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UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO PSICOLOGIA
nomes
TRABALHO DE CAMPO
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
LIMEIRA – SP
 2019 
 
nomes
TRABALHO DE CAMPO
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Trabalho de campo, para apresentação de seminário da Universidade Paulista, para a obtenção de informações referentes ao curso de Psicologia Ciência e Profissão com supervisão e orientação da Prof. ..................
Limeira – SP
2019 
 
INTRODUÇÃO
O atual trabalho foi realizado pelos alunos do curso de psicologia da Universidade Paulista campus Limeira, que tiveram todas as atividades devidamente supervisionadas e orientadas pela professora da matéria de Psicologia Ciência e Profissão. 
Este trabalho de campo tem por objetivo complementar o aprendizado obtido em sala de aula e enaltecer conhecimentos na área de pesquisa ao qual o grupo foi submetido. A psicologia Educacional é o tema principal dessa pesquisa, onde somaremos com as entrevistas prestadas por cada profissional da área. Todos os estudos feitos em sala nos deram a base teórica para desenvolver e sustentar informações aqui descritas. A psicologia é a ciência que trata dos estados e processos mentais, do comportamento do ser humano e de suas interações com um ambiente físico e social. O psicólogo atuante no contexto educacional irá desenvolver e promover a utilização de instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a sociedade.
ORIGEM DA PSICOLOGIA EDUCACIONAL
As origens históricas da Psicologia Educacional remontam o século XIX. A expansão do ensino público da América e da Europa, além da crescente ocorrência de problemas ligados aos menores como por exemplo: abandono, negligência e outros, originou a procura por profissionais preparados para fornecer ajuda às escolas e aos órgãos jurídico-legais em relação a problemas de avaliação e compreensão das dificuldades existentes, bem como suas possíveis causas. E capazes, igualmente, de propor e implementar soluções.
No final do século XIX e início do XX, dava-se ênfase à avaliação psicológica individual de crianças e adolescentes suspeitos de serem "deficientes mentais, físicos ou morais", assim com o aumento gradual passaram as clínicas e serviços a desenvolver um trabalho mais amplo no âmbito de problemas de educação e crianças em idade escolar.
Observação, prevenção, intervenção e mensuração de habilidades e capacidades foram os principais alvos dos estudos científicos desenvolvidos. Os primeiros serviços de Psicologia Educacional foram criados ao final do século XIX na França.
Ao longo dos últimos 30 anos os EUA vêm liderando este domínio devido a vários fatores: serviços efetivamente prestados às escolas e aos escolares; consolidação do papel do psicólogo como profissional (geralmente com mestrado ou doutorado em Psicologia Escolar); produção de pesquisa científica e de literatura básica de síntese de conhecimento e de natureza prática; liderança quanto às associações especializadas (NASP e Divisão de Psicologia Escolar da American Psychological Association - APA). Em 1981, a APA divulgou suas "Diretrizes de especialidades para a prestação de serviços por psicólogos escolares" (APA Guidelines).
Portanto, conclui-se que psicologia educacional é a especialidade que trabalha com pessoas sobre as questões ligadas ao âmbito educacional e que envolvem alunos, professores, pais e comunidade, identificando características individuais e coletivas que possibilitem aos estudantes otimizarem o processo de aprendizagem, bem como atuar na prevenção de situações de riscos do cotidiano.
2.1.1 O PSICOLOGO EDUCACIONAL
 O psicólogo escolar desenvolve, apoia e promove a utilização de instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno afim de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a sociedade.
A psicologia Educacional tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Sua participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, nas quais os fatores psicológicos tenha papel preponderante.
Para isto o psicólogo escolar desenvolve atividades direcionadas com alunos, professores e funcionários e atua com a coordenação da escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar. A partir de uma visão sistêmica, age em duas frentes: a preventiva e a que requer ajustes ou mudanças. Desta forma, contribui para o desenvolvimento cognitivo, humano e social de toda a comunidade escolar.
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO. (CONTEXTO DE ÁREA DE ATUAÇÃO)
O CFP – Conselho Federal de Psicologia configura o Psicólogo Escolar e Educacional da seguinte maneira:
- Atua no âmbito da educação formal realizando pesquisas, diagnóstico e intervenção preventiva ou corretiva em grupo e individualmente. Envolve em sua análise e intervenção, todos os segmentos do sistema educacional que participam do processo de ensino-aprendizagem. Nessa tarefa, considera as características do corpo docente, do currículo, das normas da instituição, do material didático, do corpo discente e demais elementos do sistema. Em conjunto com a equipe, colabora com o corpo docente e técnico na elaboração, implantação, avaliação e reformulação de currículos, de projetos pedagógicos, de políticas educacionais e no desenvolvimento de novos procedimentos educacionais
- No âmbito administrativo, contribui na análise e intervenção no clima educacional, buscando melhor funcionamento do sistema que resultará na realização dos objetivos educacionais. Participa de programas de orientação profissional com a finalidade de contribuir no processo de escolha da profissão e em questões referentes à adaptação do indivíduo ao trabalho. Analisa as características do indivíduo portador de necessidades especiais para orientar a aplicação de programas especiais de ensino. Realiza seu trabalho em equipe interdisciplinar, integrando seus conhecimentos àqueles dos demais profissionais da educação. Para isso realiza tarefas como, por exemplo: a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicos; referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família comunidade-escola, para promover o desenvolvimento integral do ser;) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais; c) prestar serviços diretos e indiretos aos agentes educacionais, como profissional autônomo, orientando programas de apoio administrativo e educacional; d) desenvolver estudos e analisar as relações homem-ambiente físico, material, social e cultural quanto ao processo ensino-aprendizagem e produtividade educacional; e) desenvolver programas visando a qualidade de vida e cuidados indispensáveis às atividades acadêmicas; f) implementar programas para desenvolver habilidades básicas para aquisição de conhecimento e o desenvolvimento humano; g) validar e utilizar instrumentose testes psicológicos adequados e fidedignos para fornecer subsídios para o replanejamento e formulação do plano escolar, ajustes e orientações à equipe escolar e avaliação da eficiência dos programas educacionais; h) pesquisar dados sobre a realidade da escola em seus múltiplos aspectos, visando desenvolver o conhecimento científico (CFP, 2007, p. 18).
Podemos perceber que tanto no âmbito da educação formal quanto no administrativo o profissional de Psicologia consegue atuar desenvolvendo uma extensa gama de atividades, sempre tendo como foco o desenvolvimento e crescimento do ser humano, seja do corpo discente, docente, família e afins, tendo como balizador de seu trabalho o código de ética profissional do Psicólogo que dentre outras premissas preceitua que o trabalho será baseado no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano.
Sendo assim, atuar como psicólogo escolar/educacional exige o conhecimento das necessidades e realidade das pessoas atendidas, buscando defender os direitos do indivíduo no atendimento das necessidades educacionais, promovendo seu desenvolvimento, sem discriminação ou intolerância de qualquer tipo ou grau.
2.1.3 CAMPO DE ATUAÇÃO
Os espaços e práticas da Psicologia Escolar/Educacional incluem além das escolas, outras instituições com propostas educacionais, tais como: clínicas especializadas, consultorias a órgãos que necessitam de compreensão sobre os processos de aprendizagem ( Sebrae, Sesi, etc.); equipes de assessorias com projetos para escolas; serviços públicos de saúde e educação; trabalhos de extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGs, promovendo a educação permanente e a educação no (e pelo) trabalho. O mais importante não é o local de trabalho e sim os pressupostos e finalidades do profissional da educação.
Embora o senso comum dos usuários e a formação inicial dos psicólogos os levem a pensar que a escola é o único espaço de atuação, a pesquisa em educação tem crescido nestes últimos anos, desde os estudos de E.L.Thorndike (1874-1949), nos EUA, até os dias atuais com as pós-graduações em Educação no Brasil e a realização de pesquisas específicas nesta área.
3. FOCOS DE INTERVENÇÃO
A partir de uma atuação em equipe multidisciplinar, o psicólogo escolar é mediador e ao mesmo tempo um interventor que oferece informações e alternativas para diversas áreas e situações que envolvem o dia-a-dia das escolas.
3.1 NIVEL ADMINISTRATIVO
· Apoio à elaboração do projeto Político-Pedagógico: interação com equipe pedagógica, definição de concepções político-pedagógicas e participação em processos decisórios;
· Elaboração de projetos em conjunto com toda equipe escolar;
· Realização de diagnósticos institucional: identificação de particularidades de funcionamento de cada escola para posterior planejamento e implantação de ações, que auxiliem na melhoria e na otimização do trabalhos pedagógicos sociais;
· Colaboração em atividades organizacionais: participação em processos de seleção de profissionais e intervenção situacional na mediação de conflitos;
· Proposição de medidas que visem a melhoria da qualidade acadêmica;
· Proposição de ações de desenvolvimento profissional para professores e administração;
· Apoio e iniciativas de qualidade de vida no trabalho (professores e funcionários);
· Elaboração, execução e avaliação de projetos que integrem o projeto Político-Pedagógicos de abrangência institucional (de longo alcance) e projetos mais restritos, como: características da população estudantil, direcionamento do trabalho com os pais.
3.1.2 CORPO DOCENTE (PROFESSORES)
· Apoio na definição de objetivos educacionais, métodos e material didático;
· Apoio à articulação entre teorias de aprendizagem e práticas pedagógicas;
· Suporte pratico ao resgate e reforço de autonomia do professor; 
· Promoção e/ou coordenação de atividade de desenvolvimento profissional: treinamentos especializados, pesquisas, grupos vivenciais, grupos de troca de experiência e valorização profissional;
· Orientação, intervenção e acompanhamento para dificuldades individuais e/ou de grupo (acadêmicas /ou comportamentais);
· Orientação, intervenção e acompanhamento a casos especiais de inclusão;
· Trabalhos direcionados ao apoio de iniciativas de qualidade de vida no trabalho: relações interpessoais, motivação, prevenção de stress e Burnaut;
· Participação e/ou coordenação de reuniões multidisciplinares para discussão de casos (incluindo aqui profissionais externos envolvidos com o aluno em questão).
3.1.3 CORPO DISCENTE (ALUNOS)
· Elaboração, desenvolvimento e acompanhamento de projetos de apoio à construção de identidade pessoal (autoestima, socialização, disciplina, organização, entre outros) e participação social (conscientização de papeis sociais e cidadania responsável);
· Identificação e encaminhamento de alunos a atendimentos especializados ao se detectar necessidades especificas;
· Coordenação e/ou participação em reuniões para discussão de casos de aluno em acompanhamento profissional externo (fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, etc.);
· Elaboração, em conjunto com a equipe pedagógica, de planos de intervenção para alunos em risco;
· Acompanhamento e supervisão dos planos de intervenção individual e/ou grupal;
· Elaboração, desenvolvimento e acompanhamento de projetos de educação sexual;
· Elaboração, desenvolvimento e acompanhamento de projetos de prevenção ao uso de drogas;
· Elaboração, desenvolvimento e acompanhamento de projetos de prevenção a violência;
· Atendimento a situações de emergência psicológica que necessitem de intervenção imediata, para posterior encaminhamento.
3.1.4 COMUNIDADE (PAIS E VIZINHOS DA ESCOLA)
· Orientação e pais e familiares;
· Palestra e atividades de esclarecimento, educação e prevenção (rendimento acadêmico, desenvolvimento bio-psico-social, seus filhos e na escola, prevenção ao abuso de substancias químicas, educação sexual, etc.);
· Participação em atividades que auxiliam a escola a cumprir suas finalidades sociais, em especial, na busca do fortalecimento do elo família escola;
· Desenvolvimento de propostas/programas que promovam o desenvolvimento de habilidades sociais significativas (convivência com o outro- ser, saber, conviver e relacionar);
· Apoio e promoção de atividades que estimulem criatividade e o desenvolvimento dos potenciais indivíduos e coletivos;
· Esclarecimento para a comunidade quanto ao papel da escola, suas possibilidades e limites.
4. OBJETIVOS
O trabalho do psicólogo escolar/educacional tem como diretriz o desenvolvimento do viver em cidadania. Busca instrumentos para apoiar progresso acadêmico adequado do aluno, respeitando diferenças individuais. É pautado na promoção da saúde da comunidade escolar a partir de trabalhos preventivos que visem um processo de transformação pessoal e social. Para tanto, baseia-se nos conhecimentos referentes aos estágios de desenvolvimento humano, estilos de aprendizagem, aptidões e interesses individuais e a conscientização de papéis sociais.
4.1 FINALIDADES
A escola é o espaço, por excelência, para propiciar o desenvolvimento integral do ser humano através de propostas concretas e eficazes de intervenção que resultem em impacto social. Alguns de seu propósitos:
· Incentivar os educadores (incluindo os próprios psicólogos) para tomada de posições políticas em relação aos problemas sociais que afligem a todos;
· Estimular escolha deliberada e conscientemente assumida de uma atuação profissional sustentada por teorias psicológicas, cuja visão contemple o homem em suas múltiplas determinações e relações histórico-sociais;
· Assessorar a escola no desenvolvimento de uma concepção de educação, na compreensão e amplitude de seu papel, em seus limites e possibilidades, utilizando os conhecimentos da Psicologia;
· Desenvolver uma concepção de Psicologia voltada a um compromisso social;
· Propor una concepção do fracasso escolar não como um processo individual;
· Mediar os processosde reflexão sobre as ações educativas a partir da atuação com os diversos profissionais da educação;
· Propor e apoiar a construção de novas alternativas sociais para auxiliar na administração de possíveis deficiências escolares;
· Compreender e elucidar os processos de desenvolvimento bio-psico-social dos envolvidos com a escola;
· Compreender e elucidar os processos diferenciados de desenvolvimento da aprendizagem (aprender a aprender) de cada alune e de cada professor;
· Compreender e clarificar a construção da subjetividade (construção do eu) em cada ambiente educacional;
· Assessorar a escola na busca da humanização do sujeito, através do encontro da cognição com a motricidade, os afetos e as emoções na educação;
· Cultivar o enfoque preventivo: trabalhar as relações interpessoais na escola, visando a reflexão e conscientização de funções, papeis e responsabilidades dos envolvidos;
· Buscar ser o mediador do processo reflexivo e não o solucionador de problemas;
· Conscientizar o indivíduo da importância de sua participação e responsabilidades nos grupos em que está inserido, como a família, a escola, o trabalho e a sociedade
4.1.2 ATIVIDADES
· Assessorar a escola na construção do Projeto Político-Pedagógico;
· Apoiar a escola em seu trabalho onde resgate do valor e da autonomia do professor;
· Assessorar o professor na articulação entre a teoria de aprendizagem adotada e prática pedagógica;
· Trabalhar com políticas públicas;
· Conscientizar pais e professores sobre necessidades básicas de crianças e adolescentes;
· Mobilizar a comunidade educacional em torno de propostas de intervenção com utilização de recursos da comunidade;
· Pesquisar, desenvolver, aplicar e divulgar os conhecimentos relacionados com Psicologia Escolar/Educacional.
5. POLITICAS PÚBLICAS E A PSICOLOGIA ESCOLAR
Psicologia Escolar/Educacional apesar de sua grande importância, ainda enfrenta circunstâncias limitantes internas e externas. 
Limitações internas: entre os próprios psicólogos ainda há divergências quanto ao reconhecimento desta área. Isto se deve preponderantemente à carência de uma visão institucional e organizacional. É do conhecimento de todos a dominância de uma visão ainda eminentemente clínica entre grande parte dos psicólogos em nosso país, o que, sem dúvida nenhuma, restringe não só o campo de atuação, como o incremento do próprio reconhecimento social da importância da Psicologia como um todo.
 Limitações externas: usuários, gestores e profissionais da educação ainda desconhecem a Psicologia e os benefícios que esta ciência pode oferecer-lhes. Felizmente, já há profissionais e instituições construindo uma nova visão da Psicologia Educacional, dados os benefícios obtidos em decorrência de resultados alcançados.
Em 2003, a Comissão de Psicologia Escolar/Educacional, do Conselho Regional de Psicologia da 8ª Região, elaborou um dossiê, no qual apresentava a situação dos projetos de lei que versavam sobre a inserção do psicólogo escolar/educacional.
6. CONCLUSÃO
A psicologia educacional é essencial para o desenvolvimento humano, pois ela está relacionada a várias fases e etapas das nossas vidas, extremamente relevantes e significativas para a evolução e crescimento dos envolvidos enquanto sociedade, uma vez que não somente um indivíduo do grupo, mas todos recebem atenção e orientação do profissional de psicologia.
De acordo com a pesquisa realizada para a elaboração deste trabalho pudemos perceber quão importante é a inserção deste profissional no âmbito escolar/educacional, porém nota-se que é uma atuação ainda muito restrita e limitada, ou seja, poucas escolas compreenderam a importância de possuir um profissional desta magnitude e alcance no quadro de funcionários, talvez a visão tradicional seja pelo custo adicional que representa na folha de pagamento, porém, apesar da dificuldade na procura dos profissionais a serem entrevistados percebe-se a valorização e reconhecimento do psicólogo nas instituições que já contam com seu apoio nas rotinas e atividades escolares/educacionais.
Portanto, concluímos que o profissional de psicologia é capaz de auxiliar de diversas formas na área escolar/educacional, para tanto é preciso que haja um trabalho de conscientização e popularização quanto à atuação deste neste contexto perante à sociedade, de forma que ao perceber e entender a colaboração essencial que pode ser dada, sendo assim, a própria população atuaria em conjunto na reivindicação da valorização e inserção do psicólogo nesta área tão essencial e única, afinal, o futuro do país se constrói investindo hoje em educação de qualidade.
7. ANEXOS ( Entrevistas)
Entrevista 1
Caracterização do campo (contexto, área) de atuação
Descreva sua atividade como psicólogo, isto é, descreva especificamente o que faz e como faz como profissional neste local?
Bom, estou aqui no acadêmico desde agosto do ano passado e, na verdade eu não estou contratada como psicóloga escolar, eu tenho formação em psicologia e eu me especializei em psicopedagogia e aqui eu atuo como psicopedagoga, mas é um campo que está bastante relacionado ao trabalho do psicólogo educacional. Apesar de não estar contratada aqui para essa função, tem semelhanças na área de atuação.
Aqui eu desenvolvo um trabalho institucional. Eu não faço clinica na escola, eu faço um trabalho de entender as relações que se dão nesse campo e intervir nesse contexto, no contexto dessas relações.
Então eu atendo demandas individuais de alunos, sempre num viés que não é clinico, mas é um viés que conta com escuta qualificada, com encaminhamentos para outros profissionais, com algumas intervenções que a gente faz. Eu faço às vezes com as crianças, por exemplo, intervenção pedagógica, crianças com dificuldade de aprendizagem, crianças de inclusão, (temos alguns casos como estes), atendo os pais, faço reuniões com as famílias, faço reuniões semanais com os coordenadores, com a direção da escola, colaboro na construção do projeto político pedagógico do colégio. Então todo o trabalho da instituição mais o atendimento individual eu tenho tentado fazer, é bastante coisa.
Eu trabalho no colégio só duas vezes por semana, então eu faço praticamente 16, 17 horas por semana, mas eu entendo que isso é importante porque o psicopedagogo precisa de um olhar... Eu acho que o psicólogo escolar também, mas o psicólogo escolar é diferente, eu nunca trabalhei, na verdade eu sou nova na área da educação, acho que o campo de atuação e as atividades da escola são essas.
Onde é e como é seu local de trabalho?
Eu estou numa escola que atende aproximadamente 400 alunos, é uma escola privada, atende todos os segmentos, desde a Educação Infantil até Fundamental I, II e Ensino Médio.
Em sua opinião, quais são as condições necessárias para a realização de seu trabalho? Você as tem? Você tem autonomia nas suas decisões com outros profissionais? Se sim, quais?
Tenho autonomia, mas lógico que respondo a algumas pessoas que estão na hierarquia do colégio, acima da minha função. Mas como é uma gestão compartilhada, a gente entende como escola que existe um mantenedor, que é o dono do colégio que é uma instituição privada, então tem o dono do colégio no topo da hierarquia, depois tem direção, coordenação pedagógica, e eu estou transitando nesse meio, ai lógico tem uma relação direta com os professores, inspetores de aluno, demais funcionários, alunos e pais de alunos. Então eu entendo que tenho autonomia, desde que consiga fazer um diálogo com essas diferentes pessoas, você perguntou se eu tenho e quais são as condições para o trabalho. O trabalho na escola, você precisa ter aluno, aluno é a condição essencial para a realização do trabalho, o público alvo do atendimento, agora, lógico que condições matérias, condições concretas também são importantes para que o trabalho seja desenvolvido. Por exemplo, eu estou numa sala que desde que eu cheguei eu tenho essa sala de atendimento, que é uma sala grande, mas eu não tenho o material ainda para atender, então eu vou improvisando,trago algumas coisas minhas que são da clinica, mas tipo “Família Terapêutica” que é um instrumento de trabalho lúdico, são bonequinhos para trabalhar com as crianças, então eu faço com as crianças nesse sentido, então a criança vai dizendo um pouco da história dela e eu vou tentando entender onde é que está a dificuldade de aprendizagem nesse contexto, porque geralmente a dificuldade de aprendizagem está super relacionada a história da família dessa criança, então eu vou tentando trazer algumas coisas para compor esse trabalho, mas já tenho falado com a escola para que eles providenciem algumas coisas para eu trabalhar.
Você, nas suas atividades, trabalha com outros profissionais? Se sim, quais?
Sempre, e além dos que eu já citei, eu trabalho com profissionais especialistas, que são os profissionais que atendem as crianças fora da escola, hoje mesmo eu tive duas reuniões que eles vêm para discutir os casos e eles são fundamentais no trabalho do aluno.
Você se considera satisfeito com seu trabalho, atualmente? Poderia nos explicar os motivos disso?
Sim, me considero, eu venho da área da assistência social, trabalhava na periferia lá de Rio Claro, trabalhei em CRAS, em CREAS, depois trabalhei em serviços de convivência, então eu venho de uma realidade muito diferente da escola privada, para mim é bem desafiador estar aqui, porque eu venho de outro contexto, mas me aproximei muito da educação recentemente, quando entrei no mestrado. Aí fiz a especialização, estou terminando o mestrado agora, a especialização eu terminei o ano passado e imediatamente eu quis uma experiência na escola.
Eu sempre quis de alguma forma o contato com a educação, mas ainda não era claro para mim que era esse meu lugar. Hoje eu me vejo bastante nesse lugar, da instituição escolar, e eu me considero satisfeita, lógico que toda instituição tem problemas e possibilidade de melhoria, mas me considero satisfeita.
População atendida
Como se caracteriza a clientela atendida por você em relação à faixa etária, sexo, classe social, escolaridade?
Bom, a gente tem todos os segmentos, desde um aninho e meio, os pequeninhos do Maternal I até os dezessete anos, dezoito anos incompletos que é do Ensino Médio. São meninos e meninas, em relação ao gênero, classe social, essa é a maior das diferenças em relação aos meus outros campos de atuação, que aqui a escola atende um público de uma classe social mais favorecida, é uma escola mais cara então a classe média que é a clientela alvo, mas a gente tem também alunos que vem de bairros periféricos, que são bolsistas, então a escola consegue fazer essa inserção de alunos que não tem condição de pagar, alguns, claro, não dá para fazer para todos.
De que maneira essas pessoas chegam ate você (por ex., por iniciativa própria, encaminhadas a você diretamente, encaminhadas à instituição etc.)?
Eu já respondi um pouco essa pergunta, mas só para complementar uma das coisas que eu mais faço aqui é a observação do ambiente escolar, então eu observo sala, eu passeio muito pela escola, eu ando muito pela escola, porque é nesse transitar pela escola que eu consigo identificar algumas problemáticas, algumas demandas, tanto individuais, quanto coletivas. Por exemplo, eu vou a uma sala e percebo que ali no contexto do grupo tem alguém que não se sobressai, não se destaca, está em situação de mais isolamento, sentado muito no canto da sala, sem interagir com os colegas nos momentos de intervalo, então ai eu já encontrei uma demanda individual, que pode ser também uma demanda do coletivo, então eu tenho acesso a essas demandas, observando a escola e o seu funcionamento, mas tem também encaminhamentos de fora e tem encaminhamentos que chegam dos pais e da gestão do colégio, então o coordenador que chega “oh tem fulano para atender, tem um caso que precisa de você” é assim que a gente vai fazendo.
Em sua opinião, qual a imagem que a população tem do psicólogo e da psicologia?
Ainda existe a imagem de que é médico de louco. Teve uma criança, logo que eu entrei, que disse assim “tia por que que as pessoas passam pela sua sala, eu já percebi que as pessoas entram tristes e saem felizes”. É bonito esse olhar que as crianças tem para a profissão, elas conseguem entender com muito menos preconceito e entender que o profissional está relacionado ao cuidado do outro, do ajudar o outro. E o adulto não, então ao mesmo tempo que essa criança me disse isso, tem um professor que agora já não está mais no colégio que disse para mim ‘olha eu acho melhor você atender numa salinha mais longe, ali no outro bloco para ficar menos visível, por que os alunos estão incomodados de entrar na sua sala, estão falando entre eles que todo mundo que passa na sala da tia é louco, ou tem problema”, então tem ainda esse estigma relacionado a nossa profissão, sua futura profissão, mas eu vejo que a gente já caminhou bastante e especialmente quando o psicólogo sai da clínica e começa a ocupar outros espaços, eu vejo que isso é importante. Não deixar a clínica, mas construir outros espaços de trabalho.
Em sua opinião, quais são as contribuições que a profissão tem dado à sociedade como um todo?
Muitas, especialmente no momento em que a gente vive eu acho que tem uma tentativa de resistir a um movimento que vem oprimindo, uma tentativa de romper com alguns benefícios, com alguns direitos, trabalhistas, civis etc. então eu penso que a psicologia tem esse lugar do movimento que tenta... tem alguns movimentos bem legais do CRP de Campinas que tem essa proposta de reforçar essa importância de ser psicólogo e o que eu é ser psicólogo na sociedade brasileira contemporânea. Não é mais como era o ser psicólogo na década de 50, então eu vejo que nos temos um papel muito importante na transformação da sociedade, na luta pela igualdade social, na luta pelos direitos que já estão garantidos constitucionalmente, mas que na prática não estão, então eu tento fazer parte desses espaços ao mesmo tempo em que estou na escola, porque é uma forma de contribuir com a sociedade.
Formação profissional na graduação
No seu ponto de vista, quais são os requisitos necessários para a formação do profissional para a sua área de atuação? Seu curso de formação na graduação atendeu esses requisitos?
Eu fiz um curso super bacana, que tinha uma grade muito legal, mas na prática eu senti falta de algumas coisas. Eu fiz um curso que tinha grade muita perspectiva comportamental ou analítica. Ou era psicanálise ou era terapia cognitiva comportamental e aí você não conhece muito outras abordagens, tipo a fenomenologia que é do existencialismo, que uma coisa que eu sempre me interessei bastante por essa abordagem. E outros autores, eu sempre gostei muito do Jung que é um psicanalista, mas eu nunca estudei ele. Tive alguma menção.
Eu acho que falta na grade da graduação uma ampliação desse campo de trabalho. A graduação ainda está muito voltada para a formação clínica. Mas eu considero que a minha formação me garantiu algumas habilidades para que eu pudesse começar no mercado de trabalho.
Sobre os requisitos, eu penso que tem que gostar de gente. Se não gostar de gente não vai ser psicólogo. Tem que gostar dessa relação, gostar no sentido de se dispor a estar presente. E acho que as outras coisas a gente desenvolve, não sei se tem um perfil para ser psicólogo, mas acho que tem que ter uma disponibilidade para os diálogos, para as discussões, para conversas, para a diversidade, para a inclusão e para a singularidade do sujeito
Há necessidade de formação posterior à graduação para que se possa trabalhar na sua área de atuação? Como foi com você?
Com certeza. A graduação é só o início do ser psicólogo, então se prepare porque tem aí uma jornada longa. Eu estou terminando meu mestrado em julho desse ano, mas eu já estou pensando no que eu vou fazer depois. Porque o campo de trabalho é muito dinâmico, e ele te requer muitas coisas. Então por exemplo, eu não tenho especialização nenhuma para trabalhar com deficiência visual ou deficiência motora, eu tenho alguma coisinhaque eu tive de educação especial, que eu tive na faculdade, um semestre eu acho. Mas poxa 6 meses, o que isso te oferece, além de uma base teórica? Isso não te ensina. Eu acho que a gente aprende muito na prática e isso não tenho dúvida. Mas você precisa vir com um alicerce para a prática. Então quanto mais você se aperfeiçoa, quanto mais você se especializa, mais competência para aquele trabalho você desenvolve. Então hoje, por exemplo, em contato com os profissionais especialistas eu tenho aprendido muito sobre o autismo, que não estava na minha realidade de trabalho, sobre a dificuldade de aprendizagem, o fracasso escolar. Então eu tenho aprendido muito sobre isso, em contato com esses profissionais. Já estou pensando o que vou fazer de especialização para poder contribuir com a escola.
A psicopedagogia também me ajuda muito nesse campo, mas ela é mais um complemento, ela não sana todas as necessidades. Eu nem sei se existe uma formação que vai dar conta de sanar todas as necessidades, eu acho que não, porque é muita coisa. Então eu penso que a graduação não dá conta de preparar exatamente para o campo de atuação.
Mercado de trabalho	
Qual a situação atual do mercado de trabalho na sua área (para recém-formados e mais experientes)?
Olha eu fico super preocupada, eu tenho um amigo que está vendendo óculos na chilli beans, não quero te desanimar não, mas assim, ao mesmo tempo que tem uma valorização da profissão, porque tem muitas pessoas em sofrimento psíquico, isso por conta de inúmeros fatores, mas o mercado é um dos fatores, isso por conta do desprego das famílias. Mas eu vejo que a clínica não alcança essas famílias precárias. É difícil você encontrar psicólogo que faz atendimento na clínica, principalmente os que estão formados a mais tempo, por um preço negociável, pra atender uma demanda da periferia, muito difícil achar. Então é psicólogo para quem? A serviço de quem? Então ainda está muito próximo da elite. Mas existem campos que dão abertura para a gente atuar, tipo a psicologia social, que daí vai fazer o contrário disso, vai trabalhar justamente nos setores da sociedade, onde as pessoas estão mais vulneráveis, mais marginalizadas.
Então eu vejo que o futuro do mercado de trabalho profissional para a psicologia, ele precisa entender e estar preparado para atuar em espaços que não seja só a clínica, ele precisa entender que trabalho dele precisa ser voltado para ouras situações. Tipo situação de calamidade pública, desastres. Eu tenho uma amiga que foi para mariana quando teve o desabamento. Então assim, é encarar esses desafios, como desafios profissionais, sair do conforto do consultório, do set, e se arriscar em outros contextos. Mas está difícil, eu tenho amigos que são pós-doutores em psicologia e estão no perrengue para conseguir emprego. Mas eu acho que é uma questão do mercado de trabalho
E no futuro, como será este mercado, em sua opinião?
Eu acho que a gente tem uma solidez profissional, a gente vem conquistando um espaço nesse mercado e na vida das pessoas, tentando dizer da importância da psicologia, do acompanhamento, da atenção das questões emocionais da saúde mental e também fazendo um olhar nesses outros campos, tipo na escola, a importância de ter um psicólogo na educação que seja capaz de discutir as demandas educacionais, as demandas relacionais, nos espaços políticos, porque eu acredito que a psicologia é política, na medida em que ela tem uma concepção de sujeito e tem uma concepção de diretos humanos, de humanidade, ela defende alguma coisa. Eu vejo que a gente tem um campo amplo de mercado e trabalho, mas a gente precisa, mais futuramente, e ai um futuro não tão distante, a gente precisa insistir para que o psicólogo ocupe o campo da educação, a área da saúde, o judiciário, ocupe a assistência social, a psicologia do trânsito, então o psicólogo precisa estar nessas outras áreas, para que a profissão se mantenha e se desenvolva.
Como foi sua entrada no mercado de trabalho? Como chegou à posição que ocupa hoje?
Minha entrada foi uma ousadia. Eu estagiei na área da assistência, fiz estágio no CRAS e na cooperativa de reciclagem, e aí foi incrível, eu tive contato com as perspectivas da psicologia social, eu estudei identitário, estudei metamorfose, que é uma coisa que eu acho que você vai ver na faculdade. E foi muito legal me aproximar desse universo da periferia mesmo, de entender aqueles sujeitos, sujeitos que são atendidos por essas políticas públicas, das quais a gente tanto fala na faculdade, mas o que de fato é isso?
Eu mandei currículos, quando você se forma você quer trabalhar, e quer mudar o mundo, e não acredite que você quer e depois não quer mais. Eu continuo insistindo. Eu brinco com os meus amigos que se eu desacreditar em algumas coisas a minha profissão perde todo o sentido e daí isso não e no sentido romântico, de idealizar, não, mas eu acredito que as pessoas se transformam mesmo, os ambientes, as relações. 
Aí eu cheguei no CRAS através de uma entrevista que eu fiz, trabalhei terceirizada, nunca fui contratada para esse serviço e foi um super desafio. Cai no bairro mais vulnerável da cidade para trabalhar, com maior índice de criminalidade de meninos envolvidos com tráfico de drogas. E lá eu fiquei durante um ano e foram os melhores trabalhos da vida, agradeço até hoje. Quando dá eu volto lá. Isso é uma coisa curiosa, as assistentes sociais eram concursadas e as psicólogas eram contratadas, e o SUS prevê as duas coisas, mas nunca abria concurso. A minha primeira experiência foi super incrível, ela me ensinou de fato sobre a psicologia e depois eu fui para a clínica, depois fui para o CREAS, ai eu trabalhei com violência, violência contra a mulher, trabalhei com adolescentes em conflito com a lei, que é minha pesquisa de mestrado hoje. Foi mais ou menos esse o caminho que eu fiz.
Eu fui percebendo o seguinte, na clínica eu me sentia super sozinha, adoro a clínica, mas eu precisava de gente para discutir o caso. Na assistência eu não conseguia alcançar algumas coisas, como profissional mesmo, e na saúde o campo era muito restrito. Só chegava no meu consultório uma galera que conseguia pagar, porque eu também não consegui sobreviver pagando aluguel de consultório, documentação de prefeitura, porque você tem se regularizar, tem que pagar imposto como psicóloga. Aí eu percebi que é na educação que as pessoas conseguem acessar condição de se transformar como sujeito. A educação para mim tem uma questão da emancipação da libertação, da autonomia, quanto mais a gente conhece as coisas, mais conscientes a gente se torna da nossa verdade, só mudo algo que eu conheço, então para transformar a realidade que a gente vive hoje precisa de muita educação. Aí eu vim para a educação.
Em termos de remuneração, como são as condições da sua área? Você saberia citar valores médios de remuneração?
Quando eu entrei para trabalhar no acadêmico eu vim para substitui uma professora, ela assumiu outros projetos, me indicou aqui e eu acabei ficando. E eu lembro que na época eu ficava tipo “gente como que eu vou? Eu não tenho idéia de quanto ganha um psicólogo escolar, um psicólogo na educação” e a proposta era de que eu assumisse como psicopedagoga. Então eu peguei aquela planilha do conselho federal, e a partir de lá eu vi os preços e pensei que era uma utopia, 200 reais a hora? Aqui em limeira? Então eu pensei em um horário de consultório, estipular uma hora de consultório, e nós fechamos. Eu trabalho hoje por 50 reais/hora, como profissional especialista. Agora como psicólogo escolar eu acredito que deve estar mais ou menos isso, só que o psicólogo escolar trabalha, penso eu, todos os dias da semana. Ele está inserido no contexto da escola totalmente, eu aqui, estou dentro e fora, por estar só dois dias na semana.
Acho eu a nossa profissão não é valorizada, nem reconhecida pelo mercado como deveria ser, e acho que a gente se acomoda um pouco a isso o sentido de que a gente precisa trabalhar. Eu lembro no meu primeiro emprego que foi uma consultoria ambientalque me pagava 600 reais por mês, e eu trabalhava mais ou menos o que eu trabalho aqui, 20 horas. Era um trabalho muito legal de ajudar as famílias no processo de desocupação de um bairro e ocupação de um condomínio. Então eles estavam saindo de um bairro muito precário e indo para condomínios do “Minha casa, minha vida”. Eu aprendi muito. 
Eu estou satisfeita com o que eu acertei com a escola, mas é claro que se eu for parar para pensar no trabalho que eu desenvolvo, aí minhas expectativas ficam um pouco abaladas. Porque eu não trabalho só duas vezes na semana tem dias que eu passo o dia inteiro respondendo mensagens de professor, coordenador, direção, escrevendo projetos. Então eu estou contente com as condições de trabalho que eu tenho, mas não estou satisfeita no sentido que eu penso que dá para ir um pouco mais além disso. Mas eu não sei te falar quanto que é a média de um psicólogo escolar.
Entrevista 2
Caracterização do campo (contexto, área) de atuação
Descreva sua atividade como psicólogo, isto é, descreva especificamente o que faz e como faz como profissional neste local.
Na verdade, a atuação do psicólogo educacional, não só na rede municipal de Limeira, é nova, uma prática nova, então eu só consegui fazer uma buscar entre os pais, para fazer uma leitura quando eu cheguei, só em Tabuão da Serra. Então se vê que é uma prática que está em construção. Ela é muita nova.
Eu estou construindo meus referenciais de trabalho, buscando por autores, mas eu estou aqui em três eixos. Nós construímos um plano trienal, então estou situada em um serviço social educacional, ele é composto por mim, uma psicóloga e quarenta assistentes sociais escolares. Então elas ficam à campo e quando elas precisam acolher uma família, uma criança em dificuldade ou mesmo uma questão de conflito, algum déficit aqui na equipe, elas me referenciam. Então eu componho a gestão de supervisão técnica.
Então estou em três eixos: formação com os educadores, são os atores da escola, nisso eu considero desde a merendeira, aquele que faz o portão, auxiliar geral, coordenadores, professores. Então todos são atores da escola, e a formação é dirigida para eles, para esse público alvo. A formação envolve também, quarenta e cinco estagiários de psicologia e pedagogia, que estão na rede, então eu costumo dizer que eles são meus braços, tanto que tem espaço de supervisão para eles, estágio extracurricular. Então eles chegam desse estágio, e eles também me referenciam nesses casos, eles acompanham alunos inclusos, então a gente tem um espaço mensal de supervisão também da atuação deles lá. Então é uma reflexão da prática. Nós sentamos para estudar, ler autores, fazer estudos de casos, esse seria o eixo de formação.
Também dentro desse eixo eu faço interface com a educação especial, então eu faço as AEE’s que é o atendimento Educacional Especializado, que são com professores especialistas. Então nesse eixo eu atuo a saúde e inclusão dos alunos. Então criança que tem deficiência, ou física, ou sensorial, intelectual, autismo, nós atuamos em equipe com essas crianças, para adaptar currículos, orientar escola, família.
As segundas feiras eu estou em outro eixo, da medicina do trabalho, então não fico aqui, fico na prefeitura, e lá eu faço também uma outra interface, mas como psiquiatra. Então lá eu atendo educadores em processo de adoecimento ou readaptados ou afastados do posto de trabalho, então a gente foca a saúde do trabalhador. E aqui eu estou no eixo da gestão, caminho com elas aqui na supervisão técnica, tenho um diálogo direto com a supervisão geral, então é um espaço de liderança, fico aqui e fico nas escolas quando elas me acionam. 
Onde é e como é seu local de trabalho?
Nas escolas 86 escolas municipais de limeira, prefeitura e aqui, no colégio acadêmico, no eixo da gestão.
Em sua opinião, quais são as condições necessárias para a realização de seu trabalho? Você as tem? Você tem autonomia nas suas decisões com outros profissionais? Se sim, quais?
Sim, bastante. Eu acho que assim, atuar sempre nas políticas públicas nos leva a assumir desafio. É um engessamento, falta de recursos, uma política falha, uma demanda muito grande, serviços ainda precários. Mas aqui na secretaria, como eu tenho a experiência de atuar na assistência, eu vejo que aqui há uma valorização muito grande do profissional da psicologia e também um investimento, então estou sempre buscando, participando de congressos, fazendo, mesmo dentro da equipe, uma trabalho multiprofissional, mas o que cabe a psicologia eu tenho bastante autonomia.
Você, nas suas atividades, trabalha com outros profissionais? Se sim, quais?
Assistentes sociais, as professoras especialistas, chamadas de AEE’s, tem também as ADE’s que são as supervisoras de ensinos que atuam juntamente com os diretores nas escolas, e os professores, meu principal público alvo são os professores.
Você se considera satisfeito com seu trabalho, atualmente? Poderia nos explicar os motivos disso?
Sim, estou bastante, é um momento novo, é um trabalho novo. Um dos motivos é poder colaborar, bom eu não vou poder mudar toda uma realidade que já é estabelecida culturalmente, é uma herança histórica, todas as questões aí referidas no cenário das escolas públicas brasileiras. Acho que um dos componentes que a gente vem se confrontando agora, é a violência, como um sintoma na escola, todas as vulnerabilidades sociais que impactam a aprendizagem do aluno, porém poder colabora um pouco, criar um diálogo com os colaboradores, com as famílias, poder colabora com a expansão de conhecimento, e criar ações
Eu acho que é algo bastante novo e bastante valoroso também, que é partir do trabalho, por exemplo, da formação das habilidades e competências socioemocionais na escola nos podemos atingir uma condição, um nível mais adequado de aprendizagem
População atendida
Como se caracteriza a clientela atendida por você em relação à faixa etária, sexo, classe social, escolaridade?
Bom, hoje dentro da atuação dos territórios, os periféricos são tidos como de altíssima vulnerabilidade, e quanto mais vulnerável o território menor é o índice de aprendizagem, então nesses territórios nós fazemos um investimento maior, geralmente tanto a equipe escolar quanto os usuários, as famílias dos alunos apresentam uma realidade cultural, social, econômica, bastante precária. Nós falamos em família e alunos em vulnerabilidade, em risco social, e aí isso impacta toda a aprendizagem, porque essas famílias não entendem ainda o valor social da escola, o valor social da aprendizagem para a vida e desenvolvimento da criança. Eles lutam pela sobrevivência básica. E por isso se tornam nosso território de mais enfoque.
Em relação a faixa etária, nós atendemos um público desde o berçário, depois tem o M1, M2, e depois o fundamental do primeiro ao quinto ano, 10, 11 anos, depois eles migram para o estado, onde a gente não tem acesso. Eu não tenho muito o índice de gênero, quem geralmente faz as tabulações são as assistentes sociais.
De que maneira essas pessoas chegam ate você (por ex., por iniciativa própria, encaminhadas a você diretamente, encaminhadas à instituição etc.)
Eu não atuo em lobo com as crianças, eu fico na parte da gestão com as equipes. Eu costumo dizer que os atores, os educadores são os multiplicadores, então eles vêm para a formação e junto com a assistência social eles vão atuar com as crianças, dentro da perspectiva social e pedagógica. Os casos que precisam de atendimento psicológico eu faço o acolhimento, então a assistente social me referência o caso, eu atendo a família, acolho a família, faço uma observação com a criança e daí nós atendemos intersetorialmente. Então dai nós vamos buscar pelo laboratório de saúde mental a criança que demanda uma ação na APAE, na ARIL e aí essa criança vai ser encaminhada.
Em sua opinião, qual a imagem que a população tem do psicólogo e da psicologia?
Ainda clínica, isso é predominante. Eu acho que ficou como rótulo da profissão, quando se fala em psicologia, a perspectivaque a pessoa tem é da escuta clínica. Não é raro eu estar visitando uma escola e os professores entenderem que eu atenderei algum aluno. Não, dentro do set educacional nós não podemos fazer clínico. São ações socioeducativas. Hoje eu vejo a visão do psicólogo ser médico de louco um tanto pequena, porque hoje existe uma busca ativa por esse profissional.
Em sua opinião, quais são as contribuições que a profissão tem dado à sociedade como um todo?
Transformação de pessoas, fortalecimento das potencialidades, autoconhecimento, empoderamento, que é uma terminologia do social que eu acabo me apropriando tanto, porque eu acho importante, principalmente com adolescente o empoderamento e o protagonismo.
As pessoas se tornarem mais competentes para gerirem a própria vida, fazer gestão das emoções, e isso vai reverberar no campo das relações, convivência em grupo, desempenho, então eu vejo dessa perspectiva.
Formação profissional na graduação
No seu ponto de vista, quais são os requisitos necessários para a formação do profissional para a sua área de atuação? Seu curso de formação na graduação atendeu esses requisitos?
Parcialmente, eu vejo que a formação na graduação é um leque que se abre, para que você possa fazer contato com um pouquinho de cada área. Porém eu acho que o que vai trazer uma constância maior, isso inclui um embasamento maior, são as especialidades, quem quer migrar para a carreira acadêmica, mestrado e doutorado, então vejo a formação de uma maneira continuada. Por exemplo eu estou aqui agora realizando um mestrado nessa área, então temos que buscar instrumentos, informações, conhecimento para fomentar a prática
Há necessidade de formação posterior à graduação para que se possa trabalhar na sua área de atuação? Como foi com você
Está sendo, embora eu já vim especialista em neuropsicologia, agora eu comecei o mestrado. E os cursos mais acessíveis, sempre dentro da perspectiva psicologia educacional.
Mercado de trabalho	
Qual a situação atual do mercado de trabalho na sua área (para recém-formados e mais experientes)?
Eu vejo ela mais restrita, é uma prática muito nova, aqui no município ela é estreita, não tem muito campo, acho que agora, depois da educação inclusiva as escola estão buscando por esse profissional, então talvez daqui um tempo o psicólogo vai ser obrigatório nas escolas.
E no futuro, como será este mercado, em sua opinião?
Imenso, porque a sociedade contemporânea está no processo de produção de novas psicopatologias, e onde recai isso? Nas escolas e lá é o cenário de atuação das crianças. Lá que recai todas as vulnerabilidades, questões de ordem familiar, a questão da droga, violência. Então a tendência é que a escola, dentro desse momento que ela está acolhendo toda essa diversidade além das deficiências, ela precise também buscar um novo enfoque, a nova escola para atender o novo aluno.
Como foi sua entrada no mercado de trabalho? Como chegou à posição que ocupa hoje?
Concurso público, eu comecei a clínica em 2000, em 2003 eu já estava aqui.
Em termos de remuneração, como são as condições da sua área? Você saberia citar valores médios de remuneração?
Agora ficou muito bom, porque agora nós temos o plano de carreira, então com o passar do tempo, das formações, vai agregado ao salário, mas para quem entra o salário poderia ser um pouquinho melhor. O salário base do psicólogo está em torno de 4.200, para quem atuar depois do concurso. Agora, as escolas particulares pagam muito menos, assim, é até abaixo. Eu se,i porque já atuei em particular e minha hora era como a hora/aula do professor.
Entrevista 3
Caracterização do campo (contexto, área) de atuação
Descreva sua atividade como psicólogo, isto é, descreva especificamente o que faz e como faz como profissional neste local
Na escola, a gente atua muito diferente da clínica, então a gente atua como orientadora educacional. O que nós fazemos? Toda a parte de orientação para aluno e para os pais, então normalmente eu fico mais no trabalho com o fundamental II e Ensino Médio, que a gente puxa um pouquinho mais, tem as oficinas (existe as oficinas educacional, que agente trabalha o socioemocional, junto com a auto regulação da aprendizagem, e a oficina vocacional, que é voltada para ensino médio, onde eu faço atividades voltadas para o profissional).
Eu fico na escola no período da tarde e um outro psicólogo fica no período da manhã. É importante que eu fique no período da tarde porque tem o Fundamental I estudando, então precisando de orientação, às vezes na sala, a gente atua com orientação. Para os menores é um pouco menos corriqueiro, é só quando acontece algum conflito alguma coisa desse tipo. Para os maiores a partir do fundamental II nos atuamos com orientação educacional, que é montar planilha de horário de estudo, montar rotina, chamar os pais quando precisa, quando vê alguma dificuldade, e vice-versa. Os pais também sabem que tem essa abertura, ai se eles precisarem, perceberem alguma coisa em casa eles também procuram por nós, porque é importante que eles saibam que precisa existir essa parceria entre escola e família, isso é bem enfatizado para os pais desde quando eles colocam os filhos aqui, é enfatizado que a escola faz um trabalho eficaz muito mais bem feito quando os pais estão em parceria.
Esse é o diferencial, a gente ter um olhar individualizado para cada aluno, e eu acho que esse nosso serviço de orientação ajuda bastante a escola nessa questão. Porque às vezes numa sala de aula os professores não tem muito essa visão, ainda no período da tarde consegue ter mais, por ficar com eles o dia todo, a professora conhece cada um, sabe mais individualmente quem é quem. No período da manhã essa passagem é muito mais rápida, eles trocam muito de professor, então às vezes não tem esse contato tão aprofundado, então aqui eles podem ter esse refúgio, tem essa opção de vir até nós, conversar, e eles sentem muito bem com isso, se sentem seguros sabendo que tem essa opção dentro do colégio.
Onde é e como é seu local de trabalho?
Bom, eu atuo nessa sala aqui, é um pouco pequena, mas basta por enquanto. Divido a sala com a psicopedagoga também, que fica naquela mesa ali. É bem localizada na escola, então é fácil para me encontrarem, e tem o que eu preciso.
Em sua opinião, quais são as condições necessárias para a realização de seu trabalho? Você as tem? Você tem autonomia nas suas decisões com outros profissionais? Se sim, quais?
Eu trabalho com outro psicólogo, então tudo é conversado, tudo o que fazemos, por exemplo as oficinas, como eu só estou no período da tarde, sou eu que monto as oficinas com os alunos, mas tudo é passado por ele também, assim como o que ele faz ele passa para mim. Por quê? A gente tem que ter esse feedback, por exemplo, vem um aluno conversar com ele, de repente ele (o aluno) precisa de um respaldo a tarde e o Rafa não está aqui, então eu preciso saber o que está acontecendo. A gente tem autonomia, mas sempre os dois juntos.
Além disso no inicio do ano a gente tem a reunião da escola, com a coordenação, com as professoras, para falar do planejamento do ano, tudo o que a gente pretende fazer de trabalho aquele ano, tudo o que a gente pensou em realizar, mas tem que ser passado na reunião, porque a gente não trabalha sozinho. Então a escola dá essa autonomia para gente, mas no início do ano passamos o planejamento.
Você, nas suas atividades, trabalha com outros profissionais? Se sim, quais?
Sim, trabalho com outro psicólogo e toda a equipe pedagógica, então, psicopedagoga, professores, coordenadores, direção. A gente tem uma equipe muito bem formada para poder estar ajudando em todas as questões que a gente vai fazer com os alunos, como atuaremos, e posso dizer que a gente trabalha diariamente com todos esses profissionais. Por exemplo eu estou fazendo alguma coisa aqui e eu preciso de uma informação que eu não tenho, quem tem é o coordenador, então eu preciso ir lá, trocar ideia com ele, diariamente a gente trabalha com todos os profissionais do colégio.
Você se considerasatisfeito com seu trabalho, atualmente? Poderia nos explicar os motivos disso?
Sim, estou muito satisfeita, lógico que a gente sempre quer melhorar e tem melhorias para serem feitas, mas eu gosto muito dessa interação com eles, então eu fico satisfeita assim, só o fato de eu poder está auxiliando, ajudando em alguma questão que eles tem, já me deixa muito bem, a gente se sente útil para eles. Porque muitas vezes eles vêm de casa e não tem segurança para conversar sobre determinado assunto. Aí eles veem isso aqui na gente, não só em mim e no Rafa, mas nos professores também. Fora que você tem que gostar muito da área, porque lidar com criança não é fácil, então você tem que amar muito o que você faz.
População atendida
Como se caracteriza a clientela atendida por você em relação à faixa etária, sexo, classe social, escolaridade?
Não tem como te falar, é uma mistura. E como eu comecei esse ano com a orientação eu ainda não tenho uma média para te dar, é muito recente, mas o que eu posso te dizer é que é mais fácil que as meninas se sensibilizem com o serviço e queiram procurar e queiram ajuda. Agora de idade não tem. Geralmente a média de idade da escola é de seis a dezessete anos e os pais como consequência. A classe social é média alta. Nosso trabalho é mais focado para o Fundamental II e o Médio, mas se precisar eu também atendo o Fundamental I.
De que maneira essas pessoas chegam até você (por ex., por iniciativa própria, encaminhadas a você diretamente, encaminhadas à instituição etc.)
Ou eles vêm por iniciativa própria, os pais ou os alunos também, ou encaminhados pelo professor, pelo coordenador, depende da situação. Às vezes acontece alguma situação em sala, a coordenação está sabendo, foi de manhã e eu nem o Rafa estávamos disponíveis, aí chega a tarde ai o coordenador entra em contato pedindo pra eu resolver. São N maneiras não tem uma específica.
Em sua opinião, qual a imagem que a população tem do psicólogo e da psicologia?
Hoje em dia eu acho que ainda existe muito aquele imagem, estereotipada mesmo, de “não estou louco para ir num psicólogo”, acho que todo mundo já ouviu isso, ou às vezes, por mais que esteja mudando, e eu tenho fé que vai mudar muito ainda, mas muita gente vai escondido no psicólogo. Eu tenho clientes que chegam lá e a família não sabe, porque não quer ser taxada de louco. Então acontece muito isso. Na verdade, o problema é de quem está ao redor e de quem se permite ficar chateado numa situação dessa, de quem se atinge com isso. Porque na verdade todo mundo deveria fazer terapia, eu acho que quanto mais a gente se conhece, mas a gente contribui com a sociedade, mais a gente dá o melhor para o outro. Não sei se vocês concordam comigo, mas hoje em dia ainda se tem muito essa visão. Eu ouço também da minha família.
Em sua opinião, quais são as contribuições que a profissão tem dado à sociedade como um todo?
Eu acho que as contribuições são diversas, é o que eu acabei de falar, quanto mais a gente se conhece, mais a gente contribui como individuo para a sociedade. A psicologia vem para ajudar o ser humano a construir sua história, a olhar para sua história, olhar para o seu passado, ver quem realmente ele é, o que ele quer para o futuro, então quanto mais a gente consegue se olhar dessa maneira, eu acho que um ser humano melhor a gente se torna.
Eu acho que no mundo de hoje da forma como tem sido, que a gente tem visto tanta coisa acontecer, tanta gente que não olha para o outro, não tem compaixão pelo outro, eu acho que a nossa profissão, e nisso eu me sinto até honrada em fazer parte, eu acho que é fundamental.
Eu vejo a psicologia uma profissão do futuro, porque cada vez mais a gente tem visto as pessoas passarem por cima dos sentimentos dela por outras questões, para conseguir outras questões, seja financeiro, seja ao orgulho mesmo, as pessoas passam por cima de emoções importantes para poder se sentir realizado em outra área e muitas vezes não se sente, porque está sempre em busca de algo que não vai se concretizar, porque ela mesmo não se conhece. Então eu acho que a psicologia vem muito nessa questão de você olhar para o próximo, dar o seu melhor para o outro e isso vai se refletindo na sociedade num geral.
Formação profissional na graduação
No seu ponto de vista, quais são os requisitos necessários para a formação do profissional para a sua área de atuação? Seu curso de formação na graduação atendeu esses requisitos?
Olha eu acho que para o curso de formação, para além de técnica, eu acho que as faculdades hoje tem que se preocupar muito com a ética. Com a questão do profissional ser humano. Porque a gente vê muito isso de “aí eu vou me tornar psicóloga, mas se você não é humano antes de pensar no dinheiro que você vai receber, você não vai fazer um bom trabalho. Porque você lida com vidas. Nós não somos médicos de corpo, mas nós somos médicos de alma. Então é um peso absurdo quando a gente parar para pensar nisso, porque a gente sabe que as doenças da mente adoecem o corpo também, é a psicossomática.
Eu acho que assim, primeiramente a ética, é fundamental, seja para qualquer área de atuação, seja para a escola, clínica seja para qualquer instituição que você for atuar. Eu acho que é imprescindível. A ética, a questão da humanidade, em primeiro lugar. Aí logico tem as formações técnicas, eu acho que isso eu nem ressalto como mais importante porque isso depois da faculdade nós vamos buscar sempre, não vai parar ali.
Há necessidade de formação posterior à graduação para que se possa trabalhar na sua área de atuação? Como foi com você?
Eu acho que para qualquer área, é necessário sim a gente sempre se atualizar, estar sempre buscando o que tem de mais novo. Não basta parar na graduação porque aí fica algo retrógrado, a gente para no tempo. Falando da área da educacional, nós estamos lidando com crianças e adolescentes, eles estão a todo momento se desenvolvendo e mostrando coisas novas. Hoje eu fui surpreendida com outra coisa nova que eu nunca tinha ouvido falar, porque é da área deles, é do mundo deles. Eu falo que eu gosto muito de trabalhar em escolas porque parece que a gente nunca cresce, a gente evolui, mas a gente nunca cresce, só passa de idade. Porque a gente fica ali no mundo deles, sempre, na adolescência, na infância deles, se atualizando com as coisas que eles trazem.
Mercado de trabalho	
Qual a situação atual do mercado de trabalho na sua área (para recém-formados e mais experientes)?
Ainda não está como deveria, não tem a quantidade de psicólogos necessários na área, eu acho que atualmente a gente ainda está passando por essa situação. Eu acho que é uma falta de consciência dos gestores, porque leis a gente já tem. Eu acho que as escolas tem que ter essa consciência, e é muito retrógrado sim.
E no futuro, como será este mercado, em sua opinião?
Ah a gente tem que ter fé, eu acredito de verdade é que a profissão do futuro, que vai aumentar, que vai estar em todas as partes os psicólogos, porque o mundo precisa, e cada vez mais, de pessoas especializadas.
Como foi sua entrada no mercado de trabalho? Como chegou à posição que ocupa hoje?
Nada fácil. A minha inserção inicial foi pela área clínica e foi muito difícil e é até hoje, porque existe primeiro esse preconceito de que não quero/não preciso de psicólogo, ai quem vem já olha “nossa você vai me tratar, mas você é tão novinha” então eu acho que nesse caso as mulheres sofrem mais, pois são vistas dessa forma, já que essa historia de ser novo não afeta tanto os homens.
E isso você vai mudando com o seu trabalho, aí até você ficar conhecido, o que não é fácil. Você vai dar uma palestra ou outra, conhece uma pessoa ou outra e assim vai se encaixando no mercado. E aqui no colégio também não foi fácil, eu entrei quando eu estudava ainda, então eu entrei como auxiliar de classe, isso foi muito bom para mim, porque hoje eu conheço muitos alunos por ter estado dentro da sala e vi dentro de sala. Porque assim, o olhar de um psicólogo fora de sala é um, a gente atende um por vez,quando você vê dentro da sala, fica muito diferente. Então a gente consegue ter essa empatia com o olhar do professor. Que eles falam assim “psicólogo falou que eu tenho que fazer tal e tal coisa”, eles se revoltam, quando você está dentro de sala, você vê que realmente tem coisas que não dá pra ser feito. Então o psicólogo que não tem essa visão, talvez passe orientações que não são viáveis.
Em termos de remuneração, como são as condições da sua área? Você saberia citar valores médios de remuneração?
Bom vou falar pelo que eu vi de media, é dito que o psicólogo educacional ganha em torno de 2 500 para 33h semanais trabalhadas e isso vai trabalhar se você é recém-formado, se está na especialização, quanto mais tempo de carreira você tem, maior o seu salário
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Charlot, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. P.A: Artmed, 2000.
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Costa, C.R Roncaglio, S.M.; Souza, I.E.R.- Momentos em Psicologia Escolar. Curitiba, ED. Juruá,2000.
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DIAS, Ana Cristina Garcia; PATIAS, Naiara Dapieve; Abaid, Josiane Lieberknecht Wathier
PATIAS, Naiane Dapieve; BLANCO, Mabel Hartmann Monte; ABAID, Josiane Lieberknecht (2009)

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