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Psicologia Social - aula 6 1 É uma conseqüência direta do processo de tomada de conhecimento do ambiente social que nos circunda São sentimentos pró ou contra pessoas e coisas com quem entramos em contato Se formam durante o processo de socialização do individuo Normalmente, decorrem dos processos de: Aprendizagem Características individuais de personalidade Determinantes sociais Processos cognitivos Psicologia Social - aula 6 2 Atitude Uma organização duradoura de crenças e cognições em geral Uma carga afetiva pró ou contra alguma coisa ou pessoa Uma predisposição à ação Uma direção a um objeto social “ATITUDE é uma organização de crenças e cognições em geral, dotada de carga afetiva pró ou contra um objeto social definido, que predispõe a uma ação coerente com as cognições e afetos relativos a este objeto”. (Rodrigues A e outros) Psicologia Social - aula 6 3 Allport e as definições para Atitude Psicologia Social - aula 6 4 Psicologia Social - aula 6 5 Para que haja uma atitude com relação a um objeto social definido é necessário que se tenha alguma representação cognitiva desse objeto Algumas representações cognitivas podem ser: Vagas – tendência do afeto ser pouco intenso Errônea – não altera a intensidade do afeto, porém não condiz com a realidade e pode provocar atitudes preconceituosas Psicologia Social - aula 6 6 O componente cognitivo É o componente mais característico das atitudes Toda atitude possui uma conotação afetiva Atitudes diferem das crenças e opiniões justamente porque estas não possuem uma conotação afetiva, embora possam dar um tom de afeto positivo ou negativo em relação a um objeto social predispondo à ação Os componentes cognitivo e afetivo de uma atitude tendem a ser coerentes entre si Psicologia Social - aula 6 7 O componente afetivo Ex p. 99 Todas as atitudes possuem um componente ativo que provoca comportamentos coerentes com as cognições e os afetos relativos aos objetos atitudinais As atitudes nos movem à ação, nos levam a... Criam um estado de predisposição a determinadas ações que se, combinadas com a situação desencadeante, resulta em comportamento Nem sempre o comportamento é coerente a atitude sobre determinado objeto social Psicologia Social - aula 6 8 O componente comportamental Ex das torcidas de futebol que levaram para o carnaval as atitudes dos campos Ex a lei contra a discriminação racial e de gênero Atitudes apresentadas e seus componentes: Cognitivos Afetivos Comportamentais Psicologia Social - aula 6 9 Nos filmes a seguir identifique: Menino e o mercedes Marido Defendem que os 3 componentes presentes das atitudes devem ser internamente consistentes Porém nem sempre o comportamento se mostra coerente com os componentes cognitivos e afetivos em relação o objeto atitudinal Nem sempre o comportamento é determinado pelo o que as pessoas gostariam de fazer, mas muitas vezes, pelo o que elas acreditam que devam fazer Além dos componentes afetivos e cognitivos em relação a um objeto atitudinal, outras questões interferem no comportamento, tais como: Normas, leis, hábitos Psicologia Social - aula 6 10 Teorias de consistência (Festinger e Heider) Psicologia Social - aula 6 11 Um comportamento pode resultar de múltiplas atitudes Pesquisas realizadas por Sivaceck e Crano (1982) mostraram que: “A correspondência entre atitudes e comportamento será tanto maior quanto maior for o interesse investido pela pessoa no conteúdo atitudinal”. Psicologia Social - aula 6 12 Interesse no conteúdo atitudinal Ex do experimento sobre aumento da idade mínima para consumo de álcool: Sujeitos com 18,5 anos – 8,97 média de telefonemas dados para convencer outros a votar contra a nova lei Sujeitos com 19,5 anos – 3,77 média de telefonemas dados para convencer outros a votar contra a nova lei Sujeitos com 21,5 anos – 1,25 média de telefonemas dados para convencer outros a votar contra a nova lei p.103 Psicologia Social - aula 6 13 Estudos de Fishbein e Ajzen – prever a intenção de uma pessoa a praticar determinado comportamento Psico – Estratégias e Intervenção Psicológica - Supervisão de Estágio 3 14 Valores Valores Representam convicções básicas de que um modo específico de conduta ou de condição de existência é individualmente ou socialmente preferível Contém um elemento de julgamento baseado no que o indivíduo acredita ser certo ou errado Costumam ser relativamente estáveis e duradouros, com pouco espaço para a ambigüidade São importantes porque estabelecem a base para a compreensão das atitudes e da motivação, além de influenciarem nossas percepções Pessoas de um mesmo grupo (social, igreja, familiar, empresa) tendem a ter valores similares Psico – Estratégias e Intervenção Psicológica - Supervisão de Estágio 3 15 Rokeach Valeu Survey (RVS) Consiste em dois conjuntos de valores, cada qual com 18 itens: Valores terminais: refere-se a condições de existência desejáveis. Este referem-se a metas que uma pessoa gostaria de atingir durante sua vida Valores instrumentais:contem os modos preferenciais de comportamento ou os meios para se chegar às metas dos valores terminais Diversos estudos confirmam que os valores de RVS variam muito de um grupo para outro Essas diferenças são importantes quando diferentes grupos se unem para discutir ou resolver conflitos, negociar condições etc. Psicologia Social - aula 6 16 Levantamento de valores de Rokesch Classificação dos principais valores dos grupos de executivos, de sindicalistas e de ativistas(apenas as 5 primeiras posições) Executivos Sindicalistas Ativistas Valores terminais Valores instrumentais Valores terminais Valores instrumentais Valores terminais Valores instrumentais 1. Respeito por si próprio (auto-estima) 1. Honestidade 1. Segurança familiar 1. Responsabilidade 1. Igualdade 1. Honestidade 2. Segurança familiar 2. Responsabilidade 2. Liberdade 2. Honestidade 2. Paz mundial 2. Ser prestativo 3. Liberdade 3. Capacidade 3. Felicidade 3. Coragem 3. Segurança familiar 3. Coragem 4. Sentido de realização 4. Ambição 4. Respeito por si próprio (auto-estima) 4.Independência 4. Respeito por si próprio (auto-estima) 4. Responsabilidade 5. Felicidade 5.Independência 5. Amor maduro 5.Capacidade 5. Liberdade 5.Capacidade Psicologia Social - aula 6 17 Ex. um estudo comparou grupos de executivos, membros do sindicato dos metalurgicos e membros de um grupo de ativistas comunitários (fonte: baseado em w.c. Frederick e J. Weber “the values of corporate managers and theis critics: na empirical description and normative implications” in W.C.Frederick e L.E.Preston (orgs), Business Ethics?: resaerch issues and empirical studies. Greenwich. Jal Press, 1990, p.123-144) Comportamento Organizacional, Robbins S. Ed Pearson) Psicologia Social - aula 6 18 Valores no trabalho em 4 grupos de diferentes gerações na força de trabalho nos EUA (Comportamento Organizacional, Robbins S. Ed Pearson) Valores do trabalho dominantes na força de trabalho atual Grupo Ingresso no mercado de trabalho Idade atual aproximada Valores trabalhistas dominantes 1. Veteranos Anos 50 ou início dos anos 50 Mais de 60 anos Trabalho árduo, conservadorismo, conformismo, lealdade à organização 2. Babyboomers 1965 a 1985 De 40 anos a 60 anos Sucesso, realização,ambição, rejeição ao autoritarismo, lealdade à carreira 3. Geração X 1985 a 2000 De 25 anos a 40 anos Estilo de vida equilibrado, trabalho em equipe, rejeição a normas, lealdade aos relacionamentos 4. Geração Y De 2000 em diante Menos de 25 anos Auto-confiança, sucesso financeiro,independência pessoal junto com trabalho em equipe, lealdade a si mesmos e aos relacionamentos São categorias gerais também dotadas de componentes cognitivos, afetivos e que também predispõe comportamentos São diferentes das atitudes por sua generalidade enquanto as atitudes são mais específicas Um atitude pode derivar de diferentes valores Psicologia Social - aula 6 19 Valores Propuseram uma escala padronizada para classificar as pessoas de acordo com a importância que davam aos seguintes valores: Teoria: ênfase nos aspectos racionais, críticos, empíricos e busca da verdade Estética: ênfase em harmonia, beleza de formas, simetria Praticalidade: Ênfase em utilidade e pragmatismo, dominância de enfoques de natureza econômica Atividade social: ênfase em altruísmo e filantropia Poder: ênfase em influencia, dominância e exercício do poder em varias esferas Religião: ênfase em aspectos transcendentes, místicos e procura de um sentido para a vida Psicologia Social - aula 6 20 Allport, Vernon e Lindsey (1951): classificação de valores Atitudes podem ser aprendidas: Por reforço e punição Por modelagem: tendemos a adotar as atitudes de outras pessoas que são importantes para nós Psicologia Social - aula 6 21 Formação das atitudes Servem para ajudar-nos a lidar com o ambiente social: Permitir a obtenção de recompensas e evitar as punições e castigos Proteger a auto-estima e evitar ansiedade e conflitos Ajuda a ordenar e assimilar informações complexas Ajuda a refletir sobre nossas convicções e valores Estabelecer nossa identidade social Psicologia Social - aula 6 22 Função das atitudes Psico – Estratégias e Intervenção Psicológica - Supervisão de Estágio 3 23 Mudança de atitude Baseado nas concepções gestaltistas relativas à percepção de coisas, procurou adaptar os mesmos princípios à percepção de pessoas Simetria, boa forma, proximidade, semelhança, etc são princípios explicadores de nossa organização perceptiva das coisas que nos rodeiam, também aplicados nas situações sociais em que a tônica recai sobre a percepção de pessoas e de suas relações com outras pessoas e objetos Psicologia Social - aula 6 24 O principio do equilíbrio de Fritz Heider (1946) Se um percebedor p contempla um quadro de arte do qual gosta muito e descobre posteriormente que tal quadro foi pintado por um amigo seu, tal situação é perfeitamente assimilada por p – trata-se de um todo harmonioso Em linguagem gestaltica, a percepção de um objeto, x, e uma outra pessoa , o, formam uma relação unitária (autor e sua obra são percebidos como um todo indivisível), a situação p gosta de x, p gosta de o e o está unido a x formam um todo harmoniosos percebido por p – é uma situação equilibrada Mas se p gosta de o, mas o não gosta de p, a situação será desequilibrada e gerará tensão (caso não seja modificada através de mudança de atitude ou de reorganização cognitiva) Psicologia Social - aula 6 25 Equilíbrio e desequilibrio p o p p p o o o Situações equilibradas Situações desequilibradas Atitides positivas Atitudes negativas Mudança da relação p/o Mudança da relação p/x Mudança da relação o/x Diferenciação Ex. p é amigo de o ; p é contra a pena de morte; o é a favor da pena de morte Psicologia Social - aula 6 26 Existem 4 maneiras de tornar-se equilibrada uma situação triádica desequilibrada: p o x Situação pox desequilibrada p p p o o o x x x O passa a ser contra a pena de morte P passa a ser a favor da pena de morte P passa a não gostar de o o2 p x p goste de o1, mas não gosta de o2 (ou seja, quando se trata de pena de morte , p não gosta de o1 o1 As pessoas buscam equilíbrio e concordância e preferem gostar a desgostar de outros Forças de tendenciosidade cognitiva: equilíbrio, concordância e positividade Festinger : busca explicar o vínculo existentes entre atitudes e comportamentos. Afirmava que nós procuramos um estado de harmonia em nossas cognições Cognição entendido como qualquer conhecimento, opinião ou crença acerca do ambiente, da própria pessoa ou de seu comportamento A dissonância é uma inconsistência. É qualquer incompatibilidade percebida entre atitude e comportamento que gera um desconforto, um conflito (pressão) interno e provoca a busca de uma solução por parte do indivíduo. Psicologia Social - aula 6 27 A teoria da dissonância cognitiva de Festinger (1950) Afirmava que nós procuramos um estado de harmonia em nossas cognições Cognição entendido como qualquer conhecimento, opinião ou crença acerca do ambiente, da própria pessoa ou de seu comportamento Psicologia Social - aula 6 28 A teoria da dissonância cognitiva de Festinger Psicologia Social - aula 6 29 Principais proposições de Festinger Dissonância cognitiva é um estado desagradável Havendo dissonância cognitiva o individuo tenta reduzi-la ou eliminá-la e se comporta de forma a evitar acontecimentos que a aumentem Havendo consonância, o individuo se comporta de forma a evitar acontecimentos provocadores de dissonância Após uma decisão segue-se um estado de dissonância e, conseqüentemente, são desencadeados mecanismos de redução de dissonância As principais maneiras de reduzir a dissonância são: Desvalorização dos elementos dissonantes da alternativa rejeitada, Valorização dos elementos consonantes à alternativa escolhida, Tentativa de tornar irrelevantes os elementos dissonantes, Busca de apoio social para a posição assumida No que concerne a mudança de atitude com base na procura de situações consonantes, a mudança será maior quando o curso de ação desejado for obtido através de pequenas recompensas, poucas justificativas, muita liberdade de escolha por parte da pessoa que tenha tomado a decisão, e pouca coerção Você sabe que é errado trapacear na sua declaração de imposto de renda, mas o faz e torce para não ser pego na malha fina Manda seus filhos escovarem os dentes após cada refeição, mas você mesmo não faz isso Você é contra a poluição da natureza, mas administra uma empresa em que é lucrativo despejar detritos no meio ambiente – o que você faz se a decisão depende de você? Psicologia Social - aula 6 30 Exemplos de dissonância O desejo de reduzir a dissonância é determinado: Pela importância dos elementos que a criam Pelo grau de influencia que a pessoa acredita ter sobre esses elementos Pelas recompensas que podem estar envolvidas na dissonância Durante um dia, muitas coisas acontecem a nossa volta de forma a tentar nos fazer mudar de atitude: Anúncios publicitários Mensagens, telefonemas etc. Novas informações ou experiências Para Aronson, cerca de 300 à 4000 vezes ao dia, alguém tenta nos fazer mudar de atitude Uma inconsistência entre os três componentes atitudinais (cognitivo, afetivo ou comportamental) pode resultar uma mudança de atitude Psicologia Social - aula 6 31 Mudança de atitude fedex Psicologia Social - aula 6 32 A influencia do comunicador no fenômeno de mudança de atitude A atitude desejada deve ser provocada através de incentivos e reforçada para que se incorpore ao repertório comportamental da pessoa A comunicação persuasiva deverá revestir-se de incentivos capazes de gratificar o recebedor da comunicação, facilitando sua adoção: Credibilidade e competência do comunicador Percepção por parte do recebedor do interesse ou intencionalidade do comunicador em modificar a sua atitude alteram o resultado da comunicação Psicologia Social - aula 6 33 Comunicação persuasiva Escolha as palavras certas Atitudes Leitura obrigatória: Rodrigues, A., Assmar, E.M.L., Jablonsky, B. Psicologia Social. cap. 3 (Atitudes: conceito, formação e mudança), pp. 97-146. Leitura para aprofundamento: ARONSON, E.; WILSON, T.D.; AKERT, R.M. Atitude e mudança de atitude: influência nos pensamentos e sentimentos. In Psicologia Social. 3ª ed. São Paulo: LTC, 2002, 141-166. Psicologia Social - aula 6 34 Bibliografia da aula Atitudes Leitura obrigatória: Rodrigues, A., Assmar, E.M.L., Jablonsky, B. Psicologia Social. cap. 3 (Atitudes: conceito, formação e mudança), pp. 97-146 e cap 4 (Preconceitos, estereótipos e discriminação) pp.147-176. Leitura para aprofundamento: ARONSON, E.; WILSON, T.D.; AKERT, R.M. Atitude e mudança de atitude: influência nos pensamentos e sentimentos. In Psicologia Social. 3ª ed. São Paulo: LTC, 2002, 141-166. Psicologia Social - aula 6 35 Próxima aula
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