Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA ⇒ Uma das teorias que explicam a formação das ligações covalentes. Construída com bases na Mecânica Quântica. ⇒ Segundo a Teoria da Ligação de Valência, uma ligação covalente é formada a partir da superposição de orbitais dos átomos envolvidos na ligação, com a produção de uma região de alta densidade de carga entre os dois átomos. A geometria das moléculas é determinada pela orientação dos orbitais envolvidos nas ligações. ⇒ Forma dos orbitais atômicos s, p, d e f (orbital: região do espaço onde há maior probabilidade de o elétron ser encontrado em determinado instante). Orbital 1s (1 orbital) Orbitais 2p (3 orbitais) Orbitais 3d (5 orbitais) Orbitais 4f (7 orbitais) Fonte: Inorganic Chemistry - Shriver & Atkins – third edition ⇒ Podem ocorrer dois tipos de superposições entre os orbitais: superposição frontal e superposição lateral. • A superposição frontal dos orbitais gera uma ligação covalente Sigma, σ. Superposição frontal entre dois orbitais s orbital s orbital s superposição frontal novo orbital formado Ligação sigma - σσσσ Superposição frontal entre um orbital s e um orbital p orbital s orbital p superposição frontal novo orbital formado Ligação sigma - σσσσ Orbitais 4f (7 orbitais) Superposição frontal entre dois orbitais p Ligação sigma - σσσσ orbital p orbital p superposição frontal novo orbital formado • A superposição lateral gera uma ligação covalente Pi, pipipipi Superposição lateral entre dois orbitais p orbital p orbital p superposição lateral Ligação pi - pipipipi duas regiões novo orbital formado ⇒ Por exemplo, formação da ligação covalente na molécula de gás hidrogênio (H2) H H ligação covalente - compartilhamento de 1 par de elétrons H H H H1s 1s 1s 1s H H Orbitais s dos átomos de hidrogênio contendo os elétrons desemparelhados superposição frontal dos orbitais formação da ligação Densidade de carga localizada entre os dois átomos Par de elétrons localizado entre os dois átomos Ligação sigma, σσσσ 1H – 1s1 - 1 elétron em um orbital s Região de maior probabilidade de encontrar o par de elétrons ⇒ Outro exemplo, ligação covalente na molécula de gás flúor (F2) F F Ligação covalente 1 par de elétrons compartilhado Pares de elétrons isolados Estrutura de Lewis para o F2 9F - 1s2 2s2 2p5Distribuição eletrônicado Flúor no estado fundamental 2p5 Um elétron desemparelhado (pode ser compartilhado para formar uma ligação covalente) 1 orbital p com 1 elétron F F F F F F orbitais p contendo cada um deles 1 elétron (não represen- tados) superposição frontal dos orbitais Ligação covalente Ligação sigma, σσσσ ⇒ Pela Teoria da Ligação de Valência, quanto maior for à superposição dos orbitais, mais efetiva será a ligação. • Para que a superposição seja a máxima possível os orbitais têm que ter geometrias adequadas e mesma energia. • Para moléculas com as geometrias: linear, plana triangular, tetraédrica, ...., devemos considerar orbitais híbridos, pois os orbitais atômicos puros não têm estas geometrias. • Os orbitais híbridos são formados a partir da mistura de orbitais atômicos puros. • O número total de orbitais híbridos formados é igual ao número de orbitais atômicos puros misturados. • Moléculas com geometrias específicas exigem que o átomo central disponibilize orbitais híbridos adequados para que a superposição entre os orbitais seja a máxima possível. • Na tabela abaixo estão colocadas as geometrias e as correspondentes hibridações. Tabela relacionando geometria/hibridações Legenda: A = átomo central X = átomos idênticos = par de elétrons isolados Nº Pares de Elétrons Nº de Pares Ligantes Nº de Pares Isolados Distribuição dos Pares de elétrons Geometria da molécula Hibridação no átomo central Arranjo Espacial 2 2 0 linear linear sp X A X 3 3 3 2 0 1 plana triangular plana triangular plana triangular angular sp2 sp2 X A XX A X X 4 4 4 3 0 1 tetraédrica tetraédrica tetraédrica piramidal triangular sp3 sp3 X A X X X A X X X 4 2 2 tetraédrica angular sp3 A X X 5 5 5 5 5 4 3 2 0 1 2 3 bipiramidal triangular bipiramidal triangular bipiramidal triangular bipiramidal triangular bipiramidal triangular tetraedro distorcido em forma de “T” linear sp3d sp3d sp3d sp3d X A X X X X X A X X X X A X X A X X 6 6 6 6 5 4 0 1 2 octaédrica octaédrica octaédrica octaédrica piramidal quadrada plana quadrada sp3d2 sp3d2 sp3d2 A X X X X X X A X X X X X A X X X X ⇒ Exemplo: hibridação do Be na molécula BeH2 H – Be – H No composto BeH2 o berílio está formando duas ligações covalentes. Vejamos a distribuição do berílio no estado fundamental 1s2 2s2 Estado fundamental4Be Não há elétrons que possam ser compartilhados 1s2 2s2 4Be 2p promoção de elétron do obital 2s para um orbital vazio 2p 1s2 2s1 4Be 2p1 Estado excitado Agora o berílio pode fazer duas ligações. Entretando, os elétrons estão em orbitais sem geometria adequada e com diferentes energias. Ocorre, então, uma hibridação no Be (mistura de orbitais) para formação de novos orbitais com geometria adequada e mesma energia. 1s2 2s1 4Be 2p1 Estado excitado Ocorre a mistura de um orbital 2s com um orbital 2p, formando 2 novos orbitais híbridos spEstrutura de Lewis Geometria linear Hibridação deve ser sp (mistura de um orbital s com um orbital p) • Para formar duas ligações covalentes o berílio deveria ter no mínimo 2 elétrons desemparelhados • Devemos considerar, então, o berílio no estado excitado, obtido pela promoção de 1 elétron para um orbital vazio 2p. Após a hibridação: 1s2 sp 4Be 2p 1 orbital híbrido sp 1 orbital híbrido sp Cada um deles formará uma ligação com o H dois orbitais p puros vazios Com relação aos orbitais, podemos representar desta forma: Mistura de 1 orbital s com 1 orbital p + orbital s orbital p mistura de um orbital s com um orbital p 1 orbital hídrido sp 1 orbital hídrido sp 180o dois orbitais híbridos sp No caso do Berílio 1 orbital hídrido sp 1 orbital hídrido sp 180o Be orbital 1s do H orbital 1s do H do Bedo Be 180o Be superposição frontal s-sp superposição frontal s-sp HH HH BeH H 180o geometria linear ligação σσσσ ligação σσσσ ⇒ Outro exemplo, hibridação do carbono na molécula CH4 H C H H H Estutura de Lewis do CH4 Distribuição eletrônica do Carbono no estado fundamental 6C 1s2 2s2 2p2 - 6C 1s2 2s2 2p2 Devemos considerar, novamente, o carbono no estado excitado 1s2 2s2 6C 2p2 promoção de elétron do obital 2s para um orbital vazio 2p 1s2 2s1 6C 2p3 Estado excitado Agora o carbono pode formar quatro ligações. Entretando, os elétrons estão em orbitais sem geometria adequada e com diferentes energias. - Segundo a Teoria da Repulsão do Pares de Elétrons da Camada de Valência a molécula CH4 tem Geometria Tetráedrica H C H H H Geometria Tetraédrica Esta geometria exige orbitais híbridos sp3 Neste composto o carbono está formando quatro ligações covalentes. Dois elétrons desemparelhados Só poderia formar duas ligações covalentes A molécula CH4 existe e é estável 1s2 2s1 6C 2p3 Ocorre a mistura de um orbital 2s com três orbitais 2p, formando 4 novos orbitais híbridos sp3 Formação dos orbitais híbridos 1s2 6C sp3 Cada um deles formará uma ligação com o H Quatro orbitais híbridos sp3 - Com relação aos orbitais, podemos representar desta forma: Mistura de 1 orbital s com 3 orbitais p orbital s orbital p pz orbital p px orbital p py + ++ Mistura de 1 orbital s com 3 orbitais p 4 orbitais híbridos sp3 109,5o109,5o 109,5o 109,5o Cada um deles é formado segundo uma das direções da geometria tetraédricaJuntando os 4 orbitais híbridos sp3 C - Fomação das Ligações na Molécula CH4 C orbital híbrido sp3 com 1 elétron Átomo de Carbono orbital atômico s com 1 elétron Átomo de Hidrogênio H CH4C CH4C C H H H H Superposições frontais entre os orbitais híbridos sp3 do carbono com os orbitais s do hidrogênio 4 Ligações Covalentes σσσσ 109,5o Geometria Tetraédrica - Mais um exemplo, hibridação do B na molécula BF3 B FF F Estrutura de Lewis Gometria Plana Tringular F B FF Esta geometria exige uma hibridação sp2 Boro formando 3 ligações covalentes 1s2 2s2 Estado fundamental 5B - Há apenas elétrons 1 livre - Formaria uma única ligação 1s2 2s2 5B 2p1 promoção de um elétron do obital 2s para um orbital vazio 2p 2p1 - Devemos considerar, então, o estado excitado 1s2 2s1 5B 2p2 Estado excitado - Agora o boro pode fazer três ligações - Entretando, os elétrons estão em orbitais sem geometria adequada e com diferentes energias H C H H H - Hibridação no Boro 1s2 2s1 5B 2p2 Estado excitado Ocorre a mistura de um orbital s com dois orbitais p, formando 3 novos orbitais híbridos sp2 1s2 sp 2 5B 2p 1 orbital híbrido sp2 1 orbital híbrido sp2 Cada um deles formará uma ligação com o H um orbital p puro vazio 1 orbital híbrido sp2 - Com relação aos orbitais, podemos representar desta forma: Mistura de 1 orbital s com 2 orbitais p orbital s orbital p px orbital p py ++ Mistura de 1 orbital s com 2 orbitais p 3 orbitais híbridos sp2 Juntando os três orbitais hídridos sp2 120o 120o120o Cada um deles é formado segundo uma direção da geometria plana triangular Para maiores esclarecimentos, no site abaixo você encontrará uma animação mostrando a mistura de orbitais e a formação dos orbitais híbridos correspondentes (HIBRIDIZAÇÃO) http://www.mhhe.com/physsci/chemistry/essentialchemistry/flash/hybrv18.swf - Formação das Ligações no BF3 1 orbital híbrido sp2 do Boro contendo 1 elétron 1 orbital p do Flúor contendo 1 elétron FF F B FF F B Superposições frontais entre os orbitais híbridos sp2 do Boro com os orbitais p dos átomos de Flúor FF F B 120o 120o 120o Gometria Plana Tringular F B FF EXEMPLO COM LIGAÇÃO PI pi - Lembrando que uma ligação pi é formada pela superposição lateral de orbitais Vamos exemplificar com a molécula orgânica C2H4 - Eteno (hidrocarboneto) C C HH HH Estrutura de Lewis do Eteno Neste composto os dois átomos de carbono estão formando, cada um deles, 4 ligações e os mesmos têm geometria plana tringular - hiridação sp2 C C H HH H hibridação sp2hibridação sp2 1s2 2s2 6C 2p2 1s2 2s1 6C 2p3 Estado excitado Agora o carbono pode formar quatro ligações. Entretando, os elétrons estão em orbitais sem geometria adequada e com diferentes energias. 1s2 2s2 6C 2p2 promoção de elétron do obital 2s para um orbital vazio 2p Carbono 1 Estado Fundamental - 2 elétrons desemparelhados - 2 ligações covalentes 1s2 2s1 6C 2p3 Ocorre a mistura de um orbital 2s com dois orbitais p (2p), formando 3 novos orbitais híbridos sp2 Formação dos orbitais híbridos sp2 1s2 6C sp2 três orbitais híbridos sp2 2p1 Um orbital p puro com 1 elétronFormarão 3 ligações σσσσ - Formará 1 ligação pipipipi - Com relação aos orbitais, podemos representar desta forma: Mistura de 1 orbital s com 2 orbitais p orbital s orbital p px orbital p py ++ Mistura de 1 orbital s com 2 orbitais p 3 orbitais híbridos sp2 Cada um deles é formado segundo uma direção da geometria plana triangular três orbitais hídridos sp2 do carbono No primeiro carbono teríamos 1 orbital p puro do carbono Juntando os 4 orbitais orbital sp2 orbital sp2 orbital sp2 orbital p puro Orbital 1 s do hidrogênio Representando os dois carbonos e os hidrogênios Primeiro Carbono Segundo Carbono superposição lateral entre os dois orbitais p puros, gerando a ligação Pi Superposições frontais, gerando ligações sigmas Superposições frontais, gerando ligações sigmas Superposição frontal, ligação sigma superposições que ocorerrão C C H HH H Ligação pipipipi - 1 par de elétrons (não mostrado) Ligações σσσσ C C H H H H σσσσ σσσσ σσσσ σσσσ σσσσ pipipipi - Representação Final Outra forma de representação --------------------/////////////////////---------------------------- Prof. Mauro Scharf - FURB
Compartilhar