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Direito Civil - família

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Direito Civil – Família
FAMÍLIA SÉCULO XX
Europa: as propriedades dos duques era passado ao próximo homem na linha de sucessão, as mulheres não tinham direito à herança.
Brasil: sociedade basicamente rural. As mulheres também não tinham muitos direitos
Características da família no século XX
-Família nuclear: família composta por seus pais e seus filhos. Avós não moravam na mesma residência, pois não faziam parte da família
-Casamento: só era considerada família após o casamento. Qualquer filho tido fora do casamento era considerado ilegítimo
-Heterossexual: só considerava família a união heterossexual
-Indissolúvel: (até 77)
-Monogâmica
-Patriarcal: o homem era o chefe da família
Função
-Econômica: aumentar o patrimônio
-Social: base do estado, educação vinda da família.
-Reprodutiva: quantos mais filhos maior a força de trabalho, ter filhos para passar o sobrenome
Legislação
Código 16, Art 6: A mulher era incapaz civilmente após o casamento
Art. 317: Filhos legítimos dentro do casamento. Os ilegítimos não possuíam direitos
Ruptura
-Individualismo
-Busca pela felicidade
-Alteração social/científica
-Família contemporânea
-Plural
-Horizontal
-Div. Sexual/gênero
-Família como base da sociedade
Art. 226 §7 da CF
FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA
Segundo Maria Berenice Dias: “A família é a construção social organizada através de regras culturalmente elaboradas que conformam modelos de comportamento. Dispõe de estruturação psíquica na qual todos ocupam um lugar, possuem uma função – lugar do pai, lugar da mãe, lugar dos filhos -, sem, entretanto, estarem necessariamente ligados biologicamente. É essa estrutura familiar que interessa investigar e trazer para o direito. É a preservação do LAR no seu aspecto mais significativo: Lugar de Afeto e Respeito.” 
Histórico:
O casamento antigamente era uma situação patriarcal, onde cabia a mulher tomar conta do lar, sendo semi-incapaz. As regras são culturalmente elaboradas. O casamento servia para organizar os vínculos interpessoais, era instituído como regra de conduta, como condição de aceitação dos vínculos afetivos. Principalmente no meio rural, o casamento tinha como foco a procriação, pois quanto mais membros na família mais força de trabalho. 
Durante a revolução industrial, houve aumento da necessidade de mão-de-obra, e assim a mulher passou a ingressar no mercado de trabalho, principalmente em atividades terciárias. Deste modo, o homem deixou de ser a única fonte de renda da família, que se tornou nuclear, ou seja, restrita ao casal e a sua prole. 
Acabou a prevalência do caráter produtivo e reprodutivo da família, que migrou para as cidades e passou a conviver em espaços menores. Isso levou à aproximação de seus membros, sendo mais prestigiado o vínculo afetivo que envolve seus integrantes. Surge assim uma nova concepção de família, formada por laços afetivos de carinho e de amor.
Nova era: proteção especial dos interesses dos sujeitos de direito (tanto a mulher e a criança, que antigamente não possuía muitos direitos)
​	A família hoje tem uma função instrumental, ou seja, é o instrumento de realização dos interesses afetivos e existenciais de seus componentes. O novo modelo da família funda-se sobre os pilares da repersonalização, da afetividade, da pluralidade e do eudemonismo, importando numa nova roupagem do direito de família. Agora a tônica reside no indivíduo e não mais nos bens ou coisas que guarnecem a relação familiar.
Formas de constituição de família atualmente
Existem 8 variedade familiares:
1. Família matrimonial: 
Casamento tradicional. 
Foi a primeira família constituída como tal. Sob a justificativa de manter a ordem social, tanto o Estado como a Igreja acabaram se imiscuindo na vida das pessoas. Na tentativa de regular as relações afetivas, assumiram postura conservadora para preservar estrito padrão de moralidade. A igreja determinava que a união entre homem e uma mulher era sacramento indissolúvel “até que a morte os separe”. Para o Cristianismo é a única relação afetiva aceitável, com o objetivo de procriação. 
O Estado solenizou o casamento como uma instituição e o regulamentou de forma exaustiva. O Estado que celebra o matrimônio mediante o atendimento de inúmeras formalidades. 
O legislador do Código Civil de 1916 reproduziu este padrão, sendo então a família matrimonializada, patriarcal, hierarquizada, patrimonialista e heterossexual, ou seja, só era reconhecida a família constituída pelo casamento, o homem exercia a chefia da sociedade conjugal, sendo merecedor de respeito e obediência da mulher e dos filhos. Ainda, a finalidade essencial da família era a conservação do patrimônio, precisando gerar filhos como força de trabalho. Por isso as famílias eram constituídas por um par heterossexual e fértil. 
Como o Estado tinha intenção na manutenção do casamento, este era indissolúvel e obrigatoriamente a família era identificada pelo nome do varão. Com o casamento, a mulher tornava-se relativamente incapaz, não podendo trabalhar e tampouco administrar seus bens. O regime da comunhão universal era o modelo oficial, mostrando o significado que o casamento tinha. Duas pessoas fundiam-se numa só, formando uma unidade patrimonial, sendo o homem o único elemento identificador do núcleo familiar. 
O casamento não podia ser desconstituído, só anulado por erro essencial quanto à identidade ou à personalidade do cônjuge. 	
Fora disso, só cabia o rompimento do casamento pelo desquite, que, no entanto, não dissolvia o vínculo matrimonial. Com isso, os desquitados não podiam se casar novamente. Apesar da resistência Estatal em admitir vínculos de convivência diversos do casamento, vínculos afetivos passaram a surgir à margem do casamento, eram as chamadas uniões espúrias. 	
Novas famílias acabaram se formando dos egressos de relacionamentos anteriores, sem a possibilidade de formalização.
Daí a Lei do Divórcio, de 1977, que consagrou a possibilidade de rompimento do vínculo matrimonial, mudou o regime legal de bens para a comunhão parcial e tornou facultativo o uso pela mulher do nome do marido.
Até a Constituição Federal de 1988, o casamento era a única forma admissível de formação de família. Com a CF de 88, outras formas familiares passaram a receber proteção legal.
2. Família informal: 
União estável
	Existiam diversas famílias que não eram casadas legalmente, mas que viviam juntos. Com a grande procura pelo Judiciário para resolver litígios a respeito da dissolução afetiva criaram-se alternativas para não ocorrer injustiças. 
Diante desta realidade, destas novas estruturas familiares, a CF de 88 acabou por proteger o que chamou de união estável, salientando a recomendação de sua conversão em casamento. As leis de 1994 e 1996, que vieram a regular esta nova espécie de família, acabaram por copiar o modelo oficial do casamento. Também o CC de 2002 age desta forma, ao impor requisitos para o reconhecimento da união estável, gera deveres e cria direitos dos conviventes. Assegura alimentos, estabelece o regime de bens e garante direitos sucessórios.
3. Família homoafetiva: 
Só cabe para situações do mesmo sexo que formam uma família
A Constituição Federal de 1988 albergou como união estável tão somente aquela constituída entre homem e mulher.
Aqui reside a principal crítica doutrinária, pois nenhuma espécie de vínculo que tenha por base o afeto pode-se deixar de conferir status de família, merecedora da proteção do Estado, pois a CF (art. 1º, III) consagra, como norma pétrea, o respeito e a dignidade da pessoa humana. 
Cabe ressaltar que esta omissão legislativa não fez com que a realidade deixasse de existir e ainda, com que as questões oriundas do rompimento ou do falecimento, começassem a bater às portas do judiciário.
Num primeiro momento as decisões judiciais, que não poderiam se omitir de analisar a questão argumentando a omissão legislativa, acabaram por tratar os vínculos como sociedade de fato, sendo os companheiros tratados como sócios e assegurando
a divisão do patrimônio amealhado de forma proporcional à contribuição direta de cada um dos conviventes. 
No entanto, a Jurisprudência e até mesmo legislações pátrias reconhecem direitos e deveres iguais aos da União Estável, assegurando direitos previdenciários, alimentos, sucessão, etc. As ações, que antes tramitavam nas Varas Cíveis, passam a ser de competência das Varas de Família. 
A negativa de se emprestar direitos a estas uniões homoafetivas, em muitas ocasiões, tinha por fundamento a falta de amparo legal. No entanto, com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006, art.2º e 5º parágrafo único), foram albergadas em seu conceito as uniões homoafetivas.
4. Família monoparental: 
um dos pais toma conta sozinho de seus filhos
A CF de 88, ao alargar o conceito de família, elencou como entidade familiar a comunidade formada por qualquer um dos pais e seus descendentes (CF 226, § 4º). Esta realidade, que hoje atinge milhares de entidades familiares, receberam em sede doutrinária o nome de família monoparental, como forma de ressaltar a presença de somente um dos pais na titularidade do vínculo conjugal.
5. Família pluriparental: 
Aquelas reconstruções de afeto, quando o novo companheiro toma o lugar do pai ou da mãe biológica, pois o mesmo é muito ausente. Há um afeto e vontade de conviver com os filhos dessa pessoa.
Estas famílias resultam da pluralidade das relações parentais, especialmente fomentadas pelo divórcio, pela separação, pelo recasamento, seguidos das famílias não-matrimoniais e das desuniões. A multiplicidade de vínculos, a ambigüidade dos compromissos e a interdependência, ao caracterizarem a família mosaico, conduzem para a melhor compreensão desta entidade.
Esta união é geralmente constituída por casais onde um ou ambos são egressos de uniões anteriores, trazendo para a nova família seus filhos e muitas vezes tendo filhos comuns, na clássica expressão: os meus, os teus, os nossos... No entanto, nestas novas famílias, a tendência é considerar, ainda, como monoparental o vínculo do genitor com seu filho, até porque o novo casamento dos pais não importa em restrições aos direitos e deveres com relação aos filhos (CC 1.579, parágrafo único).
	
6. Família anaparental: 
Mesmo tendo a CF de 88 alargado o conceito de família, não conseguiu abranger todas as formas existentes.
O conceito de família não está mais ligado ao conceito de casamento. Também não é mais necessária a diversidade de sexo. De igual forma, não é mais necessária para a configuração de família a diferença de gerações. A convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não parentes, dentro de uma estruturação com identidade de propósito, impõe o reconhecimento da existência de entidade familiar batizada como família anaparental.
7. Família paralela: 
(concubinato) Quando a lei (cc) diz família paralela é aquela que anda simultaneamente, paralelamente a uma família já constituída. Aquela relação escondida, que ninguém sabe.
Estas relações paralelas são consideradas desprovidas de efeitos positivos na esfera jurídica. No entanto, nem por esta falta de amparo legislativo, esta realidade deixa de existir.
Estas relações repercutem no mundo jurídico, porque estes concubinos convivem, tem filhos e construção patrimonial comum. Aos que defendem a tutela jurídica destas uniões, o argumento é o de que, quem mantém relacionamento concomitante com duas pessoas, sai premiado. O infiel, aquele que foi desleal, permanece com a titularidade patrimonial, além de ser desonerado da obrigação de sustento para com quem lhe dedicou a vida, mesmo sabendo da desonestidade do parceiro. Paradoxalmente, se o varão foi fiel e leal a uma única pessoa, é reconhecida a união estável e imposta tanto a divisão de bens quanto a obrigação alimentar. A conclusão é uma só: a justiça está favorecendo e incentivando a infidelidade e o adultério. 
A que quer lhe negar efeitos jurídicos, a alegação é de que a distinção entre concubinato adulterino e união estável busca manter coerência com o preceito ordenador da monogamia. Ainda, existe o argumento de que o Estado não pode dar proteção a mais de uma família ao mesmo tempo.
8. Família endemonista: 
pessoa sozinha, buscando a sua realidade pessoal
Cada vez mais se reconhece que é no âmbito das relações afetivas que se estrutura a personalidade da pessoa. A busca da felicidade, a supremacia do amor, a vitória da solidariedade ensejam o reconhecimento do afeto como único modo eficaz de definição da família e de preservação da vida. Surgiu então um novo nome para essa nova tendência de identificar a família pelo seu envolvimento afetivo: família eudemonista, que busca a felicidade individual, vivendo um processo de emancipação de seus membros.
O ordenamento jurídico absorve este princípio, deslocando a proteção da instituição para o sujeito. Assim, a CF, em seu art. 226, §8º, expressamente determina que o “Estado assegurará a assistência à família, na pessoa de cada um dos componentes que a integram.” 
A família hoje identifica-se pela comunhão de vida, de amor e de afeto no plano da igualdade, da liberdade, da solidariedade e da responsabilidade recíproca. 
Família então pode ser aquela constituída apenas por um único indivíduo. Tanto que já existem inúmeros julgados protegendo como bem de família o imóvel destinado à moradia do devedor, ainda que seja ele solteiro e more sozinho.
?Família poliafetiva? 
Ainda não visualizamos nos manuais a família poliafetiva. É fato social. (É um núcleo só familiar, devem viver todos juntos) ainda não é considerada uma família. Dois ou mais no mesmo núcleo familiar, convivendo entre eles.
PRINCÍPIOS
Muito embora não exista um consenso entre os doutrinadores, vamos utilizar a lição de Francisco Amaral, para elencar 11 princípios constitucionais relevantes na matéria de direito de família. São eles: 
a) Reconhecimento da família como instituição básica da sociedade e como objeto especial da proteção do estado (CF 226); 
b) Existência e permanência do casamento civil ou religioso, com base, embora sem exclusividade, da família; 
c) Competência da lei civil para regular os requisitos, celebração e eficácia do casamento e sua dissolução; 
d) Igualdade jurídica dos cônjuges (CF 226 5º);
​e) Possibilidade de dissolução do vínculo matrimonial pelo divórcio (CF 226, parágrafo sexto); f) Direito de constituição e planejamento familiar, fundando no princípio da paternidade responsável, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o seu exercício (CCF 226, parágrafo sétimo);
g) Igualdade jurídica dos filhos, proibidas quaisquer designações discriminatórias (CF 227, parágrafo sexto); 
h) Proteção da infância, com o reconhecimento de direitos fundamentais à criança e ao adolescente e responsabilidade da família, da sociedade e do Estado por sua observância (CF 227); 
i) Atribuição aos pais do dever de assistência, criação e educação dos filhos (CCF 229); 
j) Proteção do idoso (CF 230)
Outros princípios implícitos e explícitos norteadores do direito de família:
a) Monogamia:
 Não se trata de um princípio do direito estatal de família, mas sim de uma regra que proíbe a multiplicidade de relações matrimoniais chanceladas pelo Estado, e isso fica claro com leis que recriminam de diversas formas quem descumpre o dever de fidelidade. Não pode ser entendida como um princípio constitucional, porque a CF não a contempla, e podemos até dizer que tolera a traição, à medida que não permite a diferenciação entre os filhos, quer nascidos quer não da relação conjugal. Podemos dizer então que a monogamia é a função ordenadora da família. O Estado tem o interesse em manter a estrutura familiar e por isso proclama que a família é a base da sociedade.
b) Princípio da dignidade da pessoa humana:
É o princípio fundante do Estado Democrático de Direito, sendo afirmado já no Primeiro artigo da Constituição Federal. Este princípio pode ser entendido até mesmo como valor nuclear da ordem constitucional, sendo o mais universal
de todos os princípios. É deste macroprincípio que irradiam todos os outros: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, etc... Na medida em que a ordem constitucional elevou a dignidade da pessoa humana a fundamento da ordem jurídica, houve uma opção expressa pela pessoa, ligando todos os institutos à realização de sua personalidade. Tal fenômeno provocou a despatrimonialização e a personalização dos institutos jurídicos, de modo a colocar a pessoal humana no centro protetor do direito. 
c) Princípio da liberdade e igualdade:
 A liberdade e a igualdade, correlacionadas entre si, forma os primeiros princípios reconhecidos como direitos humanos fundamentais., integrando a primeira geração de direitos a garantir o respeito à dignidade da pessoa humana. Diz respeito a liberdade de escolha de seus companheiros, o tipo de entidade que quiser para constituir sua família. Que todos os filhos tem os mesmos direitos, que o marido e a mulher são iguais em relação ao papel que desempenham na chefia da sociedade conjugal, entre outros. 
d) Princípio da Solidariedade familiar 
Solidariedade pode ser entendida como o que cada um deve ao outro. Este princípio tem origem nos vínculos afetivos, dispõe de conteúdo ético, pois contém em suas entranhas o próprio significado da expressão solidariedade, que compreende a fraternidade e a reciprocidade. Este princípio tem assento constitucional, tanto que em seu preâmbulo a CF assegura uma sociedade fraterna. São exemplos: o dever dos pais de assistência aos filhos (CF 229), Dever de amparo às pessoas idosas (CF 230), O casamento importa em plena comunhão de vidas (CC 1.511), A obrigação alimentar é decorrência da solidariedade (CC 1.694) – os integrantes da família são, em regra, reciprocamente credores e devedores de alimentos. Se um dos parentes deixou de cumprir a obrigação parental, não pode depois exigi-la daquele a quem se negou a prestar auxílio. 
e) Princípio do pluralismo de entidades familiares 
Já falamos dos novos contornos das entidades familiares. Ao contrário das codificações anteriores, não é só o casamento que merece proteção. O princípio do pluralismo das entidades familiares é encarado como o reconhecimento pelo Estado da existência de várias possibilidades de arranjos familiares. 
f) Princípio da proteção integral a crianças, adolescentes e idosos 
O direito das crianças e adolescentes foi consagrado como direito fundamental. (CF 227). Foi incorporada à CF a doutrina da proteção integral e passando a ser vedada qualquer referências discriminatórias entre os filhos (CF 227 par. 6º). 
Com isto os vínculos de filiação foram profundamente alterados. A maior vulnerabilidade e fragilidade dos cidadãos até 18 anos os faz destinatários de um tratamento especial. A CF, em seu artigo 227, assegura às crianças e adolescentes, direito a vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Também são colocados à salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Estes direitos devem ser assegurados com absoluta prioridade pela família, pela sociedade e pelo Estado. Isto vem disciplinado no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). 
Diante de tal proteção, podemos destacar a igualdade no âmbito das relações paterno-filiais, de forma a assegurar aos filhos os mesmos direitos e qualificações, vedando qualquer designação discriminatória (CCF 227, par. 6º). 
Importante destacar que o direito à convivência familiar não está ligado à origem biológica da família. Não é um dado, é uma relação construída no afeto, não derivando dos laços de sangue, nas lições de Paulo Luiz Netto Lobo. 
Quanto ao idoso, a CF veda a discriminação em razão da idade, bem como assegura especial proteção ao idoso. Atribui à família, à sociedade e ao 19 Estado o dever de assegurar sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar, bem como garantindo-lhe o direito à vida (CF 230). 
É determinada a adoção de políticas de amparo aos idosos, devendo ser executados os programas, preferencialmente, em seus lares. Também é assegurado constitucionalmente o direito aos maiores de 65 anos de transporte gratuito nos coletivos urbanos. 
Existe ainda um microssistema, que é o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), que consagra uma séria de prerrogativas e direitos às pessoas maiores de 60 anos.
g) Princípio da proibição do retrocesso legal:
 A CF, ao garantir especial proteção à família, estabeleceu as diretrizes em três grandes eixos: 
1) A igualdade entre homens e mulheres na convivência familiar; 
2) O pluralismo das entidades familiares; 
3) O tratamento igualitário entre todos os filhos. 
Estas normas são de direito subjetivo e contam com garantia constitucional, por isso servem de obstáculo a que se operem retrocessos sociais, pois isto seria violação das normas constitucionais. A lei ordinária não pode limitar estes direitos. Isto é o que chamamos de princípio constitucional de proibição do retrocesso legal. Todo e qualquer tratamento discriminatório levado a efeito pelo legislador ou pelo poder judiciário mostra-se flagrantemente inconstitucional Alguns autores entendem que as disposições do CC, ao atribuir tratamento diferenciado á companheira e a esposa, quer por ação, quer por omissão, são inconstitucionais. 
h) Princípio da Afetividade 
O Estado impõe a si obrigações para com seus cidadãos. Por isso elenca a Constituição um rol imenso de direitos individuais e sociais, como forma de garantir a dignidade de todos. Isso nada mais é do que o compromisso de assegurar o afeto: o primeiro obrigado a assegurar o afeto por seus cidadãos é o próprio Estado.
Muito embora a palavra afeto não esteja no texto constitucional, ele indiscutivelmente está enlaçado no âmbito de sua proteção. Com a consagração do afeto como direito fundamental, resta enfraquecida a resistência dos juristas que não admitem a igualdade entre a filiação biológica e a sócioafetiva. 
Ainda, é o princípio jurídico da afetividade que faz despontar a igualdade entre irmãos biológicos e adotivos e o respeito aos seus direitos fundamentais.
O afeto não é fruto da biologia. Os laços de afeto e de solidariedade derivam da convivência familiar, e não do sangue. Assim, a posse do estado de filho nada mais é do que o reconhecimento jurídico do afeto. 
A comunhão de afeto é incompatível com o modelo único, matrimonializado da família. Por isso, a afetividade entrou na cogitação dos juristas, buscando explicar as relações familiares contemporâneas.
UNIÃO ESTÁVEL
Formação União Estável:
	Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Requisito controvertido para a formação da união estável
	O requisito da diversidade de sexos apresenta grande controvérsia entre a doutrina e jurisprudência atuais. 
Muitos doutrinadores entendem que somente é possível a união estável entre homem e mulher. Há muitos julgados nesse mesmo sentido. No Tribunal de Justiça de São Paulo, por exemplo, é possível dizer que aproximadamente metade dos julgados recentes pactuam desse entendimento. 
Em sentido contrário, muitos doutrinadores entendem que é possível a união estável entre pessoas do mesmo sexo, desde que presentes os demais requisitos do artigo 1.723 do Código Civil. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul praticamente pacificou o entendimento nesse sentido.
O Superior Tribunal de Justiça ainda não pacificou o seu entendimento. Há decisões reconhecendo a união estável homoafetiva, e outras, equiparando esse tipo de união a uma sociedade de fato, sem status
de entidade familiar.
Requisitos objetivos para formação da união estável
- Entre homem e mulher
-que haja convivência entre ambos
- Convivência contínua: não pode ser eventual 
- Convivência Pública: pode estar restrito ao círculo social do casal, entre parentes e amigos. A discrição não desconstituí a união estável, mas não admite a união secreta. 
-Convivência Duradoura: não possui prazo específico, mas deve observar o princípio da razoabilidade
-inexistência de impedimentos matrimoniais: art. 1521 CC. Ex: união entre irmãos. Não obstante o estado civil de casado de uma pessoa configurar impedimento matrimonial para um novo casamento, as pessoas casadas podem constituir união estável, desde que separadas de fato ou judicialmente.
Observação: a coabitação não é um requisito necessário para se constituir união estável. Porém, nesses casos só vai se configurar união estável se tiver uma justa causa. Ex: motivos profissionais. 
Neste momento a confusão se instala. Os requisitos objetivos ora estudados para configurar uma união estável, são comumente percebidos em alguns namoros. Não são poucos os casais de namorados que mantêm convivência amorosa contínua, pública, duradoura e sem impedimentos matrimoniais, exatamente como foi definido acima. 
Vale lembrar que a definição do namoro qualificado. Nele estão presentes todos esses requisitos objetivos da união estável. Portanto, se entende por namoro qualificado aquela relação amorosa em que há continuidade, publicidade, durabilidade e ausência de impedimentos matrimoniais, mas não chega a ser uma união estável. 
O que diferencia, então, o namoro qualificado da união estável? A resposta está no requisito subjetivo: o objetivo de constituir família. Um casal de namorados não tem intuito de constituir família, enquanto o casal que vive em união estável tem essa intenção. Mas é preciso estudar com muito cuidado este requisito, pois é muito comum interpretá-lo de maneira errada.
Requisito subjetivo para formação da união estável:
-O Objetivo de constituir família (consumado, não objetivo futuro. O casal deve viver como se casado fosse)
Formalização união estável
Não é possível que o casal pactue viver em união estável, simulando um fato inexistente, caso os requisitos do artigo 1.723 do Código Civil não estiverem realmente preenchidos. Assim, por exemplo, um contrato de união estável não terá validade para um casal que estabeleça uma relação sem o objetivo de constituir família, com a única intenção de incluir um dos namorados como dependente no plano de saúde do outro. Caso fique comprovado que o relacionamento é desprovido de qualquer dos requisitos da união estável, este contrato também será nulo.
Direitos dos companheiros na união estável
-herança do outro nos casos previstos em lei
-alimentos, desde que comprovem a sua real necessidade de recebê-los e a possibilidade do outro em pagá-los
 -decorrência da dissolução da união, o ex-companheiro tem direito à meação dos bens adquiridos onerosamente na constância da união, se o regime de bens for o da comunhão parcial de bens. 
(Não havendo contrato estipulando outro regime de bens, vale o da comunhão parcial). 
É possível que o casal firme contrato estabelecendo regime de bens diverso, como por exemplo, o da separação total de bens ou da comunhão universal de bens. 
	
Importante:
Impedimentos que tem no casamento vão afetar na união estável
Atingem a ordem pública, é caso de nulidade
Não aplica as causas suspensivas do art. 1523
Ex: os irmãos gêmeos separados na maternidade, acabam se casando e descobrem que são irmãos apenas depois do casamento. O casamento teve que ser nulificado. Eles podem continuar juntos, mas não poderiam pedir o reconhecimento a união
Exceção: §6 separada de fato por 2 anos ou separada judicialmente a 1 ano
Causas suspensivas: Não invalida casamento. Não Atrapalha o reconhecimento da união estável
Art. 1725 questões patrimoniais
Posso pensar em regime de bens? Sim
Se eu não escolhi nenhuma outra situação diferente aplica-se a comunhão parcial de bens
Podem escolher outro regime? Sim, precisa fazer mediante escritura pública. Pois se alguém quiser fazer negócios comigo, preciso deixar isso claro. (Pacto convivencial)
​
CASAMENTO
O casamento gera o que se chama de estado matrimonial, no qual os nubentes ingressam por vontade própria, por meio de chancela estatal. 
Casamento tanto significa o ato de celebração do matrimônio, como a relação jurídica que dele se origina: a relação matrimonial. O sentido da relação matrimonial, nos dizeres de Francisco Muniz e José Lamartine de Oliveira, se expressa pela noção de comunhão de vidas, ou comunhão de afetos. O ato de casamento cria um vínculo entre os noivos, que passam a desfrutar do estado de casados. 
O efeito maior do casamento é a plena comunhão de vida. Além de estabelecer a sociedade conjugal e proceder à alteração do estado civil dos cônjuges, gera dois vínculos: a) vínculo conjugal entre os cônjuges; b) vínculo de parentesco por afinidade, ligando um dos cônjuges aos parentes do outro. 
Cessado o casamento, o parentesco em linha reta (sogro, sogra, genro e nora) não se dissolve, vindo a gerar inclusive impedimento para o casamento. 
Com o casamento, os solteiros, viúvos ou divorciados adquirem a condição de casados. Dependendo do regime de bens, tornam-se co-proprietários dos seus próprios bens.
Antes do casamento, os noivos podem escolher o regime que irá reger os bens durante o casamento e mesmo após sua dissolução, por meio de pacto antenupcial (art. 1.639 do CC). Este regime de bens pode ser alterado durante o casamento, por vontade das partes (art. 1.639 do CC).
Se o casamento for celebrado sob o regime de comunhão universal de bens, perde o cônjuge a propriedade de seus bens particulares. Passa a haver um coproprietário: o cônjuge. 
Em todos os outros regimes de bens - com exceção da separação de bens – o que for adquirido a partir do casamento não pertence com exclusividade aos cônjuges, ainda que a aquisição tenha sido em nome próprio. 
Qual a natureza jurídica do casamento?
Pública pela interferência do Estado ou privado pela liberdade
Há algumas Correntes:
-contratualista: (majoritária) vê o casamento como um contrato de vontades convergentes para a obtenção de fins jurídicos. 
-Institucional: argumentos para contradizer a corrente contratualista. Um dos argumentos é que não seria possível o casamento to ser um contrato pois poderíamos encontrar interesses divergentes, como colocar situações de negócios jurídicos com relações pessoais
-Híbrida: grande parte dos autores contemporâneos a adotam. Destaca o conjunto de normas imperativas a que aderem os nubentes, sendo que quem casa forma uma instituição. Para essa corrente, o casamento é um ato de natureza especial, sem feitio patrimonial direto.
Capacidade
-Homem e mulher, com mais de 16 (dezesseis) anos, com a devida autorização dos pais (Art. 1.634, III, CC) ou dos responsáveis legais (Art. 1.517, CC).
-Deficientes mentais podem casar (Art. 1.550, §2º, CC)
-Menor não núbil (menor de 16 anos) somente para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez
Casamento civil
​
O casamento civil é realizado perante o oficial do Cartório do Registro Civil. Trata-se de ato solene levado a efeito por um celebrante e na presença de duas testemunhas, ou nas dependências do cartório, ou em outro local. A gratuidade da celebração do casamento civil é preceito constitucional (CF 226, § 1º), repetido no Código Civil (art. 1.512). Quando a pobreza for declarada, sob as penas da lei, a isenção do pagamento das custas estende-se à habilitação, ao registro do casamento e à primeira certidão de casamento (art. 1.512, § único do CC). Assim, basta que os nubentes firmem singela declaração de falta de recursos para serem dispensados do pagamento das custas.
Casamento religioso com efeitos civis
A validade civil do casamento religioso está condicionada à inscrição
no Registro Civil das Pessoas Naturais, desde que atendida a providência de habilitação antes ou depois do ato religioso. Os efeitos civis são admitidos a qualquer tempo. Procedida à habilitação e ao registro, ainda que tardio, os efeitos civis retroagem à data da solenidade religiosa (art. 1.515 do CC). No caso de prévia habilitação, o prazo para registro é de 90 dias. Ainda depois desse prazo, é possível o registro, desde que efetuada nova habilitação. Assim, realizado o casamento religioso sem as formalidades legais, poderá ser inscrito no registro civil: basta que se proceda à devida habilitação perante a autoridade competente. (art. 1.516 do CC).
As ações para invalidar o casamento obedecem aos preceitos da lei civil. Assim, anulado o casamento religioso, tal não afeta a validade do casamento civil, se ocorrido o respectivo registro.
Casamento por procuração
Ainda que não se possa dizer que seja uma espécie de casamento, o casamento por procuração é uma modalidade de casar (art. 1.542 do CC).
A procuração deve ser outorgada por instrumento público com poderes especiais. A procuração vale pelo prazo de 90 dias. Por ausência de óbice legal, ambos os noivos podem ser representados por procurador
Casamento nuncupativo ou in extremis
É o nome dado para o casamento contraído quando um dos nubentes está em iminente risco de vida. (Arts. 1.540 a 1.542 do CC) Neste tipo de casamento é possível que a celebração ocorra sem um juiz de paz, sem prévia habilitação, ou seja, não é necessário o atendimento de nenhum dos requisitos legais. 
Basta que estejam presentes duas testemunhas, que não sejam parentes em linha reta ou linha colateral, até o segundo grau, dos nubentes. No prazo de 10 dias as testemunhas devem confirmar o casamento perante a autoridade judicial que, antes de mandar registrar o casamento, procederá a uma verdadeira investigação. 
Não prevê a lei a oitiva do cônjuge sobrevivente. Este procedimento será dispensado se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença de autoridade competente e do oficial do registro. 
Em qualquer das hipóteses acima, os efeitos do casamento retroagem à data de sua celebração.
Casamento putativo
Trata-se de casamento nulo ou anulável, mas contraído de boa-fé por um ou por ambos os cônjuges. Está regulado pelo art. 1.561 do CC. 
Só produz efeitos em relação ao cônjuge de boa-fé, e durante o período que vai da data da celebração até o trânsito em julgado da sentença que o desconstitui. 
Em relação ao cônjuge de boa-fé, então, a sentença tem efeitos ex-nunc, ou seja, do trânsito em julgado da sentença para a frente. 
Para o cônjuge que agiu de má-fé, ou seja, que sabia da condição nulificante do casamento, os efeitos da sentença são ex-tunc, ou seja, é nulo desde a sua celebração. 
Quanto aos filhos, os efeitos subsistem sempre, independentemente da boa ou má-fé dos genitores.
Invalidades
A) casamento nulo (ex tunc), imprescritível
Hipóteses:
1. Pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida
impedimentos 
2. Por infringência de impedimento
Impedimentos Absolutos: (Art. 1521) (art. 1548) Não podem casar
-ascendentes com descendentes, seja o parentesco natural ou civil. 
-os afins em linha reta
-o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi o do adotante
-os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive
-o adotado com o filho do adotante
-as pessoas casadas
- o cônjuge sobrevivente com o condenado de homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte
B) casamento anulável (ex nunc) diz respeito às partes. Se as partes toparem ficar naquela situação, o juiz não pode se meter. Interesse inter partes. Não atinge mais ninguém. (art. 1550)
1. Idade núbil não preenchida (salvo gravidez e poderá aguardar)
2. Ausência de autorização, embora em idade núbil (Caso expressem anuência, ou participem da solenidade, é convalidado) (Art. 1.555, §2º, CC)
3. Incapacidade em consentir, inequivocamente, ou demonstrar a vontade de NÃO materializar o matrimônio; 
4. Revogação da autorização, sem conhecer do ato e não sobrevindo coabitação
5. Incompetência da autoridade celebrante 
6. Vício de vontade (Erro essencial sobre a pessoa; Pressupostos (Art. 1.557, CC). Conhecimento ulterior/ Acontecimento anterior; Insuportabilidade da comunhão de vida.
Prazos: 
180 dias: Ausente a idade núbil (Art. 1.560, §1º, CC); Em idade núbil, mas sem autorização (Art. 1.555, CC); Inexistência de manifestação inequívoca de vontade (Art. 1.560, CC)
2 anos: Incompetência da autoridade celebrante (Art. 1.560, II,CC)
3 anos: Erro essencial sobre a pessoa
4 anos: Coação
Causas de extinção do casamento
-Morte
-As invalidades (nulidade e anulabilidade)
-Divórcio
Divórcio:
Antes: separação de uma maneira: separação judicial (posso fazer partilha de bens, acordar sobre guarda, alimentos) tinha que provar que já estava separada judicialmente a um ano ou separada a 2 anos. Para entrar com o divórcio precisava comprovar a separação (judicial ou de fato)
mas se eu estivesse separada judicialmente a mais de 20 anos posso me casar com outra pessoa? Não, pois separação não rompe meus vínculos jurídicos
Agora: emenda 66/2010
Hoje não preciso mais esperar o lapso temporal. Não preciso de nenhum motivo. O divórcio é direto.
Hoje as formas de se divorciar são judicialmente e extrajudicialmente (requisitos)
Hoje se conhecem outras pessoas e querem se casar, precisam se divorciar.
Divórcio Extrajudicial: por escritura pública
-Quando não há litígio, não tem filhos menores e ou incapazes e com a presença de advogado ou defensor
-Pode ser feita a partilha de bens
 REGIME DE BENS
Pacto antenupcial 
Art. 1.656, CC – o artigo permite a cada um dos cônjuges, dada a natureza do regime de separação final nos aquestos, a inserção de cláusulas 
 Nulo: se não observar a forma.
Ineficaz: se não lhe seguir o casamento no pacto antenupcial, permitindo que os bens imóveis
Art. 1.657, CC – o pacto antenupcial só terá efeito perante terceiros depois de registrado em livro especial junto ao Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. 
Comunhão Parcial de bens
Regime legal ou também conhecido como supletivo: comunhão parcial
Chama-se regime supletivo pois se o pacto for invalidado o regime a ser aplicado vai ser o regime parcial. 
Se as partes não pedirem nada, automaticamente passa a ser regime parcial de bens.
Situações onerosas somente após o casamento
Não precisa de pacto antenupcial
Bens que vão se comunicar:
-Comum
-Oneroso
-Doação ou legado (deixa testamentária) em favor de ambos os cônjuges (deve favorecer ambos)
-As benfeitorias em bens particulares
-Os frutos dos bens ou dos participantes de cada um
Uma vez que sela o regime de bens, não precisa provar nada. Tudo que adquirir na constância do casamento é de ambos (comunica-se)
Excluídos da comunhão e incomunicáveis
-Os bens que cada cônjuge possuir ao se casar
-Na constância do casamento, por doação e os sub-rogados em seu lugar
-Os de uso pessoal e em decorrência da profissão
-As obrigações anteriores ao casamento e as provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal
-Os proventos do trabalho pessoal, as pensões, meio-soldos, montepios e outras rendas
-Uma causa anterior ao casamento
Os bens adquiridos por doação ou sucessão hereditária não são partilhados com o outro cônjuge. Exceção: NA VENDA, for adquirido outro patrimônio, sem nenhuma ressalva em relação à origem do dinheiro, o bem passará a integrar a massa patrimonial comum. 
Comunhão Universal de bens
-Por instrumento público, perante o Tabelião do Cartório de Notas.
-Por meio de pacto antenupcial
-Comunica tudo, reúne tudo, inclusive as dívidas
-Se for beneficiária, precisa ter uma cláusula específica que aquele bem só pertence a ela
Bens excluídos da comunhão:
-Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade
e os sub-rogados em seu lugar
-As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com cláusula de incomunicabilidade
-As dívidas anteriores ao casamento, salvo se reverterem em proveito comum. 
Separação Total de bens
É convencionado pelos cônjuges, por meio de pacto antenupcial, lavrado perante o tabelião de notas. 
Duas situações importantíssimas:
-Separação convencional: as partes convencionam que querem desta forma. O único regime que possui uma independência quase total. Não precisa da outorga marital (sinônimo de matrimonial, quando casados eu preciso da autorização do outro). Único regime que não precisa da outorga marital. As partes se resolvem
-Separação obrigatória: a lei obriga nas hipóteses do Art 1641. Ex: maiores de 70 anos. Mas o judiciário traz a Sumula 377 do STF que converte quando as pessoas estavam subjugadas a imposição da lei. Se fosse de acordo com a lei o outro cônjuge não teria direito a nada. Mas se esse cônjuge procura a justiça, a Sumula pode ser aplicada. Se o cônjuge não faz nada, não procura o judiciário, vai aplicar a lei.
Participação final nos aquestos
É um regime híbrido, pois nele se aplicam regras atribuídas aos regimes de separação de bens e de comunhão parcial.
Também por meio de pacto antenupcial
​ALIMENTOS
Natureza jurídica
Defluem do poder familiar, do parentesco, do casamento ou união estável (Art. 1.694, CC), com supedâneo no princípio da solidariedade e da mútua assistência (art. 1.566, CC)
Características
Personalíssimo: Visa garantir a manutenção da vida e fundamenta as outras características; 
Intransmissível: Intransferíveis, dado o fim a que se presta; 
Impenhorável: Art. 1.707, CC.
Irrenunciável: Não é factível a renúncia. É possível, porém, o não exercício da prerrogativa. Alimentos não se devolvem o que pode é entrar com uma ação por danos. Não exercer o direito não é abrir mão do alimento
Indisponível: É factível, porém, a negociação dos alimentos pretéritos.
Incompensável;
Imprescritível;
Irrepetível: Salvante má-fé e locupletamento ilícito pelo credor. 
Obrigados legais
Cônjuges ou companheiros (incluindo os homossexuais)
Parentes em linha reta, ou colaterais até o segundo grau: Deve-se observar que, é o credor (criança), e quem é o mais próximo do credor. Atinge até os irmãos do credor. NÃO ATINGEM TIOS, SOBRINHOS, PRIMOS. Procura os mais próximos de acordo com a lei, em linha reta. Pais-avós-bisavós-irmãos do credor
Alimentos suplementares
​	O parente mais próximo será convocado para conjuntamente com o devedor originário, auxiliar no pagamento dos alimentos. Ex: se o pai não consegue dar a totalidade do necessário, pode chamar os parentes em linha reta.
Espécies de Alimentos
Alimentos naturais: manutenção da vida (vestuário, alimentos, saúde, habitação e educação) é o direito à vida.
Alimentos civis: conservação do status social e padrão de vida que o credor detinha anteriormente a dissolução do matrimônio ou união estável. (Possibilidade)
Se houver culpa fixa os alimentos naturais (art. 1694 §2º)
Ex: pai foge das responsabilidades e some da família. Anos depois a mulher casa novamente. Mesmo que o marido da mulher o sustente, pode pedir alimentos.
Pressupostos
Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Portanto, são os requisitos: 
NECESSIDADE, do credor; e 
POSSIBILIDADE, do devedor. 
 Alimentos gravídicos
Lei 11804/2008
Finalidade de tutelar o filho, ainda em gestação
Para a criança que esteja sendo gerada, representado pela mãe
Pressuposto: preciso ter indícios de paternidade por meio de prova da verossimilhança, aquela que se aproxima o máximo possível da verdade. Fortes indícios, a tal ponto que eu convenço o juiz que o pai é o possível pai do bebê ainda em gestação.
Não precisa fazer exame para comprovar, pois coloca a mãe e a criança em risco. Geralmente comprova-se por relacionamentos, união dos pais, com testemunhas.
Ex: uma jovem namorando um rapaz, por dois anos. Ele era dono de uma empresa. Ela pede um tempo e a saúde começa a ficar delimitada. Descobre que estava grávida, conta para o rapaz. O rapaz alega que o filho não é dele e desaparece. A jovem pode entrar com ação de alimentos gravídicos. Ela reúne varias provas que não tem condições de manter a saúde e cuidar adequadamente de sua gestação, reúne testemunhas e provas de que estava com o rapaz durante dois anos. Há uma possibilidade do rapaz não ser o pai, mas de outro lado a mulher está com a saúde debilitada e com gestação.
Na dúvida quais são os bens jurídicos que posso ponderar? A vida, a criança, que está sendo gerada
Nos pedidos pede-se que se confirmada a paternidade por exame de DNA, converte-se em alimentos naturais
Ex2: uma pessoa casada, com filhos, a muito tempo, O marido precisa desenvolver uma situação fora de seu Estado por 6 meses. Nesse tempo ele encontrou alguém na outra cidade. Após esses 6 meses o marido retornou, como se nada tivesse acontecido. Depois de um tempo, recebeu um pedido de alimentos gravídicos da mulher que teve um relacionamento extraconjugal. A amante provou através de fotos, testemunhas, comprovou o vínculo. Há uma suspeita de fraude. 
O juiz defere os alimentos gravídicos. Após o nascimento da criança, fazendo o teste descobriu que o homem não era o pai e essas pessoas faziam fraude, para receber alimentos. O prejudicado não pode pedir devolução dos alimentos gravídicos, só pode pedir reparação por danos, por violação da boa-fé objetiva.
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