Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 METABOLISMO PRIMÁRIO & SECUNDÁRIO INTRODUÇÃO METABÓLITOS VEGETAIS 2 Tudo isso acontece no reino dos Simples? Simples?? Introdução 3 O QUE É UMA PLANTA MEDICINAL? “Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um PRINCÍPIO ATIVO conferindo-lhe ATIVIDADE TERAPÊUTICA”. São compostos ou grupos de compostos que podem provocar reações nos organismos. A morfina é um alcalóide encontrado na papoula. Que é capaz de promover a cura. Papaver somniferum - PAPAVERACEAE Introdução 4 Metabolismo primário e secundário 5 METABOLISMO ENZIMAS ROTAS METABÓLICAS SUBSTRATOS METABÓLITOS CATABOLISMO ANABOLISMO REAÇÕES QUÍMICAS BIOTRANSFORMAÇÃO ATIVIDADES BIOLÓGICAS Metabolismo primário e secundário 6 METABOLISMO PRIMÁRIO METABOLISMO SECUNDÁRIO macromoléculas (carboidratos, lipídeos e proteínas) micromoléculas (diversidade e complexidade estrutural) funções essenciais funções adaptativas distribuição universal distribuição restrita (especificidade) produção em pequena escala atividades biológicas grande produção • Fornecer energia (ATP) e poder redutor (NADPH); • Biossíntese de substâncias. BIOSSÍNTESE Metabolismo primário e secundário 7 COMO OS PRINCÍPIOS ATIVOS SÃO PRODUZIDOS PELAS PLANTAS? METABÓLITOS PRIMÁRIOS METABÓTITOS SECUNDÁRIOS ❖ São moléculas encontradas em todas as células vegetais; ❖ São fundamentais para a vida da planta. ❖ Exemplos: carboidratos, aminoácidos, proteínas, etc. ❖ São moléculas restritas em sua distribuição; ❖ Possuem diferentes funções nas plantas: sinais químicos, defesa, proteção, dispersão de pólen e sementes. ❖ Exemplos: alcalóides, terpenóides, compostos fenólicos. Metabolismo primário e secundário 8 METABOLISMO PRIMÁRIO - conjunto das transformações bioquímicas essenciais para produção de protoplasma e geração de energia para as células. Carboidratos, proteínas, lipídios, ácidos nucleicos. METABOLISMO SECUNDÁRIO - transformações bioquímicas não diretamente ligadas a processos essenciais para formar novas células e gerar energia. Em geral, têm distribuição restrita. Alcalóides, taninos, flavonóides, terpenóides, etc. GRANDE PARTE DOS PRINCÍPIOS ATIVOS VEGETAIS SÃO PRODUTOS DO METABOLISMO SECUNDÁRIO 9 2 METABOLISMO PRIMÁRIO 2.1 Fotossíntese Fotossíntese 10 Fotossíntese 11 Classes de Metabólitos 12 Classes de Metabólitos Polissacarídeos 13 FIBRAS ALIMENTARES: Polissacarídeos resistentes à digestão pelas enzimas do sistema digestório humano e que apresentam efeito laxante suave. Ex. celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas, mucilagens. Também são consideradas fibras alimentares a lignina e oligossacarídeos. FONTES: legumes, verduras, frutas, cereais (especialmente os integrais). Classes de Metabólitos 14 • são misturas de polissacarídeos ácidos. Ex.: ácido galacturônico • Viscosas ao tato • Entumecem na presença de água = sensação de saciedade. ➢ Mucilagens de algas - alginatos (castanhas) Fucus vesiculosus e Laminaria digitata (laxativas e tratamento de refluxo e irritação gastro-esofágica); ágar- ágar e carrageninas (vermelhas). ➢ Ex.: Aloe sp ; Malva sylvestris ; Taraxacum officinalis (emolientes); Linnum usitatissimum; Plantago major L. 1. Carboidratos – açúcares e polissacarídeos Mucilagens / gomas / pectinas Classes de Metabólitos 15 ➢ Goma guar (Cyamopsis tetragonolobus L.) dietas calóricas e teor colesterol, goma adraganta, goma arábica e goma estercúlia. ➢ Pectinas usadas em perturbações gastrintestinais, aumentam bolo fecal (adsorvem toxinas) e protetor da mucosa intestinal. 1. Carboidratos – açúcares e polissacarídeos Mucilagens / gomas / pectinas Classes de Metabólitos 16 2. Lipídeos - óleos fixos / manteigas / ceras ◼ São misturas de ésteres de ácidos graxos e álcoois de cadeia variável ◼ Untuosos ao tato e têm elevado ponto de ebulição ◼ Utilizados na alimentação (azeite, óleos (soja, milho, girassol, amendoim, coco, algodão, amêndoas, cártamo, linho, copaíba, malaleuca) ◼ Alguns têm atividade terapêutica e/ou adjuvante: ➢ Ricinus communis ( óleo de rícino - laxativo/purgativo); ➢ Prunus dulcis (óleo de amêndoas doces - ação emoliente, inflamações); ➢ Theobroma cacao (manteiga de cacau – emoliente e protetor solar). ➢ Apis melifera (cera de abelha) e Copernicia cerifera (carnaúba) 17 3 METABÓLITOS SECUNDÁRIOS Metabólitos secundários 18 BIOSSÍNTESE ARMAZENAMENTO degradação Hidrofílicos: vacúolos Lipofílicos: glândulas e associados a componentes celulares lipofílicos como ceras e membranas utilização PRODUÇÃO, TRANSLOCAÇÃO, ARMAZENAMENTO TRANSPORTE 1 ou mais órgãos Metabólitos podem ser translocados. 1 ou mais órgãos 3.1 Diversidade e complexidade estrutural dos metabólitos secundários 19 N N N N O O CH3 CH3 CH3 O O OH OH 2 8 10 6 5 3 7 9 2' 3' 4' 5' 6' OH HO O OH 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11 12 13 14 15 16 20 19 18 10 H O O O O O O O OH 17 H3COCO CO 2 H 29 30 26 O O OH OH R1 R2 1 3 6 810 19 11 14 15 17 18 20 21 22 24 25 26 27 29HO 7 NH3C HO O H 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 20 19 18 17 H O OH CH3 CH2CH3 terpenóide (THC) alcalóide metilxantina (cafeína) flavonóide esteróide (sitosterol) triterpeno diterpeno monoterpeno antraquinona carotenóide diterpeno 3.1 Diversidade e complexidade estrutural dos metabólitos secundários 20 20 PACLITAXEL Taxol (diterpeno; taxano), identificado em Taxus brevifolia (Taxaceae) (Wall & Wani, 1971) como principal componente químico; Tratamento do câncer de mama e ovário 3.1 Diversidade e complexidade estrutural dos metabólitos secundários 21 PRODUTOS NATURAIS MARINHOS 3.2 Distribuição dos metabólitos secundários no reino vegetal 22 Metabólitos secundários são elementos de diferenciação e especialização nos vegetais. Quimiotaxonomia / Quimiossistemática: estabelecimento de relações filogenéticas baseada na presença de metabólitos secundários. Raças químicas metabólitos enzimas (rotas biossintéticas) genes 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 23 “A riqueza de metabólitos secundários em plantas é, pelo menos parcialmente, explicável no simples fato de que os vegetais estão enraizados no solo e não podem se deslocar; eles não podem responder ao meio ambiente pelas vias possíveis aos animais.” Harborne Os metabólitos secundários garantem vantagens para a sobrevivência e perpetuação da espécie em seu ecossistema. 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 24 METABOLISMO SECUNDÁRIO VEGETAL PLANTAS MICRO-ORGANISMOS ANIMAIS CO-EVOLUÇÃO METABÓLITOS SECUNDÁRIOS Funções adaptativas: DEFESA e ATRAÇÃO • necessidades ecológicas • possibilidades bioquímicas + Fatores abióticos HARTMAN, T. Diversity and variability of plant secondary metabolism: a mechanistic view. Entomologia Experimentalis et Applicata, v.80, p. 177-188, 1996. 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 25 DEFESA DO VEGETAL: contra herbívoros, fungos, bactérias, vírus e plantas • DISSUASÓRIO ALIMENTAR: ex. taninos (adstringência), saponinas, cumarinas, monoterpenos, iridóides e lactonas sesquiterpênicas. • TOXINAS: ex. alcalóides, glicosídeos cardiotônicos, glicosídeoscianogênicos. • ALELOPATIA: competição entre vegetais por água, luz e nutrientes, mediada por metabólitos secundários (ex: monoterpenos e sesquiterpenos; alcalóides; compostos fenólicos). *metabólitos podem ser liberados no ar, excretados pelas raízes ou carreados pela água da chuva. PROTEÇÃO CONTRA EFEITOS FÍSICOS: luz UV, frio, evaporação ex: flavonoides 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 26 ECOLOGIA QUÍMICA DEFESA: glicosídeos cianogenéticos HCN Hidrolases inibição da respiração celular nas mitocôndrias Manihot esculenta Mandioca-brava C C R 1 O R 2 N R 3 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 27 ECOLOGIA QUÍMICA: glicosídeos cardiotônicos Nerium oleander (espirradeira) Asclepsias (lagarta da borboleta) Proteção contra pássaros GLI glicosídeos cardiotônicos 3.3 Papel dos metabólitos secundários nos vegetais 28 ATRAÇÃO: estimulação por meio de substâncias de reconhecimento. POLINIZADORES E DISPERSORES DE SEMENTES: insetos, pássaros, morcegos, etc. Exemplos: pigmentos (flavonóides, antocianinas e carotenóides) e óleos essenciais (monoterpenos, sesquiterpenos e fenilpropanóides). 3.4 Variabilidade no metabolismo secundário vegetal 29 Origem: Genética ou Ambiental Oliveira, F.; Akisue, G.; Akisue, M. K. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 1998. Sazonal/Fenológica Ontogenética - interpopulacional ou intrapopulacional - diferentes órgãos da planta 3.4 Variabilidade no metabolismo secundário vegetal 30 GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 374-381, 2007. Fatores ambientais 3.4 Variabilidade no metabolismo secundário vegetal 31 32 3 METABÓLITOS SECUNDÁRIOS 3.5 PRINCIPAIS VIAS DE BIOSSÍNTESE DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS Principais vias de biossíntese de metabólitos secundários 33 Metabólitos Secundários… São agrupados em quatro classes principais. Terpenos. Entre estes são encontrados os hormonios, pigmentos e óleos essenciais. Compostos fenólicos. Cumarinas, flavonoides, lignina e taninos. Glicosídeos. Saponinas, glicosídeos cardioativos, glicosídeos cianogênicos e glicosilados. Alcaloides. 36 3.5 PRINCIPAIS VIAS DE BIOSSÍNTESE DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS 3.5.1 VIA DO ACETATO-PIRUVATO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO ✓ ORNITINA/LISINA Alcalóides: Pirrrolidínicos Tropânico Pirrolizidínicos Quinilizidínicos ✓ MEVALONATO Terpenos Esteróides ✓ ÁCIDOS GRAXOS E ACETOGENIAS 37 3.5 PRINCIPAIS VIAS DE BIOSSÍNTESE DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS 3.5.2 VIA DO CHIQUIMATO CICLO DO ÁCIDO CHIQUÍMICO ✓ TRIPTOFANO Alcalóides: indólicos Quinolínicos ✓ FENILALANINA /TIROSINA Alcalóides: Isoquinolínicos Benzilisoquinolínicos Fenilpropanóide Lignanas e ligninas Cumarinas ✓ ÁCIDO CINÂMICO ✓ ÁCIDO GÁLICO – Taninos hidrolisáveis 38 3.5 PRINCIPAIS VIAS DE BIOSSÍNTESE DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS 3.5.3 VIA DO CHIQUIMATO-PIRUVATO CICLOS DAS VIAS MISTA ✓ ÁCIDO CHIQUIMICO + ✓ ACETIL COENZIMA A ANTRAQUINONAS FLAVONOIDES TANINOS CONDENSADOS
Compartilhar