem causando-lhe “problemas”, o que fortalece ainda mais a ideia que nos é passada claramente que em nosso país a área social sempre ocupou um segundo plano, sendo assim, o que temos atualmente não é uma política de Assistência Social queatenda de fato aos idosos de nossa sociedade, é um atendimento parcial e não em sua totalidade, realmente não passa de uma forma limitada de “mostrar serviço”, apesar dos diversos benefícios que são garantidos por lei, por isso, cabe ao Direito brasileiro reconhecer e impor a toda sociedade que o idoso não é um cidadão de segunda classe.
Quando se reconhece o potencial dos nossos membros idosos, passamos a lutar para que seus direitos se efetivem e a cobrar do Estado e também dos membros da sociedade atitudes que correspondam a uma consciência plena da importância que estes têm para a população, pois o Brasil já não é um país jovem, mas num acelerado processo de envelhecimento.
Temos que considerar também certos limites que são impostos pelas próprias instituições onde se desenvolvem os projetos e programas relacionados à assistência social em benefício dos idosos.
Obviamente, isso não se trata de um limite ao trabalho de um assistente social, por exemplo, que lida diretamente com essa política pública, porém, é necessário muito estudo, conscientização por parte do profissional, para que tais dificuldades não tornem seu trabalho algo mecânico, estático, que corresponda somente aquilo que lhe é imposta, sem inovações, uma intervenção que venha a contribuir para que aconteçam transformações. 
Tais limites podem estar relacionados a recursos financeiros, como também a tradições conservadoras que acompanham toda a trajetória histórica de determinada instituição, marcando também desta forma a atuação de profissionais que não estão embasados no projeto ético-político da profissão, para Sposati (2003), outra questão é que as instituições são também limitadas pelas próprias circunstâncias em que se criaram, pelas próprias necessidades históricas que se propõem a atender. As instituições também esbarram em seus limites e com isto demandam uma dinâmica dos agentes por novas formas de ação, novos programas.
Tem no seu horizonte a extensão da apropriação da demanda, o que, contraditoriamente, é um espaço concreto para a expansão dos serviços na direção dos interesses populares.
4.2 O Profissional e Sua Atuação na Política de Assistência Social
O Serviço Social é uma profissão que vem para atender as necessidades do capitalismo, trabalhando as contradições próprias do mesmo e tem como papel principal a mediação na tentativa de efetivar a justiça social e a equidade, de construir uma sociedade menos desigual, mais democrática e que garanta direitos universais.
Para Rodrigues (2000), o Serviço Social é uma profissão que engendra atividades diversificadas, decorrentes dos múltiplos desdobramentos das situações sociais de extrema pobreza em que vivem as populações excluídas. O Assistente Social tem como campo de prática as mais variadas áreas, no que tange a garantia de direitos, como: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, entre outras, podendo planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais.
Segundo Carvalho (2007), os profissionais atuam “na trama das relações de conquista e apropriação de serviços e poder pela população excluída e dominada”. O profissional pode exercer o papel de planejador, gestor e executor das políticas de assistência social e, geralmente, auxilia na elaboração de propostas para a efetivação das mesmas.
A profissão tem caráter sócio-político, crítico e interventivo, e deve atuar, sempre que possível, de forma interdisciplinar, reunindo esforços com a finalidade de interceder nas diferentes faces da questão social. Direciona suas ações, pelo fato de ter como objeto de trabalho profissional a questão social, no intuito de amenizar problemas políticos, sociais e econômicos resultantes das desigualdades causadas pelo sistema capitalista.
Objetiva, no exercício da prática profissional, contribuir para o desenvolvimento do cidadão, que se dá através da liberdade, solidariedade, participação democrática e garantia de direitos. Visa, também, a inclusão socioeconômica do indivíduo e a tentativa de amenização de seus problemas mais importantes, através da elaboração e execução de políticas que proporcionem o bem-estar da população.
Como evidencia Iamamoto (1997):
[...] um desafio que o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo (IAMAMOTO, 1997).
É necessário, ao assistente social, estar sempre atento à realidade econômica do País, para observar as políticas públicas e, assim, efetuar uma análise e verificação da efetividade e eficiência das ações do Governo. Na prática profissional é preciso usar de muita habilidade nos relacionamentos, é necessário saber ouvir, ter flexibilidade, grande controle emocional, capacidade de negociação, manter-se sempre atualizado e não ser neutro.
De acordo com Carvalho (2007):
Ele não pode ser, e nem é neutro. Para cumprir seu papel mediador, esta prática tem que estar embasada numa visão de mundo. É esta visão de mundo que em última instância, fornece os horizontes, a direção e as estratégias da ação. Fornece, igualmente, as bases de um ato reflexivo, partilhado, portanto, coletivo, consciente e criativo (CARVALHO, 2007).
Na área da assistência social a atuação profissional deve se dar de forma a priorizar a garantia dos direitos sócio assistenciais, garantindo o acesso da população, sem nenhuma discriminação, aos diferentes programas, projetos, serviços e benefícios, atendendo aos critérios de elegibilidade dos mesmos. 
O profissional tem como intuito, nesta área, a organização de projetos pessoais e sociais, a fim de propiciar aos usuários autonomia, independência e sustentabilidade. A informação aos usuários referente aos seus direitos, aos benefícios e renda, e a programas de oportunidades para inserção profissional e social, também é atribuída aos assistentes sociais.
A atuação do Assistente Social foi e é de grande importância para a evolução das políticas públicas sociais brasileiras através de suas lutas e conquistas notórias no campo da garantia de direitos à população.
COOTRAHAB
Observa-se de acordo com a cartilha do CDES – Direitos Humanos, no Brasil, as primeiras construções por processos de autogestão ocorreram em 1984, na região sudeste do Brasil e tiveram como referência as cooperativas uruguaias. As cooperativas habitacionais desempenham um importante papel na redução do déficit habitacional. Apostando nisso o Brasil incorporou na sua política habitacional normas que viabilizassem o acesso de cooperativas aos recursos públicos para com eles produzir moradia popular.
No ano de 2004 a política nacional de habitação teve um avanço significativo, com a criação do Programa Credito Solidário, em 2009 criou-se o Programa Minha Casa, Minha Vida, na qual trazia uma quantidade significativa de recursos financeiros direcionados para a produção de moradias, só que voltado para a indústria da construção civil. Nascendo assim então o Programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades.
A partir deste programa os movimentos sociais populares passam a ser proponentes e ganham maior protagonismo na produção de moradia popular no país.
O Programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades tem como objetivo atender as necessidades de habitação da população de baixa renda nas áreas urbanas através da concessão de financiamento direto aos beneficiários (pessoas físicas) ou a uma entidade organizadora (pessoa jurídica). Esse financiamento é feito com recursos do Orçamento Geral da União - OGU, depositados ao Fundo de Desenvolvimento Social – FDS (CDES, 2017). 
Verifica-se que o projeto Junção, na cidade de Rio Grande, foi construído a partir de uma proposição do MNLM à Prefeitura de Rio Grande. Por meio de chamada pública, as cooperativas Coopernova, Cooperlar, CoopArroio, Uniperfil e Cootrahabse tornaram as entidades organizadoras do empreendimento através do Programa Minha Casa, Minha Vida Entidades. A união destes esforços culminou no repasse de uma área, de propriedade da União, para as entidades, com o objetivo de se construir 1.297 unidades habitacionais destinadas às famílias com renda até 1.600,00 (CDES, 2017). 
Os empreendimentos habitacionais podem ser de dois tipos: concentrado (quando as unidades habitacionais estão contíguas formando um conjunto) e pulverizado (quando as unidades habitacionais estão dispersas na área urbana). A autogestão é uma bandeira de luta a partir da qual reivindicamos a condução e a gestão dos processos de produção da moradia. Acredita-se que, com esta pratica construímos mais moradias, de melhor qualidade e com menos custo. Trata-se de um projeto político, que constrói muito mais que casa, constrói cidadania. (CDES, 2017).
O programa exige a formação de duas comissões, a Comissão de Representantes (CRE) responsável pelo acompanhamento financeiro do empreendimento e pela movimentação da conta bancária, e a Comissão de Acompanhamento da Obra (CAO) responsável por acompanhar a apresentação e a aprovação dos projetos e a execução da obra. Ambas as comissões devem ser compostas por três representantes, sendo um da entidade organizadora e dois beneficiários e serem eleitas por assembleia cuja Ata deve ser registrada.
A etapa pré-obra é aquela que envolve desde os estudos preliminares que mostram que o empreendimento é viável, passando pela elaboração dos projetos até a sua aprovação junto ao poder público (município e/ ou
estado). Na fase dos estudos preliminares não tem subsídio público, e por tanto as próprias famílias beneficiárias terão de cotizar os seus custos, os quais podem ser divididos em dois grupos: custos operacionais e custos com estudos (CDES, 2017).
O Trabalho social é o conjunto de ações informativas e educativas, planejadas para a promoção social, desenvolvimento comunitário da população beneficiária e sustentabilidade do empreendimento (oficinas, cursos, campanhas, qualificação profissional, geração de trabalho e renda, etc) (CDES, 2017).
O trabalho técnico social acompanha todo o processo, desde os estudos preliminares até a pós-ocupação, com objetivos e ações especificas para cada uma das etapas, nesta fase devem ser realizados os cadastros, realizadas as assembleias para formar as comissões e para discutir o projeto. Devem ser realizadas atividades que promovam a informação atualizações do CAD Único e sobre os serviços e equipamentos públicos. Também devem ser realizadas atividades de formação que promovam e fortaleçam a organização comunitária. Na pré-obra, com a aprovação da viabilidade deve ser elaborados o Plano de Mobilização e o Projeto Técnico Social (CDES, 2017).
No inicio da obra, iniciasse a fase de ser executado o Projeto Técnico Social, o qual deve conter ações e atividades que promovam à organização comunitária, a educação ambiental, a educação patrimonial, o planejamento e gestão do orçamento familiar e a geração de trabalho e renda (CDES, 2017).
No pós ocupação, iniciasse a fase do trabalho técnico social deve iniciar logo após a conclusão das obras e o seu prazo de duração é 90 dias. Seu objetivo é avaliar o processo realizado e consolidar as ações do projeto social que foram iniciadas na etapa na obra. Nesta fase deve ser iniciada logo após a conclusão as obras e tem prazo de duração de 90 dias. Deve avaliar o processo realizado e consolidar as ações realizadas na etapa da obra. O trabalho social esta dividido em etapas:
A Mobilização, Organização e Fortalecimento Social, prevê processos de informação, mobilização, organização e capacitação da população beneficiária visando a promover a autonomia e o protagonismo social, bem como o fortalecimento das organizações existentes no território, à constituição e a formalização de novas representações e novos canais de participação e controle social.
Já o acompanhamento e gestão social da intervenção, visa a promover a gestão das ações sociais necessárias para a consecução da intervenção de modo a minimizar os aspectos negativos vivenciados pelos beneficiários e evidenciar os ganhos ocasionados ao longo do processo, contribuindo para a sua implementação.
A Educação ambiental e patrimonial visa a promover mudanças de atitude em relação ao meio ambiente, ao patrimônio e à vida saudável, fortalecendo a percepção crítica da população sobre os aspectos que influenciam sua qualidade de vida, além de refletir sobre os fatores sociais, políticos, culturais e econômicos que determinam sua realidade, tornando possível alcançar a sustentabilidade ambiental e social da intervenção.
O Desenvolvimento socioeconômico objetiva a articulação de políticas públicas, o apoio e a implementação de iniciativas de geração de trabalho e renda, visando à inclusão produtiva, econômica e social, de forma a promover o incremento da renda familiar e a melhoria da qualidade de vida da população, fomentando condições para um processo de desenvolvimento sócio territorial de médio e longo prazo (CDES, 2017).
Implementação na Cidade do Rio Grande
A COOTRAHAB presta serviço para todo o estado do Rio Grande do Sul, através de contratos firmados com as prefeituras, para construção de bairros inteiros, casas e empreendimentos. A cidade de Rio Grande possui uma carência muito grande por moradia, com uma boa parcela da população vivendo em locais inapropriados para o seu desenvolvimento saudável. Assim, ao firmar contrato com a Prefeitura Municipal de Rio Grande e com a Caixa Econômica Federal, a COOTRAHAB realizou reuniões de alinhamento estratégico buscando maior qualidade de vida das famílias cadastradas. 
Uma vez que muitas das famílias contempladas pelos programas assistenciais de moradia, vivem em situação limitantes, viver em comunidade por vezes pode parecer um desafio. Nesse sentido, a intervenção do assistente social se faz necessária através de ações que possam proporcionar a essas famílias o conhecimento e a assistência necessários para boa convivência. 
Nesse sentido, o trabalho de conclusão de curso busca evidenciar a ação do assistente social junto a essas famílias, numa abordagem bibliográfica, partindo do princípio de que esse é um tema bastante relevante para os usuários, profissionais e rede de assistência da cidade do Rio Grande, tendo como objetivo principal realizar um levantamento das formas de atuação do assistente social junto as famílias contempladas no programa Minha Casa Minha Vida, através da COOTRAHAB.
Para realização deste estudo foi feita uma pesquisa bibliográfica em livros, sites governamentais, plataformas de dados e revistas acadêmicas cujos assuntos estejam diretamente ligados ao serviço social, às políticas públicas relacionadas à moradia e dignidade humana e o direito do cidadão à moradia. 
Foram selecionados os materiais, dando ênfase aos que tiverem data de publicação posterior a 2008. Estes documentos serão utilizados no desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso.
A Cootrahab se instalou na cidade do Rio Grande para a construção de casas populares do projeto Minha Casa Minha Vida, o chamado Empreendimento Junção. Estes imóveis são financiados pela Caixa num processo em conjunto com a Secretaria de Município de Habitação e Regularização Fundiária (SMHARF) da cidade. 
Esta entidade é responsável pela organização do projeto habitacional constituído de 156 casas e 1120 apartamentos, sendo habilitada a contratar pessoal e dar continuidade às obras do loteamento. Os imóveis são composto por sala e cozinha integradas, dois dormitórios, banheiro e área de serviço, com 52,63 m², sendo destinados às famílias com maior número integrantes.
A construção das moradias está sendo realizada no Bairro Junção, em área conjunta aos demais empreendimentos das cooperativas Coopernova, Cooperarroio, Uniperffil e Cooperlar e Cootrahab, que totalizam o atendimento de 1276 famílias, todas beneficiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida Entidades.
Com o avanço

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