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maria exquizofrênica

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA DE FAMÍLIA, SUCESSÕES E CÍVIL DA COMARCA DE GOIÂNIA-GO
AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM PEDIDO DE CURATELA PROVISÓRIA EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
a favor de MARIA , brasileira , solteira , RG nº 47610-4366875/SSP-GO , CPF nº 16635248153 , residente e domiciliado na Avenida Nazareth, Quadra 15, Lote 12 , Jardim Guanabara , Goiânia – GO , pelos fatos e fundamentos a seguir expostos :
I – DOS FATOS
 Eleonor, sua mãe precisa emitir a inscrição de Maria no cadastro de pessoas físicas. Contudo Maria tem 26 anos e sua mãe não pode assinar por ela. Além disso, Maria herdou uma casa que precisa ser legalizada junto ao RGI. Considerando que Maria não tem condições de exercer os atos da vida civil. 
Restou demonstrado no bojo do Procedimento Administrativo nº___(em anexo),que o interditado é portador de anomalia psíquica qualificada como esquizofrenia e síndrome psicorgânica com manifestações esquizomorfas com antecedentes de traumatismo craneioencefálico na juventude.Em conseqüência, apresenta atividade delirante, alteração da senso-percepção , surtos psicóticos com possibilidade de prática de atos violentos, dentre outras manifestações patológicas, exigindo tratamento continuado, dada a severidade de seu prognóstico, conforme informações médicas coligidas às fls.61/62 e 75 , Laudo Técnico Pericial registrado sob o nº2007000 (em anexo) e declarações acostadas às fls.65/66 e 80/86.
Verificou-se, ainda, que o interditando e sua mãe encontravam-se submetidos a condições precárias de vida, eis que desprovidos da indispensável assistência à saúde e da adequada gestão de seu patrimônio. Com efeito, a despeito da ajuda de parentes, não se alimentavam apropriadamente, não conviviam em condições satisfatórias de higiene, não administravam com rigor os medicamentos indicados por prescrições médicas, não mantinham controle sobre os pagamentos dos aluguéis relativos às moradias instaladas em seu imóvel e comprometeram a modesta renda familiar com empréstimos consignados em seus benefícios previdenciários, consoante Laudo Técnico Pericial e documentos de fls. 47/53, 65/66 e 80/86.
II – DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
	O Ministério Público, em concorrência com os pais, o tutor, o cônjuge ou qualquer parente, detém legitimidade para promover a curatela de interditos em casos de doença mental grave, nos termos dos arts. 1.768 e 1.769, inciso I, do Código Civil (arts 1.177 e 1.178, inciso I, do Código de Processo Civil).
Diante dos fatos expostos, não subsistem dúvidas acerca do severo transtorno mental apresentado pelo interditando. Dessa forma, não há como afastar a legitimidade deste Órgão Ministerial para intentar a presente interdição.
	Ainda que não se admita a gravidade da anomalia psíquica que acomete o interditando, persiste a legitimidade do Ministério Público, pois a este também cabe promover a interdição nos demais casos previstos pelo art. 1.767 do Código Civil, quando os demais legitimados não a propuserem, na forma do art. 1.769, inciso II, do Código Civil (art. 1.178, inciso II, do Código de Processo Civil).
III – DOS FUNDAMENTOS DA INTERDIÇÃO
Na forma do art. 3º, inciso II, do Código Civil, são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos. O mencionado diploma legal estabelece, ainda, que estão sujeitos à curatela os deficientes mentais, nos termos do art. 1.767, inciso III.
Conforme verificou-se a partir dos fatos já expostos, o interditando padece de deficiência mental grave, com acentuada atividade delirante e frequentes surtos psicóticos, sendo absolutamente incapaz de praticar pessoalmente os atos da vida civil.Por isso, a nomeação de curador ao incapaz afigura-se como medida imperiosa à proteção de sua vida, de sua saúde e de seus interesses, haja vista que não apresenta condições de providenciar por si próprio o suprimento de suas necessidades fundamentais.
	IV – DA CURATELA PROVISÓRIA EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
	
	Dispõe o art. 273, inciso I, do Código de Processo Civil:
“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;”
A prova inequívoca do transtorno mental do interditando deflui dos elementos de convicção coligidos aos autos do Procedimento Administrativo em anexo, sobretudo das informações apresentadas por médicos psiquiatras responsáveis pelo seu tratamento, que demonstram a incapacidade do deficiente mental para reger a sua pessoa e administrar os seus bens, consoante fatos já aduzidos.
A verossimilhança das alegações expendidas decorre da proteção exigida pelo ordenamento jurídico pátrio aos interesses do deficiente mental, conforme fundamentos já expostos.
Presente, portanto, o requisito do fumus boni iuris da demanda.
Passemos, então, a analisar o fundado receio de dano irreparável.
Conforme amplamente exposto ao longo da presente peça inaugural, restou fartamente demonstrado, a partir das investigações procedidas pelo Parquet, que o interditando e sua idosa mãe sobreviviam em situação frágil, em face das enfermidades e do abandono que suportavam.
Ademais, impõe-se a urgente regularização dos contratos de aluguel referentes às moradias instaladas no imóvel do interdintado e a verificação do regular pagamento dos débitos pelos locatários, tendo em vista constituirem-se os recursos provenientes destas relações locatícias complemento indispensável à renda do deficiente mental.
	Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável à vida e à dignidade do interditando, sendo imprescindível a imediata nomeação de curador provisório ao incapaz, considerando a premente necessidade de assistência a sua saúde e adequada gestão dos recursos fundamentais a sua manutenção.
Demonstrada, pois, a presença do periculum in mora da efetivação da tutela pleiteada.
Assim, mister a concessão de medida liminar de antecipação de tutela, de modo a nomear curadora provisória ao interditando, na pessoa de Maria (devidamente qualificada às fls. 85/86), prima do deficiente mental que se revelou, no curso das investigações, a pessoa mais indicada a assumir tal munus, conforme documentos de fls. 65/66 e 80/86.
V- DOS PEDIDOS :
Ante o exposto, requer o Ministério Público:
a) a concessão de liminar de antecipação dos efeitos da tutela, com a nomeação de curadora provisória ao interditando na pessoa de Maria , a fim de que esta o represente nos atos da vida civil, sobretudo no recebimento de seu benefício previdenciário e na celebração de contratos de aluguel de moradias instaladas em seu imóvel;
b) concedida a antecipação da tutela, que seja oficiado à Gerência Executiva do INSS em Goiânia, para a adoção das providências necessárias ao recebimento do benefício previdenciário do interditando (aposentadoria por invalidez previdenciária nº 32/084.028.810-7) através de sua curadora;
c) a citação do interditando para que, em dia a ser designado, seja efetuado o seu interrogatório, nos termos do art. 1.181, CPC;
d) a nomeação de curador à lide, na forma do art. 1.182, § 1º, CPC;
e) seja julgado procedente o pedido, confirmando-se a antecipação da tutela, para nomear curador definitivo ao deficiente mental Maria, na pessoa de Eleonor, que deverá representá-la em todos os atos de sua vida civil.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,especialmente a documental, a pericial e a testemunhal, cujo rol segue in fine.
Atribui-se à causa o valor de R$ 420,00 (quatrocentos e vinte reais).
Pede deferimento.
Goiânia, 01 de fevereiro de 2008.
MÁRCIA MARIA SAMARTINO COSTA
Promotora de Justiça
ROLDE TESTEMUNHAS
1. AURORA VIEIRA DE OLIVEIRA, RG nº 224117/SSP-GO, CPF nº 44076096134,residente e domiciliada na Rua S-6, nº 252, Ed. Carolina, apt. 402, Setor Bela Vista, Goiânia-GO;
2. MARIA SILVA GUIMARÃES DE PAIVA, RG nº 82532/SSP-GO, CPF nº
81639260153, residente e domiciliada na Rua SB-37, Qd. 41, Lt. 16, Portal do Sol II, Goiânia-GO;
3. HELENA VIEIRA DA SILVA, RG nº 73388/SSP-GO, CPF nº 00251658104,residente e domiciliada na Rua 118, nº 275, Setor Sul, Goiânia-GO.

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