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DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS FARMÁCIA INDUSTRIAL Prof. Flávia Sales Definição Segundo (PRISTA, 1995), chamamos de forma farmacêutica, forma medicamentosa ou forma galênica ao estado final que as substâncias medicinais apresentam depois de submetidas a uma ou mais operações farmacêuticas executadas com o fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico possível. Definição • Operação: fundamenta-se nas transformações físicas sofridas pela matéria-prima na sua forma, dimensão e temperatura. • Processo: quando durante a transformação da matéria-prima ocorrem reações químicas. • Processo de fabricação: conjunto de operações e processos, objetivando transformar uma matéria prima específica em um determinado produto final. Operação unitária é uma etapa básica de um processo. No processamento de leite, por exemplo, homogeneização, pasteurização, resfriamento, e empacotamento são as operações unitárias que estão interligadas a fim de criar o processo como um todo. Um processo tem várias operações unitárias presentes para que possa se obter produto desejado. Definição Para o farmacêutico , é importante conhecer os processos, como estes ocorrem e quando devem ser utilizados? • Operações de pré-‐tratamento Colheita ( manual ou mecânica) Transporte Limpeza Armazenamento Classificação Seleção Seleção - ovo Redução do Tamanho das Partículas e Mistura de Pós • Preparação dos pós: – Espatulação; – Trituração; – Moagem; – Mistura em tambores; – Misturadores mecânicos. Espatulação • Misturas eutéticas: Fenol, cânfora, mentol, aspirina + diluente inerte (MgO2 leve ou Mg(CO3)2 Trituração • Utilizado para cominuição e mistura de pós; • Gral de porcelana e de vidro; • Método de diluição geométrica. Misturador em “V” Tambores Planetários Helicoidais Mecanismos de Mistura • Convecção; • Cisalhamento; • Difusão. Mecanismo de Mistura CONVECÇÃO • A mistura por convecção acontece quando há uma transferência de grupos relativamente grandes de partículas de uma para outra região do leito pulvéreo, como ocorre, por exemplo, quando um misturador de palhetas ou pás desloca- se no seio da mistura; • Essa mistura não ocorre dentro do grupo de partículas, que se movimentam juntas, como uma mesma entidade; • O tempo necessário para obter uma mistura aleatória é prolongado. Mecanismo de Mistura CISALHAMENTO • A mistura por cisalhamento ocorre quando o material desloca- se na forma de camadas, as quais deslizam uma sobre as outras. Mecanismo de Mistura DIFUSÃO Quando o leito do pó é forçado a deslizar ou fluir, sofre dilatação, ou seja, o volume originalmente ocupado pelo leito de pó aumentará. Isso acontece porque as partículas de pó passam a apresentar um empacotamento menos compacto, com aumento dos espaços de ar ou vazios entre essas partículas. Nessas circunstâncias, existe a tendência de que as partículas, por efeito da gravidade, desabem pelos espaços vazios assim criados. Mecanismo de Mistura Durante uma operação de mistura, os três mecanismos de mistura ocorrem com igual probabilidade. O predomínio de um tipo sobre os outros e a extensão com que cada tipo aparece dependem do tipo de misturador, das condições de processo (nível de carga, velocidade etc.) e da fluxibilidade dos componentes pulvéreos da mistura. Granulação Processo no qual se faz com que partículas pulvéreas primárias se aglomerem de modo a formar entidades multiparticuladas maiores, chamadas GRÂNULOS. Dependendo do uso pretendido, os grânulos variam de tamanho entre 0,2 e 4 mm. Na grande maioria dos casos, os grânulos são produtos intermediários, com tamanho entre 0,2 e 0,5 mm, usados para produção de cápsulas ou comprimidos. Granulação • Grânulos a granel: – Pós tamanhos de partícula segregação dos componentes; – Fármacos de baixa toxicidade a serem administrados em altas doses; – Ex: Grânulos de metilcelulose. • Grânulos divisos: – Doses unitárias; – Ex: Grânulos efervescentes; – Acondicionamento. Granulação Mistura dos pós a seco Distribuição uniforme Granulação Comprimidos ou cápsulas Razões para a granulação Prevenir a segregação dos constituintes de uma mistura pulvérea Razões para a granulação Melhorar as propriedades de fluxo da mistura Melhorar as propriedades de fluxo da mistura: Pós Tamanho de partícula, forma irregular e propriedades de superfície Fluxo coeso e de má qualidade Variação de peso Variações no enchimento da matriz de compressão Razões para a granulação Melhorar as características de compactação da mistura. Estágio de secagem Migração do soluto Camada externa ao grânulo Boas características aglutinantes Ligação direta de pontes aglutinante – aglutinante Materiais fracamente aglutinados Facilidade de compactação Comprimidos mais resistentes Métodos de granulação Granulação a seco: Compactação Compactação em rolo Granulação por via úmida: Formação de uma massa da mistura de partículas pulvéreas primárias, usando-se um líquido de granulação; Líquido de granulação: solvente volátil, atóxico e facilmente removido após a secagem; Adição de agente aglutinante; Solventes orgânicos: Fármaco sensível à presença de água e tempo de secagem. Métodos de granulação Métodos de granulação • Granulação por via úmida: Hidrólise Tempo de secagem Estabilidade do fármaco Tempo de duração do processo Métodos de granulação • Granulação por via úmida: Adição de pós a um misturador em “V” Molhagem com a solução aglutinante Granulação Secagem Calibração Métodos de granulação Mecanismos de Granulação • Mecanismos de ligações entre as partículas; • Mecanismos de formação do grânulo. Mecanismos de Ligação entre as Partículas Forças de adesão e coesão em filmes líquidos imóveis, entre as partículas pulvéreas primárias; Forças interfaciais em filmes líquidos móveis, dentro dos grânulos; Formação de pontes sólidas após evaporação do solvente; Forças de atração entre as partículas sólidas; Interligação mecânica. Mecanismos de formação do grânulo. Nucleação; Transição; Crescimento de esfera. Granuladores por via úmida; Extrusão / Esferonização; Granulação com rotores; Granulação a seco. Equipamentos para granulação Granuladores por cisalhamento: Equipamentos para granulação Equipamentos para granulação • Secadores de leito fluidizado Equipamentos para granulação • Misturadores / Granuladores de alta velocidade Equipamentos para granulação • Granuladores de leito fluidizado Compressão Segundo (PRISTA, 1995) entende-se por processo de compressão de comprimidos, submeter o produto previamente preparado a uma pressão exercida entre dois punções no interior de uma câmara de compressão ou matriz, cujo fundo é constituído pelo punção inferior. Os comprimidos resultam da compressão entre dois punções verticais e uma peça perfurada chamada matriz. Compressão O peso do comprimido é determinado pelo método volumétrico, ou seja, pelo volume de granulado que fica aprisionado no sistema punções-matriz, fazendo-se necessário que o produto apresente constância de propriedades físicas, tais como, tenuidade e densidade. A dureza do comprimido está diretamente ligada a pressão exercida sobre o granulado pelo punção superior e depende, portanto, da posição do punção superior quando está no ponto mais baixo do seu curso, posição essa também regulável. Compressão Atravésda compressão temos fricção e atrito, porém como o processo é adiabático, ou seja, há troca de calor com o meio a temperatura interior do produto aumenta levemente sua temperatura. Se a compressão for muito alta, tem-se o risco de obtenção de comprimidos não desagregáveis. Portanto, a compressão deve ser regulada de acordo com as possibilidades de aglutinação dos pós. Compressão Reologia farmacêutica Reologia é a parte da físico-química que trata das características de fluxo de sistemas sólidos, semissólidos e líquidos. Reologia farmacêutica
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