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Abdome Agudo Dor Aguda versus Dor Crônica - Aguda: dor de início a poucos dias, com piora de intensidade até o dia da avaliação (considerando um intervalo arbitrário de 12 semanas). - Crônica: dor que não se altera ao longo do intervalo considerado até o dia da avaliação. - Subaguda: não se encaixa nas definições acima, diagnóstico diferencial para dores agudas e crônicas Diagnóstico diferencial de abdome agudo Abdome Agudo Inflamatório - Sinais: febre, vômito, taquisfigmia (aceleração do pulso), desidratação, palidez cutaneomucosa. - Exame físico: Resistência à palpação profunda e superficial (gera muita dor) Sinal de Blumberg Positivo (dor à descompressão brusca) Diminuição de ruídos hidroaéreos Palpação de plastrão (massa palpável em fossa ilíaca direita: reação peritoneal à apendicite) Percussão dolorosa Apendicite - Diagnóstico eminentemente clínico. É dificultado em crianças menores de dois anos, mulher de idade fértil e idosos – nesses casos, exame de imagem é exigido. - Dor periumbilical em pacientes jovens e em fossa ilíaca direita em pacientes mais velhos. - Rovising (1), Lapinski (2) e Blumberg positivos. Compressão de fossa ilíaca esquerda, gerando dor em fossa ilíaca direita. Semelhante ao Lasègue: estende-se e eleva-se o membro inferior direito. Se positivo, paciente tem dor à palpação em fossa ilíaca direita. Pancreatite Aguda - Dor em abdome superior de início súbito, em faixa (ou barra), intensa, com irradiação para o dorso, associada a náuseas e vômitos. Geralmente aparece após a ingestão de alimentos. - Processo inflamatório do pâncreas por ativação indevida das enzimas digestivas, provocando edema, hemorragia, necrose do pâncreas e ativação de resposta imune sistêmica. - Etiologia: alcoólica, biliar, pós-traumática, hipertrigliceridemia, hipercalcemia, medicamentosa. Colecistite aguda - Se a dor se iniciou até 72h, o indicativo é realizar cirurgia (laparoscopia). Se a dor se iniciou há mais de 72h, o procedimento clínico é preferencial (operar eletivamente ou se não houver bom prognóstico). - Pode ser decorrente de colelitíase (pedra na vesícula) - Dor em hipocôndrio direito, Murphy positivo. - Dor prolongada (>6h), aparece com alimentação de alimento gorduroso. - Prevalente nos quatro F’s: Forty (40 anos), Female, Fat, Fertile. - Colecistite Alitiásica: aumento da viscosidade da bile e hipoperfusão da vesícula biliar, gerando estase funcional. O tratamento é cirúrgico. Fatores de risco consistem em choque, IRA, uso de NPT, febre, jejum prolongado, restrição hídrica, desidratação, uso de opiáceos. Diverticulite - Dor mesogástrica e em fossa ilíaca esquerda. - Diarreia com sangue e muco, acompanhada de febre. - Paciente acima de 40 anos. Clínica semelhante à da apendicite, mudando apenas o lado da fossa ilíaca. - Em pacientes idosos, a doença pode ter curso arrastado, sem sinais de irritação peritoneal e sem febre. - Diverticulite não complicada: antibióticos, dieta pobre em resíduos. - Diverticulite complicada: tratamento intervencionista ou cirúrgico. Pielonefrite - Infecção na cápsula do rim. Dor lombar e febre caracterizam. - História prévia de cistite - Giordano positivo (punho-percussão em fossa lombar do paciente, mais precisamente em região de flancos. Se o paciente relatar dor, o sinal é positivo). Doença Inflamatória Pélvica - Dor a palpação em região abdominal inferior, hipertermia vaginal, febre, dor à palpação das regiões anexiais, dor à mobilização do colo uterino, secreção vaginal ou cervical anormal, massa pélvica, abaulamento de fundo de saco de Douglas, sinais de irritação peritoneal. Abdome agudo obstrutivo - Sintomas característicos: Parada de eliminação de fezes e flatus Dor abdominal difusa em cólica Distensão Peristaltismo visível pode aparecer. - História Pregressa da Moléstia Atual: Perguntar ao paciente se já realizou cirurgias prévias abdominais. Esse tipo de cirurgia pode gerar Bridas – fibrose intra-abdominal na qual o intestino se enrola e obstrui a luz. - Exame físico: Na ausculta, ocorre aumento dos ruídos hidroaéreos em região antes do ponto de obstrução. - Diagnóstico: Por exame de imagem. Abdome agudo perfurativo - Sintomas característicos: Dor súbita, forte e em facada Febre com sudorese fria Queimação, empachamento (barriga cheia), regurgitação - HPMA: Úlcera Gástrica - Exame Físico: Dor à palpação superficial e profunda em todo o abdome Abdome em tábua (endurecido à palpação) Percussão dolorosa com desaparecimento da macicez hepática. Ruídos hidroaéreos diminuídos - Diagnóstico: Raio x (achado de pneumoperitônio). Abdome agudo Vascular ou Hemorrágico - Sintomas característicos: Paciente hipotenso e em Choque (pálido, sudorese fria) Dor abdominal difusa e súbita. Vômito com líquido escuro e de odor necrótico, claudicação abdominal Toque retal com saída de líquido necrótico. - Ocorre principalmente devido à rotura na aorta (por aneurisma, dissecção) - O acúmulo de sangue retroperitoneal gera dois sinais: - Cullen: hematoma periumbilical - Grey-Turner: hematoma bilateralmente em região de flanco. Abdome Isquêmico - Sem alteração física, mas há muitas queixas. - Ocorre por obstrução arterial (como aterosclerose) - Logo após a alimentação, o sangue vai para o estômago e o paciente sente significativo aumento de intensidade da dor no abdome.
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