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Willer França Fiorotti – Turma 60 1 ESQUISTOSSOMOSE – BIL BASSETTI Agente Etiológico Infecção causada por uma das seis espécies de esquistossomo: o S. mansoni o S. haematobium o S. japonicum o S. intercalatum o S. mekongi o S. malayensis Taxonomia o Filo Platyhelminthes o Classe Trematoda o Ordem Schistosomatida o Família Schistosomidae Popularmente conhecida como: o Xistossomose, xistosa, barriga d’água, doença dos caramujos, moléstia de Pirajá da Silva. Histórico Nacional Pirajá da Silva – 1908 o Descobre na BAHIA um trematódeo “diferente” S. mansoni o Doença de Manson-Pirajá da Silva Lutz – 1917 o Molusco Biomphalaria stramínea Faust e cols. – 1918 o Ciclo evolutivo no Homem Disseminação Longevidade o 5 a 8 anos (décadas) Capacidade de postura o 300 ovos/dia Portadores não transmissores o Até 20 anos Hospedeiros intermediários bem adaptados Alta infectividade Condições precárias de saneamento Willer França Fiorotti – Turma 60 2 Distribuição Mundial Epidemiologia no Brasil Áreas endêmicas: o MA, AL, BA, PE, PB, RN, SE, MG e ES. Área com transmissão local: o PA, PI, CE, RJ, SP, PR, SC, RS, GO e DF. Inquéritos coproscópicos o 2000 a 2003 7,0% o 2004 a 2012 4,5% Willer França Fiorotti – Turma 60 3 Percentual de positividade para S. mansoni na população examinada, por UF, entre 2004 – 2009: Hospedeiro intermediário Molusco de água doce ou salobra da família Planoridae e gênero Biomphalaria o Biomphalaria glabrata (o mais importante em se tratando da nossa região) Nordeste, Sudeste, Goiás e Paraná o B. tenagophila Sul o B. straminea Nordeste Habitat: o Lagos, lagoas, córregos, valas de irrigação, brejos, áreas alagadas, açudes e poços Desde que não haja corrente muito forte Transmissibilidade Não ocorre autoinfestação o O ovo precisa da água fora do organismo para eclodir o Com isso, ovo pode ficar depositado no fígado, na circulação pulmonar, entretanto ele é inviável. Há necessidade de ser eliminada do organismo e passar por um hospedeiro intermediário Willer França Fiorotti – Turma 60 4 Início após a 1 a 2 meses e permanece por 10/20 anos. Ovos Patogenia/Quadro Clínico Aguda o Sintomática o Assintomática Crônicas ou tardias o Hepatointestinal o Hepática o Hepatoesplênica o Complicadas Vasculopulmonar Glomerulopatias Neurológicas Outras localizações Ciclo de Vida: Fase representada pelo ovo, secretado por um hospedeiro intermediário que eclode e libera as cercarias que conseguem nadar, aí, o hospedeiro saudável (no caso o humano), ao entrar em contato com essa água, é contaminado por meio da perfuração que as cercarias conseguem fazer, o que ocasiona a dermatite da cercaria (daí o nome da lagoa/rio ser geralmente “de coceira”). Dentro do homem, há reprodução sexuada. o Parte dos ovos vão ser depositados para serem eclodidos o Outra parte, vai para a circulação, sistema porta, ocasionando toda a repercussão conhecida Na esquistossomose que cursa com cirrose, o paciente terá varizes esofágicas (no terço final do esôfago e corpo gástrico). Isso não é causa primária, é uma complicação tardia Willer França Fiorotti – Turma 60 5 Doenças associadas que podem alterar o curso da doença o Salmonelose o Abscesso hepático o Imunossupressão o Hepatopatias Dermatite Cercariana o Logo após a penetração da cercaria na pele (lagoa de coceira) o Manifestações “alérgicas” o Duração de 24 a 72 horas (até 15 dias) Esquistossomose aguda o Geralmente na infância e assintomáticos o Forma toxêmica (Febre de Katayama) dependente da susceptibilidade e carga parasitária o Sintomas gerais Astenia, hiporexia, prostração, febre, mialgia e linfadenopatia Pode aumentar de intensidade entre 5 e 6ª semanas devido à oviposição (pois o organismo tenta eliminar os ovos) o Sinais e sintomas bifásicos inespecíficos nesse intervalo de tempo são sugestivos na clínica para esquistossomose o Eosinofilia o Hepatoesplenomegalia Esquistossomose Crônica Hepato intestinal o Geralmente diagnóstico acidental Geralmente paciente com hepatoesplenomegalia de grande monta o Sintomas gerais (adinamia, mal-estar, fadiga) o Hepatomegalia com 2 a 6cm com RCD com consistência aumentada e podendo ter hipertrofia de lobo esquerdo. o Baço geralmente não palpável na forma hepatointestinal o Exame do intestino com mucosa congesta, granulosa, e pequenas ulcerações. Hepato esplênica o Fibrose hepática, sem hipertensão portal Willer França Fiorotti – Turma 60 6 o Pode haver varizes de esôfago com eventuais rupturas. o Compensada Presença de fibrose de Symmers Evidenciada na biópsia hepática o Fibrose envolvida com extravasamento de hemácias HP com esplenomegalia e varizes de esôfago Sinais e sintomas clássicos e atípicos Predomínio em adolescentes e adultos jovens Fígado funcionalmente viável Achados de hiperesplenismo (anemia, plaquetopenia, leucopenia) o Descompensada Perda da função hepática (HDAs e isquemias hepáticas) – Ascite Fatores associados (etilismo, hepatites virais) Icterícia pode ocorrer, é pouco frequente e deve chamar atenção para doenças associadas. Vasculopulmonar o Hipertensiva Obstrução dos vasos pelos ovos e vermes mortos ou vasculite. Cianótica Apresenta Shunts porto-pulmonares o Prognóstico reservado Glomerulopatia o Uma das causas de síndrome nefrótica por imunocomplexos Padrão específico: Membranoproliferativa ou mesângiocapilar/Esclerose glomerular focal Neurológica o Ainda existe e não necessariamente ocorre na fase aguda o Presença dos ovos ou granulomas em medula o Migração para vasos que irrigam o SNC o Mielite transversa é a principal apresentação o Rara na forma hepatoesplênica e comum na fase aguda e intestinal. Willer França Fiorotti – Turma 60 7 Imunopatogenia Diagnóstico Sorologia – ELISA, HA, IF o Muito importante na Esquistossomose aguda (IgM+) e/ou inquérito (pacientes de zonas não endêmicas que aparecem com sintomas) PCR Intradermoreação o Esquistossomia (extrato de verme adulto) – Não mostra atividade da doença Sedimentação espontânea – Hoffman o Viabilidade dos ovos e atividade parasitária o Feito de rotina na maioria dos laboratórios o Deve ser pedido no mínimo 3 exames Willer França Fiorotti – Turma 60 8 Kato-Katz o Número de ovos por grama de fezes – carga parasitária o Feito apenas caso pedido (especificado) o Sensibilidade: 1 exame: 55% 3 exames: 75-85% Biópsia da mucosa retal Biópsia hepática o Percutânea o Cirurgica Outros: o Radiografia de tórax, ECG, USG abdome, EDA, RNM Tratamento Praziquantel o Tratamento de escolha o Mecanismo de ação: Abertura de canais de cálcio – causa tetania no bicho – paralização do verme o Dose: Adulto: 50mg/Kg DU Criança: 60mg/Kg DU o Crianças o Gestantes o Amamentação Oxamniquine o Dose: Adulto: 15mg/Kg DU Criança: 20mg/Kg DU o Efeitos colaterais: Sonolência, tonturas, alucinações e convulsões. Esquistossomose Aguda Iniciar com Prednisona 1mg/kg (ou equivalente) Após 48 a 72 horas, iniciar esquistomicida o Parece que Oxaminiquine-prednisona tem maior eficiência (Bil não sabe dizer o porque) Desmame semanal de 50% na dose do corticoide. Controle de cura o 4 a 6 meses de tratamento 3 exames de fezes seguidos Biopsia retal A rotina que se pede é o exame parasitológico de fezes. Independente do método, deve ser pedido no mínimo três amostras. Biópsia retal também deve ser pedido. Pode-se pedir também Imunoglobulinas (IgG e IgM) – ajudem a descartar contato IgG e IgM – significa dizer que não houve contato, assim, não é necessário proceder com biópsia e parasitológica de fezes IgG+ e IgM + Indica contato recente, o que indica a solicitação dos outros exames IgG + e IgM – não é conclusiva, também se deve proceder com os outros exames Willer França Fiorotti – Turma 60 9 Tratamento da Hipertensão Portal Prevenção de sangramento o β bloqueadores (nadolol, propranolol) Em caso de Sangramento o Balão gastroesofágico o Endoscópico Escleroterapia Ligadura elástica Desconexão ázigo-portal com esplenectomia complementada ou não com escleroterapia de varizes de esôfago no pós operatório o Parece ser mais efetivo no controle a longo prazo Controle de Cura Três exames de fezes negativos em dias consecutivos após 4 meses do tratamento Uma biópsia retal negativa (ovos vivos) o Entre o 4º e 6º mês após o tratamento.
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