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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA... CRIMINAL DE ARARUAMA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO.
Patrick, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta assina (com procuração em anexo – DOC.1), vem, a presença de Vossa Excelência, com o devido respeito e acatamento, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO com fulcro nos artigos 396 e 396-A ambos do Código de Processo Penal, aduzindo para tanto, os fatos e fundamentos a seguir expostos.
I-DOS FATOS
Patrick foi denunciado pela tentativa do delito de lesão corporal de natureza grave decorrente de perda ou inutilização do membro, sentido ou função, pois na data 05/03/2017, tentou efetuar disparos para cessar a agressão que sua neta sofria de Lauro, seu namorado.
Findado o inquérito policial, Patrick foi denunciado, e logo após citado por hora certa para apresentar resposta à acusação no prazo legal.
II-DAS PRELIMINARES
II.I . NULIDADE DE CITAÇÃO
Verifica-se, no caso, manifesta nulidade no ato da citação.
Conforme pode-se verificar no artigo 362 do Código de Processo Penal, caso o oficial de justiça verifique que o réu está se ocultando para não ser citado, poderá o oficial realizar a citação por hora certa. É o teor do artigo 362 do Código de Processo Penal:
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Da análise dos fatos, verifica-se que não é cabível tal citação, vez que o oficial de justiça não esgotou todos os meios para tentar citar o réu, foi a casa do mesmo uma única vez, o que caracteriza manifesta nulidade na citação.
Assim, com tal ato, o oficial de justiça fez com que o acusado não tivesse tempo hábil para contatar seu advogado para expressar de maneira completa os fatos, prejudicando assim a ampla defesa.
III-DO DIREITO
Ademais, é sabido que o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria analítica de crime – FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL- ausente qualquer um dos elementos, não há de se falar em crime. No caso em tela, verifica-se a clara atipicidade na conduta do réu conforme será demonstrado a seguir.
Conforme pode-se denotar, o réu tinha a intenção de atirar em Lauro, porém, a arma que seria utilizada estava com absoluta impropriedade do, vez que não poderia ser utilizada para realizar disparos.
O crime impossível está previsto no artigo 17 do código penal. Dispõe o artigo 17 do código penal que não se punirá a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, devendo o réu ser absolvido sumariamente com fulcro no artigo 397, inciso III do código de processo penal.
Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, o que se admite apenas em respeito ao princípio da eventualidade, deverá ser declarado em favor do réu a excludente de ilicitude de legítima defesa em favor de terceiro.
A legítima defesa está prevista no artigo 25 do código penal, diz tal artigo que aquele que repelir injusta agressão, utilizando meios necessários e moderados incidirá em tal excludente de ilicitude.
No caso em tela, ficou claro a existência de tal excludente, vez que o único meio que Patrick teria para cessar a injusta agressão sofrida por sua sobrinha seria com o disparo da arma de fogo, pois, sua debilidade não permitiria que o mesmo pudesse se fazer de outra maneira para cessar a agressão.
Assim, ficou manifesto que o réu tem seus direitos resguardados pela excludente de legítima defesa, portanto, Vossa Excelência deverá absolver sumariamente o réu nos termos do artigo 397, inciso I.
IV-DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, pugna-se pela anulação do processo devido a NULIDADE DE CITAÇÃO, vez que o oficial de justiça deveria ter esgotados os meios de procura para citar o réu; subsidiariamente, requer-se a absolvição sumária com fundamento no artigo 397, inciso I e III do código de processo penal; pugna-se também pela apresentação do rol de testemunhas.
Termos em que, pede e espera deferimento.
Rio de Janeiro, 09/03/2018.
Advogado, OAB/UF número...
ROL DE TESTEMUNHAS
1) Natália, RGº, CPF/MF nº e endereço...
2) Maria, RGº, CPF/MF nº e endereço...
3) José, RGº, CPF/MF nº e endereço...

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