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TAJ g1 anizio

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Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2			 TAJ	G1		
Teoria	da	argumentação	jurídica:	formula	critérios,	regras,	exigências	que	devem	ser	cumpridos	para	fins	de	fundamentação	e	justificação	racional	de	proposições	normativas	concretas	(=frase	que	é	uma	norma)	da	interpretação	até	aplicação	do	direito.			Direito	resolve	casos	concretos	chegando	na	decisão	judicial	através	de	uma	frase	que	é	uma	norma.		
Norma	Universal:	155	CC	
Norma	Singular/Concreta/Individual:	“A”	deve	pagar	R$1000,00	para	“B”	- Todo	raciocínio	jurídico	termina	com	proposições	normativas	concretas;	- Todo	caso	de	direito	tem	como	ponto	de	partida	uma	Norma	Universal	e	como	ponto	de	chegada	uma	Norma	Singular.	Essa	passagem	se	dá	através	da	fundamentação;			
Deterministas	ou	Decisionistas:	Não	acreditam	que	é	possível	uma	decisão	racional	acerca	das	proposições	normativas.			
Questões	Práticas																										x																					Questões	Teóricas	Dever	ser;	 	 	 	 	 						Ser,	é;	Não	é	passível	de	verdade;	 	 	 						Passível	de	verdade;	Juízos	do	dever;	 	 	 	 						Juízos	fáticos;	Frases	normativas;	 	 	 	 						Frases	descritivas;	“A	deve	pagar	R$10,00	para	B”	 	 						“A	matou	B”,	“O	carro	é	vermelho”;		 	 	 	 																																		Pode	ser	discutido	cientificamente;																						Pode	ser	discutido	racionalmente.			Raciocínio	teórico:	premissas	implicam	a	conclusão.	Raciocínio	prático:	premissas	não	implicam	a	conclusão.	Premissas	funcionam	como	razões	que	dizem	qual	deve	ser	a	solução	do	caso.	Premissas	podem	ser	colocadas	em	cadeia	dedutiva.	Por	que	temos	problemas	com	as	regras	da	lógica	no	raciocínio	prático?	Raciocínio	prático:	uma	das	premissas	é	uma	norma.	Normas	não	são	V	ou	F,	então	não	são	submetidas	a	regra	da	lógica.	Ato	de	vontade.		TAJ	pressupõe	uma	razão	prática,	a	qual	é	resolvida	por	meio	da	apresentação	de	argumentos	e	razões	para	justificar	frases	normativas.		É	=	Ser	=	Prova	Dever	=	Normativa	=	Argumentos,	razões	(racionalmente)			Contexto:	Descoberta:	o	que	passou	na	cabeça	do	juiz.		
Justificação:	razões,	provas,	não	interessa	o	que	passou	na	cabeça	do	juiz.				
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		Se	razão	não	fundamenta	conclusão,	ela	foi	arbitrária.	Se	argumentação	é	correta,	ela	está	justificada	de	modo	racional.				
Teoria	dos	Princípios	como	teoria	da	norma	jurídica			Conceito	de	semântica	de	norma:	norma	é	o	significado	que	o	intérprete	atribui	ao	texto.	Normas:	juízos	do	dever	(regras	e	princípios).	Sistema	jurídico	é	composto	de	regras	e	princípios.	Esses	são	dotados	de	indeterminação,	enquanto	aquelas	tem	vinculatividade	(imposição),	determinam	tudo	de	forma	definitiva	(direitos	e	deveres).	O	problema	do	sistema	puro	de	regras	são	as	lacunas	de	abertura	uma	vez	que	o	legislador	não	consegue	prever	todos	os	casos	antecipadamente,	e	isso	abre	espaço	para	a	discricionariedade,	para	a	arbitrariedade,	assim	o	juiz	fica	livre	para	decidir	a	partir	de	critérios	extrajudiciais.	Se	sistema	só	fosse	dotado	de	princípios,	causaria	insegurança	jurídica	pelo	alto	grau	de	indeterminação	normativa.			Disposição	jurídica	=	onde	está	o	texto,	o	artigo.	Algumas	disposições	não	são	normas,	porque	não	estabelecem	um	juízo	de	dever	(proibido,	permitido,	devido	=	obrigado).	Alguns	artigos	trazem	conceitos	por	exemplo.		Dworkin	começa	a	teoria	dos	princípios	e	Alexy	aperfeiçoou.	Primeiro	artigo	de	Dworkin	de	1967	é	um	ataque	ao	livro	“Conceito	de	Direito”	de	Hart.	Dworkin	diz	que	Hart	desprezou	os	princípios,	pois	ele	só	fala	em	regras	e	há	normas	que	não	são	regras.	Dworkin	diz	que	positivismo	falha,	pois	não	olha	para	os	princípios.	Dworkin	e	Alexy	introduziram	o	argumento	da	separação	forte	entre	regras	e	princípios.		Subsunção,	ponderação	e	analogia	são	os	métodos	para	aplicar	as	regras.	Os	três	não	são	separados,	tu	usa	quem	sabe	essas	3	ao	mesmo	tempo	em	casos	mais	complexos	por	exemplo.	O	resultado	da	ponderação	é	uma	regra,	direito	definitivo.		Princípios	->	ponderação	->	regra	->	subsunção.	Lacuna	->	analogia	->	regra	->	subsunção.		A	rigor,	as	regras	devem	ser	cumpridas.	Tem	que	aplicar	a	regra,	pois	ela	já	é	resultado	de	uma	ponderação.	Dúvida	entre	princípio	ou	regra,	regra	tem	que	ser	respeitada.	Regras	são	razões	definitivas,	princípios	são	contributivas.	Porém,	em	situações	específicas,	muito	particulares,	com	base	na	Teoria	dos	Princípios,	pode-se	escolher	o	princípio	e	não	a	aplicação	da	regra,	pois	há	um	novo	princípio	que	o	legislador	não	previu	->	derrotabilidade:	capacidade	das	regras	de	acomodar	exceções,	com	base	em	um	princípio	que	não	foi	considerado	pelo	legislador,	ou	se	a	aplicação	vai	de	encontro	com	a	finalidade	da	regra.		Conceito	de	direito	segundo	a	Teoria	dos	Princípios	(não-positivista):	dado	autoritativamente	conforme	a	ordem	jurídica,	eficácia	social	e	correção	moral	(conexão	necessária).		
Dworkin	
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		Sistema	jurídico	tem	regras	e	princípios	–	crítica	ao	positivismo.	Sua	distinção	se	da	pelo	modo	de	aplicação	e	pela	solução	dos	conflitos	entre	as	regras	e	das	colisões	entre	os	princípios.			Regras:	- Nas	regras	é	tudo	ou	nada.	As	normas	jurídicas	são	válidas	(existem)	ou	inválidas,	não	verdadeiras	ou	falsas.	Regras	válidas	obrigam	algo	criando	um	dever	definitivo;	- Os	elementos	da	hipótese	normativa	verificados	na	situação	de	vida	S	implicam	a	consequência	jurídica	Q;	- A	regra,	mesmo	válida,	pode	não	ser	aplicada:	há	exceção.	Mesmo	modo	de	aplicação:	tudo	ou	nada.	Exceção	é	nova	regra;		- O	conflito	entre	regras	é	resolvido	quando	uma	é	declarada	inválida	e	é	excluída	do	sistema	jurídico;	- Problema	da	inconsistência:	Q	é	obrigatório.	–Q	é	obrigatório.		Princípios:		- Não	determinam	obrigatoriamente	a	decisão	a	ser	tomada.	Fundamentam	as	decisões;	- Tem	dimensão	de	peso.	Em	um	conflito	entre	dois	princípios,	o	que	tem	maior	peso,	dependendo	das	circunstâncias	do	caso	concreto,	é	o	que	importa	mais.	Princípio	de	maior	peso	supera	o	de	menor,	constituindo	fundamento	para	a	decisão	do	caso.	O	princípio	de	menor	peso	não	é	declarado	inválido	ou	excluído	do	sistema	jurídico,	ele	apenas	não	conta	como	fundamentação	para	a	decisão;	- Princípios	são	fonte	do	direito,	mas	não	são	direito	positivo.	Apenas	princípios	morais	vinculam	juridicamente	(estabelecem	direitos	e	deveres	jurídicos).	Moral	é	a	fonte	do	direito.	Princípios	vêm	da	moral.	Princípios	morais	não	precisam	vincular	no	sistema	jurídico,	pois	podem	valer	mais	do	que	o	que	está	na	lei.	Princípios	morais	podem	estar	dentro	ou	fora	do	sistema.	Posso	usar	princípio	moral	para	resolver	casos	mesmo	que	não	esteja	positivado.	Não	fico	preso	ao	direito	positivo.		
Alexy	
	Regras:	- São	mandamentos	definitivos	que	devem	ser	cumpridas	exatamente	como	mandado,	estabelecem	direitos	e	deveres	definitivos.	Tem	que	fazer	exatamente	o	que	diz	a	regra,	nem	mais,	nem	menos;	- Se	a	regra	não	é	cumprida,	deve	ser	declarada	inválida	ou	deve	constituir	uma	exceção;	- A	forma	de	aplicação	é	a	subsunção:	a	situação	da	vida	estabelece	a	hipótese	normativa.	Situação	de	fato	(S)	->	Previsão	da	regra	(P)	->	Consequência	jurídica	(Q).		Princípios:	- São	mandamentos	de	otimização	ou	a	serem	otimizados	(dependem	de	condições	fáticas);		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 - Admitem	cumprimento	em	graus,	conforme	as	possibilidades	fáticas	ou	jurídicas;	- Ordenam	que	algo	seja	realizado	em	uma	medida	tão	alta	quanto	possível:	direito	à	educação,	à	moradia;	- O	grau	de	cumprimento	depende	dos	outros	princípios	–	só	sei	isso	depois	da	ponderação.	Restrições	são	resultados	de	outros	princípios;	- Contém	um	dever	ideal,	dever	prima-facie,	então	exigem	mais	do	que	é	possível;	- Sua	forma	de	aplicação	é	a	ponderação.	Pondera	conforme	o	caso.	A	ponderação	leva	o	dever	ideal	ao	dever	real	e	definitivo,	passível	de	exigibilidade	judicial;	- As	normas	dos	direitos	fundamentais	são	princípios;	- Princípios	vinculam	juridicamente,	mas	não	são	princípios	morais	como	para	Dworkin,	princípiossão	o	direito	positivo.	Princípios	vinculam	pois	foram	positivados	pelo	legislador;	- O	conceito	de	direito	tem	3	elementos:	justo,	correto	e	social.	Norma	para	ser	jurídica	tem	que	ser	correta	quanto	ao	seu	conteúdo.	Para	ser	direito,	é	dado	pelo	legislador,	tem	eficácia	social	e	tem	que	ter	correção	moral.	Princípios	são	direito	positivo,	mas	para	eles	serem	normas	válidas,	tem	que	estar	de	acordo	com	a	moral.	Moral	não	é	a	fonte	do	direito,	mas	direito	tem	que	estar	em	consonância	com	a	moral.		*	Para	direito	positivo,	direito	é	o	que	é	dado	pelo	legislador	e	tem	eficácia	social.	Está	vinculado	a	fatos	sociais.	Não	se	deve	corrigir	as	normas	com	a	moral.	- Há	uma	condição	necessária	entre	o	direito	e	a	moral	que	é	a	validade.		
Críticas	à	Teoria	dos	Princípios	- Teoria	dos	princípios	não	contribui	para	a	metodologia	jurídica;	- As	normas	não	são	divididas	entre	normas	e	princípios,	só	existem	normas	jurídicas;	- A	interpretação	e	a	aplicação	das	normas	jurídicas	não	dependem	da	distinção	entre	regras	e	princípios;		- A	Teoria	leva	à	incerteza	e	à	insegurança	jurídica,	abre	espaço	para	o	arbítrio	e	para	o	decisionismo	judicial;		- Ativismo	judicial:	a	não	aplicação	das	regras	jurídicas	pelos	juízes	a	partir	da	valoração	de	princípios	->	derrotabilidade,	defeasibility;	- A	superação	incontrolável	das	regras	jurídicas;	- O	argumento	da	injustiça	da	aplicação	da	regra	jurídica	e	da	justiça	do	caso	concreto;	- Regras	jurídicas	injustas	e	irrazoáveis.	O	argumento	consequencialista:	desproporcionalidade;	- A	exceção	é	criada	pelo	juiz.			
Silogismo	Jurídico	É	a	aplicação	do	silogismo	ao	raciocínio	jurídico.			Norma,	fato	e	conclusão.	Aplicação	silogística	da	norma	jurídica	ao	fato	concreto.	Relacionar	a	norma	ao	fato	e	aplica-la	ao	caso	
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2			Premissa	Maior	=	Premissa	Normativa			 	 +	Premissa	Menor	=	Premissa	Fática	 	 Silogismo		 		 	 =				Conclusão											Forma	do	Silogismo:		-	Se	P,	então	Q;		 	 	 P	=	hipótese	abstrata	-	P;		-	Logo,	Q.		EX:	-	Matar	alguém,	pena	6	a	20	anos	de	reclusão;	-	João	matou	Carlos;		-	João	deve	ficar	preso	de	6	a	20	anos.			Premissa	fática	=	descrição	narrativa	da	hipótese	abstrata	(P)	prevista	na	norma		 - As	premissas	implicam	a	conclusão.	Relação	de	necessidade	lógica	entre	as	premissas;	- Aplicação	do	direito	como	uma	operação	lógico-dedutiva,	como	execução	do	decidido	pelo	legislador.	Aplicação	objetiva	da	lei;	- Esse	esquema	esgota	o	raciocínio	jurídico,	pois	há	problema	na	palavra	“implicam”.		
Subsunção		- É	operação	cognitiva,	não	mecânica;	- É	um	julgamento	(juízo)	de	que	um	fato	descreve	todos	os	elementos	constitutivos	da	norma;	- Se	P,	então	Q.	Reconhecer	que	a	descrição	da	situação	da	vida	S	é	um	caso	de	P;		- A	situação	da	vida	S	é	o	P	da	norma,	então	a	consequência	é	Q;	- A	situação	da	vida	S	descrita	é	o	P	previsto	na	norma	jurídica.		
Aplicação	das	regras	da	lógica	e	as	normas	jurídicas	Raciocínio	jurídico	não	é	lógico-dedutivo;	O	silogismo	jurídico	pressupõe	a	aplicação	da	regra	de	inferência	lógica	(modus	
ponens):	Se	P,	então	Q.	P.	Logo,	Q.					Segue	o	argumento	de	afirmação	do	antecedente	(argumento	dedutivo):	-	Se	P	(antecedente),	então	Q	(consequente).		-	P	(afirmação	do	antecedente).		-	Logo,	Q	(consequente).		Se	premissas	são	verdadeiras,	conclusão	é	verdadeira.	Premissas	implicam	a	conclusão.	Conclusão	não	vai	além	do	que	é	dito	nas	premissas.		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 - Não	é	um	ato	de	vontade,	pois	premissas	são	proposições	descritivas	passíveis	de	verdade,	o	que	se	prova	empiricamente.			Frases	normativas,	válidas	ou	inválidas:	(1) Quem	furta	é	preso	de	1	a	4	anos	(2) “A”	furtou	(3) “A”	deve	ser	preso	de	1	a	4	anos		
Problemas	das	regras	da	lógica:		As	regras	da	lógica	somente	podem	ser	aplicadas	a	frases	passíveis	de	verdade	e	somente	proposições	descritivas	são	verdadeiras	ou	falsas.	As	proposições	normativas	não	se	sujeitas	às	regras	da	lógica.	A	aplicação	das	normas	jurídicas	são	atos	de	vontade.		Exemplo	da	promessa:	premissas	não	implicam	a	conclusão,	pois	depende	da	vontade	de	alguém	(3)	->	é	uma	exceção,	então	não	se	aplica	a	lógica,	pois	regra	da	lógica	diz	que	serve	para	todo	caso.		Exemplo	do	furto:	premissas	não	implicam	a	conclusão,	pois	depende	de	alguém	(3)	decidir	aquilo.		
! O	raciocínio	jurídico	é	lógico-dedutivo,	mas	com	reservas	e	qualificações.		
Os	limites	e	os	problemas	do	esquema	simples	do	silogismo	jurídico	Premissa	maior	normativa	Premissa	menor	fática	Conclusão		Casos	fáceis	no	início,	mas	que	se	mostram	difícil	depois	(controvertidos)		
• Fumar	cigarros	na	sala,	multa	cem	reais.	
• “A”	fumou	um	cachimbo	na	sala.	
• “A”	deve	pagar	cem	reais?	Incompletude	de	cadeia	de	premissas:	falta	premissas	->	esquema	simples	não	basta.			Premissas	adicionais	são	necessárias	para	justificar	a	fixação	da	pena.	À	forma	simples	do	silogismo	devem	ser	acrescentas	premissas	normativas	e	fáticas	para	justificar	a	pena	fixada.	A	forma	simples	do	silogismo	deve	ser	completada	por	outras	premissas	até	que	completa	a	cadeia	de	justificação	da	norma	individual	do	caso.		Problemas	de	interpretação:	vagueza,	ambiguidade	e	indeterminação.	Qual	deve	ser	o	significado	atribuído	ao	texto?	O	aplicador	pode	escolher	qualquer	um?	Não	são	respondidas	pelo	esquema	simples,	pois	premissas	já	estão	dadas	e	há	toda	uma	discussão	sobre	a	escolha	das	premissas.	O	esquema	(premissa	maior,	premissa	menor	e	conclusão)	pressupõe	a	escolha	das	premissas,	então	os	problemas	de	interpretação	não	aparece	nesse	esquema,	sendo	insuficiente.	O	silogismo	jurídico	é	apenas	uma	parte	do	raciocínio	jurídico.					
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		O	problema	de	classificação:	o	fato	pode	configurar	tanto	uma	hipótese	normativa,	como	outra	->	resolvo	com	a	interpretação,	justificando	a	premissa	escolhida.			A	classificação	da	situação	da	vida	S	como	o	P	de	uma	disposição	jurídica	é	o	próprio	julgamento	da	subsunção.	O	julgamento	da	subsunção	deve	ser	justificado.	O	problema	das	provas	->	argumentação	empírica.	A	verdade	das	premissas	fáticas	deve	ser	comprovada:	evidências	empíricas.		O	problema	da	ausência	de	regras	jurídicas	->	lacunas,	pois	situação	de	vida	S	não	é	prevista.			O	problema	da	injustiça	da	regra	jurídica:	- A	situação	S	é	prevista	na	regra,	mas	sua	aplicação	gera	injustiça;	- Concepção	não-positivista:	correção	moral	como	critério	de	validade	das	normas.	Conteúdo	depende	para	validade	da	norma;	- Entre	justiça	e	segurança	jurídica	de	aplicar	regras	previstas,	deve	prevalecer	a	segurança,	salvo	se	a	aplicação	seria	extremamente	injusta;	- Extrema	injustiça	não	é	direito:	nulidade	da	regra	jurídica.	Decisão	de	nulidade	pode	ser	daqui	para	frente,	não	valendo	para	casos	já	decididos;	- Quando	regra	não	é	extremamente	injusta,	não	se	decide	pela	nulidade	da	regra,	mas	só	pela	sua	não	aplicação	em	determinado	caso;	- Superabilidade,	excepcionabilidade,	defeasibility:	não	aplicar	a	regra,	pois	normas	jurídicas	são	derrotáveis,	excepcionáveis	ou	não	aplicáveis.		
Derrotabilidade	imprópria:	Quando	tem	exceção	dentro	do	ordenamento	jurídico.	Ex:	se	“A”	matou	“B”	para	salvar	sua	vida;	exceção:	art.	23,	I,	CP.	(1) Se	P,	logo	Q.		 	(2) P.	(3) Logo,	não	Q.	“A”	matou	“B”	(P),	mas	não	deve	ser	condenado	à	pena	de	reclusão	de	6	anos	de	reclusão	(não	Q),	pois	agiu	em	legítima	defesa.			
Derrotabilidade	judicial	ou	própria:	Excepcionalidade	não	está	explicitada	em	regra	jurídica,	o	que	gera	ativismo	judicial.	Aplicação	da	regra	viola	o	próprio	fim	que	busca	proteger,	vai	de	encontro	às	razões	da	própria	regra.	(4) Se	P,	logo	Q.		 	(5) P.	(6) Logo,	não	Q.	Muitas	regras	não	são	aplicadas	ou	pela	Teoria	dos	Princípios,	ou	pela	injustiça	da	regra.		Pela	Teoria:	naquele	caso	entra	um	princípio	que	não	foi	previsto	pelo	legislador.	Toda	regra	é	resultado	da	ponderação	de	princípios.	Ex:	sinal	vermelho	restringe	direito	de	ir	e	vir,	pois	direito	à	vida	vale	mais.	->	legislador	ponderou	na	hora	de	criar.	Se	surge	princípio	novo,juiz	pondera	de	novo.		Problema:	arbítrio	e	decisionismo	jurídico		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 O	raciocínio	jurídico	é	silogístico,	mas	com	reservas	e	qualificações	(MacCormick).	O	raciocínio	jurídico	tem	o	seu	núcleo	dedutivo.	Razões	da	justificação	judicial	podem	ser	colocadas	em	uma	cadeia	dedutiva	de	argumentos.	Parte	dedutiva	(núcleo)	é	para	verificar	se	as	premissas	fundamentam	a	decisão	jurídica	->	justificação	interna.	A	outra	parte	é	argumentativa,	a	escolha	das	premissas	->	justificação	externa.				
Tópica	e	Tópica	Jurídica	- Tópica:	olhar	para	o	caso	e	buscar	a	solução	justa	para	o	caso;	não	aceita	respostas	prontas	dadas	por	um	sistema.	É	útil	para	resolver	aporia	(	=	casos	difíceis,	problemas	impossíveis,	questão	que	não	tem	uma	resposta	clara	e	inequívoca);		- Tópica	=	arte	de	achar	argumentos;	- Reação	ao	método	jurídico	de	raciocínio	simples,	ao	método	lógico-axiomático	dedutivo.	Axioma	=	evidência	cuja	comprovação	é	dispensável	por	ser	óbvia;	princípio	evidente	por	si	mesmo.	Lógica	jurídica	diferente	da	lógica	formal.	Reação	ao	pensamento	jurídico	sistemático	racionalista,	assentado	no	método	cartesiano.	Resposta	à	insuficiência	da	tradição	formalista	(lógica,	argumentos	analíticos	e	dedutivos);	- Propõe	a	retomada	da	retórica	(Aristóteles),	a	reabilitação	da	racionalidade	prática;	- Tópica	como	a	arte	do	disputar	dialético,	melhores	argumentos.	Conclusão	dialética.	Tópica	como	a	arte	do	pensamento	problemático;	- Busca	do	razoável,	do	justo;	- Cícero:	tópica	como	prática	de	argumentação.	Argumentos	para	justificar	a	premissa.	Formulação	de	um	catálogo	de	princípios,	lugares	comuns,	pontos	de	vista	que	gozavam	de	aceitação	geral;	- Invenção	do	juízo:	achar	as	premissas.	Formação	do	juízo:	uma	vez	localizadas	as	premissas,	coloca-las	em	cadeia	dedutiva.	Quando	falo	que	foi	roubo	para	sistema	simples,	já	estou	nesse	passo	(formação).	Formação	dos	juízos	=	passagem	da	premissa	para	conclusão.	Ênfase	está	nas	premissas,	não	na	conclusão.	Tópica	está	no	campo	da	invenção:	da	obtenção	dos	argumentos.	Argumento:	razão	para	convencer	de	uma	coisa	duvidosa.	Argumentos	estão	contidos	nos	topoi;	- O	debate	sempre	pode	mudar.		Raciocínio	apodítico:	premissas	passíveis	de	verdade.	Não	se	pode	discutir	sobre,	pois	é	aquilo	e	deu.	Verdades	primeiras.	Raciocínio	dialético:	premissas	não	são	verdades,	não	são	axiomas,	são	plausíveis,	“topoi”	=	pontos	de	vista,	pode	opinar,	discutir.	Justiça	é	um	topoi.	
Topoi	são	considerados	em	relação	ao	caso,	por	isso	decisão	é	dialética.	Direito	não	se	ocupa	da	justiça	geral,	mas	da	justiça	do	caso.			
Tópica	Jurídica	- Roma	Antiga	e	Idade	Média:	direito	é	tópico.	Jurista	romano	olha	para	o	caso;		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Segue	o	topoi.	Os	topoi	como	possibilidades	de	orientação.	Topoi	como	fios	condutores	do	pensamento;	- Casuística	é	diferente	de	tópica.	Tópica	pensa	só	no	problema,	não	no	sistema.	Casuística	lança	luz	no	sistema,	olha	casos	já	decididos	e	segue	o	que	foi	decidido,	não	pensa	no	problema;		- Método	axiomático	dedutivo	(plenitude,	totalidade,	compatibilidade	e	independência)	não	pode	ser	aplicado	ao	direito.	É	um	equívoco;	- Permitir	o	“non	liquet”:	você	resolve	como	quiser;	- Deve-se	olhar	para	o	pensamento	problemático;	- O	procedimento	de	busca	de	premissas	que	não	termina.	O	repertório	de	premissas	será	sempre	provisório,	elástico	e	aberto;	- Justo	concreto;	- Caminho	para	achar	o	justo	aqui	e	agora	é	os	topoi.	Não	existe	uma	resposta	definitiva	para	o	justo	aqui	e	agora.	Todas	as	respostas	são	opináveis	e	discutíveis;	- Modelo	tópico	de	Viehweg:	foco	no	problema,	tudo	a	partir	do	problema;	- Todas	as	respostas	da	tópica	são	opináveis;	- Antissistemático.	Pensamento	problemático:	ponto	de	partida	é	o	problema.	O	problema	seleciona	o	sistema.	Pensamento	sistemático:	ponto	de	partida	é	o	sistema.	O	sistema	seleciona	o	problema;	- Antilogicismo.	Momento	pré-lógico	(esse	momento	é	o	mais	importante):	busca	de	premissas.	Momento	lógico:	colocar	as	premissas	em	cadeia	dedutiva.	Tópica	como	meditação	pré-lógica.	Lógica	trabalha	com	as	premissas	dadas	pela	tópica;		- As	premissas	são	extraídas	do	topoi;	- Tópica	de	1o	grau:	selecionar	topoi,	pontos	de	vista	que	podem	ser	usados	para	solucionar	o	problema;	- Tópica	de	2o	grau:		Buscar	apoio	nos	depositórios	de	pontos	de	vista	–	catálogo	de	topoi;	- Seleção	do	topoi	não	é	arbitrária,	depende	do	caso;	- A	função	do	topoi	é	abrir	espaço	para	a	discussão	do	problema;	- Achar	solução	justa	para	o	caso	aqui	e	agora	a	partir	dos	topoi	(pontos	de	vista,	poucos	seriam	contra,	senso	comum,	consenso;	como	proporcionalidade,	meio	ambiente,	vida...);		
Críticas	à	Tópica	Jurídica	- Contraposição	entre	lógica	e	tópica,	porém	não	são	esquemas	opostos.	Elas	têm	ligação	e	complementação.	Lógica	não	é	apenas	o	esquema	formal	do	silogismo	final.	Lógica	ou	dedução	é	uma	parte	do	procedimento	da	justificação	da	solução	jurídica;	- Problema	da	ausência	de	hierarquia	entre	os	topoi.	Ausência	de	critérios	para	os	casos	de	colisão	entre	eles.	Mesmo	problema	de	interpretação	e	de	subsunção	enfrentados	quando	da	aplicação	das	normas	jurídicas.	Um	problema	essencial	do	pensamento	tópico	é	que	os	topoi	não	estão	hierarquizados	entre	si,	de	tal	sorte	que	para	a	solução	de	uma	mesma	questão,	pode	ser	necessária	a	utilização	de	topoi	diferentes,	conduzindo	a	soluções	diferentes;	- Problema:	toda	a	questão	que	aparentemente	permite	mais	de	uma	resposta;	
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 - Topoi	como	heterogeneidade	de	descrições	e	exemplificações.	Topoi	como	argumentos	geralmente	aceitos,	que	contam	a	favor	ou	contra	uma	determinada	solução	de	um	problema;		- Relação	entre	tópica	e	regra	jurídica:	Se	tenho	topoi	e	regra,	aplico	o	quê?	Tópica	e	legalidade	->	tópica	não	tem	resposta	para	isso,	nem	para	falta	de	hierarquia	entre	os	topoi;	- “O	pensamento	problemático	é	uma	reação	a	vinculações”	–	Viehweg.	Estamos	vinculados	às	normas	jurídicas.	A	tópica	jurídica	de	Viehweg	não	esclarece	o	papel	do	direito	positivo.	Direito	positivo	seria	um	topoi	que	concorre	com	outros	topoi.	Viehweg	não	defende	a	aplicação	“contra	legem”	dos	topoi.	O	Direito	positivo	é	o	ponto	de	partida	(Viehweg).	A	generalidade	e	a	abertura	do	texto	da	lei	autoriza	a	utilização	de	outros	
topoi	para	selecionar	o	caso;	- O	caráter	lesivo	da	construção	tópica	ao	princípio	da	legalidade	e	segurança	jurídica;	- A	tópica	jurídica	é	um	método?	Tópica	não	é	um	método	(Viehweg).	Para	alguns,	método	como	positivismo,	dedutivismo	e	subsunção.	- Tópica	jurídica	não	constitui	uma	verdadeira	teoria	da	argumentação	jurídica,	pois	não	tem	hierarquia	entre	os	topoi;	- Tópica	não	apresenta	elementos	para	achar	a	solução	mais	justa	do	caso.				
A	Nova	Retórica	
	
Alargamento	do	conceito	de	razão	- Chaim	Perelman	estuda	a	lógica	->	abandona	a	lógica	clássica,	pois	era	insuficiente.	Sua	obra:	O	tratado	da	argumentação.	A	Nova	Retórica.	Sua	teoria	da	argumentação	influencia	a	teoria	da	argumentação	jurídica;	- Crítica	à	postura	redutora	da	lógica	moderna;	- Pós-guerra:	crise	do	racionalismo,	é	preciso	novo	argumento	de	razão;	- Razão:	a	lógica	do	preferível,	não	formal,	argumentativa;	- Propõe	a	retomada	da	retórica	(Aristóteles).	Nem	todos	os	raciocínios	partem	de	fatos	ou	premissas	verdadeiras.	Raciocínio	com	premissas	plausíveis;	- Alargamento	da	razão:	juízos	de	dever	e	de	valor	(a	racionalidade	dos	valores:	lógica	dos	juízos	de	valor)	podem	ser	justificados	racionalmente.	Antes	só	ciências	da	natureza	eram	justificadas	pela	razão	->	alarga	para	abranger	mais	áreas.	As	ciências	humanas	podem	aspirar	racionalidade;	- Tratado	da	argumentação	como	ponte	entre	a	lógica	e	as	ciências	humanas;	- Pretensão	de	racionalidade	às	questões	práticas:	razão	prática.		
Argumentação	e	Auditório		- Argumentação:	uma	questão	de	auditório.	Argumentos	(raciocínios)	para	adesão	ou	influência	do	auditório	através	do	discurso;		
Victória	Barancelli2017/2		- Auditório	=	conjunto	de	pessoas	que	o	falante	pretende	atingir	com	sua	argumentação;	- Argumentar	exige	contato	intelectual	entre	o	falante	e	o	auditório	->	relação	intersubjetiva	não	se	dá	fora	do	tempo	ou	do	espaço:	argumentação	depende	do	contexto	histórico	e	social	do	seu	tempo	e	espaço;	- Linguagem	deve	ser	comum	entre	o	falante	e	o	auditório;	- Comunidade	igualitária:	a	liberdade	de	todos	os	indivíduos	é	uma	condição	para	o	contato	entre	os	espíritos;	- Auditório	tem	que	ter	pré-compreensão	do	assunto	para	entender.	Falante	tem	que	conhecer	pré-compreensão	do	auditório.	Falante	tem	que	adaptar	seu	discurso	ao	nível	do	auditório;	- É	importante	que	o	falante	não	exerça	poder	sobre	o	auditório.	Auditório	tem	que	se	convencer	do	que	tu	está	falando,	deve	aderir	ao	discurso	a	partir	de	sua	convicção	mesma	->	argumentação	exclui	qualquer	ato	de	intimidação,	violência	ou	coerção;	- Argumentação	é	sempre	relativa	ao	auditório	que	pretende	influenciar;	- Não	importa	o	que	pensa	ou	acredita	o	falante,	mas	o	que	pensa	e	acredita	o	auditório;	- Se	o	falante	não	conhece	o	auditório,		deve	construir	um	auditório	presumido,	conforme	o	ambiente	cultural	e	social.		 Três	tipos	de	auditório:		1. Constituído	pelo	próprio	sujeito	que	argumenta	consigo	mesmo;	2. Auditório	particular:	pessoa	ou	grupo	de	pessoas	concretas;	3. Auditório	universal	(ideal):	totalidade	de	pessoas	razoáveis,	adultas	e	normais	dotadas	de	capacidade	argumentativa.		O	auditório	universal	é	central	à	Nova	Retórica.	Argumentação	racional:	capaz	de	alcançar	acordo,	adesão	do	auditório	universal.		Uma	argumentação	desenvolvida	perante	o	auditório	particular,	que	seja	tão	boa	que	convença	a	todos,	é	uma	argumentação	racional?	Pode	ser	ou	não.	A	argumentação	que	convence	o	auditório	universal	é	mais	valiosa.	Problema	do	auditório	particular:	adesão	ou	acordo	depende	da	adaptação	da	argumentação	às	crenças	do	auditório.	7	jurados.	Todos	concordam,	mas	falante	pode	ter	usado	
argumentação	só	pensando	naquele	auditório	=	não	racional.	Tem	que	testar	argumentos	no	auditório	universal.		Objetivo	do	falante:	acordo	perante	o	auditório	universal.	Ponto	de	partida	é	o	senso	comum,	algo	razoável	dentro	de	um	espaço	e	tempo.	A	partir	de	opiniões	comuns	ou	geralmente	aceitas,	a	argumentação	pretende	a	adesão	do	auditório.			
Argumentação	e	Demonstração:	- Demonstração	é	uma	questão	de	verdade,	de	provas;		- Mundo	do	SER	=	conclusão.	Juízos	fáticos	=	é	sobre	o	que	é.	Racionalidade	teórica	e	não	prática;	- Ciências	naturais,	demonstração,	lógica	formal.	Caráter	científico:	matemático;				
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Premissas	são	provas	ou	evidências	empiricamente	verificáveis.	Premissas	descritivas.	Premissas	verdadeiras	fundamentam	dedutivamente	conclusão	verdadeira;	- Não	há	influências	externas:	você	queira	ou	não,	é	e	ponto.	Não	é	uma	questão	que	você	resolve	com	argumentação,	só	com	argumentação	empírica.	Apodítica	=	que	é	evidente,	que	é	demonstrado	e	não	se	pode	contestar;		Decisão	dos	juízes	é	sobre	questões	práticas,	mas	passa	por	questões	teóricas,	pois	para	alguém	ser	condenado	ou	absolvido,	preciso	de	provas.	Se	ele	deve	ser	absolvido	ou	condenado	é	uma	questão	de	ARGUMENTAÇÃO,	que	depende	do	auditório.	Demonstração	não	depende.	As	verdades	são	evidentes,	mas	as	opiniões	são	verossímeis	ou	aparentemente	verdades.		Argumentação:	juízos	de	dever	ou	de	valor.	Argumentação	como	atividade	linguística	destinada	a	justificar	racionalmente	juízos	de	dever.	Argumentação	e	verdade	como	correção	“é	correto?”.	Racionalidade	prática.	Vida	prática	e	relações	humanas:	razão	prática.	A	teoria	da	argumentação:	estuda	as	técnicas	discursivas	que	servem	para	aumentar	o	encontro	entre	os	espíritos.			
Convencimento	e	Persuasão:		- Argumentação	racional:	auditório	universal;	- Argumentação	convincente:	capaz	de	obter	a	adesão	do	auditório	universal;	- Argumentação	persuasiva:	capaz	de	obter	apenas	a	adesão	do	auditório	particular;		- Na	persuasão	o	que	importa	é	o	objetivo,	o	resultado.	Se	objetivo	é	absolver	o	réu,	ele	vai	falar	o	que	for	necessário	para	isso	->	descaracterização	da	argumentação	racional.	Apela	à	emoção;	- Auditório	particular:	vítima	de	pressão	ilegítima	da	intimidação	emocional	ou	física.		- Argumentação	para	auditório	particular	não	precisa	ser	verdade:;	- Caráter	normativo	do	auditório	universal;	- Argumentação	convincente:	que	pretende	valer	para	o	auditório	universal,	buscando	a	adesão	de	todos	os	seres	dotados	de	razão;	- Discurso	convincente	é	composto	de	teses	universais,	aceitáveis	pelo	auditório	universal.	Nível	de	aceitação	das	teses	pelo	auditório	universal	determina	o	grau	de	eficácia	da	argumentação.		- Argumentos	eficazes:	servem	para	aumentar	a	adesão	do	auditório;	- Argumentos	eficazes	e	auditório	particular:	agir	conforme	a	argumentação;	- Argumentos	válidos:	capazes	de	obter	a	adesão	do	auditório	particular	e	do	universal.		
Críticas	à	Nova	Retórica:		- Falta	de	clareza	dos	conceitos;	- Classificação	da	argumentação	é	confusa	e	não	criteriosa:	não	tem	critérios	para	distinguir	argumentos	fortes	e	argumentos	fracos;		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Auditório	universal:	ausência	de	parâmetros	para	a	racionalidade	argumentativa;	- Acordo	de	adesão	perante	o	auditório	universal	não	pode	ser	alcançado;		- Para	Perelman,	parâmetro	para	argumentação	racional	é	auditório	universal,	mas	pro	Anizio	não.		
A	Lógica	Jurídica	de	Perelman	3	fases	da	ideologia	jurídica:	anterior	à	revolução	francesa	(solução	conforme	à	regra	de	justiça	de	tratar	igual	casos	essencialmente	iguais),	depois	da	revolução	(novo	modelo	de	interpretação.	Legalidade	e	segurança	jurídica	->	aplicação	da	lei.	Sistematização	do	direito.	Raciocínio	jurídico	dedutivo)	e	pós-guerra	(conferir	ao	juiz	a	busca	pela	solução	justa	e	razoável	para	o	caso	concreto.	Flexibilização	entre	lei	e	justiça).	- O	direito	legislado	não	reflete	a	realidade	jurídica;	- Insuficiência	do	texto	dado	pelo	legislador;	- Abertura	das	normas	jurídicas;	- Necessidade	de	interpretação	jurídica	conforme	uma	realidade	dada;	- O	papel	do	juiz	não	é	criar	o	direito,	mas	a	obrigação	de	julgar	leva	à	complementação	e	flexibilização;	- O	raciocínio	jurídico	deve	ser	acompanhado	de	razões;	- Necessidade	de	argumentação	jurídica	para	afastar	a	arbitrariedade	judicial;	- Razões	devem	ser	apresentadas	para	justificar	a	solução	jurídica	dada	ao	caso;	- Garantia	do	equilíbrio	jurídico	e	moral	do	aparato	judicial;	- Apresentar	razões	e	motivar	uma	decisão	judicial:	não	apenas	citar	disposições	jurídicas;	- Argumentos	para	mostrar	a	correção	e	justiça	da	solução	do	caso;	- Partes,	advogados	e	juízes	devem	argumentar	corretamente:	conforme	a	deontologia	profissional;	- É	vedado	ao	advogado	enganar	o	juiz	ou	afirmar	o	que	sabe	ser	falso;	- O	juiz	deve	argumentar	conforme	as	regras	do	procedimento;	- A	regra	da	imparcialidade;	- Precedentes:	partes	podem	invocar	nas	suas	razões	os	precedentes	favoráveis.	Juiz	pode	invocar	os	precedentes	constantes	para	justificar	solução	jurídica.	Os	precedentes	constantes	falam	a	favor	de	uma	determinada	solução	para	uma	questão	jurídica;	- A	justificação	judicial	não	é	lugar	para	expressão	da	opinião	subjetiva	do	juiz;	- A	lei	é	apenas	o	principal	instrumento	que	guia	o	juiz	no	cumprimento	de	sua	tarefa.	O	papel	do	juiz	é	encontrar	uma	solução	razoável,	aceitável,	mas	não	subjetiva	ou	arbitrária.	O	juiz	não	é	só	a	boca	da	lei;	- A	questão	central	da	lógica	jurídica	está	na	escolha	das	premissas.	Se	a	conclusão	é	inaceitável,	o	problema	está	nas	premissas;	- O	papel	da	lógica	formal:	mostrar	que	a	conclusão	resulta	das	premissas	apresentadas;	- O	papel	da	lógica	jurídica:	mostrar	a	aceitabilidade	das	premissas.				
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2	
	
A	Lógica	e	a	Lógica	Informal	Não	há	diferença,	a	rigor,	entre	ARGUMENTAÇÃO	e	ARGUMENTAÇÃO	JURÍDICA;	- Argumentação:	prática	geral	->	argumentos:	razões	morais,	éticas	e	pragmáticas;	- Argumentação	jurídica:	casoespecial	->	argumentos:	leis,	dogmática	(=direito	positivo)	e	precedentes.	Para	resolver	QUESTÕES	PRÁTICAS,	objeto	é	o	que	DEVE	SER:	juízo	normativo,	juízo	de	dever;	o	que	é	certo;	coisa	certa	a	fazer.		A	base	da	argumentação	jurídica	é	a	argumentação	prática	geral.	Na	argumentação	jurídica	também	empregamos	argumentos	morais,	éticos	e	pragmáticos;	exemplo:	indenização	tem	que	ser	calculada	de	modo	que	quem	vá	pagar	suporte	a	dívida	->	razão	pragmática.		Exemplo:	Você	deve	beber	ou	não	é	uma	questão	pragmática.	Você	beber	e	dirigir	é	uma	questão	jurídica.		Foco	da	aula	de	lógica	informal	é	nos	argumentos.	Foco	quando	fala	de	teoria	do	discurso	é	no	agente,	pessoa	que	argumenta,	que	deve	argumentar	corretamente	no	sentido	de	sua	postura,	além	da	correção	dos	argumentos.	Teoria	do	discurso	busca	formular	conjunto	de	regras	que	devam	ser	cumpridas	para	tuas	razões	serem	racionais.	ARGUMENTAÇÃO:	ARGUMENTOS	+	AGENTE.		 - Direito	trata	da	resolução	de	questões	práticas;	- Questões	práticas	é	o	que	tem	por	objeto	o	que	deve	ser	feito	ou	não;	- Argumentos	e	razões	justificam	decisões	sobre	questões	práticas;	- Teoria	da	Argumentação:	estudo	das	condições,	exigências	e	regras	da	argumentação.	Teoria	procedimental.	Argumentação	é	a	apresentação	de	razões/argumentos	para	fundamentar	a	conclusão.	Bons	argumentos/boas	razões:	conclusão	fundamentada;	- Resposta	correta	para	a	solução	é	aquela	conclusão	fundamentada,	está	relacionada	à	fundamentação,	à	justificação;	- Maior	problema	da	argumentação:	falácias	=	argumentos	que	parecem	corretos,	tem	persuasão	interessante,	mas	a	rigor	não	são	corretos.			
Argumentos	- Argumento	é	um	conjunto	de	proposições	em	que	as	proposições	chamadas	de	premissas	fundamentam	a	conclusão;	- A	conclusão	de	um	argumento	é	quando	premissas	se	relacionam.	Há	relação	entre	a	premissa	e	a	conclusão;	- Premissas	funcionam	como	evidências	para	justificar	a	conclusão;	- Premissas	podem	ser	consideradas	como	razões	básicas	(raciocínio	simples);	- É	a	lógica	que	trata	da	relação	entre	as	premissas	e	a	conclusão;	- A	validade	ou	a	correção	lógica	dos	argumentos	depende	apenas	da	relação	entre	as	premissas	e	a	conclusão	->	premissas	devem	implicar	a	conclusão.	A	validade	ou	a	correção	lógica	NÃO	depende	da	verdade	ou	da	falsidade	das	premissas,	mas	da	forma	do	argumento;	- A	forma	do	argumento	remete	às	regras	de	inferência	da	lógica;	- É	inválido	ou	logicamente	incorreto	o	argumento	formulado	em	desconformidade	com	as	regras	da	lógica;	
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 - Um	argumento	pode	ser	válido	e	correto	sob	o	ponto	de	vista	da	lógica,	mas	não	fazer	sentido	no	seu	conteúdo,	serem	proposições	falsas;	- A	verdade	ou	falsidade	das	premissas	importa	apenas	quando	o	interesse	está	na	correção	MATERIAL,	não	formal	do	argumento;	- No	caso	de	um	argumento	válido	ou	logicamente	correto	(ou	legítimo	ou	correto),	se	as	premissas	são	verdadeiras,	então	a	conclusão	é	necessariamente	verdadeira.	A	verdade	das	premissas	se	transfere	para	a	conclusão;	- Casos	complexos:	2	ou	mais	premissas	justificam	uma	conclusão	intermediária,	que	somada	a	2	ou	mais	premissas	justificam	a	conclusão	final	ou	principal	do	raciocínio.	Exemplo:		Razão	básica	1	 	 	 	 	 			Conclusão	intermediária													+	 																									 	 	 	 	 	 +	Razão	básica	2		 	 	 	 	 	 Razão	básica	3													=		 	 	 	 	 	 	 	 =	Fundamentam	conclusão	intermediária		 	 Fundamentam	a	conclusão	final		
Argumentos	Dedutivos	e	Argumentos	Indutivos	
Dedutivos:	a	conclusão	não	vai	além	das	premissas,	é	não	ampliativo,	explicita	o	que	está	dito	nas	premissas.	A	verdade	das	premissas	se	transfere	para	a	conclusão.	Isso	quando	se	fala	de	argumento	dedutivo	válido	ou	formalmente	correto,	que	pode	ser	designado	como	argumento	dedutivo	em	sentido	estrito.	Deduções	inválidas	ou	falácias	dedutivas:	podem	ser	confundidas	com	deduções	corretas.	Trata-se	de	um	argumento	dedutivo	logicamente	incorreto,	mas	apresentado	como	correto	por	erro	lógico	ou	pela	intenção	maliciosa	de	que	as	premissas,	de	qualquer	modo,	garantam	a	conclusão.	Argumentos	dedutivos	são	válidos	ou	inválidos,	ou	corretos	ou	incorretos.	NÃO	existe	graus	de	validade	ou	de	força	de	correção.		
Indutivos:	a	conclusão	vai	além	das	premissas,	argumento	ampliativo.	Se	premissas	são	verdadeiras,	conclusão	provavelmente	é	verdadeira.	A	verdade	das	premissas	não	implica	a	verdade	da	conclusão,	mas	a	probabilidade	de	que	a	conclusão	seja	igualmente	uma	verdade.	Ex:	todos	os	alunos	desta	sala	com	quem	eu	conversei	são	brilhantes	(premissa).	Todos	os	alunos	desta	sala	são	brilhantes	(conclusão).	A	conclusão	contém	informação	não	contida,	ainda	que	implicitamente,	nas	premissas.	Argumentos	corretos	admitem	graus	de	força.	Maior	a	força	das	premissas	->	mais	justificada	a	conclusão.	As	premissas	de	um	argumento	podem	fazer	uma	conclusão	extremamente	provável,	moderadamente	provável	ou	apenas	provável	em	certa	medida.			
Silogismo	- Argumento	dedutivo;	- Possui	3	termos:		TERMO	MAIOR:	é	o	predicado	da	conclusão;		 TERMO	MÉDIO:	é	o	termo	que	não	aparece	na	conclusão,	mas	nas	2	premissas	(aparece	1x	em	cada);		 TERMO	MENOR:	é	o	sujeito	da	conclusão		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Caso	de	silogismo	categórico:	todas	as	proposições	e	a	conclusão	são	categóricas.		Se	todo	M	é	P	e	Se	todo	S	é	M,		Então,	todo	S	é	P.			Proposições	categóricas:		Universal	afirmativa	=	todos	os	cavalos	têm	5	patas;	
	 Universal	negativa	=	nenhum	cavalo	tem	5	patas;		 Particular	afirmativa	=	alguns	cavalos	têm	5	patas;	
	 Particular	negativa	=	alguns	cavalos	não	têm	5	patas;		Qualquer	que	sejam	os	termos	que	substituam	as	letras	M,	P	e	S,	o	raciocínio	será	sempre	logicamente	válido,	porque	a	validade	do	raciocínio	depende	exclusivamente	de	sua	forma.	
	- Quase	silogismo:	silogismo	não	categórico	
Todos	os	homens	são	mortais;	
Sócrates	é	homem;	
Então,	Sócrates	é	mortal.		Regras	da	validade	do	silogismo	Regras	sobre	distribuição	e	não	distribuição:	1. Conter	3	termos,	usados	sempre	no	mesmo	sentido	no	argumento;	2. Termo	médio	deve	estar	distribuído	exatamente	1x;	3. Nenhum	termo	extremo	(maior	ou	menor)	pode	estar	distribuído	apenas	1x.	Um	termo	pode	se	achar	distribuído	ou	não	distribuído.	Um	termo	é	distribuído	se	afirma	alguma	coisa	sobre	cada	um	e	todos	os	membros	da	classe	à	qual	designa.	Algumas	coisas	são	verdadeiras	em	relação	a	classe	e	não	são	em	relação	aos	membros	e	vice-versa.	Falar	da	classe	como	tal	é	falar	em	termos	coletivos	e	falar	dos	membros	de	uma	coleção	como	indivíduos	é	falar	em	termos	distributivos.	
• A	proposição	“todas	as	baleias	são	mamíferos”	diz	algo	sobre	todas	as	
baleias,	mas	nada	sobre	os	mamíferos.	Nessa	proposição:	o	termo	“baleias”	
(sujeito)	está	distribuído	e	o	termo	“mamíferos”	(predicado)	não	está	
distribuído.		A	proposição	“todas	as	baleias	são	mamíferos”	diz	que	a	classe	
de	mamíferos	inclui	a	classe	das	baleias.	
• “A	classe	dos	mamíferos	é	numerosa”.	Nem	por	isso	se	pode	afirmar	que	a	
baleia	Moby	Dick,	um	membro	da	classe	dos	mamíferos,	é	numerosa.		A	confusão	entre	proposições	coletivas	e	distributivas	leva	a	2	falácias:		- Falácia	da	divisão:	conclusão	de	que	todo	o	membro	da	mesma	classe	tem	uma	propriedade	“x”	a	partir	da	premissa	de	que	a	classe	como	entidade	coletiva	detém	essa	mesma	propriedade	“x”;	(1)	O	Congresso	Nacional	é	uma	organização	exemplar.	(2)		Todos	os	membros	do	Congresso	Nacional	são	pessoas	exemplares.			
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 - Falácia	da	composição:	conclusão	de	que	uma	classe	detém	determinada	propriedade	“x”	porque	cada	membro	dessa	classe	detém	essa	mesma	propriedade	“x”.	(1) Cada	um	dos	jogadores	da	seleção	brasileira	é	um	excelente	jogador	futebol.	(2) A	seleção	brasileira	é	uma	excelente	equipe	de	futebol.		Se	uma	das	premissas	é	negativa,	a	conclusão	é	negativa.	Sem	premissas	negativas,	a	conclusão	não	pode	ser	negativa. O	número	de	premissas	negativas		deve	ser	igual	ao	número	de	conclusões	negativas.Duas	premissas	negativas		levam	à	invalidade	do	silogismo:	o	silogismo	somente	pode	ter	uma	conclusão.		3	formas	válidas	de	argumento	Afirmação	do	ANTECEDENTE:	Se	P,	então	Q.	P.	Logo,	Q		- Premissa	1	é	uma	proposição	condicional;	- Premissa	2	é	uma	proposição	que	declara	o	antecedente	desse	condicional;	- A	conclusão	é	o	consequente	da	premissa.		Negação	do	CONSEQUENTE:	Se	P,	então	Q.	 	 	 	 	 Se	P,	então	não	Q.	Não	Q.		 	 	 ou	 	 Q.	Logo,	não	P.	 	 	 	 	 Logo,	não	P.		Exemplo:	(1)	Se	houver	chuva	e	vento,	vai	cair	a	temperatura.	(2)	Não	caiu	a	temperatura.	(3)	Não	choveu.		 (1) Se	o	determinismo	se	sustenta,	então	as	pessoas	não	têm	livre	arbítrio.	(2) As	pessoas	têm	livre	arbítrio.	(3) Logo,	o	determinismo	não	se	sustenta.		Falácia	da	afirmação	do	consequente:	Forma	de	argumento	inválido:	(1)	Se	P,	então	Q.	 	 	 	 	(2)	Q.	(3)	Logo,	P.		(1)	Se	jogarmos	concentrados,	ganharemos	o	jogo.	(2)	Ganhamos	o	jogo.	(3)	Logo,	jogamos	concentrados.		A	falácia	da	negação	do	antecedente	Forma	de	argumento	inválido.	
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		(1)	Se	P,	então	Q.	(2)	Não	P.	(3)	Logo,	não	Q.		(1)	Se	o	acusado	está	disposto	a	participar	da	reconstituição	do	crime,	então	ele	é	inocente.	(2)	O	réu	não	está	disposto	a	participar	da	reconstituição	da	cena	do	crime.	(3)	Logo,	o	réu	não	é	inocente.		
Argumento	de	redução	ao	absurdo	- Argumento	lógico	dedutivo;	- Assume	uma	proposição	como	verdadeira;	- Dedução	de	uma	consequência	ou	resultado	absurdo	ou	impossível;	- Conclusão	de	que	a	proposição	é	falsa;	- Argumento	se	funda	em	2	regras	da	lógica:		Não	contradição:	uma	proposição	não	pode	ser	verdade	e	falsa	ao	mesmo	tempo;	Terceiro	excluído:	uma	proposição	é	verdade	ou	falsa,	não	havendo	uma	terceira	possibilidade.	Exemplo:	1. “A”	deseja	provar	que	“P”	é	verdadeiro;	2. “A”	primeiro	supõe	que	“P”	é	falso	(“A”	admite	não	“P”);	3. “A”,	então,	deduz	uma	conclusão	que	sabe	ser	falsa.	A	validade	do	argumento	depende	da	validade	da	subdedução.	Subdedução	é	o	argumento	que	permite	deduzir	uma	proposição	falsa	de	uma	suposição	não	“P”.		Esquema	do	argumento:	1.	Demonstra	P.	2.	Supor	não	P.	3.	Deduzir:	enunciado	falso.	4.	Conclusão:	não	P	é	falso,	portanto,	P.		Exemplo:	1. Demonstrar:	falar	a	verdade	não	basta	para	a	definição	correta	de	justiça;	2. Supor:	falar	a	verdade	é	uma	definição	correta	de	justiça;	3. Deduzir:	é	justo	dizer	a	um	homem	armado	e	perigoso	o	lugar	onde	se	esconde	a	pessoa	que	ele	deseja	matar.	Isso,	contudo,	é	um	absurdo	e	inaceitável;	4. Conclusão:	falar	a	verdade	não	é	uma	definição	correta	de	justiça.		O	argumento	de	redução	ao	absurdo	é	importante	para	a	argumentação	consequencialista.		
Argumento	indutivo	por	enumeração	- Conclusão	se	refere	a	todos	os	elementos	de	uma	classe,	mas	as	premissas	falam	apenas	sobre	elementos	observados	dessa	mesma	classe;	- A	conclusão	amplia	o	conteúdo	da	premissa	para	a	totalidade.	Trata-se	de	uma	generalização;		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Indutivo	tem	graus	de	força,	dependendo	da	força	da	verdade	das	premissas;	- A	falácia	da	estatística	insuficiente:	generalização	precipitada.	Generalização	tem	ponto	de	partida	uma	amostra	insignificante,	insuficiente.	Exemplo:	concluir	que	um	automóvel	é	ruim	porque	duas	
pessoas	que	você	conhece	tiveram	problemas	com	carro	da	mesma	marca	e	
modelo;	- Indução	por	enumeração	pode	chegar	a	conclusões	falsas;	- Tu	precisa	se	certificar	que	tuas	premissas	(amostras)	suportam	tua	conclusão;	- A	falácia	da	estatística	tendenciosa:	a	amostra	observada	deve	ser	representativa.	Generalização	baseada	em	amostra	que	se	sabe	não	ser	representativa	e	que	se	tem	motivos	para	suspeitar	que	não	seja	representativa.	Exemplo:	Uma	característica	indesejável	(terrorista)	é	
atribuída	um	grupo	minoritário	de	muçulmanos.	São	anotados	e	destacados	
todos	os	casos	de	muçulmanos	que	praticaram	atos	terroristas,	mas	nada	se	
diz	sobre	a	expressiva	maioria	de	muçulmanos	que	nunca	se	envolveu	em	
atos	de	terroristas.		Exemplo:	1.	Todos	os	grãos	da	amostra	observada	são	do	tipo	A.	2.	Logo,	todos	os	grãos	do	barril	são	do	tipo	A.		
Silogismo	Estatístico	Generalização	estatística:	(A) 75%	dos	grãos	do	barril	são	do	tipo	A;	(B) O	próximo	grão	a	ser	retirado	é	um	grão	do	barril;	(C) O	próximo	grão	a	ser	retirado	é	do	tipo	A.	Argumento	indutivo.	Conclusão	vai	além	das	premissas.	A	conclusão	podia	ter	“provavelmente”,	mas	“provavelmente”	não	está	nas	premissas.		Condições	do	argumento	indutivo	aceitável:	(1) Premissas	verdadeiras.	(2) Forma	correta.	(3) Premissas	abrangem	todas	as	evidências	relevantes	conhecidas	(requisito	da	evidência	total).	Violação	de	(3):	falácia	da	evidência	incompleta.		
Argumento	de	autoridade	- Sustentar	uma	conclusão	com	base	na	afirmação	de	uma	pessoa,	instituição	ou	obra	que	sustenta	essa	mesma	conclusão;	- Tem	que	ver	o	quão	autoridade	é	a	tua	autoridade;	- Tu	afirma	que	algo	é	verdadeiro	porque	alguém	disse;	- A	autoridade	deve	ser	honesta	e	bem	informada	sobre	o	assunto.	Temos	que	falar	a	fonte	do	argumento	de	autoridade;	- O	afirmado	é	assentado	em	provas	objetivas	que	podem	ser	analisadas	por	outros	especialistas;	- Transferência	do	prestígio	da	autoridade	para	o	afirmado.		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		 1. “A”	é	uma	autoridade	idônea	sobre	“P”;	2. “A”	afirma	“P”;		3. Logo,	“P”.	Argumento	indutivo,	logo	premissas	verdadeiras,	mas	conclusão	pode	ser	falsa.		Caso	especial	do	silogismo	estatístico	1. A	grande	maioria	das	afirmações	de	A	a	respeito	do	assunto	S	são	verdadeiras.	2. A	afirma	P	a	respeito	do	assunto	S.	3. P	é	verdadeiro.		Problemas	do	argumento	de	autoridade:	1. A	autoridade	é	erroneamente	citada	ou	interpretada.	Nesse	caso,	a	segunda	premissa	é	falsa.	A	citação	de	autoridade	deve	ser	documentada	para	verificação	e	controle	(fonte);	2. A	autoridade	não	é	autoridade:	detém	apenas	prestígio,	fascínio	ou	popularidade;	3. A	autoridade	não	é	autoridade	no	assunto;	4. Expressão	de	opinião	de	autoridade	sem	provas	confirmatórias.	O	recurso	de	autoridade	não	pode	apresentar	como	prova	uma	outra	autoridade.	5. Autoridades	podem	divergir.	Tem	que	investigar	e	analisar	as	provas	objetivas	apresentadas.		Argumento	consensual	Tipo	de	argumento	de	autoridade.		- Autoridade:	grupo	de	pessoas,	comunidade	ou	humanidade;	- Um	grupo	de	pessoas	concorda	sobre	a	verdade	de	“P”	em	relação	ao	assunto	“S”,	então	“P”	é	verdadeiro.	Pessoas	entram	em	consenso	sobre	algo.	Exemplo:	no	dia	tal,	eu	estava	usando	uma	camiseta	vermelha.	Todos	
concordam	com	isso,	então	é	verdade.		
Argumento	contra	a	pessoa	- Argumento	indutivo;	- Argumento	de	antiautoridade	idônea,	argumento	de	autoridade	no	sentido	negativo.	Exemplo:	o	fato	de	“A”	afirmar	“P”	é	uma	prova	de	que	“P”	
é	falso;	- Pessoa	na	qual	não	se	pode	depositar	confiança	em	suas	afirmações.	
	Caso	especial	de	silogismo	estatístico		(1) A	grande	maioria	das	afirmações	de	“A”	sobre	o	assunto	“S”	é	falsa.	(2) “A”	afirma	“P”	sobre	“S”.	(3) “P”	é	falso.	Devem	ser	apresentadas	provas	e	evidências	objetivas	de	que	“A”	é	uma	antiautoridade	idônea.			Críticas	sobre	o	argumento	contra	a	pessoa	- Nega	a	verdade	da	proposição	com	uma	crítica	ao	seu	autor	e	não	ao	seu	conteúdo.	Pode	ser	falacioso;		
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		- Falácia	da	irrelevância:	é	irrelevante	juízo	sobre	a	pessoa	para	a	verdade	de	“P”,	afirmado	por	“A”	sobre	o	assunto	“S”.		
Argumento	causal	- Causa	e	efeito;	- Condição	suficiente:	satisfaz	o	mínimo	necessário	para	assegurar	o	resultado	(evento);	- Condição	necessária:	condição	obrigatória	para	assegurar	o	resultado	(evento);	- Causas	diferem	de	condições.	Nem	todas	as	condições	suficientes	são	causas	suficientes.	Nem	todas	as	condições	necessárias	são	causas	necessárias;	- Causa	suficiente:	Se	A	produz	sempre	X,	A	é	causa	suficiente	de	X.	
Exemplo:	se	do	congelamento	de	laranjas	resulta	sempre	laranjas	sem	gosto	
e	sem	suco,	então	o	congelamento	é	uma	causa	suficiente	para	estragar	as	
laranjas;	- Causa	necessária:A	é	causa	necessária	de	X	se	X	não	pode	ocorrer	na	ausência	de	A.	Exemplo:	O	congelamento	de	laranjas	não	é	causa	
necessária	de	laranjas	sem	gosto	e	sem	suco,	pois	esse	efeito	pode	resultar	
de	outras	causas	(falta	de	irrigação	na	época	própria).	Acionar	o	
interruptor	de	luz	é	causa	necessária	para	acender	a	lâmpada,	mas	não	é	
suficiente.	Acionar	o	interruptor	não	acende	lâmpada	que	está	queimada;	- Inferência	da	causa	a	partir	dos	efeitos	e	dados	objetivos	disponíveis.	
Exemplo:	Médico	legista	investiga	a	causa	da	morte	de	uma	pessoa	retirada	
de	um	rio.	Analisando	o	conteúdo	dos	pulmões	e	estômago,	sangue	e	demais	
órgãos,	o	médico	conclui	que	a	causa	da	morte	foi	envenenamento	e	não	
afogamento;	- Inferência	de	efeitos	a	partir	das	causas	conhecidas.	Exemplo:	Guarda	
florestal	observa	um	raio	que	atinge	uma	floresta	seca.	Com	base	no	
conhecimento	causal	e	experiência,	conclui	que	haverá	um	incêndio;	- A	confiabilidade	da	conclusão	depende	de	certas	relações	causais;	- A	vítima	morreu	por	causa	do	veneno.	O	incêndio	se	deu	por	causa	do	raio	
sobre	a	floresta	seca.	O	gelo	derreteu	por	causa	do	sal.		Essas	inferências	podem	ser	transformadas	em	argumentos.	Contudo,	devem	ser	inseridas	premissas	que	expressem	a	relação	causal.	Exemplo:		1. Se	um	raio	atinge	uma	floresta	seca,	inflamará	a	madeira	e	iniciará	um	incêndio.	2. Um	raio	acaba	de	atingir	uma	floresta	seca.	3. Começará	um	incêndio.	A	premissa	1	é	uma	causa	geral	do	que	acontece	sempre	que	ocorre	uma	certa	condição.	A	premissa	2	é	uma	proposição	particular	sobre	algo	que	acontece.	Nos	exemplos,	supôs-se	as	relações	causais	gerais	dadas,	a	atenção	concentrou-se	na	causa	particular.		Fraqueza	do	argumento:	se	a	verdadeira	causa	não	é	incluída	entre	as	circunstâncias	consideradas,	a	causa	não	pode	ser	determinada.			
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		Método	da	diferença	Fator	presente	em	um	caso	e	ausente	no	outro	faz	a	diferença	entre	a	ocorrência	ou	não	ocorrência	do	efeito.		Método	do	conjunto	Caso	das	laranjas:	comparação	de	várias	situações	em	que	a	falta	de	suco	ocorreu	e	várias	outras	em	que	ela	não	ocorreu.		Método	da	variação	simultânea	Uma	condição	é	causalmente	relacionada	com	outra	quando,	variando	uma,	a	outra	também	varia	de	modo	correspondente.	Exemplo:	Existe	uma	relação	causal	entre	a	velocidade	do	carro	e	a	pressão	no	acelerador.	Quanto	maior	a	pressão,	maior	o	consumo	de	combustível	e	maior	a	velocidade.		Falácia	“post	hoc”	(logo,	depois	disso,	por	causa	disso)	X	seguiu-se	de	Z.	Logo,	Z	causou	X.	Falácia	post	hoc	aparece	combinada	com	a	falácia	da	estatística	insuficiente	ou	em	casos	de	relação	causal	sem	evidências	objetivas.	Exemplo:	Dor	de	cabeça	->	toma	uísque	->	melhorou.	Tomar	uísque	causou	a	melhora.	Mas	nada	é	afirmado	sobre	a	relação	causal	entre	tomar	uísque	e	melhorar	de	dores	na	cabeça.		
Argumento	por	Analogia	- Método	para	aplicar	a	norma	jurídica	além	de	subsunção	e	ponderação	->	intérprete	deve	aplicar	os	3	concomitantemente;	- Analogia	é	comparar	coisas,	casos;	- Argumento	indutivo;	- Argumento	central	é	a	similaridade,	a	semelhança.	Semelhança	+	relevância	(pertinência).	Pois	se	similaridade	não	é	relevante,	você	não	tem	um	bom	argumento.	Relevância	tem	que	ser	pertinente	ao	assunto;	- Argumento	que	admite	graus,	força:	quanto	mais	forte	a	similaridade	relevante,	melhor	o	argumento.	Se	grau	de	dissimilaridade	relevante	é	maior	que	grau	de	similaridade,	argumento	é	fraco;	- Força	do	argumento	é	visto	por	meio	de	questões	críticas.		QC1:	Existem	diferenças	entre	C1	e	C2	que	comprometam	a	sua	similaridade?		QC2:	“A”	é	uma	conclusão	correta	de	C1?	QC3:	Não	existe	um	C3,	igualmente	similar	a	C2,	mas	cuja	conclusão	não	é	“A”?	*	QC3	é	o	contra	argumento	do	argumento	por	analogia.	Esse	contra	argumento	ataca	a	conclusão	do	argumento	por	analogia.			2	formas	do	argumento	por	analogia:		
1o	–	Comparação	entre	casos	com	características	similares.	Questão	central:	similaridade.	Comparação	entre	C1	(caso	fonte)	e	C2	(caso	alvo).	Similaridade			
Victória	Barancelli	 	 	 	 	 	 	 	 	 														2017/2		entre	os	casos	justifica	a	transferência	de	uma	verdade	de	C1	para	C2.	Duas	ou	três	premissas	->	premissa	derivada.	1.	Premissa	de	similaridade:	C1	é	similar	a	C2.	2.	Premissa	base:	A	é	verdade	em	C1.	3.	Conclusão:	A	é	verdade	em	C2.			Essa	forma,	aplicada	a	casos	concretos,	pode	ser	aperfeiçoada	desse	modo:	1.	Premissa	base:	uma	situação	é	descrita	em	C1.	2.	Premissa	derivada:	A	é	uma	conclusão	de	C1.	3.	Premissa	de	similaridade:	C1	é	similar	a	C2.	4.	Conclusão:	A	é	uma	conclusão	de	C2.		
2o	–	X	tem	propriedades	G,	H...									Y	tem	propriedades	G,	H...									X	tem	propriedade	F									Então,	Y	tem	propriedade	F		A	força	do	argumento	por	analogia	depende	dos	fatores	ou	propriedades	que	os	casos	compartilham	e	dos	fatores	ou	propriedades	que	eles	não	compartilham	ou	dividem.	Argumento	por	analogia	é	superável	ou	derrotável.		Interpretração	extensiva	é	só	interpretrar	o	texto,	é	atribuir	ao	texto	o	significado	mais	amplo	que	o	texto	admite	->	tem	que	estar	dentro	da	“moldura”	de	possíveis	significados.	Se	está	fora	da	“moldura”,	é	analogia,	pois	rompe	o	significado.

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