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Fisiologia da glândula mamária Morfologia: Os alvéolos mamários produzem o leite, o conjunto de alvéolos forma um lóbulo que, juntos, formam um lobo. Para sair, o leite que é produzido nos alvéolos passa pelos ductos intralobulares, depois interlobulares, intralobar, lobar, cai na cisterna da glândula e vai para cisterna do teto, passa pelo esfíncter do teto e sai pelo canal do teto. O leite é produzido continuamente durante a lactação, assim deve ser armazenado em algum lugar. Diferentes espécies o armazenam em locais diferentes, como por exemplo as cabras que armazenam seu leite leite na cisterna da glândula o que leva a uma menor dependência da ocitocina para auxiliar na descida do leite; As vacas e búfalas que o armazenam nos alvéolos dependem da ocitocina para fazer a contração das células mioepiteliais auxiliando na descida do leite; E as ovelhas que possuem uma armazenagem tanto na cisterna quanto nos alvéolos. A qualidade do leite é avaliada pela CCS e CBT, contagem de células somáticas e contagem bacteriana total. Quando a CCS está alta indica alguma infecção, mastite por exemplo, já que essa alta do número de células somáticas se dá pela presença de, principalmente, neutrófilos no leite. Já a CBT alta indica falta de higiene, geralmente das teteiras e/ou do tanque de armazenagem desse leite. Mamogênese: O desenvolvimento das glândulas mamárias se inicia na vida embrionária e fetal (1), passa por uma segunda fase do nascimento até a puberdade (2), por uma terceira da puberdade à concepção (3), e é diferente durante a gestação (4). 1. Na fase embrionária e fetal há a formação da linha mamária: células germinativas que darão origem às células alveolares produtoras do leite. Depois disso essa linha se aprofunda e adentra a derme se ramificando formando botões mamários. Nas fêmeas forma-se um botão maior e melhor desenvolvido que nos machos. 2. Após o nascimento até a puberdade o desenvolvimento das glândula(s) é proporcional ao corpo (isométrico) e igual em machos e fêmeas. As células que se multiplicam causando esse crescimento são células do estroma e não glandulares produtoras de leite. 3. A partir da puberdade esse crescimento se torna desproporcional ao crescimento corporal (alométrico) com o crescimento e alongamento dos ductos das glândulas rapidamente, mais em fêmeas que em machos. 4. Durante a primeira gravidez tem-se a maturação total dessas glândulas que atingem o total de sua capacidade funcional com a proliferação do sistema mamário e ductos. As células alveolares passam por diferenciações para produção do leite influenciada e regulada por hormônios como a prolactina, estrógeno, GH (que estimula a multiplicação de células alveolares e do estroma = crescimento), esteroides e prostaglandinas. Mudanças nas células: Passam a acumular gotas lipídicas, vacúolos de caseína, proliferação dos retículos endoplasmáticos rugosos = maior produção de proteínas para formar o leite. Controle hormonal: Prostaglandinas + estrógenos estimulam o crescimento dos lóbulos. A prolactina aumenta receptores de estrógeno, e o hormônio lactogênico placentário age como o GH estimulando a proliferação glandular. Após o período de lactação as glândulas involuem com a involução dos alvéolos que se dá para que haja renovação do tecido glandular para uma próxima gestação, garantindo a qualidade e produção do leite. Lactogênese: É a passagem das células de um estado não secretor para um estado secretor, proporcionado por modificações celulares estimuladas pelo parto. 1. Estágio I, diferenciação citológica e enzimática: Como já dito antes, as células passam por diferenciações como proliferação dos RER, produção de moléculas que antes não produziam como caseína, lactose, etc. 2. Estágio II, produção do leite: Todas as moléculas guardadas em vacúolos dentro das células são jogadas para o lúmen do alvéolo + água + íons e imunoglobulinas + etc formando o leite. Regulação hormonal: O GH e prolactina estimulam a produção de lactose no leite. O cortisol, fetal e materno, estimulam a diferenciação do RER e complexo golgiense, estimulando a produção de proteínas como a caseína. O cortisol + prolactina + adrenocorticotrofina fazem a manutenção da lactogênese em vacas. O estrógeno e glicocorticoides aumentam o nº de receptores para prolactina. A progesterona inibe a prolactina, então vacas produzem leite mesmo prenhes? Devido a seleção genética foram selecionados animais cuja influência de um sobre o outro é bem pequena, assim vacas conseguem produzir mesmo assim. Assim tem-se a diferença de termos: Lactogênese: produção do leite. Secreção do leite: passagem do leite de vesículas dentro das células alveolares para o lúmen dos alvéolos. Remoção ou ejeção do leite: saída do leite das cisternas e do lúmen alveolar. Lactação: todos os três anteriores. O leite é composto por, basicamente, água, gordura, carboidratos, proteínas e sais/íons. Ejeção do leite: Se dá por reflexo neurormonal pela ocitocina acrescida por condicionamento ambiental, como a visão do terneiro, barulho da máquina de ordenha, música, etc, esse reflexo leva a contração das células mioepiteliais comprimindo os alvéolos e ejetando o leite dos alvéolos. A adrenalina é um hormônio que bloqueia a ejeção do leite. A não remoção do leite inibe sua produção: alvéolos repletos comprimem os capilares que os irrigam impedindo o fornecimento de matéria prima para produção do leite e a chegada de hormônios que estimulam a síntese e ejeção do leite. Período seco: É necessário para a recuperação do tecido glandular, involução para depois, na próxima lactação, proliferar novamente otimizando a produção do leite subsequente.
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