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1) O Ágar MacConkey é um meio de cultura destinado ao crescimento de bactérias gram- negativas. Isso ocorre porque ele possui em sua composição duas substâncias que inibem o crescimento de bactérias gram-positivas: ácido biliar e cristal violeta. Assim, ele favorecerá somente o crescimento de bactérias gram-negativas. Dentre aquelas espécies bacterianas que estudamos no curso até agora (01.05.2017), esse meio é utilizado para o crescimento de membros da família Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa. As exceções (dentre aquelas vistas em aula), isto é, espécies que não crescem neste meio mesmo sendo gram-negativas, incluem membros da família Pasteurellaceae: a Pasteurella multocida, a Mannheimia haemolytica (cresce muito mal), o Avibacterium spp, Actinobacillus pleuropneumoniae (outras espécies de Actinobacillus podem crescer), e o Haemophilus parasuis. Assim, em termos de diagnóstico, esse é o meio preferido para isolamento de Enterobactérias e Pseudomonas. Ele também irá separar os micro- organismos em fermentadores de lactose ou não por mudança de cor do meio (bactérias lac - e lac +) (pois possui lactose em sua formulação, além de um indicador de pH). Essa separação em lac+ e lac- também auxilia na identificação: E. coli, por exemplo, é Lac +, e Salmonella e Pseudomonas são Lac -. Meio MacConkey sem crescimento. Bactérias que não são capazes de utilizar lactose vão utilizar a peptona do meio como fonte de carbono. Esse metabolismo de peptona gera amônia, que aumenta o pH do meio, tornando o indicador de pH amarelo e com colônias brancas/sem cor. O metabolismo de utilização da lactose abaixa o pH do meio. O indicador de pH existente no meio (vermelho neutro) vira vermelho e deixa as colônias rosas. Porém, a maioria das colônias Lac+ aparecem apenas como colônias roxas/rosas sem nenhum outro efeito no ágar. A E. coli é capaz de precipitar os sais biliares no ágar formando essa nuvem roxa envolta das colônias. Essa bactéria é Lac+. 2) O teste da oxidação e fermentação (O/F) da glicose serve principalmente para separar os gram- negativos Enterobacteriaceae (fermentadores de glicose) de um grupo de gram-negativos que não fermentam glicose (eles oxidam). Exemplos desses micro-organismos não fermentadores vistos até agora incluem: Pseudomonas e Burkholderia. De maneira geral, esse teste serve para analisar micro-organismos quanto a maneira que eles metabolizam carboidratos (neste caso, a glicose). Alguns micro-organismos utilizam a via da oxidação da glicose, enquanto que outros utilizam a via da fermentação. Outros ainda podem utilizar ambas as vias dependendo da disponibilidade de oxigênio no ambiente. Assim, esse teste é baseado na detecção de ácidos (baixa de pH) quando um organismo fermenta glicose. De grosso modo, são dois tubos com um meio líquido verde que contém glicose e um indicador de pH (que fica amarelo quando o pH diminui). Um deles possui óleo mineral/vaselina líquida acima do meio líquido para impedir a utilização de oxigênio pela bactéria crescendo no meio líquido. Assim, se após o crescimento bacteriano o meio fica amarelo no tubo com óleo mineral e verde no tubo sem óleo mineral, essa bactéria fermenta glicose e não tem capacidade de oxidá-la. Se o tubo fica amarelo nos dois, ela é capaz de fermentar e oxidar. Se ficar amarelo só no tubo sem óleo, ela apenas oxida. Se os dois tubos ficarem verdes, ela é uma bactéria que não utiliza glicose (fotos em anexo). Assim, esse é um dos principais testes para separar Salmonella enterica e P. aeruginosa, por exemplo. Os dois são gram-negativos, crescem em MacConkey como Lactose negativos (Lac -), mas Salmonella fermenta glicose e Pseudomonas não. Normalmente, a partir de uma amostra clínica, inicia-se com o isolamento em MacConkey, e esse teste serve para testar as diferentes colônias isoladas no MacConkey como fermentadores e não fermentadores de glicose. 3) O teste da oxidase é um teste para detectar a presença da enzima "citocromo oxidase". Essa enzima, em respiração aeróbia, catalisa o transporte de elétrons de moléculas doadoras (como NADH) para o oxigênio (molécula receptora). Nesse teste, utiliza-se um reagente que também é um receptor de elétrons, assim como o oxigênio. Esse reagente, no seu estado reduzido é sem cor. Na presença da enzima citocromo oxidase, ele se transforma no corante indofenol, que é azul e é a forma oxidada do reagente. Esse teste é utilizado para diferenciar membros da família Enterobacteriaceae (oxidase negativos) de Pseudomonas, Helicobacter, Vibrio, Campylobacter (oxidase positivos). Pode ser utilizado junto com o teste de O/F nessa diferenciação entre Enterobacteriaceae e Pseudomonas após o isolamento em MacConkey. Fonte interessante para leitura: Manual da Anvisa de Detecção e Diferenciação de Bactérias de Importância Médica: goo.gl/Bs9gwC Prof Ana Marcia Guimaraes
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