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AULA_14_ADM I

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	CódigoNome da Disciplina J589 – DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 14
	UNIDADE IV – ATO ADMINISTRATIVO
ATO ADMINISTRATIVO
Fatos e atos administrativos 
Requisitos de validade dos atos administrativos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade
Motivação dos atos administrativos
Classificação quanto ao conteúdo e quanto à forma
Atributos do ato administrativo
Mérito do ato administrativo
Atos vinculados e discricionários
Desfazimento do ato administrativo – anulação, revogação e cassação
Convalidação do ato administrativo 
Abuso de poder no ato administrativo
Ato administrativo e controle realizado pelo Poder Judiciário 
5. Atributos do ato administrativo
Atributos são as qualidades (ou características) dos atos administrativos. Enquanto os requisitos (ou elementos) constituem condições de validade, os atributos são as características inerentes aos atos administrativos.
Os atributos dos atos administrativos são:
a) presunção de legitimidade;
b) imperatividade;
c) auto-executoriedade. 
A presunção de legitimidade é qualidade inerente a todo ato da Administração Pública, qualquer que seja sua natureza. Este atributo deflui da própria natureza do ato administrativo, está presente desde o nascimento do ato e independe de norma legal que o preveja. O fundamento da presunção de legitimidade é a necessidade que possui o Poder Público de exercer com agilidade suas atribuições, especialmente na defesa do interesse público. Esta agilidade inexistiria caso a Administração dependesse de manifestação prévia do Poder Judiciário quanto à validade de seus atos toda vez que os editasse. A presunção de legitimidade não impede que, desde que utilizados os meios adequados, possa o particular sustar os efeitos de um ato administrativo reputado inválido; tais meios podem ser os recursos administrativos, as liminares em ações ordinárias, o mandado de segurança etc. Cabe ainda ressaltar que a presunção de legitimidade faz com que a obrigação de provar a existência de vício no ato administrativo seja de quem aponta tal vício.
Imperatividade traduz a possibilidade que tem a Administração de criar obrigações ou impor restrições, unilateralmente aos administrados. A imperatividade decorre do denominado poder extroverso do Estado. Não é um atributo presente em qualquer ato, mas apenas naqueles que implicam obrigação para os administrados,ou que são a eles impostos, e devem ser por eles obedecidos, sem necessidade de sua concordância, como é o caso dos atos normativos, dos atos punitivos ou dos atos de polícia; por sua vez, nos atos de exclusivo interesse do administrado, como nos casos de obtenção de certidões, documentos ou autorizações ou nos casos de atos permissivos (permissão de uso ou de atividade), não há que se falar em imperatividade.
A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial. Os atos auto-executórios são os que podem ser materialmente implementados pela Administração, inclusive mediante o uso de força, se necessária, sem que a Administração precise de autorização judicial. Frise-se, entretanto, que a auto-executoriedade não afasta uma futura apreciação do ato. Difere da imperatividade no sentido de que esta se relaciona com a aceitação do ato, enquanto a auto-executoriedade vai além, permitindo a imposição do ato, inclusive pelo uso da força. Esse também não é um atributo presente em todo ato; costuma-se apontar a auto-executoriedade como qualidade presente nos atos próprios do exercício de atividades típicas das Administração (quando se fala em contratos administrativos, por exemplo, a auto-executoriedade fica mitigada). A necessidade de defesa ágil dos interesses da sociedade justifica essa possibilidade de a Administração agir sem prévia intervenção do Judiciário, especialmente no que tange ao poder de polícia. O professor Celso Antônio Bandeira de Mello preleciona que a auto-executoriedade existe em 2 situações: quando a lei expressamente a prevê e, mesmo quando não há previsão, em situações de urgência. Exemplos de atos auto-executórios são a retirada de pessoas de um prédio que ameaça desabar, a demolição desse mesmo prédio, a destruição de alimentos impróprios para consumo etc. Exemplo de auto-executoriedade mitigada são os contratos administrativos, onde a Administração precisa aguardar sempre pela execução da obrigação do contratado antes de tomar qualquer medida. Exemplo consagrado de ato não auto-executório é a cobrança de multas questionadas pelo particular (multas de trânsito, multas tributárias, multas por infração ambiental etc.), pois a solução em tais casos deve ser sempre dada pelo Poder Judiciário (a menos que o particular deixe claro que não mais deseja questionar e aceita a última decisão administrativa em relação à imposição de multa).
6. Mérito do ato administrativo
Mérito administrativo é o poder conferido pela lei ao administrador para que ele, em atos discricionários (que conferem certa liberdade ao administrador), decida sobre a oportunidade e a conveniência de sua prática.
Enquanto em um ato vinculado a atuação do administrador é totalmente descrita em lei, nos atos discricionários os requisitos objeto e motivo, podem ser determinados pelo administrador. O objeto e o motivo formam, assim, o fundamento do mérito administrativo (que terá como consequência a liberdade de decidir sobre a oportunidade e a conveniência da prática de um ato administrativo). 
No dizer de Hely Lopes Meirelles, o mérito administrativo consiste na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
Justifica-se facilmente essa necessidade de, em certas circunstâncias, conferir a lei ao administrador o poder de decidir sobre a oportunidade e a conveniência da prática do ato administrativo: somente ele, administrador, vivenciando as diversas situações concretas que se lhe apresentam e conhecendo os detalhes da atividade administrativa tem condições de aferir tais elementos.
Esse é o motivo pelo qual não se admite a aferição do mérito administrativo pelo Poder Judiciário. Não faria sentido o juiz, órgão voltado à atividade jurisdicional, substituir, por sua vontade, o ponto de vista do administrador, que vive a realidade da atividade administrativa em seu dia-a-dia. Se fosse dado ao juiz o poder de decidir sobre a valoração da oportunidade e da conveniência da prática de um ato administrativo estaria esse juiz substituindo o administrador no exercício de sua atividade valorativa.
Não se pode concluir que o Judiciário não esteja autorizado a aferir a legalidade dos atos discricionários, o que não pode o Judiciário é valorar a oportunidade e a conveniência de um ato administrativo, ligadas aos requisitos objeto e motivo e que formam o mérito administrativo. Ocorre que nos atos discricionário existem, além dos requisitos objeto e motivo, os outros 3 requisitos que são sempre vinculados ao que determina a lei: competência, forma e finalidade, que podem, e devem, ser aferidos pelo Judiciário. Vale ressaltar: o ato discricionário, como qualquer outro ato administrativo, está sujeito à apreciação judicial de seus requisitos vinculados (apenas quanto ao objeto e ao motivo não há, em princípio, tal possibilidade).
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