Buscar

Abdome agudo & Abdome agudo inflamatório

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceitos
Sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal que requer intervenção de emergência 
(clínica ou cirúrgica).
Dor visceral -> dor parietal -> dor referida
Dor aguda: sem período definido, duração de dias, piora progressiva.•
Dor somática/parietal: dor na pele, inervação de fibras mielinizadas, inerva também 
o peritônio parietal, bem localizada, o paciente consegue apontar com precisão, 
sentida no dermátomo correspondente a área do estímulo.
•
Dor visceral: fibra não mielinizada, de condução lenta, dor mal definida, com 
sintomas autonômicos, causada por distensão de órgão, acompanha origem 
embrionária. É persistente e insidiosa, o paciente não consegue definir exatamente o 
local da dor, pode acompanhar sintomas vagais (bradicardia, hipotensão, sudorese e 
náusea). Sentida próxima a linha mediana (inervação bilateral) e no segmento do 
•
nervo.
Dor referida: é percebida longe do estímulo, captada no mesmo segmento medular 
para dermátomo e víscera
•
Peritonite: é inflamação da serosa que recobre as paredes internas e vísceras 
abdominais, independente da causa ou extensão. pode haver sensibilidade abdominal, 
distensão/ rigidez muscular, náuseas e vômitos
•
Localizada: inflamação local -> exsudato, paralisia local do intestino; bloqueio -> 
aderências (intestino, omento, parede abdominal, outros órgãos).
-
Difusa: inflamação difusa, dor generalizada, diminuição da motilidade do TGI, 
exemplo: úlcera duodenal perfurada.
-
Epidemiologia
10% dos atendimentos nos pronto socorros•
25% dos pacientes sem diagnóstico específico•
Fisiopatologia e etiologias
Mais comuns: apendicite aguda, gastroenterite aguda, síndrome do intestino irritável, 
várias cólicas e dor na ovulação.
Adultos: maioria dos casos é apendicite ou diverticulite-
Gestantes e crianças: apendicite aguda-
Cirúrgicos
Inflamatório, obstrutivo, hemorrágico, perfurativo, isquêmico-
Não-cirúrgico
Endócrinas e metabólicas, hematológicas, toxinas e drogas, cardíaca, pulmonar, 
esofágica ,geniturinária, infecciosa, neurogênica
-
História clínica
Localização da dor-
Intensidade e graduação da dor-
Início (sequência temporal?): súbita sem sintomas prévios (isquemia, perfuração de 
víscera, ruptura de aneurisma), tipo cólica (colecistite, pancreatite aguda, obstrução 
intestinal), de desconforto vago que depois se localiza com maior intensidade 
(frequente em abdome agudo inflamatório, como apendicite e diverticulite aguda).
-
Qualidade e periodicidade? Gradual e progressiva? Em cólica e intermitente?-
Irradiação-
Fatores de melhora e piora-
Sintomas associados: vômitos e suas características-
Manifestações associadas: apetite, hiporexia, funcionalmento intestinal, icterícia, 
hematêmese, melena, febre, perda de peso
-
Classificação
Abdome agudo inflamatório1)
É um quadro de dor abdominal súbito e inesperado, originado de um processo inflamatório 
e/ou infeccioso. 
Geralmente se apresenta com peritonite e geralmente requer intervenção cirúrgica.
Maiores causas: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite 
aguda.
-
Inflamação atinge peritônio visceral -> paralisia da musculatura lisa envolvida -> íleo 
paralítico -> inervação pelas fibras autonômicas -> distensão e contração viscerais -> 
dor difusa e mal localizada
Inflamação atinge peritônio parietal -> contratura muscular abdominal localizada ou 
difusa -> inervação ocorre pelas fibras somáticas cerebroespinais -> dor localizada, 
contínua e intensa
Peritonite é um sinal de gravidade e pode ser:•
Fases inicialis: transudativa e exsudativa -> horas de evoluçãoa)
Fases tardias: fibrinopurulenta e presença de abscesso -> dias de evoluçãob)
Apendicite aguda Colecistite aguda Pancreatite aguda Diverticulite aguda
Dor em cólica, mal 
localizada em região 
periumbilical
Dor em cólica, 
geralmente após ingesta 
de alimentos 
Dor intensa em região 
epigástrica com 
irradiação para dorso (em 
faixa)
Dor abdominal 
predominante, em fossa 
ilíaca esquerda, região 
suprapúbica
Náuseas e vômitos Inicia geralmente em 
hipocôndrio direito, 
irradia para epigástrio e 
dorso, pode ser contínua
Náuseas e vômitos Pode ser em cólica ou 
contínua, pode irradiar da 
FIE para o dorso 
ipsilateral
Migração da dor p/ fossa 
ilíaca direita
Náuseas e vômitos Íleo paralítico, parada de 
eliminação de fezes e 
flatos, redução de ruídos 
hidroaéreos
Anorexia e náuseas
Paciente em posição 
antálgica e BEG
BEG e febre de 38C pode 
estar presente
Abdome doloroso à 
palpação profunda, 
geralmente em abdome 
superior
Alteração do ritmo 
intestinal, obstipação ou 
diarreia
Anorexia Posição antálgica Vômitos precoces e 
volumosos
Disúria e polaciúria pode 
ocorrer
Febre baixa a moderada 
(38C), pode estar ausente
Hiperssensibilidade em 
hipocôndrio direito com 
sinal de Murphy +
Sinais de desidratação e 
hipovolemia, geralmente 
em casos leves
Febre baixa assim como 
taquicardia discreta
Irritação peritoneal, dor a 
descompressão brusca
Palpação da vesícula em 
alguns casos + irritação 
peritoneal
Em casos graves, 
geralmente há 
comprometimento do 
estado geral + 
taquicardia, 
taquidispneico, 
hipotenso, abdome 
distendido, peritonite
Distensão abdominal com 
redução de ruídos 
hidroaéreos
- Pode ter icterícia quando 
há presença de cálculo no 
ducto hepático
Casos severos: 
hematomas 
periumbilicais (sinais de 
Cullen e/ou Grey 
Turner), pode haver 
hemorragia 
retroperitoneal, pode 
haver icterícia
Sinais de peritonite (dor a 
descompressão brusca e 
percussão), massas em 
FIE podem ser palpáveis 
e geram dor, toque retal 
geralmente doloroso
Diagnóstico 
Geralmente clínico-
Hemograma, sumário de urina, proteína C reativa, amilase, teste de gravidez (para 
mulheres em idade fértil)
-
Exames de imagem em alguns casos para complementar: raio x de abdome em 
decúbito dorsal e ortostase (em pé), ultrassonografia de abdome, tomografia.
-
Quando necessário: laparoscopia de investigação (diagnóstica)-
Doença Apendicite aguda Colecistite aguda Pancreatite 
aguda
Diverticulite 
aguda
Exame 
clínico
Geralmente esclarecedores 
em 95% dos casos
- 2 dos 3 achados: dor 
abdominal 
consistente com 
pancreatite aguda
-
Hemogr
ama
Leucocitose discreta em 
fases iniciais, predomínio 
de neutrófilos, pode haver 
desvio à esquerda, 
granulações tóxicas ou 
leucopenia
- Lipase sérica ou 
níveis de amilase 
maiores ou iguais a 
3x o limite superior 
de referência
-
USG Sensibilidade de 75-90%, 
pode ser útil para 
diagnóstico diferencial em 
mulheres e crianças
Exame de escolha 
inicial, 99% de 
sensibilidade 
- -
Tomogra
fia
Sensibilidade de 90-100%, 
em casos de dúvida 
diagnóstica e pacientes 
obesos, apendicite 
perfurada ou complicada
Dúvidas diagnósticas, 
investigação de 
acometimento em 
outros órgãos, baixa 
sensibilidade p/ 
colelitíase
Exame de escolha, 
diagnóstico e 
estratificação da 
gravidade
Exame de escolha, 
maior acurácia, 
confirmação 
diagnóstica e 
detecção de 
complicações, 
contraste venoso e 
endorretal
Raio X 
de 
abdome
- Pode haver presença de 
cálculos radiopacos no 
hipocôndrio direito, 
dilataçnao de alças 
adjacentes à vesícula 
- Pseudoperitônio 
e/ou quadros 
obstrutivos, edema 
opaco, identificação 
de fístulas, 
abscessos ou 
extravasamento do 
meio de contraste
RMI - - Pacientes com 
contraindicação ao 
contraste iodado, 
pode avaliar coleções 
líquidas, 
pseudocistos e 
hemorragias
-
Diagnóstico de pancreatite aguda: pelo menos 2 dos 3 achados-
dor abdominal consistente com pancreatite agudaa)
Lipase sérica ou níveis de amilase maiores ou iguais a 3x o limite superior de 
referência
b)
Achados de pancreatite aguda na tomografia ou ressonância de abdome c)
Na diverticulite aguda: deve-se fazer colonoscopia após resolução do quadro para 
afastar neoplasias colorretais, sendo contraindicada nas diverticulites perfuradas.
-
Tratamento
Analgesia1.
Reposição volêmica2.
Correção de distúrbios eletrolíticos3.
Tratamento do íleo adinâmico:jejum, sonda nasogástrica nos casos de distensão 
gástrica e intestino delgado considerável ou vômitos 
4.
Antibioticoterapia ou antibioticoprofilaxia5.
Tratamento de falência orgânica se houver: internação (mais comum na pancreatite 
aguda grave)
6.
Abdome agudo & Abdome 
agudo inflamatório
domingo,	7	de	março	de	2021 16:05

Outros materiais