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resumo critico paginas 289 a 307 o territorio de milton santos e maria laura silveira

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SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. Uma ordem espacial: a economia política do território. In. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI – 19ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2016, pág. 289-308.
Nathany melo machado arcanjo
Resumo
A reprodução do espaço está diretamente ligada ao tempo, está associado a ordem econômica e social vigente a cada momento da história. Ao diagnosticarmos o espaço como um conjunto indissociável de sistemas e objetos e sistemas de ações, o caracterizamos a partir das funções exercidas pelos objetos e processos, atribuindo às instituições e empresas um papel regulador do espaço, que produzem no território a sua própria divisão do trabalho, estas precisam de pontos e áreas que estabeleçam a base territorial de sua existência. No entanto há também a existência da divisão do trabalho a partir das diversas escalas, em alguns casos há a reprodução do espaço local segundo as logicas globais, em outros as fronteiras nacionais não são ultrapassadas, contudo detém vastas áreas territoriais, já outras áreas menores em que as atividades do circuito inferior da economia são intra-urbanas. Portanto verifica-se uma dialética entre divisões do trabalho que pleiteiam o território. O território passa ater nova roupagem conforme as atividades econômicas modernas se expandem, uma nova logica vista a partir das relações entre as empresas e instituições públicas caracterizam a privatização do território. Originando assim as relações verticalizadas entre as empresas e o lugar, o que constitui o território usado, já que o mesmo é constituído pelo seu uso, apropriação, produção, ordenamento e organização pelos diversos agentes que o compõem. O território é exercício de um controle parcial de certos pontos por lógicas que interessam as empresas poderosas, apenas por aspectos particularizadores, são “os espaços luminosos” e a sobra do território torna-se o “espaço opacos” deixado às empresas menos poderosas. No entanto os pontos luminosos abrigam atividades menos luminosas, sendo atividades complementares resultantes das permanências, em diversos lugares, de uma sociedade desigual. Há uma gama de lugares luminosos e opacos disputados por firmas com diferentes graus de modernidade capitalista e organizacional. A importância que as empresas dão ao território define o poder de seu uso. A competição pelo uso do espaço torna-se um uso hierárquico, em que algumas firmas detêm de maiores técnicas e modernidade para utilizar os recursos territoriais, passando a desempenhar um papel central na produção e no funcionamento do território e da economia. Essa disputa pelo uso do espaço gera uma guerra global entre os lugares, e os fundamentos dessa guerra são os lugares “produtivos”, que podem ser ocais, regionais, nacionais ou mundiais. A existência das empresas sobre determinado território torna-se uma disputa por posições hierárquicas, pertencendo as empresas mais poderosas as preferencias por lugares mais rentáveis, sobrado para as outras posições menos produtivas. Nessa dinâmica reprodutiva acelerada da globalização há um confronto entre a produção necessária e desnecessária, assim como há uma circulação e um intercambio confrontados com uma circulação e um intercambio desnecessário, que incidem no bem-estar social ou reduz as possibilidades de aumentar esse bem-estar, portanto é necessário dar mais importância ao mercado interno para que esse bem-estar das populações mais pobres seja ampliado, partindo dessa ideia contrapõe-se a ideia, na qual, sem exportar não se pode modernizar e participar plenamente. A divisão do trabalho é imposta pela lógica econômica e passa a ser conduzida sem uma visão de interesse social. Essas instabilidades do território originam, em sua formação exógena, fragmentações que tem como consequência uma verdadeira crise de identidade. Já que essas instabilidades demarcam as relações da empresa com o seu entorno, exigindo uma continua necessidade de readaptação ao mercado e ao entorno. O território torna-se alienado pelas atividades nele exercidas, as vantagens comparativas que exaltam os índices econômico obtidos, devem ser contrastadas com a subordinação das atividades locais aos agentes hegemônicos estranhos à área, acarretando um processo de crescimento alienado do lugar. Nesses espaços existe uma verdadeira desarticulação, mediante as diferentes topologias que se sujeitam a logicas diferentes, tendo em vista que, cada empresa necessita de um “espaço” próprio para a ação, resultante da necessidade de produção, circulação e consumo. Vimos então que o território é uno, ou seja, seu movimento é solidário, tornando-o hora valorizado, hora desvalorizado, essa valorização e desvalorização do território depende das condições de globalização e a quem se destina o interesse do uso desse território. A liberdade de comercio e a restrição estatal gerou mudanças importantes na utilização do território, aumentando a seleção na distribuição geográfica dos provedores de bens e serviços, ocasionando uma competitividade por localizações mais favoráveis. Tais práticas neoliberais aprofundam a concentração da atividade nas mãos de poucas empresas, dando assim, oportunidade para que as mesmas imponham preço alto, baixa qualidade e acesso difícil, produzindo “vazios de consumo”. As forças de concentração e de dispersão são produzidas a cada época, sendo diferenciadas dos momentos anteriores. O território tende a funcionar dentro de um modelo combinado, em que, alguns de seus pontos reúnem recursos e forças, gerando a aglomeração, e em outros há uma rarefação dessa aglomeração. As forças centrifugas estabelecem, em cada lugar, um dado do exercício da fluidez, ao contrário do centripetismo. Tratando-se de racionalizar o espaço, falamos das ações realizadas sobre ele, no entanto, tais ações se realizam a partir das condições oferecidas pelo próprio território, havendo nele desde a solidariedade orgânica, sendo está o resultado do dinamismo de atividades cujo sentido é dado devido ao próprio território usado, e a solidariedade organizacional que supõe interdependência até certo ponto mecânica, que se modifica em função de fatores do mercado. Verifica-se, portanto, que uma ordem espacial se refere ao uso atribuído ao espaço.
Palavras chave: ordem espacial, território, lógica global.

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